Assim que abri a porta da minha nova moradia o telefone começou tocar, pelo horário eu já sabia quem era.— Tati, está livre?Como se eu pudesse opinar. Pensei.— Sim. Acabei de chegar da...— preciso de você agora.— Ok.O mulherzinha chata, já me esperava na porta, junto do tarado velho do marido dela.Me aproximei com meu olhar matador e encarei a minha patroa.—Bom, hoje tem gente em casa, Brendon está daquele jeito, ele e o irmão não se dão bem. Então, não deixe eles dois perto por muito tempo.— Pode deixar Senhora.Enquanto ela falava algumas coisas, que eu esquecia assim que entrava pela porta, Brendon veio correndo e me deu um abraço tão gostoso, que eu quase me derreti.-— Tati, hoje eu não tenho muito dever de casa.— Hum, e?— Vamos assistir de novo! – Brendon me disse como se fosse a melhor coisa a se fazer. — Tudo bem, mas antes você vai estudar, depois tomar banho, e por último? Precisava passar a impressão de ser uma pessoa totalmente responsável e educadora.— Filme
Acordei atordoada e com o meu celular tocando. Sabe aquela hora da manhã, que todo som é ensurdecedor? Pois é, foi assim que eu me senti.Nem me dei ao trabalho de levantar, simplesmente girei o corpo e peguei meu celular.— Alô?-— Tati? Olha, vou fazer uma festinha hoje, meus pais resolveram alugar um espaço, já que eu não quis fazer em casa. É só para os amigos mesmo. Então você topa vir?— Eu? Ah... Espera aí... Mas quem tá falando?Ele riu tão alto, que tive vontade de desligar na mesma hora.— É o Roberto. Roubei seu número da minha mãe. Então você vai né?— Vou sim, mas onde é mesmo? – Limpei a baba do rosto e sentei na cama. Como se eu soubesse onde era a de ouvir falar.— Não se preocupe, vou ver se alguém te leva.— hum, tá ok. – Respondi, eu só queria mesmo era dormir.— Te vejo lá.Desliguei o celular, fiquei sentada olhando em volta do quarto. O pior foi que eu fui pega de surpresa e concordei em ir, mas eu nunca fui de sair muito. As festas que eu ia, ou era com meus p
— Gente é sério, aconteceu. Mas depois o Marcelo meio que sumiu, sei lá, as vezes eu não sou tão boa de cama assim. – Dei me sorriso amarelo.Mas logo não deu pra segurar a risada. Rimos tão alto que uns garotos que estavam saindo na nossa frente, pararam para olhar. Rebeca e Letícia riram mais ainda.— Tati, ele esta super na sua garota, vai por mim, eu conheço bem a raça. – E o pior é que Rebecca sempre sabia das coisas. A bichinha tinha um olho esperto.—Ele estava bêbado, e eu devo ter embebedado só de beija-lo. Não é possível que eu tenha sido tão liberal assim— O momento estava propício amiga. Aproveite, não é sempre que um gato desses cai na nossa rede.Não sei se foi impressão minha, mas Letícia estava meia azeda. A não ser o momento que riu das minhas loucuras, de resto se calou e emburrou a cara.— Ou o cara deve ser um vampiro sexualmente perigoso. – Crispei as sobrancelhas, surpresa com Rebecca.— Eu estaria lá ainda, toda seca, não acha?A baixinha aqui não via mais que
Alguma coisa diferente... Não sei o que é, mas não consigo parar de pensar nela. Na verdade desde o dia que ela bateu na minha porta toda emburrada e mandona, eu fiquei assim. Talvez eu fosse masoquista, ou apreciasse uma doida. No dia da festa, foi a gota, parecia que eu ia enlouquecer. Vê-la dançando para mim, entregue ao momento, a luz lançando cores no cabelo cobre dela. Tatiana tinha que ser minha, dancei com ela como um cão, defendendo a caça, precisei de muito controle para não tomá-la ali mesmo, na frente de todos. Depois tentei beber para esquecer, mas acabei nos braços dela, naquela piscina. O cheiro dela me fez sair desse plano, eu a queria e a tive, senti as carnes macias dela em mim, os gemidos dela com a boca meio aberta e os olhos verdes felinos revirados de prazer. Depois, só me restou a vergonha. Tatiana se entregou á mim sem saber da brincadeira suja que estava participando. Louco de ciúmes, queria poder estar onde ela estava, saber de todos os olhos que a
