Moya Esportivo-Bom dia Ivete, seu chefe já chegou?-Dione a encontra no elevador.-Bom dia Dione, ele disse que viria mais tarde. -Assim que ele aparecer me avisa, mas não fala nada pra ele.-Entendo. Pode deixar.-Dione segue para sua sala encontrando Alice no corredor.- Alice, você por aqui tão cedo?-Oi Dione, Bom dia! O casting me chamou para uns testes. Tomara que tudo dê certo desta vez.-E quando foi que deu errado? -Dione cruza os braços.- Pelo que me lembro; você deu crise por não pousar nas externas. -Crise, eu? Ah Dione, não sou uma mimizeira, mas tenho pavor de expor minha pele ao sol escaldante.-Bem, você que sabe; tudo tem um preço.- Nem me fale! Você é persistente, para não dizer, uma heroína.-O que eu tenho haver com isso?-Não vai me dizer que esperar um homem por mais de vinte anos não é um preço a ser pago duramente?-Dione engole em seco.-Ainda mais tentar dia a dia apagar a memória da falecida. Eu te invejo. -Não entendi?? Falecida, memória...o que quer dizer
Gerard marcou um almoço com seus sogros num restaurante. Dione não foi convidada; era o assunto no qual a deixava bastante aborrecida. Joaquim e Dolores estavam preparados para o que viria deste encontro. Gerard não apareceu na Empresa neste dia deixando Ivete com a responsabilidade de avisar a Dione. No Restaurante -Meus sogros; que bom aceitaram meu convite; se é que ainda posso lhes chamar assim. -Meu genro, fica tranquilo. Não viemos aqui como inquisidores.-Joaquim o abraça. -Gerard, como se eu não te conhecesse. Sei de sua índole, estamos aqui como seus sogros, sim.-Dolores o beija na fronte. -Nossa, sinto um certo alívio. Não saberia como iniciar essa conversa. -Pelo começo. Você não deve nada a ninguém. Sua vida passada não tem influência no presente. Relaxe. -Bem sabemos minha sogra, que nem tudo está ao nosso controle. -o que houve no passado terá que vir à tona; -Gerard os encara.- Eu tive sim uma vida de casado um tanto atípica confesso, mas nunca foi minha intençã
Moya Esportivos-Seja bem vindo Antoine. -Joaquim o recebe na empresa.-Olá meu amigo, não sabe como me sinto aliviado de estar aqui.-Venha, vou lhe mostrar sua sala. Espero que goste. Mandei organizar com tudo que precisa.-Eu agradeço, mas não precisava .-Como não? Terá mais privacidade para criação. Sua secretária é uma funcionária antiga da empresa, pessoa distinta que lhe auxiliará no que for preciso.Os amigos finalmente trabalharão juntos novamente. A diferença é que Joaquim só comparecia na Moya alguns dias na semana; com o possível afastamento do Gerard as coisas se estreitariam ainda mais. Joaquim convida Antoine para almoçarem fora da empresa deixando-lhe ciente dos fatos ocorrido entre seu filho e Dione.-Meu amigo, a que situação chegamos! Meu filho pedir demissão. Logo agora que entrei na empresa. -Calma, vamos tentar reverter essa situação ele ainda não oficializou; está afastado temporariamente. Dione está dando uma de durona. Mas logo mudará de idéia.-Gerard me c
Gerard continuava embaixo da ducha como se alí estivera protegido dos questionamentos, das dúvidas. Ele só desejava que o chão se abrisse e o engolisse. Se a Dione estivesse em silêncio, era sinal de fumaça em breve. Ele desliga a ducha permanecendo com aa mãos posta no azulejo do banheiro pensativo. Sua cabeça dava voltas, não sabia mais o que diria para convencer Dione ou qualquer um que sua vida lhe pertencia, que era falível e essa idéia do ser perfeito era utopia. Ele estava farto de toda manipulação em nome do amor que viveu na adolescência com as cobranças da sua mãe. Diante da sua condição seria um a menos a jogar-lhe pedras. Gerard é surpreendido com a porta do Blindex ser aberta: Dione lhe entrega seu roupão e uma toalha. Ele se sente confortado pelo gesto. Ela o olha com serenidade nós profundos olhos azuis que demonstrava tristeza. Dione tem ímpeto de beija-lo, abraça -lo, talvez o fizesse sentir-se menos culpado de uma situação ultrapassada e sem mais sentido. Ela perceb
ZimbábueDois meses depois...-Vamos mamãe, não quero chegar atrasada no aeroporto.-Calma Dione, falta muito tempo. Deixa de agonia que isso não é bom para a bebê.-Minha filha não tem frescuras, ela vai puxar a mim. Uma mulher com sangue nas veias. -Hahaha, que tolinha. Nunca ouviu dizer que as meninas puxam geneticamente aos pais? Veja você, saiu a cara e personalidade do seu avô paterno.-Meu avô era um homem forte, bonito; não é atoa que saí com olhos engatinhados -risos. -Misericórdia da minha netinha, se sair com esse sangue esquentado, o pobre do Gerard não vai aguentar a dose dupla.-Minha Safira será uma negra linda, poderosa e autêntica como a mãezinha dela.-Deixa o pai ouvir isso. Até parece que ele não tem direito que sua filha tenha suas características.-Estou farta mamãe de ver mães negras serem chamadas de babás dos póprios filhos .-Mas toda mãe é babá mesmo- risos. Deixe de preconceito bobo. -Aah, vamos embora. Gerard e os outros já devem estar lá nos esperando.
