Estamos andando pela mata a quase duas horas, Kenya perdeu o sinal do GPS do avião que Thomas estava a meia hora atrás, o clima da floresta é frio, bem mais do que esperávamos, todos nós estamos armados, Kenya nos entregou as armas assim que chegamos, na esperança de que não seja preciso usar, mas se precisar, teremos o que usar.
— Thomas!! – Grito novamente, chamando por ele mais uma vez.
Andamos mais alguns metros e ouvimos barulho de vozes, meu coração acelera.— Temos companhia! – Tyson fala no comunicador. Estremeço.— Quantos? – Pergunto.— Cinco ou Seis! Nicolai conseguiu achar o Thomas, temos dez minutos para ir até ele e colocar ele no helicóptero – Kenya fala e eu sinto a raiva me dominar.— Vamos tirar o Thomas de lá agora! – Bryan fala. Andamos mais alguns passos, e vimos, seis homens, armados, andando em direção ao local da queda, Kenya vem para o meu lado, Thiago vai para frente junto com Tyson.— Hora de colocar o que aprendeu no treinamento em prática! – Kenya fala e me entrega uma adaga.— Eu pego o da direita! – Falo e ela sorri. Andei lentamente até o homem que ficou para trás dos demais, Thiago, Tyson e Bryan se posicionaram dando cobertura. Pulei nas costas do homem e cortei sua garganta, sem dar tempo de reação para ele, Kenya fez o mesmo, no segundo seguinte, os outros quatro homens que estavam a frente se viraram, atirando em nossa direção, usei o corpo do homem que matei como escudo, me escondi atrás de uma das arvores. Peguei a arma e comecei a atirar, Bryan matou o homem que faltava, respirei aliviada.— Vamos! – Bryan fala e vamos correndo até o local que Thomas estava.— Thomas! – Falo assim que vejo ele caído, tremendo de frio, ao lado do avião que está prestes a explodir, arrasto ele para longe do avião e tiro minha jaqueta, dando para o mesmo.— Vocês...me ...acharam! – Thomas fala e eu noto a gravidade de seus machucados.— Thomas, não fala nada cara, isso tudo vai passar, eu prometo! – Bryan fala tentando estancar os ferimentos.— Já chamamos um helicóptero, ele chega em alguns segundos! – Thiago fala e olha para Thomas, vejo o desespero em seus olhos e ele, provavelmente, vê o mesmo nos meus.— Eu, queria, que, a mãe, sentisse...orgulho de mim! – Thomas fala ficando cada vez mais fraco.— Para com isso! Não fala nada! – Bryan fala e eu apenas choro.Ouço o barulho do helicóptero bem acima de nós, quatro médicos descem do mesmo usando uma pequena escada e então, Thiago me tira de perto do Thomas.
