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Capítulo Vinte e Nove: Uma Casinha Branca.

Acordo sentindo o braço do Thiago segurando minha cintura, durante a noite, ele me abraçou forte como se, fosse me perder quando dormisse.

                Tomo coragem para levantar da cama e o deixar sozinho na cama, levanto lentamente e pego minhas roupas que, a essa altura, estão espalhadas pelo chão.

— Você é mesmo uma trapaceira! –  Thiago fala me puxando novamente pra cama, gargalho com seu comentário.

— Eu preciso ir pro meu quarto. –  Falo e Thiago revira os olhos.

— Te vejo na mesa do café! –  Thiago fala me dando um beijo rápido.

                Levanto da cama, visto minha roupa e saio do quarto, agradeço pelo corredor estar vazio, entro no meu quarto, tomo um banho rápido, penteio meus cabelos e seco o mesmo, em seguida, escolho um macacão jeans escuro, calço meus chinelos e desço as escadas da mansão.

                Na mesa do café, Mikhail, Thiago, Tyson, Rafaela e meus irmãos, já estavam sentados em seus devidos lugares.

— Bom dia! –  Falo com um sorriso animado no rosto.

— Bom dia flor do dia! –  Bryan fala rindo.

— Bom dia querida! –  Mikhail fala e pisca pra mim, sento na minha cadeira, ao lado de Thomas.

— Um passarinho me contou que você não dormiu no seu quarto. –  Tyson fala com um sorriso sacana no rosto.

— Como assim? Onde você foi Sophia? –  Kauan pergunta e Rafaela gargalha.

— O Tyson está tomando café demais gente, está até falando com pássaros! –  Thiago fala mudando de assunto.

— Sophia, dormiu onde? –  Bryan sussurra pra mim.

— Acho que o Thiago pode responder essa pergunta Bryan! –  Rafaela fala e eu encaro ela.

— Ah, então Sophia e Thiago estão juntos de novo? Finalmente meu pai! –  Thomas fala fazendo todos gargalhar.

— Vocês estão juntos? –  Mikhail pergunta.

— Eu vou matar cada um de vocês! –  Falo e todos riem.

— Depois eu explico para o senhor! –  Thiago fala e Mikhail ri, negando com a cabeça.

— Acho que já entendi! Fico feliz que estejam se entendendo! –  Mikhail fala e eu apenas tomo o meu suco.

— Tenho certeza que em outra encarnação vocês brincaram de bumerangue com o bom senso! –  Falo fazendo Mikhail gargalhar.

— E como estão as coisas lá em casa meninos? –  Pergunto desviando o assunto.

— Tudo como sempre foi. –  Kauan fala.

— Tipo uma bomba pronta para explodir? –  Pergunto e ele concorda com a cabeça.

— Falando em bomba, me encontrem na sala de reuniões em vinte minutos! –  Nikolai fala da porta da cozinha e em seguida se retira.

— Nikolai parece um fantasma as vezes! –  Falo e Thiago me encara.

— Às vezes? –  Thiago fala e eu sorrio

— Vamos? –  Mikhail fala rindo da nossa conversa.

     Thiago e Tyson foram na frente, fiquei ajudando Rafaela e os outros a tirarem a mesa, já que no fim de semana, Mikhail libera os funcionários.

      Mikhail permaneceu na sala, falando no telefone com alguém, provavelmente, Kenya, pelo seu tom de voz, as coisas não andam muito calmas na Rússia também. 

       Depois de tudo pronto, fomos todos para o escritório, Nikolai nos esperou sentado em sua cadeira, nos sentamos também e, esperamos ele começar a falar.

— Bom, vocês sabem que temos um prisioneiro da Máfia rival sob nossa custódia. Diogo Santini pertence a máfia Italiana, ele foi o responsável por três atentados aos nossos, nos últimos quatro anos. Quase tirou a vida de Thomas e de Sophia! Falei com o conselho e foi decidido que dentro das próximas trinta e duas horas, Diogo Santini irá a julgamento! –  Nikolai fala e eu respiro fundo, sentindo um calafrio percorrer meu corpo, Bryan segura minha mão.

— Vou explicar como funciona os julgamentos dentro da máfia! –  Nikolai fala e volto minha atenção à ele.

