Dois dias se passaram desde que deixei Diogo oficialmente livre para sair da minha vida, na esperança falha de que ele escolhesse ficar, meus pais viajaram no mesmo dia em que tomei a decisão, levamos eles para o local onde iriam embarcar no navio e os dois começaram a sua viagem de comemoração dos vinte anos de casamento, deixando, Tio Léo eu e meus irmãos, tomando conta do morro.
Kauan estava na cozinha quando desci as escadas e sentei no sofá.— Sophia, a festa da máfia é hoje! – Kauan fala da cozinha e eu levanto.— Hoje? – Pergunto.— Sim, Zé avisou hoje! – Kauan fala.— Irmãos, já estou saindo pra ir pro aeroporto! – Ele fala com um sorriso enorme no rosto. — Chegou o dia? – Pergunto e ele sorri afirmando com a cabeça. — Meu primeiro voo como piloto, pirralha! – Ele fala e eu abraço ele o enchendo de beijo na bochecha em seguida.— Você vai arrasar, vou comprar uma roupa para você ir para ir para a cerimônia da máfia ! – Falo e ele gargalha. — Terno preto! – ele afirma e eu reviro os olhos. — Tudo bem, não vou discutir seu gosto para roupa preta. – Falo e ele sorri e beija minha testa. — Preciso ir, se cuida e não deixe o Bryan sozinho na boca por muito tempo. – Ele fala e eu gargalho.Andei até a boca, Bryan estava no escritório e pela cara de Tucano e F*, as coisas ali haviam ficado feias não fazia muito tempo.
— Pela sua cara, alguém já morreu ou está quase! – Falo entrando no escritório.— Essas vadia vem aqui querendo tumultuar. – Bryan fala bufando. — Imagino bem quem seja a vadia! – Falo me referindo a Vanessa. — Acha que o irmão dela pode vir cantar de galo aqui! – Bryan fala e eu respiro fundo, indo para as suas costas e começando a massagear a mesma. — Da próxima vez eu super apoio você descarregar a arma na cabeça dele! – Falo e ele solta uma risada descontraída. — Thomas avisou sobre a reunião? – Ele pergunta. — Avisou, vim falar com você sobre isso, eu, você e Kauan vamos as compras hoje! – Falo e ele começa a rir.— Duvido Kauan querer ir. – Bryan fala e eu continuo massageando suas costas. — O que eu não vou querer fazer? – Kauan entra no escritório perguntando.— Fazer compras! – Falo e ele revira os olhos. — Não quero mesmo! – Kauan fala e eu gargalho.— Mas você vai! – Rafaela fala entrando no escritório junto com a tia Annie e Tio Léo. — Vai a família toda? – Pergunto parando de massagear as costas do Bryan. — Trabalhar ninguém quer! – Tucano fala entrando no escritório também. — Te pagamos pra quê? – Kauan pergunta e Tucano finge ficar ofendido.— Sou uma piada pra você? – Tucano pergunta e eu gargalho. — Drama! – Falo e Tucano gargalha.— Zé já me mandou o endereço e a hora, fica longe daqui então se quiserem roupas novas, tirem as bundas da cadeira. – Tio Léo fala e eu puxo meus irmãos.— Tucano e F* ficam no comando hoje, o pessoal do plantão já está avisado! – Falo e eles concordam sem hesitar, fomos andando até o carro do Kauan que ficou estacionado em frente a boca.— Bryan dirige! – Kauan fala jogando a chave para o Bryan que a pega e entra no carro, ocupando o banco do motorista. Rafaela e eu fomos para o banco de trás, Kauan foi no do passageiro e meus tios foram de moto. No caminho, comentamos sobre as fotos que minha mãe e meu pai haviam nos mandado do cruzeiro, mais do que nunca, eles mereciam essa viagem e estão curtindo muito ela, ao todo, ela dura dois meses. Assim que chegamos no shopping que fica bem próximo à beira da praia, Bryan estacionou o carro e todos descemos e esperamos meus tios.— Não acredito que estou fazendo compras para ir pra um evento desse tipo! – Rafaela fala e eu gargalho.— Acredite, queria não estar fazendo esse tipo de compra! – Falo e ela gargalha. Rafaela é a única que sabe sobre a minha conversa com Diogo, ela preferiu não opinar muito sobre a minha decisão, mas disse que tinha sido a coisa certa a se fazer, mesmo que não tivéssemos um relacionamento. — Vamos escolher uma roupa para vocês primeiro. – Falo me referindo aos meus irmãos e tio. — Por que temos que ser as primeiras vítimas? – Kauan pergunta e eu gargalho. — Preciso escolher o terno do Thomas! – Falo e meus irmãos paralisam. — TERNO? – Perguntam gritando no meio do shopping.— Por favor, vocês não acharam que iriam de calção para um evento desses né? – Rafaela pergunta revirando os olhos. — Deus, me leva! – Tio Léo fala fazendo a tia Annie rir da cara do mesmo.Entramos na melhor loja que vendi ternos, meus irmãos foram atendidos rapidamente por vendedoras que se jogavam para cima deles o tempo todo, a mesma coisa quase aconteceu com meu tio, não aconteceu por que tia Annie quase matou a vendedora com o olhar antes que ela abrisse a boca. Rafa e eu somos escolher o bendito terno preto do Thomas, que a essa hora estaria em seu primeiro voo como piloto.
