Na manhã seguinte, Emma tentou agir normalmente, ignorando a mensagem perturbadora da noite anterior. Era só uma provocação. Ele não podia encontrá-la. Não aqui.
Ela focou em Lily, ajudando-a com o café da manhã e lendo histórias para a menina no jardim. O sol brilhava, e a risada de Lily enchia o espaço com leveza. Então, Alexander apareceu. Vestindo um terno escuro impecável, ele parou na varanda, observando a cena por um momento antes de descer os degraus. — Vejo que Lily está bem — disse, com um tom neutro. Emma se levantou, ajeitando a saia. — Sim, ela está ótima. Passamos a manhã brincando. Alexander olhou para a filha, que corria atrás de uma borboleta, e depois voltou sua atenção para Emma. — Preciso falar com você. Ela assentiu, seguindo-o para um canto mais afastado do jardim. — O que foi? Alexander hesitou por um instante, cruzando os braços. — Sobre ontem à noite… Emma sentiu o coração acelerar. — O que tem ontem? — Você me desafiou — ele disse, a voz carregada de algo indecifrável. — E não estou acostumado com isso. Emma ergueu uma sobrancelha. — Então deve ser bom para você experimentar algo novo. Os lábios de Alexander se curvaram em um meio sorriso. — Você não tem medo de mim, tem? — Não vejo motivo para ter. Ele se aproximou, e Emma sentiu o cheiro amadeirado do perfume dele. Seus olhos se prenderam nos dela, como se tentassem desvendar cada segredo escondido. — Talvez devesse. Emma deveria recuar, mas não conseguiu. Havia algo perigoso naquele homem, e ainda assim, algo nela queria entender cada camada que ele escondia. Alexander olhou para seus lábios por um breve segundo. E então aconteceu. Ele a beijou. Foi rápido, intenso, roubando-lhe o ar. Emma sentiu a força da presença dele, o calor da sua pele, o desejo mal contido naquele instante. Quando ele se afastou, os olhos azuis estavam sombrios. — Isso não devia ter acontecido — ele murmurou. Emma ainda estava em choque. Seu coração batia forte demais. — Concordo. Mas nenhum dos dois parecia convencido disso. E, no fundo, Emma sabia que aquele beijo mudaria tudo. O beijo que aconteceu no jardim não foi como Emma imaginou. Ela havia pensado que, ao se aproximar de Alexander Carter, conseguiria manter o controle, ser profissional, mas naquele instante, algo nela se quebrou. O desejo, o magnetismo entre os dois, era inegável. E agora, ela se via mergulhada em algo que não sabia como sair. Ela ficou parada por um momento, a mente turbilhonada, até que Alexander se afastou, seu olhar ainda fixo nela, mas com uma expressão enigmática. — Eu… eu preciso ir. — Emma conseguiu articular, a voz mais baixa do que gostaria. Alexander a observou em silêncio, como se estivesse ponderando suas próximas palavras. — Eu entendo. Ele se virou e saiu, seus passos firmes e rápidos, como se quisesse distanciar-se o mais rápido possível de tudo o que aconteceu. Emma ficou ali, ainda tentando recuperar a compostura. O gosto do beijo ainda estava em seus lábios, o cheiro de seu perfume ainda a envolvia. Ela respirou fundo e se forçou a caminhar para dentro da casa. Não podia deixar aquilo afetá-la. Ela tinha um trabalho a fazer, uma responsabilidade com Lily. Mas, enquanto caminhava pelos corredores frios e silenciosos, não conseguia tirar da cabeça a imagem de Alexander, a intensidade do seu olhar, o calor de sua boca. Ela sabia que algo dentro dela tinha mudado, e talvez fosse tarde demais para voltar atrás. Mais tarde, quando Lily estava cochilando, Emma se retirou para o seu quarto e pegou o celular novamente. A mensagem ainda estava lá, sem resposta. Ela sabia que precisaria lidar com aquilo, mas não agora. Não enquanto o calor do momento ainda a envolvia. Precisava de tempo. Mas mal sabia ela que, por mais que quisesse fugir, o passado estava começando a se aproximar novamente. E, por mais que se esforçasse para manter a distância, Alexander Carter estava começando a se tornar uma parte inevitável de sua vida. E o que começou com um beijo poderia facilmente se transformar em algo