Luna MedeirosMinha cabeça dói, na verdade, meu corpo todo dói, e enquanto tento abrir um pouco os olhos, a claridade me faz fechá-los novamente, espero alguns minutos e os abro novamente, observando ao redor. “O que aconteceu?” Acabo pensando, apenas para tentar me levantar e ver tudo girando.Minha cabeça está confusa, não reconheço esse quarto. O tom das paredes num branco tão alvo como a neve, os tecidos dos lençóis de cama são em um tecido fino e preto, sem falar que a cama é enorme , o quarto também tem uma espécie de cruz de metal, e ele é repleto de espelhos junto a uma estante de vidro, com coisas que eu não sei bem o que são. Depois que recobro um pouco mais a consciência, me lembro da conversa que tive com o Lucca, ele saindo e me deixando sozinha e, horas depois, o Alan...Alan… Foi ele... ele me jogou em cima de uma mesa... eu... eu estava ferida...! Olho meu braço e percebo a faixa nele, enquanto me pergunto como ele subiu até a cobertura e começo a me desesperar
Luna MedeirosDepois de um tempo, eu escuto Alan entrar mais uma vez no quarto, depois de eu ter escutado a chegada da Clara. — Ela… já está aí? — Pergunto para ele com a voz baixa, apenas para Alan assentir. — Está, e parece ocupada com a doida da Jasmin… — respira fundo — No fim, só desse jeito para aquelas duas me deixarem em paz. — Então… é só pra isso que a Jasmin está aqui? Pra distrair a sua irmã?— Não… ela era útil, tinha alguns contatos por conta da empresa do pai dela — ele tira uma coisa do bolso — Mas esse não é o ponto, você… vai fugir com o meu carro, certo?— Fugir com o seu carro? — Meus olhos se arregalam em surpresa — Como assim, Alan? — Escuta, a minha irmã acha que eu estou tentando te foder agora. — Ele fala com sinceridade — Então, comece a gritar como se eu realmente estivesse tentando fazer algo que você não quer, e quando eu sair daqui e levá-las para a cozinha que tem aqui… você vai até a saída que fica na entrada à direita, entendeu? Nisso você foge de
Luna Medeiros— Alan…? — Olho para ele, ainda chocada — Por que… você fez isso?— Eu sempre vou me sentir culpado por tudo o que fiz com você, Luna… sempre… — Alan fala com a voz embargada — Só espero que com isso, você consiga me perdoar um dia, me desculpe, ruiva... — Acabo caindo com ele nos meus braços...Olho ao redor e vejo Henry segurando a Clara e a arma está jogada perto do corredor, ela não fala nada, não expressa nada, parece em choque...— Alan… vai ficar tudo bem… você vai ver... — Falo enquanto o seguro nos meus braços.Ele levou um tiro por mim… ele se arrependeu, mesmo não tendo sido ele quem tirou minha mãe e meu filho.— Eu sei… que eu fui um filho da puta com você… me desculpe…
Luna MedeirosHoje faz mais 5 anos da morte da minha mãe e do meu anjinho, e por mais que eu sinta muito a falta da minha mãe, passei esses últimos anos com certa amargura por tudo o que aconteceu — e poderia ser evitado se… ela tivesse me dito que eu tinha um pai, uma família para quem voltar — e sempre me perguntei o porquê de ela ter me escondido tantos segredos…Nunca foi fácil e olhando para sua carta em minha mão, eu me lembro a primeira vez que a li, e todos os sentimentos que senti…Flashback.Absorvida pelos sonhos que sempre me atormentam, eu acordo de mais um… mas tem algo diferente dos outros dias, estou no quarto em que durmo com o Lucca, porém, não &ea
