De Cara Com O CEO

Moya Esportivo

—Bom dia, Lucrécia!

—Bom dia, Duda! Hoje é o grande dia não é mesmo?

—O pessoal da diretoria já estão na sala de reunião?

—Não querido, ou a bonita, não estaria aqui.-Lucrécia mexe seu capuccino enquanto revira os olhos.

—Sempre bancando a engraçada!

—Vou chorar? Só quero ver a cara do CEO. Dizem que é francês!

—Não. Eu já o conheci, ele é filho de francês. É um bom Brasileiro, assim como nós.

—Se for bom meu caro, só saberemos depois. Só quero é ver a cara da sua amada.

—A Dione? Ah, eles são amigos de infância!

—Sério? Então está explicado a escolha do Sr. Joaquim. Preteriu à alguém de sua confiança, aos subalternos da empresa,rsrs

—Mas ser amigo de infância da filha dele é uma coisa, gerir sua empresa é outra bem diferente. Eles não se vêem há vinte anos.

—Bom, pelo que sei, o chefe estava monitorando os passos do candidato há mais de um  ano. Antes mesmo de saber que estava doente. Mas Achei que a Dione tinha chance de ser a escolhida. Diz Lucrécia

—Eu também achei. Além de profissional capacitada e filha, ela dá o sangue por essa Empresa.

—Por falar nela, já ouvi o salto trincando, não está nada boa pelo que vejo. Tchauzinho antes que sobre pra mim. Te vejo logo mais.-Lucrécia vai saindo de fininho, mas encontra a Dione vindo em sua direção.

—Bom dia! Não era pra você está organizando as pastas na sala de reunião?

—Bom dia Dione, isso já foi feito. Com licença! Ela entra na copa, dando de cara com Eduardo.

—Nossa, mas quanta arrogância logo cedinho, Dione.

—Bom dia pra você também! Se ofendeu por causa do seu lanchinho das segundas?

—Mas de que lanchinho você está se referindo, que segundas?? Toma juízo Dione, a Lucrécia é uma das funcionárias mais competentes daqui!

—Ah, com certeza é muito competente. Não sou idiota!! Eu vejo muito bem a cara de oferecida dessa biscate, pra todos os homens desta empresa.

—Você não tá falando sério! A Lucrécia é uma garota que se dá bem com todo mundo aqui. Ela é super prestativa.

— Prestativa até demais! Mas, me deixa, não estou pra muita conversa hoje. Se pudesse sumia!!

—Vai se acostumando a sua nova realidade. O cara novato, o seu amiguinho, não vai facilitar pra ninguém como seu pai fez até hoje.

—O que está insinuando? Não preciso dele pra nada. Minha função como executiva de Marketing, me dá plenos poderes para agir independente dele.

—Tudo mudou! Fique sabendo, que na gestão do seu pai, ele não questionava suas ideias, não cortava gastos, não escolhia os modelos e os produtos que iriam pra mídia. O Gerard, poderá fazer isso sem sua aprovação. Ele poderá simplesmente cortar gastos, mudar tudo!

—Pode parar! Não desconta em mim sua frustração. Eu sei que você queria essa vaga, tanto quanto eu!

—Está enganada! Eu nunca almejei ser o CEO. De problemas eu já sou favorecido. Pra quê arrumar mais? Ainda tendo você praguejando nas minhas costas, eu quero é distância de mais responsabilidades. -Dione escuta as doces palavras do Eduardo mexendo seu cafezinho diversas vezes...

—Eduardo...

—Hum!

—Vê se me esquece! E esse café, está uma merda. Vou pra sala de reunião.

—Te encontro logo mais.