Algumas semanas depois...-Bom dia Ivete, posso falar com o Gerard? -Bom dia Alice. Gerard não está atendendo mais as modelos de campanha. Passou essa pasta para Dione. -Mas como pode ser isso? Ah não!! Ele sempre dava o voto de minerva; isso só pode ser coisa daquela...-Daquela o quê Alice?-Dione chega escutando sua última fala. -sua barriga está bem acentuada.-Oi Dione. É que ...-Eu ouvi bem o que disse. Pois bem, meu marido não atende mais as modelos como a Ivete lhe informou. Se quiser vir até minha sala lhe explico melhor.-Tudo bem, eu te acompanho.Dione está usando um modelito que mostra sua gravidez adiantada. Alice perde a noção e faz a pergunta sem filtro.-Você está mais gordinha não é mesmo Dione, saiu da dieta não foi?-risos-Venha Alice, sente-se!-Dione oferece água, ela recusa. -Bem, eu me casei como você deve ter visto nas redes sociais. Foi uma cerimônia discreta no Zimbabue porque já esperamos demais. -É , eu vi a cerimônia. Foi linda, que lugar paradisíaco.-
O Nascimento “Mamãe, pega as bagagens da Safira que a bolsa estourou. ““Aonde você está Dione?”“ Aqui no banheiro, mas tô com medo de me mexer.”“ Calma, vou subir pra te auxiliar, sua filha não vai nascer agora”.“ Rápido mamãe, que vai nascer “.“ Não desliga o celular, já estou subindo as escadas, respira... respira.-Dolores chega ao banheiro.-Prontinho, já cheguei. Me dá esse celular que vou avisar ao Gerard.-Mamãe, a cabeça dela é grande, como vai passar por aqui?-Você fez o curso juntamente com seu marido, sabe muito bem que a natureza é sábia, vai dar tudo certo.-Mas eu vou ficar aqui de pé sem fazer nada?-Meu amor. Sua nenê não vai nascer agora, nem dor está sentindo. Provavelmente fará uma cesariana.-Nem pensar! Ninguém mete o bisturi em minha barriguinha chapada.-Chapada que nem uma melancia.-Acha mesmo que não terei parto normal?-Não sei Dione, vamos aguardar orientação da sua obstetra após o exame.-Estou suja mamãe, será que posso tomar um banho na banheira, a
Laranjeiras, Rio de Janeiro Brasil Anos atrás...—VIENS ME CHERCHER. JE SUIS LÀ!- Gerard—PARE DE PALHAÇADA! NÃO ENTENDO NADA QUE DIZ- Grita Dione—ESTOU DIZENDO QUE VENHA ME PEGAR, ESTOU AQUI...-Gerard—Ah, não vou mais brincar com você. Está se afastando muito. Quero ir pra casa.- Dione corre para dentro do grande casarão do final do século XIX que pertenceu aos seus avós, hoje abriga sua família.—O que houve Dione? Está com a cara emburrada outra vez!- sua mãe Dolores pergunta, já sabendo a resposta.—É o Geraldo mãe, ele não sabe brincar! Fica falando francês comigo e eu não entendo nada! —Querida, não é Geraldo que pronuncia. É Gerard, com “d”mudo ao final- interrompe a mãe do garoto.—"d”, mudo?! – Dione sai às gargalhadas pelos corredores deixando um eco que irrita muito a Valentina Durand.—Não repare, ela é só uma menina e bem mais nova que o Gerard. Será mais fácil, se ele falar português quando brincarem, vai melhorar a comunicação entre eles.—Dolores, meu filho está se