Apesar de ter feito o básico de medicina, não entendo nada do que os médicos falam, por obviamente, estarem falando em Russo.— Escuta, ele vai ficar bem! – Thiago fala e eu me encolho em seus braços. O helicóptero decolou apenas levando Thomas, um outro, veio nos buscar e nos deixou no hospital em que Thomas estava. Bryan e eu corremos para a recepção, quando chegamos, Kenya já estava conversando com a recepcionista.— Oi. Escutem, vou traduzir o que ela falou! Ela disse que os médicos trouxeram o Thomas e que ele está correndo um grande risco de vida, mas que, eles estão estabilizando ele para levarem para os exames. Vocês ainda não podem ver ele! – Kenya fala e eu tento controlar todos os sentimentos que se tornaram uma bolha, nos últimos dias. Algumas horas se passaram desde que chegamos aqui, fiquei longe de todos, sentada em uma das cadeiras, esperando alguém, me falar algo sobre o Thomas. Meu corpo se contrai, assim que sinto a presença de Thiago, que estava até agora, preenchendo papeis e perguntando de cinco em cinco minutos, por notícias.— Você está gelada, quer a minha jaqueta? – Thiago fala e eu nego.— Tudo bem, apesar venha aqui. – Thiago fala e tenta me abraçar mas eu o impeço.— Se você me abraçar agora, vou desmoronar. – Falo e ele segura a minha mão com força.— Eu te ajudo a concertar tudo depois de desmoronar! – Thiago fala e me abraça. O medo de perder meu irmão, ainda está comigo, mas agora, algo em mim acredita ainda mais que tudo ficará bem. Mesmo sabendo que, o medo, quando chega ao nosso coração, nos faz refém. Chorei durante longos minutos, em seguida, parei de chorar e olhei para Thiago, perdida em seus olhos, questionando o que eu estou vivendo e onde isso irá acabar. Thiago acaricia meu rosto e então, se aproxima ainda mais, me sinto perdida em seu olhar mais uma vez, ele fecha os olhos, e me beija levemente, calmo, ao ponto de eu não conseguir decifrar, se aquele beijo, significava que tudo ia ficar bem, ou que o caos estava apenas começando.Olho para Thomas, que agora está dormindo, depois de passar treze horas na sala de cirurgia, ele ainda não acordou desde que chegou aqui, por conta do efeito dos remédios, mas, agora, que estou olhando para ele, vendo ele respirar normalmente, meu coração volta a ficar em paz novamente, ou ao menos, perto de estar em paz.— Trouxe chá! – Thiago fala entrando no quarto.— Obrigada! – Falo pegando o chá e puxando a coberta ainda mais, nesse momento, fazem 13 graus.— Eu vou com Kenya para casa e em seguida vou ligar para os seus pais avisando que ele está bem, Bryan vai entrar assim que eu sai. Coloquei seguranças no hospital, por segurança! – Thiago fala com o olhar cuidadoso.— Thiago, obrigada! – Falo e ele sorri, enquanto me olha tomar mais um gole do chá.— Você já agradeceu pelo chá! – Thiago fala e eu o encaro.— Não é pelo chá, estou te agradecendo por tudo, por me ajudar e por entender que, quando cheguei aqui, eu estava quebrada! – Falo e ele se aprox
Três semanas se passaram, Thomas foi liberado do hospital a uma semana, trouxemos ele para a casa de Thiago e Tyson. As semanas se passaram de forma intensa, Kenya nos passou a última fase do treinamento com armas e Thiago coordenou o treinamento psicológico. Hoje, é o dia em que Kenya, Tyson e Thiago nos levaram para fazermos as tatuagens de fênix e também, é o dia que teremos para pensar sobre quem escolheremos como nossas "Krestnaya mat' smert", ou nossos"krestnyy otets smerti"sendo assim, hoje é o dia em que passaremos pensando sobre quem vamos escolher para ser nossasMadrinhas da morteou nossosPadrinhos da morte. Quem foi esco
Acordo suando, o pesadelo envolvendo o acidente voltou a me assombrar. Aproveito que acordei exatamente as 7:38 da manhã e levanto da cama, prendo meus cabelos, encho a banheira e relaxo ao sentir a água em contato com o meu corpo, fecho os olhos e respiro fundo. A iniciação irá acontecer hoje, um dos seguranças de Mikhail entregou pessoalmente uma para mim, ontem à noite, a caixa da cor preta grande com um laço cinza, revelou o vestido que vou usar essa noite. A noite em que tudo irá mudar. Depois de terminar meu banho, hidrato meu cabelo e lavei o mesmo, vesti um short de moletom e uma regata preta e então desci as esca