Confesso que demorei para gostar de algum modelo, mas assim que olhei para um deles, amei a ideia de ver meu irmão vestindo ele, comprei o mesmo, pois sabia o número que Thomas usa de tanto comprar ternos junto com ele para seu trabalho. — Sophia me ajuda aqui, ela é burra! – Kauan fala e vejo a atendente ficando vermelha de raiva— Deixa eu ver. – Falo olhando para o terno que ele segura nas mãos Meus irmãos tem amor por vestir preto, Kauan segura um terno em suas mãos e me olha com cara de dúvida sobre provar ou não. — Vai provar enquanto eu pego outros modelos. – Falo e ele vai para o provador, contra a sua vontade, óbvio. — Sophia! – Bryan me chama saindo do provador. — Caramba, você está maravilhoso! – Falo olhando para ele que veste um terno também da cor preta. — Me sinto um agente secreto! – Bryan fala girando seu corpo e eu gargalho.— Até parece que presta! – Tia Annie fala e tira uma foto do mesmo. — Quero direito de imagem depois! – Bryan fala e eu nego com a cabeça vendo os dois rirem. — Eu me sinto tão velho vestindo isso! – Tio Léo fala saindo do provador com seu terno azul marinho.— O velho mais gato desse Rio de Janeiro, pai! – Rafaela fala e eu pego alguns ternos para, Kauan enquanto eles debatem sobre meu tio estar ou não parecendo mais velho de terno Coloco todos os ternos do lado de fora do provador para que Kauan possa pegar eles, todos pretos, sei que ele não aceitaria vestir outra cor, para minha sorte ou azar, ternos pretos ficam muito elegantes em quase todo tipo de pessoa. — Gostei desse! – Kauan fala saindo do provador, surpreendentemente, o terno que ele veste ficou perfeito em seu corpo, deixando– o ainda mais bonito. — Está perfeito! – Falo e ele sorri, satisfeito. Kauan foi até o caixa, para pagar o terno, assim, saímos da loja de ternos e fomos para uma das lojas de vestidos, onde a tia Annie acabou escolhendo o seu, um vestido salmão com detalhes na parte de cima e saia rodada, nada muito extravagante mas, extremamente bonito. Rafaela e eu entramos em mais três lojas, até que ela finalmente escolheu um vestido bordô com fenda na perna, e eu optei por comprar um vestido preto também com fenda na parte da perna e detalhes, mas pequenas mangas que ele tem, e só então, voltamos para casa. Tio Zé disse que a reunião, começaria exatamente as 22:00 horas da noite e que deveríamos chegar no horário, pois atrasos são feios. Aproveitei o tempo que restou para ligar para meus pais e saber como estava a viagem, eles me deram detalhes de tudo e pediram como estavam as coisas no morro também, passei um relatório completo de tudo para o meu pai, que logo precisou desligar pois eles teriam atividades no cruzeiro. Fiz o jantar e logo em seguida, Thomas chegou para jantar com a gente.— Essa casa fica estranha sem a mãe gritando. – Thomas fala e eu pulo em seu pescoço. — Como foi? – Pergunto e ele sorri. — Maravilhoso Sophi, acho que nunca amei fazer algo como amei pilotar! – Thomas fala e eu sorrio de felicidade.— Parabéns irmão, dá pra ver na sua cara que está feliz! – Kauan fala e os dois se abraçam.— Quando comprarmos o nosso jatinho, já temos quem dirigir, Parabéns irmão! – Bryan fala e Thomas ri— Obrigada, sei que me amam, vamos comer? Avião da fome! – Thomas fala e eu gargalho Jantamos enquanto Thomas passava por um interrogatório de como era ser piloto e não morrer de ataque por estar no ar. Depois do jantar, Thomas provou seu terno e o aprovou e só então fui para o meu quarto me arrumar, tomei banho, lavei meus cabelos e sequei os mesmos, coloquei meu vestido e fiz maquiagem leve, apenas para não sair sem, prendi meus cabelos e deixei algumas mexas soltas no meu rosto, coloquei um salto preto também e dei um jeito para