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Capítulo 4 – O Primeiro Beijo (e as Consequências)

Na manhã seguinte, Emma tentou agir normalmente, ignorando a mensagem perturbadora da noite anterior. Era só uma provocação. Ele não podia encontrá-la. Não aqui.

Ela focou em Lily, ajudando-a com o café da manhã e lendo histórias para a menina no jardim. O sol brilhava, e a risada de Lily enchia o espaço com leveza.

Então, Alexander apareceu.

Vestindo um terno escuro impecável, ele parou na varanda, observando a cena por um momento antes de descer os degraus.

— Vejo que Lily está bem — disse, com um tom neutro.

Emma se levantou, ajeitando a saia.

— Sim, ela está ótima. Passamos a manhã brincando.

Alexander olhou para a filha, que corria atrás de uma borboleta, e depois voltou sua atenção para Emma.

— Preciso falar com você.

Ela assentiu, seguindo-o para um canto mais afastado do jardim.

— O que foi?

Alexander hesitou por um instante, cruzando os braços.

— Sobre ontem à noite…

Emma sentiu o coração acelerar.

— O que tem ontem?

— Você me desafiou — ele disse, a voz carregada de algo indecifrável. — E não estou acostumado com isso.

Emma ergueu uma sobrancelha.

— Então deve ser bom para você experimentar algo novo.

Os lábios de Alexander se curvaram em um meio sorriso.

— Você não tem medo de mim, tem?

— Não vejo motivo para ter.

Ele se aproximou, e Emma sentiu o cheiro amadeirado do perfume dele. Seus olhos se prenderam nos dela, como se tentassem desvendar cada segredo escondido.

— Talvez devesse.

Emma deveria recuar, mas não conseguiu. Havia algo perigoso naquele homem, e ainda assim, algo nela queria entender cada camada que ele escondia.

Alexander olhou para seus lábios por um breve segundo. E então aconteceu.

Ele a beijou.

Foi rápido, intenso, roubando-lhe o ar. Emma sentiu a força da presença dele, o calor da sua pele, o desejo mal contido naquele instante.

Quando ele se afastou, os olhos azuis estavam sombrios.

— Isso não devia ter acontecido — ele murmurou.

Emma ainda estava em choque. Seu coração batia forte demais.

— Concordo.

Mas nenhum dos dois parecia convencido disso.

E, no fundo, Emma sabia que aquele beijo mudaria tudo.

O beijo que aconteceu no jardim não foi como Emma imaginou. Ela havia pensado que, ao se aproximar de Alexander Carter, conseguiria manter o controle, ser profissional, mas naquele instante, algo nela se quebrou. O desejo, o magnetismo entre os dois, era inegável. E agora, ela se via mergulhada em algo que não sabia como sair.

Ela ficou parada por um momento, a mente turbilhonada, até que Alexander se afastou, seu olhar ainda fixo nela, mas com uma expressão enigmática.

— Eu… eu preciso ir. — Emma conseguiu articular, a voz mais baixa do que gostaria.

Alexander a observou em silêncio, como se estivesse ponderando suas próximas palavras.

— Eu entendo.

Ele se virou e saiu, seus passos firmes e rápidos, como se quisesse distanciar-se o mais rápido possível de tudo o que aconteceu. Emma ficou ali, ainda tentando recuperar a compostura. O gosto do beijo ainda estava em seus lábios, o cheiro de seu perfume ainda a envolvia.

Ela respirou fundo e se forçou a caminhar para dentro da casa. Não podia deixar aquilo afetá-la. Ela tinha um trabalho a fazer, uma responsabilidade com Lily. Mas, enquanto caminhava pelos corredores frios e silenciosos, não conseguia tirar da cabeça a imagem de Alexander, a intensidade do seu olhar, o calor de sua boca.

Ela sabia que algo dentro dela tinha mudado, e talvez fosse tarde demais para voltar atrás.