— Existem três tipos de votos durante o julgamento. O voto do conselho principal, sendo ele, Mikhail, Kenya, Thiago e Tyson, porém, Kenya está cuidando de assuntos pessoais, eu irei substituir ela durante o julgamento. –  Nikolai fala e respira fundo.

— A segunda parcela de votos, acontece de forma geral, todos irão votar para decidir qual será o destino do Santini. –  Nikolai fala e faz outra pausa.

— Os votos mais importantes são das vítimas dele, nesse caso, Thomas e Sophia. Vocês serão os últimos a votar, por conta da importância. –  Nikolai fala e eu respiro fundo.

— Quais são as opções, além de matar ele? –  Pergunto.

— Além da execução, terá a opção de o manter aqui, até o dia da sua morte! –  Nikolai fala e eu travo.

— Bom, todos terão tempo para pensar sobre isso, recomendo que pensem e tomem a melhor decisão! –  Mikhail fala e então, somos dispensados.

                Quando me distanciei do escritório, Thiago se aproximou e segurou minha mão.

— Sobe e pegue um casaco, vou te levar em um lugar! –  Thiago fala e eu apenas concordo com a cabeça.

                Subo as escadas ainda sem ânimo para sair, mesmo sendo com Thiago, agora que parte das coisas que nos distanciavam estão resolvidas, não sinto vontade de sair, não agora, que preciso decidir entre a vida e a morte de uma pessoa que, um dia, achei conhecer.

                Mesmo sem ânimo, peguei minha bolsa e coloquei um casaco na mesma, meus documentos, optei por colocar um tênis também, e então, ouvi alguém batendo na porta do quarto.

— Entra! –  Falo e logo Rafaela passa pela porta.

— Então, você e Thiago finalmente deixaram de drama? –  Rafaela pergunta e eu jogo um travesseiro nela.

— Então, você e Tyson, deixaram de esconder o que sentem? –  Pergunto e ela revira os olhos.

— É complicado! –  Rafaela fala e eu a encaro.

— Complicado? Rafaela vocês estão se negando o inevitável! –  Falo e ela abaixa a cabeça.

— Eu sei! Mas parece que as coisas nunca serão como antes. –  Rafaela fala e eu encaro a mesma.

— Antes como? Com Tyson precisando ir pra Miami sem se despedir? Ou antes, como quando ele te pediu em casamento? –  Pergunto e ela acaba sorrindo diante das opções.

— Eu talvez eu ainda ame aquele imbecil! –  Rafaela fala e eu sorrio.

— E talvez seja macumba! –  Thiago fala parado na porta, que Rafaela não havia fechado.

— Credo Cruz menino! Parece assombração! –  Rafaela fala e ele ri.

— Vim sequestrar sua amiga! –  Thiago fala e Rafaela abre um sorriso malicioso.

— Isso é tão nostálgico! –  Rafaela fala.

— Nem me fale! –  Tyson fala se jogando na minha cama.

— Fora os dois! Vou sair! –  Falo empurrando Rafaela e Tyson para o corredor.

— Vamos! –  Thiago fala colocando o braço por cima do meu ombro.

                Thiago já havia deixado sua moto em frente a mansão, colocamos nossos capacetes e então, saímos do local.

                Enquanto sentia o vento bater no meu corpo, me peguei admirando a sensação que isso causa, a sensação de estar viva, de estar protegida, a maldita e tão inconstante sensação de segurança.

                Depois de alguns minutos, Thiago parou a moto na entrada de uma pequena chácara, descemos da moto, Thiago abriu o portão e enquanto eu andava em direção a casa, ele estacionou a moto na garagem da casa, em seguida, veio me encontrar.

— Que lugar é esse? –  Pergunto olhando para os seus olhos, que estão estranhamente diferentes.

— Comprei esse lugar quando voltei para o Brasil. –  Thiago fala.

— Algum motivo específico? –  Pergunto e ele concorda com a cabeça.

— Estamos indo ver o motivo! –  Thiago fala e continuamos andando.

                A casa da chácara, é branca e tem dois andares, mas, o que chama a atenção na chácara não é a casa e sim o resto do local. Thiago e eu entramos em uma trilha, olho para ele, que apenas sorri ao cruzar nossos olhares, eu, no entanto, apenas reviro os olhos ao ver sua reação.

                Quando finalmente chegamos, entendi o porquê de Thiago ter comprado esse lugar. 

