O Nascimento “Mamãe, pega as bagagens da Safira que a bolsa estourou. ““Aonde você está Dione?”“ Aqui no banheiro, mas tô com medo de me mexer.”“ Calma, vou subir pra te auxiliar, sua filha não vai nascer agora”.“ Rápido mamãe, que vai nascer “.“ Não desliga o celular, já estou subindo as escadas, respira... respira.-Dolores chega ao banheiro.-Prontinho, já cheguei. Me dá esse celular que vou avisar ao Gerard.-Mamãe, a cabeça dela é grande, como vai passar por aqui?-Você fez o curso juntamente com seu marido, sabe muito bem que a natureza é sábia, vai dar tudo certo.-Mas eu vou ficar aqui de pé sem fazer nada?-Meu amor. Sua nenê não vai nascer agora, nem dor está sentindo. Provavelmente fará uma cesariana.-Nem pensar! Ninguém mete o bisturi em minha barriguinha chapada.-Chapada que nem uma melancia.-Acha mesmo que não terei parto normal?-Não sei Dione, vamos aguardar orientação da sua obstetra após o exame.-Estou suja mamãe, será que posso tomar um banho na banheira, a
Laranjeiras, Rio de Janeiro Brasil Anos atrás...—VIENS ME CHERCHER. JE SUIS LÀ!- Gerard—PARE DE PALHAÇADA! NÃO ENTENDO NADA QUE DIZ- Grita Dione—ESTOU DIZENDO QUE VENHA ME PEGAR, ESTOU AQUI...-Gerard—Ah, não vou mais brincar com você. Está se afastando muito. Quero ir pra casa.- Dione corre para dentro do grande casarão do final do século XIX que pertenceu aos seus avós, hoje abriga sua família.—O que houve Dione? Está com a cara emburrada outra vez!- sua mãe Dolores pergunta, já sabendo a resposta.—É o Geraldo mãe, ele não sabe brincar! Fica falando francês comigo e eu não entendo nada! —Querida, não é Geraldo que pronuncia. É Gerard, com “d”mudo ao final- interrompe a mãe do garoto.—"d”, mudo?! – Dione sai às gargalhadas pelos corredores deixando um eco que irrita muito a Valentina Durand.—Não repare, ela é só uma menina e bem mais nova que o Gerard. Será mais fácil, se ele falar português quando brincarem, vai melhorar a comunicação entre eles.—Dolores, meu filho está se
Aeroporto,—Antoine, nosso filho já devia ter aparecido; será que erramos a hora do vôo?—Calma Valentina! É assim mesmo. Ele pode ter decidido sair por último do avião. Sabe como é nosso filho, não gosta de aglomerações em filas...—Ah, eu não tenho paciência; saio pedindo licencinha e adianto o meu lado. Gerard puxou a você nesse sentido. Detesta impor sua posição.—Está completamente enganada! Nosso filho não chegou aonde chegou por ser um Maria vai com as outras; pelo contrário. Se ele não tivesse a postura, determinação e visão das coisas; o Joaquim não o teria convidado para ser o CEO da sua Empresa. Nosso filho pode ser pacífico mas não um pau mandado como você diz .—Não quis dizer com isso que ele seja lerdo, bem minha comparação com você teve cunho pejorativo. Eu só acho que ele vai ter problemas com aquelazinha da Dione. Ô criatura indigesta! —Olha o nosso filho...!—Meu amor...Que saudades !!- Valentina agarra no pescoço do filho que não solta até o pai tirar suas m
Gerard—Bom dia, mãe! Meu pai já acordou? —Bom dia meu amor, ainda não. Seu pai aos domingos relaxa um pouco mais. E como está sendo pra você digerir aquele jantar enfadonho no casarão centenário? Aposto que está tão acostumado com o moderno, que aquilo te provocou nostalgia, rsrsrs.—Pelo contrário. Não via a hora de entrar alí de novo. Tenho boas recordações. Me admira ver que pensa assim da casa dos seus amigos!—Ah fofinho, só não gosto de velharia. Nada contra eles.—Velharia? Aquele casarão elegante nas Laranjeiras é cobiçado por muitas famílias mãe. É uma arquitetura do século passado que foi erguido com muito esmero. Amo aquele lugar; amo principalmente o jardim.—Amor da mamãe, vamos deixar os Moya um pouco de lado e pensar no que vai fazer para recepcionar seus velhos amigos do Brasil. À Alicinha me ligou. Quer te ver. —Não precisa nada disso mãe. Eu vou enterrar a cara na empresa logo. Preciso descansar. Aos poucos vejo cada um deles. E deixa Alicinha no canto de
