CAPÍTULO VI

Serena Smith

— Serena. Parabéns! — James entra com um sorriso nos lábios, não sei porque isso me deixa intrigada. Eu conheço bem aquele olhar, é o mesmo que Violet faz quando faz alguma merda e quer ajuda. 

— Diga de uma vez o que quer!  — Levanto da cadeira amarrando o laço do meu robe e o encaro. 

James é um rapaz jovem, acho que deve ter a minha idade, chego a pensar por qual motivo ele trabalha neste lugar, mas chego à conclusão que isso não é da minha conta, se está aqui é porque precisa.

Ele se aproxima sentando na minha frente e com os olhos suplicantes diz:

— Eu não pediria isso se não fosse urgente. O senhor Giuseppe está resolvendo um assunto e temos um cliente muito importante que deixou claro que deseja um show particular seu, uma dança na sala Vip. 

Encaro James intensamente. O Giuseppe deixou claro que eu não realizava esse tipo de dança. Umedeço os lábios ouvindo a súplica atentamente, sei exatamente o que acontece na sala Vip e numa dança privada. Cruzo os braços contra o corpo e digo:

— Sinto muito James, eu não vou!

— Serena! Eu suplico. — Implora, segurando meu pulso.

— Eu não faço programa, James. O contrato é claro, apenas uma dança em troca de sua segurança. Você sabe disso.

— Eu jamais pediria se não fosse sério, ele não forçará nada.

— Argh! Claro que não…— Respondo mostrando desacreditar naquelas palavras

— Por favor! — James insiste.

Encaro o homem nos olhos e percebo aflição. Por Deus, preciso ajudá-lo, mas irei barganhar. Com um sorriso nos lábios, pergunto:

— O que eu ganho com isso? 

James sempre me tratou bem, não tenho motivos para desconfiar dele, mesmo que eu não seja de confiar cegamente em ninguém. “Confie desconfiando”, é como meu falecido pai me ensinou. 

— O que você quer? — Sorrio maliciosa, tenho que ser esperta. Não demoro a refletir, já sei exatamente o que pedir.

— Uma dança extra, no domingo. — Peço sem hesitação, nos finais de semana, principalmente aos domingos, a boate fica lotada, são os dias de maior fluxo dos clientes. 

Uma dança no começo e outra no final da noite, vai me fazer ganhar um bom dinheiro. Dançar nesses dias, compensa bem mais do que durante a semana, tanto que apenas as dançarinas mais antigas conseguem entrar na escala do final de semana. James hesita. 

— Negócio fechado? —Pergunto sem dar outra opção.

O homem geme descontente, acabei rindo do seu estado.

— Negócio fechado, pequena ruiva. — Ele me provoca, sabe que odeio quando me subestimam. Ele adentra o camarim indo até uma porta de fantasias mais solicitadas, retornando com uma peça cor de rosa, franzo o cenho bem desgostosa, detesto essa cor. — Vai usar esse look aqui. 

Coloca sob meu peito, choramingo inconformada e digo:

— É sério isso? — Pergunto incrédula. 

— Sala 01, não demore. 

Suspiro fundo, troco a roupa e sigo até a sala. Sei que a sala 01 é destinada a clientes importantes e com dinheiro. Sinto um frio na barriga com medo do que vem por ai, mas preciso pensar na grana que vou conseguir no show de domingo. 

Conforme me aproximo do quarto, o nervosismo vai aumentando. Nunca dancei para homem algum antes, não numa dança privada. Sinto o ar ficar denso, está difícil de respirar, paro uns segundos e tento controlar minha ansiedade.

— Força Serena, é apenas uma dança!

Com o coração disparado, deslizo a mão pela maçaneta, abrindo a porta devagar. Um arrepio percorre meu corpo ao me deparar com o mesmo loiro que me observava no salão. Ele parecia  concentrado, impaciente, arrisco até em dizer um pouco tenso, mas relaxou ao me ver. 

Um sorriso malicioso se forma em seus lábios e sinto meu rosto queimar quando percebo o quanto ele aprecia a roupa que visto. M*****a hora em que concordei com isso.

— Olá. Meu nome é Vittorio.. — ele diz, quase atropelando as palavras, o que me faz sorrir por dentro.

— Muito prazer, Fênix. — Respondo tentando manter a compostura, embora um turbilhão de sensações me invada. As meninas disseram que homens como ele, não se importam com nomes. Não sei o que acontece, mas por algum motivo, meu coração b**e mais rápido, minhas mãos tremem enquanto tento me concentrar apenas na minha apresentação.

O que posso fazer por você hoje, Vittorio?

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