Acordo e ainda por impulso, coloco a mão sobre a minha barriga e sorrindo em seguida. A quatro anos, eu já havia sentido essa sensação, de ter outra vida dependendo da minha, mas tudo acabou.
Expulso os pensamentos da minha cabeça e sorrio novamente, desse vez, mesmo que não existisse uma casa dos sonhos, para a vida dos sonhos, eu ainda teria meu bebê.
Desço as escadas de casa, depois de tomar um banho relaxante, encontro meus irmãos, sentados no sofá jogando vídeo game e rindo de algo que só faz sentido na cabeça deles.— Oi homens da minha vida! – Falo dando um beijo na bochecha de cada um.— Oi irmã traidora que não conta que está com um sobrinho meu na barriga! – Bryan fala me jogando a almofada— Vou cortar o pau do Diogo! – Thomas fala e me puxa para o sofá.— Não pensa nisso agora, pense em como vocês vão perder para mim! – Falo pegando um dos controles. Horas depois, dirigi até a mansão, e entrei no quarto que, minha mãe e a tia Annie começaram a montar depois do segundo mês de gravidez, encaro a caixa branca em cima do berço. Lembro exatamente de quando ganhei ele.— Abre logo o meu Sophia! – Tyson fala reclamando, me entregando a caixa branca razoavelmente grande — Vou abrir para você deixar de ser chato! – Falo e escuto Thiago gargalhar enquanto toma sua cerveja, ao lado do meu pai. Assim que abri a caixa, vi um pequeno urso de pelúcia branco, com os olhos azuis. — Eu amava esse urso quando era pequeno – Tyson fala e eu sorrio.— Você vai ser o melhor tio que esse bebê poderá ter! – Falo e escuto um coro atrás de mim.— COMÉ QUE É SOPHIA!? – Meus irmãos gritam me puxando para o meio deles e me fazendo cócegas.— THIAGO ME AJUDA! – Grito enquanto gargalho. Thiago se aproximou e me puxou para ele. — Meu herói! – Falo abraçando ele. — Sempre vou te proteger, mesmo que seja de cócegas! – Thiago fala e eu sorrio.— Sempre vou te amar, mesmo que tudo fique ruim! – Falo e ele me beija.— Eu nunca vou me acostumar com isso! – Bryan fala fazendo uma careta de nojo.As promessas, as malditas promessas que fazemos em momentos de felicidade, onde acreditamos insanamente que, nada no mundo pode tirar tal felicidade de nós.
Eu não prometi nada em voz alta naquele dia, mas, algo em mim se prendeu as palavras que, três anos depois, se tornariam cruéis, mesmo que ainda não fossem ditas em voz alta, como promessas. Depois de perder o bebê, ofereci o urso de volta para Tyson, mas, ele disse que, se um dia eu engravidasse de novo, esse seria o presente definitivo para o bebê, sendo ele seu sobrinho ou não. ***Chego em casa carregando a caixa, escuto vozes vindo da piscina e resolvo ir até lá, ainda carregando a caixa, que não é nada pesada.
Meus irmãos limparam o chão e eu fiz a janta, depois de comermos, fiquei vendo eles jogarem bola, até dar sono e cada um ir para o seu quarto. No meio da noite, acordo gritando de dor, ponho a mão na minha barriga e sinto tudo voltando outra vez.— Kauan! – Grito e logo ele aparece. Minutos depois, lá estava eu, diante do médico me falando que o bebê que eu estava esperando, não tinha sobrevivido, mas que, eu não deveria me culpar. Dessa vez não tinha nada que eu pudesse fazer para salva– lo, pois ele já estava morto antes mesmo de sofrer o aborto. Chorei por alguns minutos, até a porta se abrir.— Sophia! – Diogo fala ao entrar
— Quem avisou ele? – Pergunto e Kauan levanta um dedo — É verdade? Você perdeu o bebê? – Diogo pergunta e eu o encaro— Sim! – Falo tentando controlar o choro preso na minha garganta— Por que não me avisou? – Diogo pergunta com o olhar sem qualquer emoção.— Eu te liguei para contar! Você não quis saber, não comece a agir como se fosse importante para você, por que você sabe que não é! – Falo furiosa deixando as lágrimas escaparem— VOCÊ SABIA? – Kauan grita pronto para coçar a cara de Diogo.— Melhor pensar bem antes de tentar me bater Kauan. – Diogo fala encarando o mesmo e por alguns segundos, eu me assusto. A porta se abre e, quem passa por ela, faz a tensão direcionada ao Kauan, ir toda para Thiago, que encara Diogo como se fosse mata– lo, assim que ele olha para as lágrima que escorrem por todo o meu rosto.— Melhor você sair antes de fazer mais uma ameaça. – Kauan fala segurando a arma na sua cintura.— Tudo bem, só vim conferir se já tinha acabado! – Diogo fala e sai do quarto.Thiago olhou para Diogo como se fosse arrancar a cabeça do mesmo bem aqui, no quarto do hospital, antes do mesmo fechar a porta atrás de si.