Dione estava elegante como sempre. Usava uma blusa traspassada branca de mangas compridas com risco de giz num tom cinza clarinho, metalizado. Uma saia de alfaiataria azul petróleo com discreta fenda. Não podendo esquecer sua Ives Sain’t Laurent preta, salto 12. Sentou -se no lugar de sempre ao lado do pai, mas este ainda não se encontrava. Foram chegando os demais, entre eles alguns acionistas que faziam parte da corpo de conselho. Dione mal os cumprimentou, estava cabisbaixa nesta manhã. Por fim, chega Sr. Joaquim acompanhado do mais novo CEO. Gerard Simon Durant, belíssimo em seu terno elegante e corte moderno. Exalava um perfume masculino, porém discreto, que a deixou em suspense. Ele fingiu não notar sua presença, mas o coração estava a mil por hora de ter que encará-la após o desconforto na praia. Ele foi apresentado um por um, até chegar nela, na qual fez questão de tratar como os demais. Dione sentiu a frieza. Dava pra notar que ele não estava alí para jogar e sim, vencer. Ela então, se desarmou.

—Senhores, estou de volta ao Brasil, onde estive afastado por um cinco anos. Passei por uma grande multinacional no Canadá, conheci outras empresas, inclusive estive visitando algumas filiais da Moya. É uma nova etapa na minha jornada como Executivo. Na minha política de trabalho, costumo priorizar os bons relacionamentos. O meu sim, é sim . O meu não, é não! Digo isso nos seguintes termos: Serei justo e fiel nas promessas que fizer. Serei contrário a qualquer tipo de idéia ou interferência que achar desnecessário a saúde desta empresa. Mas, estarei aberto à sugestões daqueles que estão ligados diretamente a mim. Os demais cargos que não estiverem sob a direção dos demais setores executivos, terão as mesmas chances de trazerem suas sujestões, dúvidas, questionamentos, através dos seus chefes de setor. Enfim, queremos a participação mais ostensiva de todos.  Teremos reuniões às quartas e sextas. Nos demais dias da semana, estarei na minha sala recebendo somente aqueles assuntos que não possam aguardar às reuniões...

—Mas isso nunca foi assim?! Vai virar uma bagunça se deixar todo mundo opinar em tudo. Seu papel aqui Gerard, não é de ouvir opiniões, e sim mandar, sem muito questionamento, não foi pra isso que veio??

—Dione, eu ainda não terminei de falar!- Gerard a impede de continuar.

—Desculpa!

—Mas como eu estava dizendo: Eu prezo pela ordem. Mas não sou um ditador. Acho que há muitos talentos ocultos aqui, ou o Sr. Joaquim, não teria tanto êxito até agora, sem precisar demitir ninguém nos últimos 12 anos. Os que saíram nesse período, tiveram motivos particulares que em nada afetou a empresa nem aos mesmos. Fiquei feliz ao estudar as estatísticas. O papel de um CEO, volto a dizer, não é de um ditador que dá um veredito final do seu ponto de vista, vem questionar tudo e ouvir as possibilidades. Até aqui, tudo esteve bem  Só tende a melhorar.

Eu espero que possa contar com a Dione para me auxiliar lado a lado. Afinal, ninguém melhor do que ela, conheçe cada cantinho dessa casa. Por isso, e por sua competência, gostaria de nomear Dione Moya, como minha Co-CEO na área de Executive Marketing. Juntos vamos trazer os melhores patrocínios para as marcas que vestem a Moya. Eu aposto nessa parceria. Mas então Dione, o que tem a dizer?-Dione estava perplexa. Achava que Gerard queria tira-la da jogada, mas na verdade ele havia sido generoso colocando como sua Co- CEO. Depois de uma breve pausa...

—Lógico que vamos caminhar juntos! Mas eu tenho quase certeza que o Sr. Joaquim, teve participação nessa escolha. Obrigada meu pai!

—Estou muito contente com essa decisão tão generosa do nosso CEO. Mas a idéia foi de parceria no cargo Dione, não foi minha . Eu não opinei nas  escolhas de pasta dos executivos. Fui imparcial.- Dione mais uma vez, fica sem chão.

...

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