                A cachoeira à minha frente me faz sorrir, fico hipnotizada com a beleza de tudo ao meu redor, algumas arvores estão dando flores, fazendo um contraste perfeito com a água cristalina da cachoeira.

— Agora faz sentido! Esse lugar é incrível! –  Falo ainda impressionada.

— Eu lembrava de você quando vinha aqui! –  Thiago fala e eu o encaro.

— Paz. Sophia, você e esse lugar me dão paz! –  Thiago fala e eu fico em silêncio e o empurro para dentro da água.

                Quando ele volta a superfície, me encara, enquanto dou risada do seu estado.

— A água está uma delícia! –  Thiago fala nadando na cachoeira.

                Tiro meu macacão e o tênis, ficando apenas de calcinha e sutiã e pulo na água, que não está tão fria quanto imaginei.

                Depois de ficar na cachoeira por um bom tempo, entre carícias e risos, alguns pingos de chuva começaram a cair, antes mesmo que pudéssemos sair da água, a chuva já havia se transformado em uma terrível tempestade, com direito a trovoadas e tudo mais, saimos da água rapidamente, vesti minha roupa e corremos em meio a chuva, até a casa.

— Caramba, eu não esperava por isso! –  Thiago fala e tira a camisa encharcada pela chuva.

— A gente precisa de um banho quente! –  Falo começando a sentir o frio por estar com a roupa molhada.

— Isso foi um convite? –  Thiago pergunta e eu bato no seu braço.

— Deixa de ser assim! –  Falo e ele segura minha cintura.

— Assim como? –  Thiago pergunta perto do meu ouvido fazendo com que eu me arrepie.

— Safado! –  Falo e sorrio, ele cola nossos lábios, em um beijo rápido

— Pode tomar banho primeiro, vou fazer a janta! –  Thiago fala e eu fico surpresa.

— Desde quando você cozinha? –  Pergunto e Thiago ri.

— Vou esquentar a comida que pedi para deixarem pronta! –  Thiago fala e eu rio.

— Ridículo! Você tem roupa aqui? –  Pergunto.

— Meu quarto fica na última porta do corredor, tome banho e escolha uma roupa minha! –  Thiago fala e eu concordo com a cabeça e subo as escadas.

                Entro no quarto de Thiago e o  observo, o que me chama atenção é um porta retrato, nele, uma foto nossa, ambos rindo, eu havia acabado de contar sobre a gravidez e Tyson tirou a foto. Pego o porta retrato e o seguro contra o corpo, deixando todos os sentimentos tomarem conta de mim.

— Que droga Thiago! –  Falo sozinha.

                Coloco o porta retrato no lugar, acho uma toalha e vou para o banho.

                Depois de um banho rápido, visto uma cueca que achei ainda na embalagem e coloco uma camiseta, ambas do Thiago, desço as escadas e o encontro, já com outra roupa, enchendo duas taças de vinho.

— Ele é prendado! –  Falo brincando.

— Sente e aprecie o Show! –  Thiago fala e eu sorrio, senti na cadeira e então, começamos a comer.

                O jantar passou tranquilamente, a chuva piorou drasticamente, depois do jantar, lavei a louça que sujamos, Thiago foi até a sala e colocou música para tocar.

                Chego na sala e ele vem na minha direção.

— Dança comigo? –  Thiago pergunta oferendo sua mão.

— Danço! –  Falo e começamos a dançar.

  

                Durante a dança, Thiago me gira, em seguida voltamos a dançar lentamente e bem próximos.

— Quero que saiba que, se escolher não matar ele, eu não vou ficar com raiva! –  Thiago fala durante a dança.

— Não vai? –  Pergunto e ele ri de canto.

— Não! Eu quero que ele morra, por quase te matar, mas, eu entendo o que vocês viveram! –  Thiago fala e eu o beijo.

— Você não pode fazer isso! Não outra vez! –  Falo com o coração acelerado.

— Fazer o que? –  Thiago pergunta.

— Não deveria me fazer te amar de novo! –  Falo e ele apenas nega com a cabeça.

— Não deveria mesmo. Mas, você também deveria ter deixado que eu parasse de te amar e nunca deixou! –  Thiago fala e eu o beijo novamente.

                Depois de dançarmos, resolvemos assistir filme, pois, a chuva não iria embora tão cedo, e nas próximas horas, a tempestade não seria só fora de casa.

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