As lágrimas vieram com tanta intensidade que os soluços, saíram ainda mais intensos, fechei meus olhos, deixando toda a dor sair. Minutos depois, uma mão tocou a minha, e antes mesmo de abrir os olhos, eu sabia de quem era aquele toque, de quem era a maldita promessa nunca feita. Thiago estava com a mão em cima da minha, em silêncio, me trazendo a força necessária para parar de chorar e ouvir o que nossas mentes, gritavam. Precisávamos conversa sobre o passado!Dias antes... Thiago foi embora a alguns minutos depois que, eu disse a ele que precisava de um tempo sozinha. Kauan saiu a alguns segundos para falar com os nossos pais, que até então, estavam em paz em um cruzeiro e agora, estavam comprando as passagens de volta para casa. Dias atuais... Encaro o convite em minhas mãos. Os convites chegaram por meio do Tyson, ele os trouxe pessoalmente. Neles, o convite não tão discreto, para irmos até o piquenique que Mikhail está organizando.&nbs
Duas semanas depois...Estaciono meu carro no estacionamento do aeroporto, meus pais já devem ter chegado.— Não vejo a hora de ver nossos velhotes! – Bryan fala e eu sorrio.— Chama eles assim, na frente deles, para ver se eles não te mandam para a Rússia mais cedo! – Kauan fala dando um tapa na cabeça dele.— Andem logo! – Thomas fala visivelmente mal humorado.— Thomas Harvelle! Que bicho te mordeu? – Pergunto e ele bufa.— Tenho que embarcar em um voo daqui a pouco, que vai decidir se posso ou não ir para os voos internacionais. Não dormi a noite toda! – Thomas fala e eu olhos para os meus irmãos.— Pode ir parando, você é o melhor piloto que esse aeroporto já viu, vai arrasar! – Bryan fala e Thomas finalmente, sorri. Depois de comprar um café sem açúcar para o Thomas, fomos até o portão onde meus pais iriam desembarcar, cinco minutos depois, eles
Duas semanas se passaram desde que tudo aconteceu. Conversei com meus pais sobre a decisão de ir para a Rússia, eles aprovaram a ideia e em seguida falei com Tyson, que ficou animado com a minha decisão e disse que seria bom ter alguém responsável junto com Bryan. Agora, estou parada diante da minha mala aberta, e vazia, faltando apenas trinta minutos para sairmos, olhando para a carta que Thiago me entregou.“Oi. Eu estou me sentindo um covarde enquanto escrevo isso, literalmente, não consigo olhar nos seus olhos e falar tudo o que eu quero sem chorar ou, me culpar por tudo. Eu não fazia ideia do que iria acontecer, mas, ainda assim a culpa se instalou dentro de mim, eu ignorei as ameaças, eu não estava no carro com você... Com vocês.As coisas vão ficar ruins a partir de agora, ouvir você chorando me faz querer morrer a cada segundo em
Pousamos na Rússia a quase duas horas, Thiago nos trouxe para a casa dele, onde ele e Tato moram quando estão na Rússia, havia um quarto, já preparado para mim, ironicamente, fica bem em frente ao quarto onde Thiago dorme, mas, não relutei a ficar nele. Coloquei um pijama de mangas compridas e um short curto, pois não fazia frio dentro da casa, agradeci aos céus, por isso. Acordo e olho pela janela, esperando que a paisagem que, nesse momento é uma das mais lindas que já vi, se iluminar com o nascer do sol.— A mesma mania de anos atrás, isso não muda, não é? – Thiago pergunta me fazendo levar um susto e colocar a mão no peito.— O que você veio fazer aqui? – Pergunto ainda sentindo meu coração disparado.— Vim te chamar para tomar café comigo, sabia que estava acordada. – Thiago fala e eu me pego sorrindo.— Preciso trocar de roupa! –  
