Henry Mendonça
Mas que merda!
Fico me perguntando o que eu estava pensando para encurralar essa menina e dizer o que eu disse.
Droga! Tenho que parar de pensar nela!
Reúno todas as minhas forças e saio da despensa sem me verem, devo ficar longe dessa mulher ou então ela será a minha ruína.
— Henry. — Viro e dou de cara com o meu pai.
— Pai? — Falo um tanto surpreso, afinal… eu não esperava ver ele hoje…
— Quero falar com você lá no escritório. Vamos, seu tio e seu primo estão nos esperando.
— Certo…. — Fiquei um tanto desconfiado ao ouvir aquelas palavras do meu pai, mesmo assim, fui até o escritório com ele (e ali já percebi que a conversa não seria nada boa).
— Sentem-se. — Meu tio fala com uma expressão séria.
— Bom, eu vou ser direto no assunto.
— Pode dizer, pai.
— Eu quero tanto você quanto o Igor longe da Luna. — Ele aponta para nós dois.
Mas que porra é essa? Eu virei um adolescente para ser repreendido desse jeito?
— Posso saber o porquê disso, tio? — Meu tio vira para o Igor e o encara.
— Por quê? Você ainda pergunta, Igor? Tanto eu quanto o Gabriel vimos o jeito que vocês olharam para a menina e, ainda por cima, quase brigaram no dia que a conhecemos.
— Pai, eu e Henry não brigamos, você sabe disso, somos assim, o senhor já devia ter percebido. — Igor tenta explicar — Tipo vocês dois, que vivem fazendo o mesmo — ele continua, mas com esses dois não tem essa.
— Então você está querendo me dizer que aquilo tudo na sala não foi nada? Por favor, Igor, eu vi vocês dois crescerem e só de ver a cara de vocês ao olhar pra moça, dá para saber que ela chamou a atenção de vocês. — Enquanto isso, o Dr. Gabriel Mendonça só me fita como se quisesse descobrir algo.
— Mas é claro, pai, que ela chamou minha atenção, você viu a mulher! Porra, ela é gostosa e isso é um fato irrefutável. Não posso fazer nada. — Igor diz, sem pudor algum.
Desgraçado, filho da puta! Se eu não tivesse um pingo de noção e consideração por ele, já tinha espancado ele até a morte!
— É claro que pode, idiota, pode manter as mãos e esse seu pau longe dela. — Falo firme para o bastardo entender.
— E quanto a você, Henry, vai manter as mãos longe dela? Por que não quero problemas, e conhecendo vocês como conheço, ela ia ser apenas mais uma aventura, estou enganado? Não quero nenhum dos dois envolvendo o nome Mendonça em escândalos. — Meu pai me questiona.
Ah, Dr. Gabriel, se fosse só as mãos que eu tivesse que manter afastadas dela...
— Não, pai, o senhor não está, eu lhe garanto que farei o impossível para me manter longe dela. — respondo, já sabendo que isso vai ser um pouco difícil. Porque eu realmente tentei… Eu fui a porra de um príncipe e joguei tudo por água abaixo, pelo simples fato de ter quase enlouquecido por não vê-la o dia todo.
— Nós não podemos nem ser amigos dela? — Igor pergunta, como se alguém fosse cair nessa conversa.
Eles o olham sério.
— Está bem, vou ficar longe da garota, era só isso?
— Sim, era só isso.
— Ahhh, então se era só isso, eu vou para a sala falar com a vovó.
— Eu vou com você, filho. — Meu tio diz, enquanto se levanta da cadeira, e vai até o filho da puta do meu primo — Vocês não vêm? — Ele pergunta antes de sair, segurando a porta.
— Não, podem ir. Eu quero falar a sós com o Henry.
Meu tio apenas assente enquanto fecha a porta atrás de si, e eu espero para saber o que meu pai quer.
— Então, o que o senhor ainda quer falar comigo? — Eu pergunto e o estranho nisso tudo é que ele fica lá só me observando, sem responder. — Pai?
— Henry, porque algo me diz que você já tentou algo com essa menina?
Puta merda! Além de advogado, o homem é adivinho? Só pode.
— Não entendi. O que o senhor quer dizer com isso? — Minto descaradamente, me fazendo de sonso.
— Henry Mendonça, não se faça de desentendido — ele diz com o mesmo tom que usava quando eu era moleque, enquanto suspira profundamente — Eu te conheço, filho, e sei muito bem que ela chamou sua atenção, e que você raramente consegue manter as suas mãos longe quando isso acontece.
