Luna Medeiros
— Alan…? — Olho para ele, ainda chocada — Por que… você fez isso?
— Eu sempre vou me sentir culpado por tudo o que fiz com você, Luna… sempre… — Alan fala com a voz embargada — Só espero que com isso, você consiga me perdoar um dia, me desculpe, ruiva... — Acabo caindo com ele nos meus braços...
Olho ao redor e vejo Henry segurando a Clara e a arma está jogada perto do corredor, ela não fala nada, não expressa nada, parece em choque...
— Alan… vai ficar tudo bem… você vai ver... — Falo enquanto o seguro nos meus braços.
Ele levou um tiro por mim… ele se arrependeu, mesmo não tendo sido ele quem tirou minha mãe e meu filho.
— Eu sei… que eu fui um filho da puta com você… me desculpe…
Luna MedeirosHoje faz mais 5 anos da morte da minha mãe e do meu anjinho, e por mais que eu sinta muito a falta da minha mãe, passei esses últimos anos com certa amargura por tudo o que aconteceu — e poderia ser evitado se… ela tivesse me dito que eu tinha um pai, uma família para quem voltar — e sempre me perguntei o porquê de ela ter me escondido tantos segredos…Nunca foi fácil e olhando para sua carta em minha mão, eu me lembro a primeira vez que a li, e todos os sentimentos que senti…Flashback.Absorvida pelos sonhos que sempre me atormentam, eu acordo de mais um… mas tem algo diferente dos outros dias, estou no quarto em que durmo com o Lucca, porém, não &ea
Luna MedeirosÉ hoje que eu começo a trabalhar na casa dos Mendonça. Quando parei de trabalhar como empregada e comecei no meu primeiro estágio, pensei que nunca mais voltaria, e que tudo iria melhorar. Mas há alguns dias minha mãe passou muito mal, e fui às pressas levá-la ao hospital. Acabei gastando todas as minhas economias com os exames sem me importar, porque eu só queria saber o que estava acontecendo com a minha mãe, e em um deles foi detectado um câncer maligno na bexiga. Não me vi tendo muita escolha por conta da situação que acabou nos atingindo, ainda mais por conta dos medicamentos que precisei comprar, e entrei em contato com dona Sônia, uma amiga de longa data da minha mãe. Precisava desse trabalho, já que mesmo antes de descobrir a doença da minha mãe, as coisas aqui em casa não iam bem. E o dinheiro do estágio não era suficiente, e depois que me mandaram embora – porque o escritório precisava fazer cortes de gastos e eles preferiram mandar um estagiário embora – tu
Henry MendonçaEu estava na sala conversando com meus pais quando Soninha entrou para apresentar para nós a nova empregada e porra! Que caralho de mulher gostosa! Porra, quem é essa mulher? Fico hipnotizado pela sua beleza e a pele tão branca que me lembra uma porcelana e esses cabelos cor de fogo e os olhos... nossa, que olhos são esses? São de um azul que eu nunca vi na vida. Tão impressionantes, como uma jóia das mais raras... Merda, eu não sou assim… se recomponha, porra! Quando foi que você ficou perdido assim por uma mulher?Saio do meu transe e sorrio para ela, ainda impactado com a ruiva à minha frente. Me levanto, indo até elas e dar um beijo em minha Soninha. A mulher que eu tenho como uma segunda mãe, ela sempre cuidou de mim na minha infância. — Soninha, estava morrendo de saudades! — Abraço e a rodo como fazia quando era mais novo e ela começa a rir.— Menino, me põe no chão! — Rio da cara que ela faz e, enquanto isso, a mulher misteriosa só nos observa séria.— Ai, já
Luna Medeiros Depois de ter ajudado dona Sônia com as coisas na cozinha, eu fui arrastada mais uma vez para o meio dos Mendonça, e céus… é impressionante como a genética dos Mendonça é boa, eles são muito parecidos. Lindos. E a característica principal são os olhos azuis. Mas eu ainda não consigo parar de pensar no homem que veio falar com dona Sônia. Ele tem muito carinho por ela, era nítido.Mas… eu também não consegui tirar da minha cabeça a forma que ele me olhou… porque eu comecei a sentir coisas estranhas. Senti o meu coração acelerar como louco quando aqueles olhos que pareciam dois topázios me encararam de forma intensa, enquanto eu sentia um calor preencher todo o meu corpo, principalmente no meu rosto. Só que para minha sorte – ou melhor, graças a Deus – dona Ana veio falar comigo e tirei minha atenção dele,caso contrário… acho que eu iria enlouquecer. Mas quem disse que eu consegui me manter muito tempo longe daquele homem? Porque assim que dona Ana começou a me puxar de