muito mais complexo. E, talvez, até perigoso.Os dias seguintes se arrastaram em um turbilhão de emoções não resolvidas. Emma fez o possível para se concentrar em Lily e manter sua rotina intacta, mas, a cada olhar que trocava com Alexander, as lembranças do beijo vinham à tona, agitadas e intensas. A tensão entre os dois parecia palpável, mas ambos estavam tentando ignorá-la. Alexander, com sua postura fria e distante, continuava com suas responsabilidades empresariais, e Emma, com sua determinação, dedicava-se a cuidar de Lily da melhor forma possível. No entanto, havia algo inegável no ar — uma atração que não podia ser mais ignorada. Uma tarde, Emma estava no jardim com Lily quando o celular tocou. Era uma mensagem desconhecida. Ela hesitou antes de abrir, e, ao ler o conteúdo, o sangue lhe congelou nas veias. Número desconhecido: Não vai conseguir esconder por muito tempo, Emma. Eu sei o que você fez. Estou mais perto do que imagina. Seu corpo ficou gelado, e uma onda de pânico a invadiu. Ele estava de volta. O passado e
O silêncio que se seguiu foi tão pesado que Emma sentiu que não conseguia respirar. A proximidade de Alexander a desconcertava, fazia com que seu corpo se rebelasse, mas ela sabia que não podia se deixar levar. Não agora.Ela deu um passo para trás, tentando recobrar sua compostura.— Senhor Carter, você está confundindo as coisas — disse, a voz firme, embora o tremor em suas mãos fosse difícil de esconder. — Eu sou apenas a babá de Lily. Meu trabalho é cuidar dela e garantir que ela tenha tudo o que precisa.Alexander a observou com um olhar calculista. Não havia raiva, mas uma curiosidade inquietante, como se ele estivesse vendo algo que ela ainda não sabia.— Está me dizendo que aquilo, ontem, não foi nada além de um erro? — Ele a desafiou, a voz suave, mas carregada de intensidade.Emma sentiu o peso da pergunta. Como responder a algo que, no fundo, ela mesma não conseguia explicar?— Foi um erro. — Ela finalmente falou, mas as palavras saíram mais frágeis do que gostaria. — Eu… e
Nos dias seguintes, Emma tentou manter a normalidade. Ela se concentrou em Lily, procurou manter a rotina o mais estável possível, mas a tensão com Alexander estava se tornando cada vez mais insuportável. Ela sentia que o peso de sua presença pairava sobre ela, e sempre que ele estava por perto, o ar ficava mais denso, mais carregado de uma energia que ela não sabia mais como controlar.Mas o que mais a incomodava era o dilema interno que a consumia. Ela não queria se envolver com Alexander. Sabia que isso era uma linha perigosa a cruzar, uma queda livre para um abismo do qual ela não sabia se conseguiria sair. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela ansiava por mais. Ele a desafiava de formas que ninguém jamais ousou, e essa atração era impossível de ignorar.Naquela tarde, enquanto cuidava de Lily, algo a fez parar. Lily estava no jardim, distraída com suas bonecas, quando Emma ouviu o som de um carro estacionando. Ela olhou pela janela e viu o carro de Alexander. Ela não sabia por qu
Emma passou a noite inteira revirando-se na cama, incapaz de afastar as palavras de Alexander da mente. "Se você não vai dar o primeiro passo, eu farei isso por nós."Ela sabia que deveria se afastar. Sabia que seu trabalho era apenas cuidar de Lily, mas algo nela já não conseguia ignorar a presença esmagadora de Alexander Carter. Ele a provocava de uma maneira que ninguém jamais fez, e o pior de tudo era que ela queria ceder.Na manhã seguinte, desceu para a cozinha determinada a manter as coisas profissionais. Serviria o café de Lily, manteria sua rotina e se recusaria a pensar nele. Mas sua determinação vacilou assim que entrou no cômodo e o encontrou ali, recostado no balcão, segurando uma xícara de café como se a estivesse esperando.— Bom dia, Emma.A voz dele soou rouca e grave, e ela odiou o quanto seu corpo reagiu a isso.— Bom dia, senhor Carter. — Ela respondeu formalmente, sem olhá-lo nos olhos, indo direto à geladeira.EleAlexander Carter não era um homem que desistia fá
