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Capítulo Trinta e Cinco: Bryan.

Obvio que tudo isso é uma armadilha, é obvio também que irei morrer horas depois que chegar até as pessoas que pegaram meu irmão. Mas apesar de obvio, eu não irei arriscar perde-lo ou perder mais alguém para que me impeçam de ir até o inimigo e dar um fim nisso, de uma vez por todas. Depois de me matar, todas as pessoas que me conheceram e tem algum poder, irão acabar com a máfia Italiana e com quem iniciou essa guerra, não para me vingar, mas para sentirem que nunca mais alguém irá precisar escolher entre viver ou deixar alguém da família morrer.             

                Agora, enquanto escrevo cartas para a minha família, me despedindo, pela primeira e última vez, sei que irei morrer da pior maneira possível, mas pelo melhor motivo possível, acabar com essa guerra que já tirou de nós muitos momentos felizes, para salvar meu irmão, que nunca irá me perdoar por ir em seu lugar, mas que faria o mesmo se fosse necessário, e que também, me escolheu para protege-lo, acima da minha própria segurança, e se preciso fosse, dando a minha própria vida, nosso juramento, em sua iniciação, hoje, será cumprido. Antes de partir de vez, fui até a mansão e deixei as cartas com um dos seguranças, pedi a ele que só as entregasse a noite, para cada uma das pessoas que precisavam ler, então, entrei na mansão e fui até o escritório do Thiago, olhei em seus olhos e respirei fundo.

— Veio me ver? – Thiago pergunta.

— Na verdade, vim te falar uma coisa. Eu amo você, nunca irei deixar de amar, não esqueça isso! – Falo e ele sorri.

— O que aconteceu? – Thiago pergunta.

— Nada. Estava passando e resolvi falar isso! – Falo tentando disfarçar.

— Eu amo você Sophia, vou dizer isso todos os dias pelo restante das nossas vidas! – Thiago fala e eu sinto uma dor invadir meu peito. Saio de lá assim que consigo, sem deixar pistas do que está prestes a acontecer.

                Como uma última e falha esperança que ainda tenho, ligo para a única pessoa que seria louca o suficiente para me ajudar e deixo um recado na sua caixa postal.

                Eu nunca questionei sobre como seria a minha morte, se seria dolorosa ou rápida, se morreria dormindo ou de uma doença que descobriria tarde demais, se morreria ao lado da pessoa com quem casaria ou se iria ser sozinha.  Agora, sei que não será uma morte fácil, mas que será rápida. Me jogaram dentro de um carro preto com um capuz na cabeça e as mãos e pés amarrados, levei alguns socos, apenas por estar ali.  Muito tempo se passou e então o carro parou.

                Me tiraram do carro e fui colocada sentada em uma cadeira, escutei passos e em seguida, vi o rosto do meu verdadeiro inimigo, que para a minha falta de surpresa, eu já sabia o nome.

                Rúbia Gush estava parada na minha frente, sorrindo, vitoriosa.

— Antes que pergunte, seu irmão já foi encontrado! – Rubia fala e eu permaneço em silêncio.

— Eu vou adorar destruir cada parte do seu corpo! – Rúbia fala e começa a me bater.

                Foram horas de tortura, socos, chutes, facadas, barras de ferro, até que eu desmaiasse e fosse acordada novamente, para outra sessão, minha boca e nariz sangravam, a dor, era insuportável, mas me mantive em silêncio, apenas soltando gemidos quando os golpes vinham, não gritei, não falei uma palavra se quer, até que ela fosse embora depois de estar cansada de me torturar.

                Horas depois, acredito que no dia seguinte, Rúbia voltou, encarou meu rosto ensanguentado e sorriu.

— Sabe Sophia, agora eu sei o que viram em você! Você sabe fingir muito bem! Se eu mesma não tivesse te batido, diria que isso tudo nem doeu. No entanto, seu corpo não é a prova de balas e eu vou adorar atirar em você. Mas antes vou te contar o porquê de ter escolhido você e não seu irmão. – Rúbia fala e eu tento me manter acordada, já que a dor que sinto me faz querer fechar os olhos e não os abrir mais.

— Meu marido nunca quis um filho, quando Diogo nasceu, ele quase me matou, mas, quando ele soube que uma das prostitutas estava gravida de uma menina, ele me largou para ficar com ela. Eu matei as duas, coloquei a culpa no pai do Thiago Miranda, seu namoradinho! E logo depois o seu pai matou o meu amor, então, vou tirar dele a sua única menininha também! – Rúbia fala e levanta minha cabeça.

— Sabe o que vou fazer depois de te matar Sophia? Eu vou m****r você em pedaços para a sua família! Mas não se preocupe, o coração eu m****rei para o Thiago! Quer falar algo antes de morrer? – Rúbia pergunta, apontando a arma para mim, fecho os olhos.

                Escuto o barulho do tiro, mas não sinto nada. Segundos depois, escutei o barulho de algo caindo no chão.

— Porque os vilões sempre fazem esse discurso patético? – Uma voz conhecida fala e eu abro os olhos.

— E aí Sophia? Sua cara estava com menos sangue da última vez!  – Jay fala sorrindo ainda com a arma na mão.

— Me tira daqui! – Falo e ela ri, me desamarrando.

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