Um mês havia se passado e Marcelo resolveu fazer igual o relâmpago Marquinhos, mais rápido que o Katchau, sumiu. Me sentia usada, chateada, e muito, muito irritada.— Ele foi lá em casa, conversou com minha mãe. Estamos namorando sério.- Rebecca fez uma baita de uma cara de besta.— E ainda me deu uma aliança de prata. Olha!? - Era enorme e tinha o nome dele gravado por fora. Eu não usaria, mas dei uma risadinha amarela, era minha amiga, se ela estava feliz, eu também estava.— Poxa Re, estou feliz por vocês, o Roberto é muito legal, sei que vai fazer você feliz. - Dei umas batidinhas na mão dela.— Mas e vocês dois? O Roberto me falou que o Marcelo e você estão se entendendo também.— Hã? Nós, nós estamos bem,- MENTIRA.— O Marcelo é muito ocupado, mas nos falamos sempre.- Falei olhando para o pátio, fingindo estar prestando atenção em outras coisas. — Quer dizer, as vezes ele some mas está tudo bem. Eu também estudo muito.Mentira pura. Queria dar uns tapas naquela cara safada dele.—
Só que o Sábado chegou e com ele o nada.Nada do Marcelo e a sua carona de pau. Nem ligou, nem mandou mensagem, nem sinal de vida. A começar por semana passada. O dia que fomos na casa dos pais dele, fiquei com cara de BOSTA olhando para o nada, e repetindo para mim mesma que nunca mais me sujeitaria a passar por isso.Comecei o dia de TPM. Comecei meu dia nervosa, com o rosto oleoso, o cabelo embaraçado, cólica e vontade de matar um. Pois é, meu sábado foi assim.Sentei na cama, olhei no celular, nove horas em ponto. Levantei e fui direto para o banheiro tomar uma ducha. Depois coloquei a pior roupa que eu tinha, peguei minha caneca, um pacote de bolachas e fui direto para a sala assistir minha TV. Nem tive tempo de firmar a bunda no sofá e já tinha alguém me ligando. Ao olhar no visor vi o nome da minha amiga.— Tati?— Oi Re.— Nossa, pela voz você está um trapo.— TPM.- Na verdade não era só isso, mas eu ia deixar para soltar os cachorros em outra pessoa.— Vamos fazer a festinh
Já faziam seis meses que eu havia tomado a decisão da minha vida. Me mudei, deixei tudo para trás, principalmente uma pessoa.Meu pai quase morreu quando soube a noticia, minha mãe disse que se tivesse comigo na hora iria me virar do avesso.Mas, com o tempo tudo foi se ajeitando. Marcus me ligou depois de uma semana, querendo saber a verdade, eu contei, mas deixei alguns pontos de fora, afinal Marcelo era filho dele.— Semana que vem tem prova,- Rebecca estava mexendo no celular e falando ao mesmo tempo. — E vai ser a formatura do Roberto.— Nem me fala dessas provas, passei os últimos quatro meses estudando, tenho que tirar notas altas, acho que já passei da hora de trabalhar. - Pensando bem, queria mesmo fugir.— Tati você vai né? - Rebecca parou na minha frente, me fazendo parar também. — O Roberto gosta muito de você, e além do mais, ele só tem a gente. A mãe ainda não voltou, pelas conversas ela está de namorado novo.— Re, você mais do que ninguém sabe o que pode acontecer lá.-
— Quero uma tese de no mínimo trinta folhas, com o tema "FISIOTERAPIA E O CORPO HUMANO", – O professor Joseph, vermelho como se alguém estivesse acabado de dar um chupão nele, disse. — Vai valer para a nota de fechamento desse semestre, juntos dos outros trabalhos.Minha amiga nada disse, juntou as coisas e saiu da sala no fim da aula. Eu sabia que Rebecca estava por um fio, e isso que nem havíamos começado o estágio.— Droga, Tati eu não sei se consigo, esta ficando cada vez pior. – Rebecca me encarou, meio tensa.— Claro que consegue, faremos juntas, uma ajudando a outra.— Se for assim tá bom. – Ela parou na calçada - Preciso te contar uma coisa. Hoje a noite eu ligo pra você. — Então conta logo. O quê está acontecendo?— O Roberto chegou, – Ela olhou adiante, para um Roberto todo sorridente. — Hoje, eu te ligo.As coisas estavam muito estranhas entre aqueles dois, eu podia sentir uma certa tristeza na voz da Rebecca.Mas como só pensar não resolvia nada, virei as costas e fui an