O AMOR PROIBIDO DE VITTORIO - LIVRO 2
O AMOR PROIBIDO DE VITTORIO - LIVRO 2
Por: Krys.Torres
PRÓLOGO

A porta abriu-se abruptamente, como se tivesse sido empurrada por uma rajada de vento gelado, trazendo consigo uma presença que fez o quarto mergulhar em um silêncio sufocante. Serena, envolta no delicado robe de seda que ainda exalava o perfume de Vittorio, ergueu o olhar na expectativa de ver o homem que fazia seu coração disparar, mas não era ele.

O desconhecido que ali estava, carregava uma aura de ameaça. Alto, magro, com feições rígidas e olhos que pareciam conter o peso de segredos sombrios, ele entrou sem hesitar, sua postura transbordava autoridade. 

Serena recuou instintivamente, mas manteve a voz firme, mesmo que um nó de apreensão apertasse sua garganta.

— Quem é você para invadir meu quarto? Meu esposo logo estará de volta. — ela disparou, tentando esconder a vulnerabilidade que ameaçava transparecer. 

A palavra "esposo" saiu de seus lábios como um escudo, uma tentativa desesperada de se proteger. O homem apenas riu. — uma risada seca, carregada de deboche que reverberou como uma provocação. Ele largou uma mala de couro no chão e a olhou com desdém.

— Seu pagamento. — Declarou, as palavras eram tão frias quanto uma lâmina afiada.

Serena piscou confusa, enquanto seu olhar oscilava entre o homem e a mala. Sua mente tentava processar o significado por trás daquela declaração, mas antes que pudesse reagir, ele continuou com aquela voz cortante.

Oltre ad essere una puttana, è stupida.

As palavras em italiano soaram como um golpe direto. "Além de putta, é burra." Serena sentiu o impacto, a força daquela ofensa a atingiu fisicamente.

— Saia agora! — ela ordenou, sua voz tremendo, carregada de indignação.

Ele ignorou. Avançou, reduzindo a distância entre os dois, até que estava perto o suficiente para que ela sentisse o cheiro de tabaco em suas roupas. Com um sorriso cruel, ele inclinou a cabeça e falou com frieza calculada:

— Você realmente acredita que Vittorio a vê como algo mais? Que significa algo para ele? Abra a mala. Quinhentos mil dólares. Esse é o valor que meu Don pagou por sua companhia.

As palavras perfuraram Serena como facas. A ideia de ser descartada como um objeto, de que todo o amor e paixão que sentira não passavam de uma transação, era insuportável.

— Você está mentindo! — gritou, sua voz embargada, mas com uma fúria que lutava para dominar o medo.

— Quer mesmo acreditar nisso? — Ele riu novamente, o som recheado de desprezo. — Vittorio se cansou de você. Não passa de mais uma distração e como já era de se esperar, descartável.

Serena cambaleou, como se cada palavra sugasse sua força. Lágrimas começaram a escorrer, mas ela se recusava a cair diante daquele homem.

— Pegue o dinheiro e vá embora. — Ele se inclinou sussurrando em seu ouvido com a voz grave e ameaçadora. — Fique e estará assinando sua sentença de morte. Vittorio não é o homem que você pensa.

Em um movimento brusco, ele abriu a porta e a empurrou para fora, junto com a mala e algumas roupas. Serena tropeçou e caiu no corredor frio. Antes que pudesse se recompor, a porta bateu atrás dela com um estrondo, selando sua expulsão de um mundo que até aquele momento, acreditava pertencer.

Enquanto recolhia seus pertences espalhados pelo chão, sua mente girava em um turbilhão de memórias e dúvidas… "Amore mio" …as palavras que Vittorio sussurrava com tanta doçura, agora pareciam vazias, ilusórias.

A mala pesava em suas mãos, mas não tanto quanto a angústia que esmagava seu coração. Serena deu os primeiros passos para longe dali, com uma pergunta martelando em sua mente, recusando-se a ser silenciada.

 “E se tudo isso fosse verdade?”

Enquanto a noite envolvia sua figura em sombras, ela sabia que a verdade cruel e implacável ainda estava por vir e quando chegasse, poderia mudar tudo.

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