Mais tarde, quando Lily estava cochilando, Emma se retirou para o seu quarto e pegou o celular novamente. A mensagem ainda estava lá, sem resposta. Ela sabia que precisaria lidar com aquilo, mas não agora. Não enquanto o calor do momento ainda a envolvia.

Mas mal sabia ela que, por mais que quisesse fugir, o passado estava começando a se aproximar novamente. E, por mais que se esforçasse para manter a distância, Alexander Carter estava começando a se tornar uma parte inevitável de sua vida. E o que começou com um beijo poderia facilmente se transformar em algo muito mais complexo.

Naquela noite, Emma demorou a dormir. Rolava de um lado para o outro na cama, tentando convencer a si mesma de que tudo estava sob controle. Que o beijo tinha sido um erro impensado, um momento de fraqueza que não se repetiria. Mas no fundo, ela sabia que não era bem assim.

O celular vibrou em cima da cômoda, arrancando-a de seus pensamentos. Seu coração deu um salto. Por um segundo, pensou que poderia ser Alexander. Mas não era.

Era ele.

Uma nova mensagem apareceu na tela:

“Você acha que pode simplesmente desaparecer? Eu avisei que sempre sei onde você está.”

Emma sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A garganta secou, e o calor do quarto pareceu desaparecer de repente. Seu passado estava mais próximo do que imaginava. E se ele realmente soubesse onde ela estava? E se estivesse observando?

Apagou a mensagem, mas a sensação de estar sendo vigiada não foi embora.

Na manhã seguinte, Emma colocou um sorriso no rosto e desceu como sempre, fingindo normalidade. Lily a recebeu com um abraço apertado, como se percebesse que algo estava errado. A menina era sensível, notava tudo.

Emma preparou o café da manhã, serviu frutas, pães e suco. Tentava manter os pensamentos afastados, mas a cada passo pela casa, tinha a sensação de que alguém a observava por entre as cortinas, por trás das janelas. Paranoia, talvez. Ou não.

Alexander apareceu apenas no fim da manhã, o rosto sério, o olhar distante.

— Bom dia — ela disse, tentando soar natural.

Ele a olhou por um segundo a mais do que o necessário.

— Podemos conversar? — perguntou, sem rodeios.

Emma hesitou.

— Claro.

Foram até o escritório, onde ele fechou a porta atrás de si. O ambiente ficou pequeno demais, silencioso demais.

— Sobre ontem... — ele começou, os olhos cravados nos dela.

— Já falamos sobre isso. Não precisa se desculpar — ela cortou, rápida demais, defensiva demais.

Alexander franziu o cenho.

— Não foi um pedido de desculpas. Foi... um aviso.

Emma cruzou os braços.

— Aviso?

— Eu não costumo me envolver com ninguém. E o que aconteceu entre nós... mexeu comigo de um jeito que não entendo. — Ele se aproximou um pouco, mas parou a meio caminho. — Só que você precisa saber: eu tenho meus limites. Meus fantasmas.

Ela manteve o olhar firme.

— Eu também. E talvez seja exatamente por isso que esse “nós” seja uma péssima ideia.

Alexander sorriu, mas era um sorriso triste.

— Possivelmente.

Os dois ficaram em silêncio, como se qualquer palavra fosse arriscar demais.

Mas antes de sair, ele disse algo que a deixou ainda mais inquieta:

— Se alguém te ameaçar, me diga. Eu não brinco com segurança.

Emma congelou.

— Por que está dizendo isso?

Alexander a observou por um instante.

— Só um pressentimento. Tenho bons instintos.

Ela tentou esconder o tremor em suas mãos. Ele sabia de algo? Ou apenas suspeitava? Seja como for, ela precisaria ser mais cuidadosa.

Quando ele saiu, Emma fechou os olhos por um instante. A verdade é que ela não podia fugir para sempre. Nem dele, nem do passado.

E se queria proteger a si mesma — e a Lily — teria que enfrentar o que vinha pela frente. Mesmo que isso significasse encarar seus piores medos... e também o homem que, sem pedir permissão, começava a ocupar espaço demais dentro de si.

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