— Pai, é sério, não fiz nada. Sabe que nunca faria algo que a desrespeitasse ou pudesse trazer algum tipo de escândalo para a nossa família — começo a tentar me defender, mesmo que eu não tenha defesa alguma — Principalmente se tratando dela. Soninha a trouxe aqui, então ela é alguém de confiança, alguém de quem a Soninha gosta, e eu não faria nada para prejudicá-la.
— Isso é verdade, Sônia falou que é amiga da mãe de Luna, mas… não quis entrar em detalhes. — Ele respira fundo antes de continuar — De qualquer forma, quero que a respeite.
— Mas eu a estou respeitando, pai! Estou me mantendo longe, eu juro pelo meu diploma!
— Então, pode me explicar o que você estava fazendo mais cedo, huh? — Meu pai encarna o advogado de acusação dentro dele, enquanto se levanta para me encarar bem nos olhos — Você passou o dia fora e simplesmente te encontro saindo da cozinha com uma cara de culpa que eu nunca cheguei a ver nem no rosto de um bandido, e você quer mesmo me dizer que está se mantendo longe? — Ele bufa — Lembre-se, garoto… antes de ser o seu pai, eu também sou um advogado experiente, então, não fique achando que pode me enganar tão facilmente.
— Não houve nada, tinha muitos processos para analisar no escritório, por isso passei o dia fora, minha cabeça está cheia com o trabalho. — Eu novamente oculto a verdade porque a minha cabeça está cheia de pensamentos sobre uma ruiva com aparência de anjo.
— Henry, é sério, vou dizer uma última vez, quero você longe dela, — meu pai parece desistir de tirar algo de mim ao dizer — Estamos entendidos?
— Certo, pai, eu vou ficar longe, mas também quero saber o porquê disso tudo. — Pergunto irritado, porque no fim, o meu pai parece estar me tratando como um criminoso que cometeu um crime hediondo.
— Eu comecei assim com a sua mãe. Ela vinha aqui pra casa acompanhando a Sônia, eu a observava estudar sem conseguir tirar os olhos dela, seus avós sempre tiveram a sua mãe como uma filha também, — ele começa, levando a sua mão até as têmporas — E no fim, nós começamos errado e eu a magoei. Não quero que repita os meus erros. Hoje, eu e sua mãe somos felizes porque eu a amei na primeira vez que a vi, mas você, filho? — Ele solta um riso abafado — Só quer se divertir, você não é homem para ela. Então… faça o que eu peço, vai ser melhor assim. — Sinto o meu pai me encarando, e sei que neste exato momento ele deve estar me observando como se fosse um maldito falcão. Então o respondo de cabeça baixa, sem olhá-lo nos olhos:
— Está bem, pai, você está certo.
Eu digo, mesmo sabendo – e não querendo admitir – que não a vejo assim, Luna despertou algo em mim durante esses três dias, e só o que quero é poder mergulhar nesse mar de sensações.
Só que… o que adianta eu tentar dizer isso para ele? Na cabeça do meu pai – por mais que eu reconheça que não seja mentira – eu não valho uma pinga quente.
— Bom, vamos para a sala, sua mãe já deve estar sentindo sua falta.
Assenti antes de ir, e depois do jantar que se seguiu – após eu ter sido delicadamente enrabado – vou direto para o escritório, mesmo sendo tarde tenho que estudar o caso de amanhã, e preciso esquecer essa merda toda que aconteceu.
Passo horas submerso no caso do cliente que está sendo acusado de porte de ilegal de drogas pelo seu antigo chefe, que de acordo com o mesmo, o meu cliente usava seu estabelecimento como local para a venda dos entorpecentes.
O antigo chefe do meu cliente o acusou porque assim que a polícia invadiu o local e o encontrou ali, estava atuando em flagrante. A família do rapaz por ser humilde, não tinha dinheiro para pagar um bom advogado e por meio de uns dos projetos sociais dos escritórios Mendonça, nós disponibilizamos gratuitamente advogados para causas assim.
— Infelizmente, ele ter sido pego em flagrante pesa um pouco… — murmuro, um tanto frustrado.
Mas no fim, eu me ofereci para ficar com seu caso porque algo me diz que esse garoto não tem culpa de nada.