Luna MedeirosÉ hoje que eu começo a trabalhar na casa dos Mendonça. Quando parei de trabalhar como empregada e comecei no meu primeiro estágio, pensei que nunca mais voltaria, e que tudo iria melhorar. Mas há alguns dias minha mãe passou muito mal, e fui às pressas levá-la ao hospital. Acabei gastando todas as minhas economias com os exames sem me importar, porque eu só queria saber o que estava acontecendo com a minha mãe, e em um deles foi detectado um câncer maligno na bexiga. Não me vi tendo muita escolha por conta da situação que acabou nos atingindo, ainda mais por conta dos medicamentos que precisei comprar, e entrei em contato com dona Sônia, uma amiga de longa data da minha mãe. Precisava desse trabalho, já que mesmo antes de descobrir a doença da minha mãe, as coisas aqui em casa não iam bem. E o dinheiro do estágio não era suficiente, e depois que me mandaram embora – porque o escritório precisava fazer cortes de gastos e eles preferiram mandar um estagiário embora – tu
Henry MendonçaEu estava na sala conversando com meus pais quando Soninha entrou para apresentar para nós a nova empregada e porra! Que caralho de mulher gostosa! Porra, quem é essa mulher? Fico hipnotizado pela sua beleza e a pele tão branca que me lembra uma porcelana e esses cabelos cor de fogo e os olhos... nossa, que olhos são esses? São de um azul que eu nunca vi na vida. Tão impressionantes, como uma jóia das mais raras... Merda, eu não sou assim… se recomponha, porra! Quando foi que você ficou perdido assim por uma mulher?Saio do meu transe e sorrio para ela, ainda impactado com a ruiva à minha frente. Me levanto, indo até elas e dar um beijo em minha Soninha. A mulher que eu tenho como uma segunda mãe, ela sempre cuidou de mim na minha infância. — Soninha, estava morrendo de saudades! — Abraço e a rodo como fazia quando era mais novo e ela começa a rir.— Menino, me põe no chão! — Rio da cara que ela faz e, enquanto isso, a mulher misteriosa só nos observa séria.— Ai, já
Luna Medeiros Depois de ter ajudado dona Sônia com as coisas na cozinha, eu fui arrastada mais uma vez para o meio dos Mendonça, e céus… é impressionante como a genética dos Mendonça é boa, eles são muito parecidos. Lindos. E a característica principal são os olhos azuis. Mas eu ainda não consigo parar de pensar no homem que veio falar com dona Sônia. Ele tem muito carinho por ela, era nítido.Mas… eu também não consegui tirar da minha cabeça a forma que ele me olhou… porque eu comecei a sentir coisas estranhas. Senti o meu coração acelerar como louco quando aqueles olhos que pareciam dois topázios me encararam de forma intensa, enquanto eu sentia um calor preencher todo o meu corpo, principalmente no meu rosto. Só que para minha sorte – ou melhor, graças a Deus – dona Ana veio falar comigo e tirei minha atenção dele,caso contrário… acho que eu iria enlouquecer. Mas quem disse que eu consegui me manter muito tempo longe daquele homem? Porque assim que dona Ana começou a me puxar de
Luna Medeiros Depois do episódio na sala de jantar, não o vi mais nem mesmo no almoço, dona Sônia que levou seu almoço para o escritório, e lá ele ficou durante toda a tarde. Fiquei tão perdida em pensamentos que me esqueci totalmente das horas e vi que iria me atrasar para a apresentação.— Droga! — Xingo vendo que vai ser impossível pegar um ônibus e metrô, e ainda chegar na hora, o que eu faço? — Tudo bem, menina? — Na hora me dou conta da dona Sônia e dele sentados à mesa da cozinha, ele toma uma xícara de café enquanto me encara como se quisesse me devorar. — Está, sinto muito pelo linguajar. — Acabo dizendo depois que coloco a minha cabeça (mesmo que levemente) no lugar.— Não parece tudo bem. Algum problema? — Henry diz e fico mais nervosa ainda, porque ele falou com aquela voz rouca que mal parecia real.— É que acabei me atrasando, tenho uma apresentação de um trabalho e não vou conseguir chegar a tempo.— Não seja por isso, eu levo você. — Diz, se levantando e percebo qu