Uma chuva fina caia naquela noite, Helena é capaz de escutar o tic-tac do relógio da sala, já perdeu a conta de quantas vezes olhou pela janela com a esperança de ver um farol se aproximando, ou mesmo um carro estacionando. Mais nenhum sinal do marido, não era a primeira vez que isso acontecia, mas ela não conseguia se acostumar com essas demoras, provavelmente chegaria com um cheiro de perfume diferente, mas ela não perdia mais tempo questionando, já que ele nunca respondia.
'Três anos casada com quem não me ama' ela pensa enxugando uma lágrima que teima em descer por seu rosto, a verdade é que se sentia cansada de insistir nesse casamento sem perspectiva. Será que valia a pena sacrificar o seu amor próprio por um homem que só a via como um objeto sexual, talvez tenha aceitado por muito tempo essa situação, fazendo com que ele se acomodase com a facilidade que tinha em tê-la sempre disponível para ele.Helena conheceu Felipe quando fez estágio em sua empresa de publicidade e marketing. Suspirava sempre que esbarrava com ele durante o horário de trabalho, mas nunca foi notada por ele, era como se ela fosse invisível para ele. Na época ele era casado com Karen, uma mulher exuberante, loira e linda. Karen sempre estava na empresa, bem vestida e com uma maquiagem perfeita e impecável, não tinha quem, não a achasse linda. Por vezes Helena a invejou pela beleza, elegância ao se vestir e até no andar. Karen era aquela mulher que atraia os olhares de todos os homens, já ela era sem graça e esquisita, como alguns amigos mais sinceros diziam, sempre a aconselhando a se vestir melhor.Mas o que mais causava a inveja de Helena, era Karen ser casada com Felipe, aquele Deus grego. Helena achava Felipe lindo e perfeito, moreno alto de cabelos negros e olhos de um intenso azul. Felipe e Karen, pela beleza, era um casal perfeito, mas pela demonstrações de carinho entre entres, podia-se dizer que eram um casal frio e sem amor. Nunca fizeram nenhuma demonstração de um casal feliz e apaixonado.Helena, na época que começou o estágio, estava com 19 anos, usava os cabelos curtos e usava óculos com uma armação grande demais para o seu rosto pequeno. Sempre pensaram que ela fosse uma jovem feia e desengonçada, e ela não fazia questão de mudar essa opinião. Os óculos impediam que as pessoas vissem os seus olhos cor de mel, seus cabelos curtos não eram penteados de acordo com o corte e as suas roupas, na época, também não a valorizava, já que as suas calças eram largas, como se fosse um número maior e o blaser gigante, ganhados de sua tia acima do peso. As roupas que usava escondiam as belas curvas do seu corpo.Felipe tinha uma agência de publicidade e marketing, e a sua esposa Karen era a modelo principal da agência, com a beleza que tinha não podia ser diferente, Helena sempre pensava, quando a via nos anúncios e comerciais. Mas tanta beleza nao impediu que Felipe se divorciasse dela, Helena ainda podia se lembrar do dia em que Felipe a expulsou da agência, a arrastando pelo braço até o elevador. Nesse dia, nem em seus sonhos, Helena acreditou que ele se voltaria para ela e que em menos de um ano estariam casados.Estava perdida em seus pensamentos quando escuta a porta se abrir, ela corre para receber o marido que apenas a olha e passa por ela sem lhe dirigir uma única palavra. Ela o segue até o quarto, ele entra no banheiro e nem se dá o trabalho de fechar a porta, tira a roupa e entra no chuveiro, é como se ela não estivesse ali, até quando lutaria por um casamento, aparentemente, sem futuro.— Você vai querer alguma coisa? —Ela pergunta, mesmo sabendo a resposta, o silêncio —Não me canso de ouvir a sua voz — Ela debocha, e assim consegue que ele a olhe.