Moya Esportivo—Bom dia, Lucrécia! —Bom dia, Duda! Hoje é o grande dia não é mesmo?—O pessoal da diretoria já estão na sala de reunião?—Não querido, ou a bonita, não estaria aqui.-Lucrécia mexe seu capuccino enquanto revira os olhos.—Sempre bancando a engraçada! —Vou chorar? Só quero ver a cara do CEO. Dizem que é francês!—Não. Eu já o conheci, ele é filho de francês. É um bom Brasileiro, assim como nós. —Se for bom meu caro, só saberemos depois. Só quero é ver a cara da sua amada.—A Dione? Ah, eles são amigos de infância! —Sério? Então está explicado a escolha do Sr. Joaquim. Preteriu à alguém de sua confiança, aos subalternos da empresa,rsrs—Mas ser amigo de infância da filha dele é uma coisa, gerir sua empresa é outra bem diferente. Eles não se vêem há vinte anos.—Bom, pelo que sei, o chefe estava monitorando os passos do candidato há mais de um ano. Antes mesmo de saber que estava doente. Mas Achei que a Dione tinha chance de ser a escolhida. Diz Lucrécia —Eu também a
Joaquim—Filha, posso saber por que está assim agitada, é algo em que possa ajudar?—Veja bem papai, eu aceitei trabalhar lado a lado do Geraldo. Mas isso não significa que a idéia é a melhor.—Eu pensei que havia superado isso. O Gerard é um homem muito justo e sabe interpretar que o melhor para nossa empresa é unir forças. Ele não veio com a pretensão de separar, de ser o todo poderoso. —Abra os olhos Sr. Joaquim, no início tudo são flores.—Sabe Dione, eu jurei que poderia me afastar da empresa e me cuidar em paz, deixando você com seu melhor amigo de infância trabalhando juntos. Já estou começando a me arrepender!—Papai, sou uma profissional mais que ex amiga de infância. Nós crescemos, até demais! já não existe esse laço tão forte de amizade.—Sendo assim,seja cortês e facilite o trabalho para ambas as partes,com certeza ele deseja o mesmo.— Falando assim até parece que sou uma selvagem rsrs. Te amo papai, vou almoçar.—Bon appétit mon ange [1]bom apetite meu anjoDione sabia
Ipanema—Antoine, você sabe para onde nosso filho foi essa noite?— Non chéri- não querida.—Quando viemos do Shopping, pensei que ficaria conosco para o jantar, mas o seu amigo o chamou para comer lá. Isso não está exagerado?—De modo algum. Nosso filho está não só jantando com seu chefe como na casa de nossos amigos.—Amigos nem tanto! Já não frequento o mesmo circulo social que a Dolores. Anda se envolvendo com projetos sociais durante a noite. Ela e sua igreja. Distribui agasalhos e comida três vezes na semana. Andei lendo no blog da Telma Azur.—Devia junta-se a ela. Quem sabe voltam a ficar mais próximas. Eram tão unidas na época que as crianças eram menores.—Por Deus, Antoine! Isso faz mais de vinte anos. Os tempos mudaram, as pessoas também. Por falar nisso. A Dione é a única que não mudou. Pode até ser instruída, mas é uma abusada intransigente. Meu filho vai enlouquecer ao seu lado.—Tanta amargura dentro de você tem nome. Preconceito!—Que disse! Você sabe que nunc
Antonie—Oi filho, obrigada por ter vindo! Sei o quanto está ocupado nessa transição pra Moya.—O senhor e a mamãe são minhas prioridades. E por falar na Moya, eu não encontrei até o momento nada que possa tirar meu sono. Acho até que o Joaquim não precisava de minha contração. —Mas você não está gostando de trabalhar aqui no Brasil?—Não é isso pai. A Empresa é bem estruturada aqui no Brasil, e fora está bem administrada por excelentes profissionais. Digo que esse desconforto com a Dione poderia ter sido evitada. Ela não teria motivos para me evitar tanto!—Isso te afeta não é mesmo? Não sei, mas eu e o Joaquim, apostamos que um dia vocês ficariam juntos. Coisas de amigos que tem filhos na mesma idade rsrs.—Sem chance pai. Não de minha parte, porque eu acho a mulher mais exuberante, inteligente e forte que encontrei. Acredito que isso vêm de sua criação. Seus pais são super equilibrados e pelo que soube da família, desde os avós dela, são gente de caráter forte. Trabalharam du