A noite passou num piscar de olhos, acabei dormindo no escritório, é nessas horas que agradeço que cada sala tem uma área de descanso — afinal, esses dias ela está sendo muito bem utilizada.
— Bom dia, doutor Henry, o senhor chegou cedo. — Ouço Amanda dizer assustada por me ver aqui tão cedo.
— Sim, precisava estudar um pouco mais sobre o caso de hoje.
— Precisa de algo? — Agora a minha secretária está na minha frente me fitando como se quisesse me devorar com os olhos. Ela sempre se jogou para mim, mas eu nunca quis misturar a vida profissional com o lazer, fora o processo que isso me causaria.
No mesmo instante vejo os olhos da ruiva que tanto me atormenta virem à minha mente.
“Sai da minha cabeça!” Penso um tanto irritado, apenas para me forçar a respirar fundo.
— Não, Amanda, obrigado, pode continuar suas funções, estarei saindo agora para o fórum. — Ela me olha irritada, e simplesmente ignoro.
— É claro, doutor, com licença. — Ela sai com passos pesados até a porta e pego meu paletó novo junto com minha pasta e documentos.
“Se antes eu já estava com um humor do cão, imagina agora.” Me veio mente, porque além de ter que lidar com a minha secretária agindo como se fosse uma criança mimada, eu ainda… não consigo tirar aquela ruiva da minha cabeça.
Minha chegada no fórum se tornou uma aglomeração do caralho, afinal, sempre quando um Mendonça está envolvido em casos de tamanha repercussão, isso acontece.
Entro ao lado do meu primo junto de alguns seguranças da minha família, com a expressão séria e fria – porque aqui, eu sou Henry Mendonça, um dos melhores advogados criminalistas do país, ou seja… eu não posso vacilar, nem por um milissegundo.
A audiência não iria ser nada fácil, afinal, estava contra um dos homens mais influentes no ramo da indústria farmacêutica.
E foi exatamente como eu previ, o filho da puta do Carlos Moraes estava acusando esse menino pelos seus próprios crimes, isso ficou bem claro para mim quando seu advogado de defesa apresentou provas nada coerentes com o caso em questão.
— Agora dou a palavra para o advogado de defesa do réu.
— Obrigado, meritíssima, as provas apresentadas hoje aqui pela acusação não são legítimas.
— Protesto, falsa acusação! — O advogado de Carlos Moraes grita, percebo seu nervosismo e sorrio.
— Protesto negado, continue, doutor. — A juíza requere e continuo.
— Tenho em minhas mãos a confissão de um dos revendedores dos entorpecentes encontrados em uma das fábricas da família Moraes. — Dou para a meritíssima prints de conversas e olho para o Igor soltar a gravação. Nela fica claro o envolvimento de Carlos Moraes com a venda e fabricação das drogas e falsa acusação contra o meu cliente.
— Desgraçado! Sabe quem eu sou? Eu vou acabar com você, Mendonça!
— Ordem, doutor Ferraz! — A juíza diz com o tom completamente impassivo. — Com as provas aqui apresentadas pelo advogado de defesa do réu, eu declaro Carlos Moraes culpado das acusações.
— Você vai me pagar, Mendonça, isso não vai ficar assim! — Pela primeira vez na minha vida, vejo um homem tão poderoso mostrar sua verdadeira face perante todos – e admito, isso me enche um pouco de satisfação.
Cumprimento os pais do garoto e assim que estou saindo, sou parado pela juíza do caso, sei que ela estudou com o meu pai quando mais novos.
— Advogado Henry Mendonça, devo concordar com o que todos falam, você parece com seu pai, não só fisicamente mas também na atuação, meus parabéns. — Ela sorri ao dizer. — Para um advogado com apenas três anos de atuação, você tem mais causas ganhas do que a maioria.
— Obrigado, meritíssima. — Ela sorri e fico com a mesma expressão séria de toda a audiência.
— Um conselho, só não procure passar pelos outros como um trator. Pelo menos, não sempre.
— É claro, obrigado, meritíssima. — Digo calmo e juro por Deus que eu vi a porra da mulher me dar uma piscada. Esse dia está uma completa loucura.
Fui para casa, pensando que a tentação daquela mulher iria sair da minha cabeça. Mesmo com todo o trabalho e a adrenalina de uma audiência, nada me faz esquecê-la.
Porra, mas fica difícil! Aquele perfume impregnou em meu nariz.