— Eu não sei porquê você fica me esperando acordada.— Talvez por eu ser uma idiota? — Ela dá um sorriso triste. — ou por eu ser a sua esposa.— Helena, espero que você não tenha me esperado para discutir.— Discutir? Nem isso a gente faz — Responde juntando a roupa dele para colocar no cesto.Felipe acaba o seu banho e segue para o closet apenas com uma toalha enrolada na cintura, quando sai já está vestido com a calça do pijama. Helena fica o olhando e o vê sair do quarto, a vontade que tem é ir atrás dele, mas a verdade é que já está cansada daquela frieza. Ela tira o vestido que estava vestida e veste a sua camisola.No espelho do closet ela se olha de corpo inteiro. Não se acha feia, pelo contrário. Com os seus 23 anos está com os seus cabelos negros até o meio das costas, são lisos com alguns cachos nas pontas, aposentou os óculos e agora usa lente, os seus olhos cor de mel pode ser admirados por todos que a olham nos olhos. Está vestida com uma camisola de seda preta, com detalhes em renda, era curta e deixava as suas coxas expostas. As suas coxas são bem torneadas, já que gosta de praticar exercícios físicos, os seus seios são médios, e ela sabe que Felipe gosta de tocá-los, um arrepio percorrer o seu corpo só em pensar no toque do marido em seu corpo. Sua cintura é delicada e o seu quadril é bem desenhado.Ela decide ir para cama tentar dormir, mas quando Felipe se junta a ela, demonstra não ser essa a intenção dele. Ele a puxa para si e acaricia a sua cintura por cima do tecido da camisola, eles se olham e nada é dito, mas logo as suas bocas se unem e eles se perdem no fogo que incendeia aquele momento. A camisola não demora a ir para o chão e Helena não demora a sentir o seu seio ser sugado, com uma língua brincando em seu mamilo.— Delicia... — Sussurra quando Felipe modista com carinho o bico intumescido.— Você me quer? Diz que me quer, eu gosto de ouvir.— Sim amor, eu quero você.— Repete! — Felipe ordena, se posicionando entre as pernas dela a olhando nos olhos — Repete que você me quer.— Eu quero você, te quero dentro de mim... Óhhhh — Antes que ela termine a frase já o tem dentro dela.Ele sabe como satisfazê-la. Na cama eles se entendem perfeitamente, talvez tenha sido esse o único motivo dele a pedir em casamento ao final de uma semana inteira de sexo. Dois meses depois ela já estava na casa dele, dividindo a mesma cama onde transavam todos os dias. E assim se passaram três anos, onde só se entendiam no quarto.— Você é muito gostosa, você é perfeita. — Felipe sussurra ao seu ouvido ao tê-la de costa para ele, rebolando e gemendo alto, o deixando louco.Quando a satisfação chega para os dois, Felipe segue para o banheiro e Helena fica buscando forças nas pernas para tomar um banho. Ela queria que ele a levasse no colo e a banhasse, como lia nos romances que costumava ler, mas isso só foi feito uma ou duas vezes, na semana em que estiveram juntos na viagem pela agência.Quando Felipe volta para a cama, Helena se levanta para tomar o seu banho, já que o sono está quase a vencendo. Voltando, se deita para dormir, Felipe parece está dormindo, mas ao se deitar é puxada por ele, que cola o seu corpo ao dela, e assim eles domem como em todas as noites, abraçados.Alguns anos antes.Felipe estava procurando uma modelo para a sua agência, que crescia cada dia mais com novos clientes e bons contratos, com 27 anos era considerado um homem de sucesso. Sempre a frente das necessidades da empresa, resolveu ele mesmo escolher a modelo que seria a imagem de sua empresa. Teria que ser linda, elegante e inteligente. Karen foi uma das candidatas, e ao vê-la, Felipe teve a certeza que beleza e elegância ela tinha, só precisava entrevistá-la para saber se preenchia o terceiro requisito, inteligência. Não ficou surpreso quando soube que ela era formada em jornalismo, pois respondeu a todas as perguntas com clareza e simpatia. Karen era a modelo que ele procurava, mas o envolvimento deles logo mudou do profissional para o pessoal, em poucos meses eles já estavam namorando e não muito tempo depois estavam fazendo juras de amor no altar. Mas o que eles descobriram depois de se casarem é que se entendiam mais quando eram apenas namorados. No primeiro mês já esta
