CAPITULO 2

Javier 

 O Choque da Explosão

O estrondo ainda ecoa em meus ouvidos, a imagem da explosão gravada nas retinas. O fogo iluminava o céu, as chamas refletindo em cada superfície ao redor.

 Eu estava ali, sentado no pergolado admirando o jardim quando tudo aconteceu me deixando impotente, assistindo ao colapso de tudo o que eu havia jurado proteger. 

Quando a explosão aconteceu, Maria, Laura, Jordana e Martina estavam no centro de tudo dentro do escritório em reunião.

Primeiro, foi o grito de Laura, a voz dela cortando o ar, mas logo desaparecendo no caos. 

Quando entro  e me viro, ela estava caída, seus olhos fechados, com um sangramento visível, seu rosto e seu corpo marcado por queimaduras,um corte que sangra tornando seu rosto ainda mais marcado. 

A cena se repetiu com Martina, que caiu ao lado dela, com uma expressão de dor que nenhum de nós jamais havia visto.

 Jordana estava ali também, atordoada, mas ainda consciente.

 Maria… Maria era a mais debilitada, o impacto da explosão sendo claramente fatal.

Meu instinto foi agir rápido. Peguei a mão de Laura, apertando com força, tentando sinalizar que ela estava viva. A respiração dela era pesada, irregular. Seus olhos estavam semiabertos, mas era como se ela estivesse presa em algum lugar entre a vida e a morte.

— Laura! — Gritei, mas a resposta foi apenas uma fraqueza em seu movimento.

Com os outros membros da equipe ao redor, começamos a movimentá-las o mais rápido possível para longe do perigo. 

O fogo estava se espalhando e a pressão era cada vez mais intensa. Minha mente estava focada em uma coisa apenas: salvá-las.

— Estamos levando-as para o hospital agora. — Disse uma das enfermeiras enquanto me ajudava a carregar Laura.

Enquanto isso, a cena não estava muito melhor para as outras. 

Martina estava sangrando demais, sua consciência em risco. Eu sabia que ela era forte, mas o impacto dessa explosão a afetara profundamente. 

Ao lado, Maria ainda estava deitada, seus ferimentos aparentemente mais graves, mas sua resistência a manter os olhos abertos me dizia que ela tinha a força necessária para lutar. Ela sempre foi uma das mais fortes, não seria fácil deixá-la ir.

Enquanto eu me movia apressado com Laura em direção ao helicóptero, a visão de Jordana me atingiu como uma pancada. Ela estava caída debaixo de escombros,  os olhos estavam vidrados. Ela não estava completamente consciente, mas sua presença ainda irradiava força, como uma rocha em meio ao caos. Eu sabia que precisava manter a calma, que ainda havia algo que poderia ser feito.

— Precisamos de mais tempo. — Comentei para os paramédicos enquanto observava as mulheres sendo tratadas. Enquanto tiramos lá Jordana dos escombros. 

A dor e a pressão de ver tantas pessoas que amo nesse estado me sufocava.

 O helicóptero estava esperando para transportá-las para o hospital, e cada segundo parecia uma eternidade. A batalha ainda estava longe de terminar.

O ambiente hospitalar era frio e impessoal, mas ainda assim uma sensação de esperança pairava no ar. A tensão, no entanto, era palpável.

 Eu me encontrava preso em uma sala, esperando, com os olhos fixos na porta, aguardando qualquer sinal de que as mulheres estavam recebendo os cuidados necessários.

Os médicos se moviam de forma eficiente, mas a sensação de impotência me consumia.

 Eu sabia que o tempo era um inimigo implacável. Martina, Laura, Jordana e Maria estavam todas em tratamento intensivo, e eu não tinha ideia de como as coisas iriam se desenrolar.

A primeira a ser atendida foi Maria. Os médicos disseram que os danos em seu corpo eram extensos. O impacto da explosão havia sido cruel para ela, mas, para minha surpresa, ela estava mantendo-se estável. Seus sinais vitais eram fracos, mas constantes.

 A equipe estava otimista, ainda que com cautela. Maria sempre fora a mais racional, a mais serena. A sua força interna era algo que admirava. Ver sua fragilidade agora, depois de tudo o que ela enfrentou, fazia meu coração se apertar.

Enquanto isso, Laura estava em observação intensa. As queimaduras eram visíveis em seu corpo e rosto, mas a maior preocupação era sua respiração. Ela não estava em coma, mas também não estava completamente consciente. Cada pequeno movimento era um esforço.

 Quando os médicos me disseram que ela tinha uma chance de sobrevivência, um suspiro de alívio percorreu minha espinha, mas não pude relaxar completamente.

Jordana, apesar de ter sobrevivido ao impacto inicial, estava em um estado de choque profundo. Ela não havia perdido a consciência, mas estava em um estado de desorientação com fraturas pelo corpo. Seu corpo estava pressionado ao limite, e suas feridas eram graves. Ainda assim, ela se recusava a desmoronar. Sua força mental e sua capacidade de se manter de pé, mesmo nos momentos mais difíceis, foram algo que me impressionaram profundamente. Eu sabia que ela seria uma lutadora até o fim.

Martina, por outro lado, era a mais crítica. Ela havia sido atingida diretamente pela onda de choque, e os médicos estavam trabalhando sem parar para controlar os danos internos. Seus ferimentos eram graves, mas ainda havia uma chance. Ela estava sendo mantida em coma induzido para reduzir o risco de danos adicionais.

Eu mal conseguia respirar. Cada vez que os médicos saíam das salas, sentia o peso de suas palavras. Nada era garantido. Nada era certo. 

Eu não sabia se teria a chance de ver essas mulheres novamente em sua plenitude, ou se o que restaria delas seria apenas uma sombra do que já foram.

Heitor, Horácio e Teodoro estão vindo de carro e eu sabia que eles estavam tão desesperados e desorientados como eu!

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