Emma sentiu o estômago revirar quando ouviu os passos firmes de Alexander se aproximando. Ela já sabia que aquela conversa viria, mas isso não tornava mais fácil enfrentá-lo.Quando ele entrou na sala, a tensão no ar ficou palpável. Ele se apoiou na moldura da porta por um instante, observando-a antes de caminhar até ela.— Você foge de mim o tempo todo, Emma. — Sua voz era baixa, mas carregada de algo que ela não conseguia decifrar.Ela respirou fundo, tentando manter a compostura.— Eu não estou fugindo. Apenas estou focada no meu trabalho.Alexander riu baixinho, cruzando os braços.— Ah, então é isso? Você quer que eu acredite que tudo o que aconteceu entre nós não significou nada?Emma desviou o olhar, lutando contra a onda de sentimentos que ameaçava dominá-la.— Significou… — Ela admitiu, quase num sussurro. — Mas não deveria.Alexander se aproximou, e Emma automaticamente deu um passo para trás até sentir a mesa atrás de si. Ele estava perto, perto demais.— Mas significou. —
Emma sentia o gosto do beijo de Alexander ainda em seus lábios, mas o pânico começava a tomar conta de seu peito. O que eu acabei de fazer? Ela deu um passo para trás, tentando colocar distância entre eles. Alexander observava cada movimento seu, o olhar intenso, atento a cada reação dela. — Isso… — sua voz falhou, e ela precisou respirar fundo antes de continuar. — Isso não pode acontecer de novo. Alexander cruzou os braços, a expressão desafiadora. — E por quê? — Porque não pode! — Ela respondeu rápido demais, quase como se tentasse convencer a si mesma. Ele deu um passo à frente, e Emma sentiu sua determinação vacilar. — Diga a verdade, Emma. Você está fugindo porque tem medo do que sente. Ela fechou os olhos por um segundo. Medo. Sim, ela estava apavorada. Não só pelo desejo avassalador que sentia por Alexander, mas porque sabia que aquilo poderia se transformar em algo ainda mais perigoso: sentimentos Emma sentia seu coração martelando contra o peito. A presença de Alexa
O ar entre eles estava pesado, carregado de algo palpável, e Emma sentiu o calor de Alexander tomar conta de seu corpo. Cada fibra de seu ser pedia para se afastar, mas suas pernas pareciam presas ao chão, como se ele tivesse o poder de congelá-la no lugar. Ela não queria isso. Não queria que ele tivesse esse controle sobre ela. — Você está se enganando, Emma. — A voz dele foi suave, mas cheia de significado. — Não adianta lutar contra isso. Ela abriu os olhos, encarando-o com um olhar desafiador. — Não estou lutando contra nada. Eu apenas sei o que é certo. Alexander sorriu, um sorriso que parecia conhecer todos os seus segredos. — O que é certo, então? Ficar aqui, isolada em sua própria mente, tentando evitar o que você realmente sente? Emma queria negar, mas não conseguia. Ela sentia tudo. Cada vez que ele se aproximava, cada vez que suas mãos quase tocavam a sua pele, seu corpo pedia por mais. Mas sua mente dizia o contrário. Não. — Isso não vai acabar bem, Alexander. — El
O som da respiração de ambos preenchia o espaço, e Emma sentiu um turbilhão de emoções percorrendo seu corpo. As palavras de Alexander ecoavam em sua mente, mas as dúvidas ainda estavam lá, ameaçando tomar conta. E agora? O que isso significa para nós?Ela olhou para ele, seus olhos ainda brilhando com o desejo e a intensidade daquele momento, mas algo dentro de si se perguntava se estava pronta para as consequências dessa escolha. Eu estou me entregando. Mas até onde isso pode ir?Alexander parecia perceber o conflito em seu olhar. Ele suavemente tocou sua face, seu toque carinhoso contrastando com a intensidade do beijo anterior.— Não há como voltar atrás agora, Emma. — Ele disse com uma suavidade que a desarmou. — Eu te disse que queria mais de você. E agora… você já sabe o que quer.Ela fechou os olhos, sentindo o peso das palavras. O que ela queria? Eu queria manter as coisas sob controle, mas agora… tudo mudou.A tensão no ar era palpável, e Emma sabia que aquilo não poderia se