Dizem que a morte é previsível, que normalmente sentimos ela, que sabemos quando está na hora, de finalmente, dizer adeus. O escuro. O vazio. Às vezes, tudo que nos resta de vida, está preso a vontade de rever as melhores lembranças das nossas vidas ou as piores, mas as vezes, a morte é apenas o silencio imenso que nos rodeia, a escuridão que nos cerca, sem deixar um traço de vida a qual possamos nos apegar. Um barulho ensurdecedor domina meus ouvidos, tento abrir os olhos mas noto que estou fraca demais para isso. Sinto algumas mãos mexerem o meu corpo para o lado, em seguida, algo que parece ser uma placa de metal é colocada embaixo da mesma, e então, eu relaxo, a gravidade, ou o que quer que seja, me
Acordo antes de Thiago, olho para ele que dorme tranquilamente e penso na decisão que tomei, ele não vai gostar, mas, preciso saber de tudo, antes de tentar seguir em frente.— Odeio quando você faz essa cara de quem está pensando demais! – Thiago fala e eu respiro fundo.— Precisamos conversar! – Falo e ele fecha os olhos.— Nem bom dia eu ganho! – Thiago fala rindo e se senta na cama.— Você não vai gostar, mas, eu preciso fazer isso! Preciso ir falar com o Diogo! – Falo e Thiago me encara.— Mas nem pensar! – Thiago fala quase gritando.— Não sei o que a máfia vai fazer com ele Thiago! Preciso entender o porquê disso tudo! – Falo e ele bufa.— Ele pediu um julgamento Sophia! Porra. Eu ia te contar ontem! Vamos reunir o conselho e mais alguns membros e julga– lo. O voto de peso maior é o seu! – Thiago fala e eu sinto vontade de socar ele, mas o entendo.— Antes de marcarem o julgamento, preciso saber toda a verdade,
Acordo sentindo o braço do Thiago segurando minha cintura, durante a noite, ele me abraçou forte como se, fosse me perder quando dormisse. Tomo coragem para levantar da cama e o deixar sozinho na cama, levanto lentamente e pego minhas roupas que, a essa altura, estão espalhadas pelo chão.— Você é mesmo uma trapaceira! – Thiago fala me puxando novamente pra cama, gargalho com seu comentário.— Eu preciso ir pro meu quarto. – Falo e Thiago revira os olhos.— Te vejo na mesa do café! – Thiago fala me dando um beijo rápido. Levanto da cama, visto minha roupa e saio do quarto, agradeço pelo corredor estar vazio, entro no meu quarto, tomo um banho rápido, penteio meus cabelos e seco o mesmo, em seguida, escolho um macacão jeans escuro, calço meus chinelos e desço as escadas da
Depois de ter acordado no peito de Thiago, levanto e tomo um banho, Rafaela já havia me mandado mil mensagens, falei que estaria na mansão o mais rápido possível. Vesti minha roupa e joguei meu travesseiro no rosto de Thiago, fazendo ele acordar.— Levanta! Temos um julgamento! – Falo e ele ri.— Bom dia Sophia! – Thiago fala me encarando.— Hoje não! – Falo e ele força o sorriso. No caminho até a mansão, pensei em Diogo, no que ele me fez sentir, não foram poucas emoções, fui de paixão a raiva em menos de três meses. Diogo estava curando uma ferida, a ferida que ele ajudou a abrir, mas ele estava curando com ela através de mentiras e, vingança. Sim, eu entendo que quando se cresce em uma família
Na manhã seguinte, depois do café da manhã, Thiago resolveu ir para seu escritório e eu, me permiti andar lentamente em direção ao meu quarto. Eu o entendo, por ele, Diogo seria sentenciado a morte e a essa hora, estaria morto, todas as coisas que passamos, foram provocadas pela família dele. Quando cheguei ao meu quarto, sentei na cama e abracei minhas pernas, sentindo o ar faltar aos meus pulmões, minhas mãos tremem, respiro fundo e choro. Me pergunto como minha vida se tornou essa bagunça, como me perdi em meio à esse caos, em meses, coloquei as pessoas que jurei proteger em risco, quebrei promessas e quebrei a mim mesma, a história de "seguir em frente" virou uma mistura de destruição de tudo e todas as coisas. &