Na manhã seguinte lá estava Helena na empresa, vestida em uma calça social preta, a mais justa que encontrou, enquanto o blaser não teve jeito, o lugar era um gelo por causa do ar condicionado e morreria congelada se não vestisse um daqueles blaser gigante. Por baixo optou por uma blusa verde de seda de alça, e resolveu passar um batom clarinho, só para não dizer que estava sem maquiagem. — Bom Dia, senhor Felipe. — Helena o cumprimenta com um sorriso quando ele chega, mas ele a olha e apenas acena com a cabeça e ela percebe que de nada adiantou perder tempo procurando uma roupa mais adequada. Felipe segue para o seu escritório, sem querer acreditar que ela iria trabalhar de secretária com aquelas roupas horríveis. Ele decide chamá-la em sua sala. — Pois não. — Helena entra com o seu tablet para passar a agenda do dia. — Você só tem essas roupas? — Felipe vai direto ao assunto pois não é de fazer rodeios. — Na verdade não, mas não ganho o suficiente como estagiária para ficar usan
No dia da viagem Helena optou por um jeans justo e uma t-shirt colorida, nos pés tênis para o seu maior conforto. O que ela não sabia era que Daniela não iria nessa viagem, apenas Felipe, mas tudo o que Felipe queria era um protesto para ficar a sós com aquela que era bonita e gostava de se mostrar feia. Eles se encontraram no aeroporto, Felipe tambem estava de Jeans e uma camisa branca, assim como as outras que ele costumava vestir, justa, revelando os braços fortes.Quando chegam em Florianópolis seguem direto para o hotel, não tinham nada agendado para aquele dia, Felipe iria aproveitar o dia de folga para conhecer um pouco mais daquela jovem que estava o deixando cheio de tesão, queria se aproximar dela, mesmo sabendo ser um risco se envolver com uma estagiária. Ele tinha reservado uma suíte com dois quartos, não iria perder a oportunidade de ficar sozinho com ela em uma apartamento, não iria forçar a barra, mas se rolasse algo entre eles, seria tudo de bom, só esperava não se d
Em menos de meia hora já estavam entrando no quarto, e sem perder tempo vão tirando a roupa um do outro. Felipe volta a brincar com aqueles seios pelos quais se apaixonou desde que os viu, eles eram lindos e deliciosos. Dessa vez Helena geme um pouco mais alto o fazendo ri do apetite que ela demonstrava ter. Logo os seus lábios abandonam os seios para aos poucos ir descendo até chegar entre as suas coxas, e depois de colocar as pernas dela sobre os seus ombros a devora com a boca e língua a fazendo gritar o seu nome ao se derramar em sua boca. — Onde você estava escondida garota?— Eu não me escondia, eu te olhava todos os dias a espera de uma oportunidade.— Você me queria tanto assim? — Pergunta entre os beijos pelo seu corpo, mas ao invés de respostas, ele só ouve gemidos — Responde!— Sim, eu queria muito, eu sonhava com esse dia... Ohhhh — Ele volta a saborear a sua intimidade. — Você gosta disso? — Muito Óhhhh — Outra sugada — Eu quero sentir o seu gosto também. — Vem por ci