colocar a minha arma presa em um lugar que ela não caísse e que ficasse fora do alcance dos olhos das pessoas. — Sophia, está pronta? – Rafa pergunta batendo na porta. — Entra, estou. – Falo e ela entra no quarto. — Você está maravilhosa! – Falamos em coro, uma olhando para a outra e começamos a rir. — Hienas, vamos logo! – Tia Annie fala do corredor e eu e Rafa saímos do quarto. Estavam todos reunidos na sala, assim que saímos, Kauan foi dirigindo o carro onde, eu, ele Thomas e Bryan fomos. Rafaela dirigiu o segundo com ela, tio Léo e tia Annie. Saímos uma hora mais cedo, pois o local ficava a exatos quarenta minutos do morro. Quando chegamos, eu ainda viajava em meio aos meus pensamentos, meu passado, que deixei morrer a cinco anos, estaria diante da porta da mansão onde estava acontecendo a reunião, todas as coisas e sentimentos que neguei sentir, estariam me esperando do outro lado da porta e a insegurança de não saber como lidar com esse encontro repentino com o passado, me causava um arrepio estranho na espinha.— Você está preparada pra isso? – Kauan pergunta vendo que estou olhando fixamente para a janela. — Que opções eu tenho? – Pergunto sem desviar o olhar da janela. — Podemos te levar pra casa e falar que se sentiu mal. – Thomas fala e eu forço o sorriso.— Posso ficar com você em casa! – Bryan fala mexendo nas mechas soltas do meu cabelo. — Eu posso fazer isso, tenho que encarar isso uma hora ou outra! – Falo e sinto minha mão tremer mas me mantenho firme. — Só estamos falando que não precisa ser hoje! – Kauan fala e eu respiro fundo. — Vai ser hoje! – Falo com toda a confiança que eu poderia fingir que tenho, nesse momento.— Tudo bem, vamos lá! – Thomas fala e abre a porta do carro. O vento gelado da noite bateu contra minha pele descoberta pelo vestido, me fazendo sentir medo de dar os passos seguintes em direção a porta, Kauan entregou a chave para ao manobrista e assim como Bryan e Thomas, ficou ao meu lado Rafaela também parou ao meu lado assim como tio Léo e tia Annie, e então, um de cada vez, assombrados por seja lá qual foram nossos fantasmas particulares a respeito dessa noite, andamos em direção a porta onde aconteceria a primeira reunião da máfia.Entramos na enorme mansão, haviam seguranças espalhados em pontos estratégicos, uma recepcionista, ruiva, com o uniforme todo branco nos recebeu com um sorriso no rosto.— Que bom que vieram, nossos líderes irão adorar saber que vocês chegaram! – A mulher fala.— Pode deixar que eu levo eles querida! – Lorena, mulher do Zé, fala dispensando a mulher. — Ela me deu medo! – Rafaela fala fazendo todos segurarem o riso.— Medrosa! – Thomas fala provocando ela.— Se comportem, crianças! – Lorena fala.— Essa bateu no coração. – Bryan fala e chegamos até a mesa onde ficaríamos durante a cerimônia de abertura. Nos sentamos por ordem de idade, Tio Léo e Tia Annie, Thomas, Kauan, Rafaela, Bryan e eu, que nasci dois minutos mais tarde que Bryan. Ficamos sentadoscom eles p
Acordo antes do despertador tocar, Thomas havia saído para ir para o aeroporto, algumas horas antes, mas, antes de sair, ordenou que eu voltasse a dormir pois o dia seria longo, para a minha sorte, peguei no sononovamente em poucos minutos. Olho para o despertador ao meu lado e ele marca, exatamente, 7:45 da manhã, resolvo levantar da cama e ir para o banheiro no meu quarto, já que, dormi com Thomas na noite anterior. Ligo o chuveiro e tomo o banho com calma, depois de escolher a roupa que usaria, vesti a mesma e peguei a bolsa com as coisas para levar para aboca, antes de sair, deixei um bilhete para Kauan e Bryan, que ainda dormiam. Almocei ali mesmo, já que Bryan e Kauan haviam saído para resolver assuntos pendentes do morro. 
