Capítulo 3

Na manhã seguinte lá estava Helena na empresa, vestida em uma calça social preta, a mais justa que encontrou, enquanto o blaser não teve jeito, o lugar era um gelo por causa do ar condicionado e morreria congelada se não vestisse um daqueles blaser gigante. Por baixo optou por uma blusa verde de seda de alça, e resolveu passar um batom clarinho, só para não dizer que estava sem maquiagem.

— Bom Dia, senhor Felipe. — Helena o cumprimenta com um sorriso quando ele chega, mas ele a olha e apenas acena com a cabeça e ela percebe que de nada adiantou perder tempo procurando uma roupa mais adequada.

Felipe segue para o seu escritório, sem querer acreditar que ela iria trabalhar de secretária com aquelas roupas horríveis. Ele decide chamá-la em sua sala.

— Pois não. — Helena entra com o seu tablet para passar a agenda do dia.

— Você só tem essas roupas? — Felipe vai direto ao assunto pois não é de fazer rodeios.

— Na verdade não, mas não ganho o suficiente como estagiária para ficar usando as minhas melhores roupas para trabalhar. — Assim como ele não sabia fazer rodeios, nem ela.

— Mas enquanto estiver no lugar de Daniela terá que usar, isso é se não forem tão feias quanto essas.

— Me chamou aqui para me ofender? É isso mesmo? — Helena pergunta sentindo o rosto esquentar de vergonha e raiva.

— Não é ofensa é...

— Falta de educação — Ela o olha como se os seus olhos fossem capaz de o fuzilar. — Essa é a verdade. Mas não se preocupe, amanhã irei vir arrumada como se eu fosse para um casamento, não para os casamentos que deve está acostumado a ir, com vestidos longos e cheios de pedrarias...

— Você sabe com quem está falando? — Ele a interrompe, pois sabe que a explanação irá demorar.

Helena se aproxima da mesa colocando as duas mãos sobre ela, aproxima o seu rosto o quanto pode do dele, já que a mesa era larga, mas a ação faz com que o decote da blusa que está vestindo revele os seios sem sutiã, fazendo Felipe engolir em seco ao vê-los na altura de seus olhos, antes dela abaixar o tronco e o encarar, Helena não conseguiu ver o olhar dele, pois no momento queria apenas dar uma resposta a altura para ele.

— Estou falando com um chefe metido a besta, que ao invés de ver o trabalho da pessoa, se preocupa com o que ela está vestindo. — Ela sai batendo a porta, e Felipe tenta apagar a imagem de lindos seios de sua mente.

Depois de tentar se acalmar, ela volta a sala dele e sem olhar para ele passa a agenda do dia, reuniões e almoço com clientes. Sai antes mesmo que ele a mande sair. 'Bonito e ogro' ela pensa ainda com raiva por ele ter falado de uma forma tão humilhante de de suas roupas. Sabia que não eram bonitas, mas ele não precisava ter falado daquele jeito. As roupas que ela usava no trabalha eram da tia dela, que trabalhava como promotora de justiça e sempre estava trocando o guarda roupa, mas o peso delas eram bem diferentes, esse era o motivo das roupas ficarem largas, mesmo ela mandando ajustar as calças não ficavam cem por cento.

Ele agradeceu o silêncio dela, pois o que ela gostava de fazer era falar, na hora de ir embora ele sai sem nem ao menos dizer até logo e ela dá língua para ele, esquecendo de um espelho que tinha ao lado do elevador, onde ele pode ver ela lhe fazendo careta mas ao invés dele falar alguma coisa ele apenas balança a cabeça a achando infantil.

Na manhã seguinte, lá estava Helena vestida com um vestido vinho um pouco acima do joelho, era justo e tinha um lascado na frente, era de alças largas, não tinha um casaco que combinasse e o ar condicionado da empresa a congelaria. O vestido havia sido comprado para o casamento de um primo, e ela pouco usava, mas não queria ser humilhada novamente. Até a sua mãe estranhou quando ela saiu de casa, maquiada e com um scarpan preto. Só não pode tirar o óculos, afinal precisava trabalhar e para isso precisava enxergar.

— Bom Dia senhor Felipe — O cumprimenta sem esboçar nenhum sorriso, afinal ela ainda estava chateada com ele. Ele a olha de cima em baixo e foi difícil acreditar que era a mesma pessoa do dia anterior.

— Bom Dia... seu nome é...

— Helena, não se preocupe, até Daniela voltar talvez o senhor grave — Ela dá um sorriso fingido — Ou não já que não interessa saber o meu nome. — Resmunga.

— Como Disse?

— Nada de interessante — agora ela sorri de verdade, da cara dele que continua parado em frente a sua mesa — Deseja alguma coisa?

— Um café. — Ele segue para a sala dele e assim que ele fecha a porta, Helena veste o seu blaser gigante, já estava quase congelada.

Helena vai buscar o café para levar para o chefe, e quando voltá tira o blaser antes de entrar no escritório dele, o frio faz os seus seios apontarem como farois, e é assim que ela entra na sala, atraindo o olhar de Felipe que não havia esquecido deles. 'Ela está me provocando, só pode ser'.

Felipe a manda sentar para que possa lhe dizer a agenda do dia, ao sentar ela cruza as pernas, revelando lindas coxas, e ele não perde nenhum detalhe. 'Onde aquela coisa estava escondida?' Ele pensa, a garota era bonita pra caramba e vivia escondida por baixo de roupas horrorosas.

Quando Helena sai da sala, Felipe sente vontade de chamá-la de volta, a colocar sentada em sua mesa e transar com ela ali mesmo, dane-se os outros. Assim ele faz, a chama em sua sala, quando ela entra ele sabe que não pode simplismente dizer que queria transar com ela, o mínimo que aconteceria era ser processado por assédio.

— Temos uma viagem semana que vem, Daniela não estando, você vai comigo.

— É sério? Vou viajar com você — Pergunta com um sorriso de orelha a orelha — Quer dizer, pela empresa?

— Sim, espero que não haja nenhum impecilo, como marido ou namorado.

— Adoro viajar, conhecer novos lugares, nem acredito...

— Não é passeio é trabalho — Felipe a interrompe.

— Não importa, vou adorar — Ela dá de ombros — Para onde iremos?

— Florianópolis, ficaremos lá por uma semana.

— Só nós dois? — Pergunta animada, estaria ela sonhando.

— Sim, algum problema? — Ele a olha com os olhos semiserrados, o que ela estaria pensando.

— Claro que não, vai ser o máximo — Ela sorri para ele — Nem acredito que vou viajar com você, quer dizer com o senhor.

— Não se empolgue muito, será só trabalho.

— Sei que sobrará um tempinho para conhecer o lugar — Ela pisca para ele e sai da sala o fazendo ri com a empolgação dela.

O restante do dia, Helena até se esqueceu que havia ficado chateada com ele no dia anterior, e ele nem reclamou nenhuma das vezes que ela foi a sala dele, até parou algumas vezes para ouvir as coisas que ela dizia. O que ela não sabia era que ele não estava prestando atenção nas palavras, mas sim em quem as dizia. Ele a achou bonita, só precisava mudar aquela armação do óculos, não valorizava o seu rosto, mas no geral ela era muito bonita. Toda vez que ela cruzava e descruzava as pernas ele engolia em seco, pois mostrava quase a calcinha, mas parecia que ela não se atentava a isso, assim como os seios apontando para ele.

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