Pela manhã Helena não sabe dizer se Felipe estava falando sério ou apenas brincando, mas era tudo o que mais queria, dormir e acordar com ele ao seu lado.Antes de se levantarem eles fazem amor novamente, nao tão demorado, pois precisavam pegar o voo pela manhã. Depois do banho, Felipe a abraça e volta ao assunto do casamento.— Vamos preparar um acordo pré nupcial, nele estará tudo o que podemos e o que não podemos fazer. — Ele a puxa pela nuca e a beija — Quero me casar logo, apenas no cartório, sem festa ou outra coisa, eu você e as testemunhas.— Eu tenho os meus pais. — Tudo bem, e seus pais.— Como será esse acordo pré nupcial.— Eu não quero questionamentos sobre os meus hábitos e horários, também não farei dos seus. Sem traições, seremos fiéis, quando não der mais, pedimos o divórcio, não teremos filhos pelo menos nos primeiros três anos, se ainda estivermos casados. Se eu pedir o divorcio terei que te dá alguns benefícios, se for o contrário apenas precisa ir. Assim ele seg
Felipe sai de sua sala e se aproxima de onde Helena estava, ela falava gesticulando, demonstrando irritação e insatisfação por ter que trabalhar ali. — Daniela, providencie no RH a contratação de Helena, peça para adiantar um mês de salário para que ela possa comprar algumas roupas para o trabalho, já que essas que ela usa parecem mais a de um espantalho. — Helena o olha e o fuzila, quem ele pensa que é? — Não há necessidade de adiantamento. Tenho roupas que posso vir trabalhar, mas não vou rejeitar a oferta de trabalho, ser reconhecida é sempre bom. — Como quiser. Você já está indo? — Felipe pergunta e Daniela fica olhando para um e outro, sentindo a tensão no ar — Posso te dar uma carona. — Não há necessidade, além do mais moro em uma direção diferente da do senhor.— Não me custa nada... — Tenho compromisso — Helena o interrompe. 'Com quem?' Felipe sente vontado de perguntar, mas não faria isso. — Divirta-se então. — Ele a olha nos olhos e sai sem nem ao menos um até logo. —
Helena estava muito atrasada e decide ir de taxi para o trabalho, não sabe ainda qual será o seu salário, mas com certeza seria muito melhor do que a ajuda de custo que ganhava como estagiária, além de ter direito aos benefícios que a empresa oferecia. — Bom Dia Daniela, me desculpe pelo atraso, mas precisei resolver um assunto antes de vir.— Bom Dia Helena! Felipe pediu para que levasse o café dele assim que chegasse — Daniela sorri — Provavelmente, também está querendo um beijo de bom dia. — Deixe de ser boba. — Helena fala rindo, guardando as suas coisas para poder ir na copa preparar o café dele. — Agora eu descobri porque ele te notou. Você fica muito diferente sem aquelas roupas que escondem a sua beleza.— Não exagere...— Helena você é muito bonita, mas convenhamos, aquelas roupas não ajudava nadinha. — O telefone na mesa de Daniela toca — O chefe — Fala rindo — Pronto!— Se Helena já chegou mande ela trazer o meu café e deixar de conversa. — Sim senhor. — Daniela ri ao d
Helena bate na porta, mas não obtém resposta, bate mais uma vez e entra, mesmo sem ouvir a palavrinha mágica "entre". Encontra Felipe sentado no sofá com a tal Bruna sentada ao seu lado, estão de mãos dadas e Helena sente vontade de esganar os dois.— Com licença senhor Felipe, vim buscar os documentos que lhe foram entregues mais cedo. — Estão em cima da minha mesa, é só os pegar. — Responde sem olhar para ela, mas Helena ao invés de pegar os documentos e sair, fica olhando pasta por pasta sem ler uma única palavra. — Algum problema? — Felipe pergunta a olhando sério.'Queria apenas chamar a sua atenção, seu idiota' Helena pensa e o olha com cara de desentendida.— Estou verificando se estão todos assinados. — Responde inocentemente.— Funcionária nova? — Bruna pergunta cruzando as pernas, revelando quase a calcinha 'vadia' Helena olha para as pernas da modelo e para a cara de Felipe que parecia está se divertindo com toda a situação. Helena ajeita o óculos e coloca o cabelo inexist