Quando passei pela porta do hospital, meus irmãos estavam sentados e Diogo permanecia em pé, perdido em seus pensamentos, que nesse momento, nem mesmo eu, que achei que o conhecia, poderia decifrar. Quando Diogo notou a minha presença, vi seus olhos se tornarem ainda mais tristes, por algum motivo que, eu também não sabia decifrar.— Você é Diogo Santiny? – O médico pergunta.— Sim, meu pai está bem? – Diogo pergunta e o médico respira fundo.— O estado do seu pai não é dos melhores senhor Santiny. Ele está em coma induzido, mas, temos esperança de que, ele acorde em poucos dias – O médico fala e finalmente, respiramos tranquilamente.— Posso ver ele? – Diogo pergunta.— Claro, me acompanhe! – O médico fala e Diogo o acompanha, sem nem olhar para mim.&n
Acordo e corro direto para o banheiro, vomitando mais uma vez, lavo meu rosto e encaro meu reflexo no espelho, estou mais pálida do que o comum. Escuto batidas na porta do meu quarto, revirei os olhos tentando expulsar a vontade de vomitar e andei até a cama novamente.— Entra! – Falo e Tyson entra, junto com Thomas.— Você está bem? – Tyson pergunta me olhando.— Estou! O que aconteceu? – Pergunto.— Bom, eu preciso saber se vão fazer o treinamento aqui ou se preferem ir para a Rússia. Devo reforçar que Mikhail, reforçou o convite para vocês, principalmente você Sophia. – Tyson fala e eu sorrio.— Lamento informar, mas, vou ficar bem aqui! – Falo e Tyson sorri.— Bom, agora vou roubar seus irmãos, se precisar de algo, ligue! – Tyson fala e me dá um beijo na testa, antes de sair.&nb
Acordo e ainda por impulso, coloco a mão sobre a minha barriga e sorrindo em seguida.A quatro anos, eu já havia sentido essa sensação, de ter outra vida dependendo da minha, mas tudo acabou. Expulso os pensamentos da minha cabeça e sorrio novamente, desse vez, mesmo que não existisse uma casa dos sonhos, para a vida dos sonhos, eu ainda teria meu bebê. Desço as escadas de casa, depois de tomar um banho relaxante, encontro meus irmãos, sentados no sofá jogando vídeo game e rindo de algo que só faz sentido na cabeça deles.— Oi homens da minha vida! – Falo dando um beijo na bochecha de cada um.— Oi irmã traidora que não conta que está com um sobrinho meu na barriga! – Bryan fala me jogando a almofada— Vou cortar o pau do Diogo! – Thomas fala e me puxa para o sofá.— Não pensa nisso agora, pense em como vocês vão perder para mim
Dias antes... Thiago foi embora a alguns minutos depois que, eu disse a ele que precisava de um tempo sozinha. Kauan saiu a alguns segundos para falar com os nossos pais, que até então, estavam em paz em um cruzeiro e agora, estavam comprando as passagens de volta para casa. Dias atuais... Encaro o convite em minhas mãos. Os convites chegaram por meio do Tyson, ele os trouxe pessoalmente. Neles, o convite não tão discreto, para irmos até o piquenique que Mikhail está organizando.&nbs
Duas semanas depois...Estaciono meu carro no estacionamento do aeroporto, meus pais já devem ter chegado.— Não vejo a hora de ver nossos velhotes! – Bryan fala e eu sorrio.— Chama eles assim, na frente deles, para ver se eles não te mandam para a Rússia mais cedo! – Kauan fala dando um tapa na cabeça dele.— Andem logo! – Thomas fala visivelmente mal humorado.— Thomas Harvelle! Que bicho te mordeu? – Pergunto e ele bufa.— Tenho que embarcar em um voo daqui a pouco, que vai decidir se posso ou não ir para os voos internacionais. Não dormi a noite toda! – Thomas fala e eu olhos para os meus irmãos.— Pode ir parando, você é o melhor piloto que esse aeroporto já viu, vai arrasar! – Bryan fala e Thomas finalmente, sorri. Depois de comprar um café sem açúcar para o Thomas, fomos até o portão onde meus pais iriam desembarcar, cinco minutos depois, eles
Duas semanas se passaram desde que tudo aconteceu. Conversei com meus pais sobre a decisão de ir para a Rússia, eles aprovaram a ideia e em seguida falei com Tyson, que ficou animado com a minha decisão e disse que seria bom ter alguém responsável junto com Bryan. Agora, estou parada diante da minha mala aberta, e vazia, faltando apenas trinta minutos para sairmos, olhando para a carta que Thiago me entregou.“Oi. Eu estou me sentindo um covarde enquanto escrevo isso, literalmente, não consigo olhar nos seus olhos e falar tudo o que eu quero sem chorar ou, me culpar por tudo. Eu não fazia ideia do que iria acontecer, mas, ainda assim a culpa se instalou dentro de mim, eu ignorei as ameaças, eu não estava no carro com você... Com vocês.As coisas vão ficar ruins a partir de agora, ouvir você chorando me faz querer morrer a cada segundo em