Luna Medeiros Depois do episódio na sala de jantar, não o vi mais nem mesmo no almoço, dona Sônia que levou seu almoço para o escritório, e lá ele ficou durante toda a tarde. Fiquei tão perdida em pensamentos que me esqueci totalmente das horas e vi que iria me atrasar para a apresentação.— Droga! — Xingo vendo que vai ser impossível pegar um ônibus e metrô, e ainda chegar na hora, o que eu faço? — Tudo bem, menina? — Na hora me dou conta da dona Sônia e dele sentados à mesa da cozinha, ele toma uma xícara de café enquanto me encara como se quisesse me devorar. — Está, sinto muito pelo linguajar. — Acabo dizendo depois que coloco a minha cabeça (mesmo que levemente) no lugar.— Não parece tudo bem. Algum problema? — Henry diz e fico mais nervosa ainda, porque ele falou com aquela voz rouca que mal parecia real.— É que acabei me atrasando, tenho uma apresentação de um trabalho e não vou conseguir chegar a tempo.— Não seja por isso, eu levo você. — Diz, se levantando e percebo qu
Henry MendonçaMas que merda!Fico me perguntando o que eu estava pensando para encurralar essa menina e dizer o que eu disse.Droga! Tenho que parar de pensar nela! Reúno todas as minhas forças e saio da despensa sem me verem, devo ficar longe dessa mulher ou então ela será a minha ruína.— Henry. — Viro e dou de cara com o meu pai.— Pai? — Falo um tanto surpreso, afinal… eu não esperava ver ele hoje…— Quero falar com você lá no escritório. Vamos, seu tio e seu primo estão nos esperando.— Certo…. — Fiquei um tanto desconfiado ao ouvir aquelas palavras do meu pai, mesmo assim, fui até o escritório com ele (e ali já percebi que a conversa não seria nada boa).— Sentem-se. — Meu tio fala com uma expressão séria.— Bom, eu vou ser direto no assunto.— Pode dizer, pai.— Eu quero tanto você quanto o Igor longe da Luna. — Ele aponta para nós dois. Mas que porra é essa? Eu virei um adolescente para ser repreendido desse jeito?— Posso saber o porquê disso, tio? — Meu tio vira para o Ig
Luna MedeirosDepois daquele episódio onde eu tive uma crise de pânico, tentei ao máximo me acalmar porque ainda tinha que ir para a faculdade. Não vejo a hora de me formar logo. Eu estou cada vez mais perto de ter o meu diploma, por isso me sinto cada vez mais ansiosa. Então, fui à faculdade, mas nem assim aqueles malditos olhos azuis saíam da minha cabeça. O que está acontecendo com você, Luna? O que tem de diferente naquele homem que te fez se sentir assim?Mesmo me perguntando isso milhares de vezes, eu ainda não sei como responder. Voltando para casa, eu tentei tirar ele da minha cabeça, esquecê-lo, – mas logo me lembro de tudo que minha mãe e eu temos passado por causa do seu problema de saúde, e isso tem me tirado o sono há muito tempo. Talvez fosse até melhor continuar pensando em Henry Mendonça. Ou era o que eu estava pensando antes de escutar de longe a voz da minha mãe me chamando.— Oi, mãe. Como se sentiu hoje? Os remédios ainda estão te deixando sonolenta?— Oi, filh
Henry MendonçaAssim que saí do escritório, a única coisa que eu queria era chegar logo em casa e tomar um longo banho, mas como sempre, nada na minha vida acontece como eu quero, já que eu tenho uma pedra no meu caminho e essa pedra se chama Igor Mendonça. E claro que quando eu entrei em casa, a primeira coisa que eu encontrei foi ele muito bem sentado no meu sofá, como se fosse a porra do dono do lugar.— Não sabia que eu tinha visita. — Entro, batendo a porta com força e o desgraçado sorri.— Calma, cara, vim aqui te chamar para dar uma volta.— Não estou muito afim, Igor.— Ahhhh... Cara, fala sério, vai ser divertido.— É sério, Igor, não estou afim. — Falo, me jogando no sofá.— Ahhh... Moreno, não se faz de difícil comigo. — Ele diz, zoando com a minha cara e eu o fulmino com o olhar.— Vai se ferrar, Igor, já disse que não. Eu disse, porque ele já ia começar com a putaria. — Me fala, isso é pela conversa que tivemos na casa da vovó?— Também.— Também? E qual é o outro mot