Os dias passaram rapidamente, fazem três semanas desde que cheguei na Rússia e duas semanas desde o primeiro dia de treinamento. Nessas semanas, Kenya começou a exigir ainda mais de nós no treinamento físico, Thiago e Tyson estão tentando ajudar Laura Bonamorte e Lorenzo Albuquerque a investigar o tráfico de mulheres, o que faz com que passem a maior parte do tempo em seus escritórios trabalhando. Desde nossa última conversa, Thiago e eu viemos nos aproximando, ontem, depois do jantar, assistimos filme na sala de TV, o qual eu acabei dormindo antes da metade e depois de terminar, Thiago me trouxe para a cama e se despediu com um beijo na minha testa. Venho sentindo a presença dele durante a madrugada no meu quarto, mas não abro os olhos, sei que ele se acalma ao ver que estou segura, e agora, adm
Viajamos as oito horas seguidas rapidamente, parando apenas para revessar o volante, quando chegamos ao local, tiramos as mochilas do carro e começamos a entrar mata a dentro, torcendo para que, o frio não piorasse e que, conseguíssemos encontrar Thomas com vida. Estamos andando pela mata a quase duas horas, Kenya perdeu o sinal do GPS do avião que Thomas estava a meia hora atrás, o clima da floresta é frio, bem mais do que esperávamos, todos nós estamos armados, Kenya nos entregou as armas assim que chegamos, na esperança de que não seja preciso usar, mas se precisar, teremos o que usar.— Thomas!! – Grito novamente, chamando por ele mais uma vez. Andamos mais alguns metros e ouvimos barulho de vozes, meu coração acelera.— Temos companhia! – Tyson fala n
Olho para Thomas, que agora está dormindo, depois de passar treze horas na sala de cirurgia, ele ainda não acordou desde que chegou aqui, por conta do efeito dos remédios, mas, agora, que estou olhando para ele, vendo ele respirar normalmente, meu coração volta a ficar em paz novamente, ou ao menos, perto de estar em paz.— Trouxe chá! – Thiago fala entrando no quarto.— Obrigada! – Falo pegando o chá e puxando a coberta ainda mais, nesse momento, fazem 13 graus.— Eu vou com Kenya para casa e em seguida vou ligar para os seus pais avisando que ele está bem, Bryan vai entrar assim que eu sai. Coloquei seguranças no hospital, por segurança! – Thiago fala com o olhar cuidadoso.— Thiago, obrigada! – Falo e ele sorri, enquanto me olha tomar mais um gole do chá.— Você já agradeceu pelo chá! – Thiago fala e eu o encaro.— Não é pelo chá, estou te agradecendo por tudo, por me ajudar e por entender que, quando cheguei aqui, eu estava quebrada! – Falo e ele se aprox
Três semanas se passaram, Thomas foi liberado do hospital a uma semana, trouxemos ele para a casa de Thiago e Tyson. As semanas se passaram de forma intensa, Kenya nos passou a última fase do treinamento com armas e Thiago coordenou o treinamento psicológico. Hoje, é o dia em que Kenya, Tyson e Thiago nos levaram para fazermos as tatuagens de fênix e também, é o dia que teremos para pensar sobre quem escolheremos como nossas "Krestnaya mat' smert", ou nossos"krestnyy otets smerti"sendo assim, hoje é o dia em que passaremos pensando sobre quem vamos escolher para ser nossasMadrinhas da morteou nossosPadrinhos da morte. Quem foi esco