Tenho que tirar essa mulher da minha cabeça! Porque depois que a vi pela primeira vez, eu senti que algo dentro de mim despertou, e alguma coisa me diz que ela veio para foder com tudo.
Luna MedeirosDepois daquele episódio onde eu tive uma crise de pânico, tentei ao máximo me acalmar porque ainda tinha que ir para a faculdade. Não vejo a hora de me formar logo. Eu estou cada vez mais perto de ter o meu diploma, por isso me sinto cada vez mais ansiosa. Então, fui à faculdade, mas nem assim aqueles malditos olhos azuis saíam da minha cabeça. O que está acontecendo com você, Luna? O que tem de diferente naquele homem que te fez se sentir assim?Mesmo me perguntando isso milhares de vezes, eu ainda não sei como responder. Voltando para casa, eu tentei tirar ele da minha cabeça, esquecê-lo, – mas logo me lembro de tudo que minha mãe e eu temos passado por causa do seu problema de saúde, e isso tem me tirado o sono há muito tempo. Talvez fosse até melhor continuar pensando em Henry Mendonça. Ou era o que eu estava pensando antes de escutar de longe a voz da minha mãe me chamando.— Oi, mãe. Como se sentiu hoje? Os remédios ainda estão te deixando sonolenta?— Oi, filh
Henry MendonçaAssim que saí do escritório, a única coisa que eu queria era chegar logo em casa e tomar um longo banho, mas como sempre, nada na minha vida acontece como eu quero, já que eu tenho uma pedra no meu caminho e essa pedra se chama Igor Mendonça. E claro que quando eu entrei em casa, a primeira coisa que eu encontrei foi ele muito bem sentado no meu sofá, como se fosse a porra do dono do lugar.— Não sabia que eu tinha visita. — Entro, batendo a porta com força e o desgraçado sorri.— Calma, cara, vim aqui te chamar para dar uma volta.— Não estou muito afim, Igor.— Ahhhh... Cara, fala sério, vai ser divertido.— É sério, Igor, não estou afim. — Falo, me jogando no sofá.— Ahhh... Moreno, não se faz de difícil comigo. — Ele diz, zoando com a minha cara e eu o fulmino com o olhar.— Vai se ferrar, Igor, já disse que não. Eu disse, porque ele já ia começar com a putaria. — Me fala, isso é pela conversa que tivemos na casa da vovó?— Também.— Também? E qual é o outro mot
Luna Medeiros A noite de ontem foi horrível, a briga com o Henry mexeu comigo, e o jeito que ele falou me trouxe lembranças que eu sempre quis esquecer, enterrar no mais profundo do meu consciente, mas ainda não consigo. O passado ainda é uma área delicada da minha vida, e eu sei que não estou bem há anos, mas não consigo encarar todos os meus medos e traumas de frente.É difícil ter que admitir isso tudo e por mais que eu saiba que preciso, sim, de tratamento psicológico — não tenho tempo e nem dinheiro para isso. Eu tenho que cuidar da minha mãe, tenho que terminar minha faculdade, tenho que fazer coisas demais por mim e por ela. São prioridades nas quais os meus problemas relacionados ao meu passado não podem se intrometer. Ainda assim, eu decidi que não vou dar esse gosto para ele; não vou desistir. Por mais que aquela briga tenha acabado comigo. Não. Eu preciso do trabalho e não vou deixar mais homem nenhum me tratar assim. Ele até pode achar que está fazendo o melhor para mim
Henry MendoçaA Luna vai ser minha, ela quer tanto quanto eu, vejo em seus olhos e sei que ela também sente esse magnetismo que nos leva até o outro.Não vou desistir, eu tentei lutar contra isso, e acabei sendo impulsivo por achar que estava fazendo a coisa certa, mas depois de sentir o gosto dela, não posso perdê-la.Mesmo com uma papelada enorme para ser analisada, é difícil esquecer o beijo que dei nela… porque Luna parecia uma droga no meu organismo, completamente viciante, ao ponto de fazer a minha cabeça girar. Eu apenas afrouxo a gravata e tiro uns minutos de descanso. Até que meu estresse diário passa pela porta como um furacão.— Licença que eu já tô entrando — ele diz ao se aproximar da minha mesa, colocando alguns papéis em cima dela — E dê uma olhada nessa pasta, parece que outro caso chegou pra você, e aparentemente é um dos grandes. — Bom, vamos ver… — eu abro levemente a pasta, dando uma olhada por cima — Um homem foi acusado de assassinar a própria filha?— Algo do
