Momentos de uma Ruiva
Momentos de uma Ruiva
Por: Jô Coelho
Prólogo

— Tati! Chegou um e-mail para você! – Minha querida mãe vinha gritando como se eu fosse uma vaca em fuga. — E desce logo desse cavalo menina!

- Mãe pelo amor de Deus, já te disse, cavalo também tem sentimentos.

- Deixe de besteira, e procura logo esse e-mail. – Ela me entregou o celular.

Deixei meu celular com a minha mãe mais cedo, disse a ela que chegaria um e-mail, e ela podia abrir. Olhando nos olhos dela vi que minha mãe não abriu pelo mesmo sentido que eu estava ali. Medo.

Respire fundo, limpei os dedos suados na calça suja e abri o e-mail que a faculdade havia de mandado.

— Você vai pra faculdade? – Ela chegou perto de mim e forçou as vistas. — Vai ou não?

Comecei a gritar, e sai correndo para avisar meu pai. Minha mãe corria atrás de mim, tadinha, não disse sim nem não.

Entrei em casa e me joguei nos braços do meu pai, o celular foi parar no chão.

— Fico feliz por você Tati. Já sabia que você conseguiria. Afinal, puxou pro pai.

Depois de alguns t***s na perna, lições de moral sobre garotos safados resolveu avisar meus três irmãos mais novos. Júlio com dez anos, quase me olhou e ainda disse "Demorou", Arthur com oito anos, disse que ia falar pra todo mundo. E meu irmão mais novo, Daniel Júnior, com dois anos, nem olhou pra mim, mas assim que fui saindo o infeliz jogou um carrinho de madeira, que me fez quase chorar. Quase...

Cocha e capenga voltei para junto dos meus pais.

Eles ainda estavam na sala, agora falando baixo, minha mãe nervosa, e meu pai tentando acalma-la. Sei que é errado, mas fui para a porta ouvir.

— Estou tentando dizer que vai ficar tudo bem Alice.

— Não, não vai, ela é muito nova.

— Ela já tem dezoito anos, deixa ela viver, se formar. Ou vai querer que ela viva igual a gente, sempre no limite.

— Daniel, eu sei, mas....

Nessa hora o peste do Júlio passou e gritou;

— TEM GENTE OUVINDO A CONVERSA!

— Seu moleque, a noite vou raspar sua cabeça grande. - Ele me  mostrou a língua.

Acabei de abrir a porta, não tinha nem coragem de olhar para eles.

— Tati, minha querida senta aqui.- Minha mãe fez sinal pra eu chegar perto. Mas foi meu pai quem falou;

— Vou ser bem direto. Não tem como você ficar indo todo dia pra São Paulo, veja bem, moramos em São Carlos, são três horas de viagem. Eu e sua mãe decidimos que você vai morar lá, meu amigo tem um apartamento pequeno, e vai emprestar pra gente, enquanto você estiver lá. – Vendo minha cara de bunda ele continuou. — Tati, somos uma família pobre, por favor.

— Gente, isso vai ser ótimo, quero dizer, eu também já estava com medo. Pai, mãe, não se preocupem, vou ser muito responsável.

— Só mais uma coisa.

— Pronto, lá vem bomba. O que?

— O filho dele também estuda lá, e como você não sabe onde fica nada, ele vai te acompanhar nos primeiros dias.

Bosta. Tinha que ser...

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