Luna MedeirosTalvez eu e o Henry tenhamos avançado rápido demais em nossa relação. Mas ainda que eu queira negar, não consigo ficar mais nem um minuto longe dele — mesmo que a ordem certa na perspectiva da sociedade seria nos conhecermos melhor, ficarmos e só então namorar. Com o Henry não existe essa palavra no dicionário, já que falei que o certo seria nos conhecermos, mas ele disse que poderíamos fazer isso enquanto namorávamos.Eu entendo.Nem todo mundo vê um relacionamento casual com bons olhos, — e sinceramente? Eu gosto do preceito de namorar apenas alguém que você queira em sua vida de forma permanente. Henry parece ver as coisas desse modo também — mas ainda existe aquele medo dentro de mim. Tudo está diferente dessa vez, mas eu não sei o que sentir, só sei que meu coração quer estar perto dele, mesmo com o medo de que algo dê errado, mesmo com o passado me assustando. Ele me pergunta se aceito ser sua e me deixo cair na imensidão dos seus olhos… o que sinto agora não é
Henry MendonçaFinalmente ela disse sim!A noite apenas tinha acabado de começar, mas eu ainda posso sentir o cheiro dela em meu corpo, ao ponto de fazer a minha cabeça girar, enquanto imagino ela nos meus braços. “Como alguém pode querer tanto uma pessoa assim em tão pouco tempo?” Acabou vindo à minha mente, porque tudo em mim chama por ela, e isso até agora parece loucura para mim — principalmente pelo fato de que eu faria qualquer coisa para fazê-la feliz. E agora eu posso porque ela é minha. Só minha. Mas assim que chego em casa, percebo que a noite vai ser longa, porque não paro de pensar nela um só minuto.Ou pelo menos, foi o que eu pensei, até ser pego de surpresa por alguém — vulgo, o meu estresse diário. — Caralho, Igor, está fazendo o quê aqui? — Acabo levando um susto com esse imbecil sentado no meu sofá, no escuro, como se fosse uma assombração.— Te esperando.— Me esperando para quê, porra? Virou esposa de filme de terror agora?— Estava com saudade de você, moreno
Clara D'LeonMas que merda! Tinha que ser aquela desgraçada! Desde que consegui ter minha tão sonhada noite com Henry, eu achei que tudo estaria resolvido, e que não demoraria muito para eu conseguir ele para mim, mas não… aquela sem classe tinha que estragar tudo na minha vida! Aquela desgraçada!Ela sempre fica no meu caminho, mas não dessa vez, Luna Medeiros! Você não vai ficar com o homem da minha vida! Ele é só meu!— Eu serei a futura senhora Mendonça e ninguém mais! Se para isso, tiver que te tirar do caminho, eu farei, ou eu não me chamo Clara D'Leon! — Eu acabo resmungando, enquanto cerro os meus punhos e penso em acabar com a vida daquela vadia! E por sorte, o meu apartamento não é tão longe do de Henry, então eu logo cheguei no meu apartamento e lembrei que preciso lidar com o Igor. “Achei que ele estaria do meu lado para conquistar o Henry, mas não... ele preferiu a morta de fome!” Acabo pensando, enquanto me pergunto o que todo mundo vê naquela mulherzinha sem sal! Ela
Alan D'LeonDefinitivamente minha irmã está louca!Querer comparar o que eu sinto pela Luna e chamar de doença é demais! O que ela sente pelo Henry isso, sim, é uma doença! A garota é louca!Mas até que o plano dela não é tão ruim assim — isso eu tenho que admitir — e saber que eu vou ter a Luna nos meus braços de novo, também é algo que… me faz querer ajudar a minha irmã em toda essa doideira dela — porque é algo que eu sempre quis, desde aquele dia, onde tudo mudou. E claro, eu não podia ignorar o quão surpreso fiquei quando soube que ela está com o Henry, a minha mulher! Eu fui o primeiro namorado dela, e eu vou ser o primeiro homem da vida dela. EU! Não o filho da puta do Mendonça.Eu e Henry estudamos juntos na escola, ele sempre foi o melhor, o mais amado… tudo que eu queria, o Henry tinha e tudo que era meu, ele pegava para ele. Sempre competindo comigo em tudo, em quem era o melhor! Como por exemplo, enquanto eu fazia faculdade aqui no Brasil, ele fez no exterior! E tudo iss