Só que o Sábado chegou e com ele o nada.Nada do Marcelo e a sua carona de pau. Nem ligou, nem mandou mensagem, nem sinal de vida. A começar por semana passada. O dia que fomos na casa dos pais dele, fiquei com cara de BOSTA olhando para o nada, e repetindo para mim mesma que nunca mais me sujeitaria a passar por isso.Comecei o dia de TPM. Comecei meu dia nervosa, com o rosto oleoso, o cabelo embaraçado, cólica e vontade de matar um. Pois é, meu sábado foi assim.Sentei na cama, olhei no celular, nove horas em ponto. Levantei e fui direto para o banheiro tomar uma ducha. Depois coloquei a pior roupa que eu tinha, peguei minha caneca, um pacote de bolachas e fui direto para a sala assistir minha TV. Nem tive tempo de firmar a bunda no sofá e já tinha alguém me ligando. Ao olhar no visor vi o nome da minha amiga.— Tati?— Oi Re.— Nossa, pela voz você está um trapo.— TPM.- Na verdade não era só isso, mas eu ia deixar para soltar os cachorros em outra pessoa.— Vamos fazer a festinh
Já faziam seis meses que eu havia tomado a decisão da minha vida. Me mudei, deixei tudo para trás, principalmente uma pessoa.Meu pai quase morreu quando soube a noticia, minha mãe disse que se tivesse comigo na hora iria me virar do avesso.Mas, com o tempo tudo foi se ajeitando. Marcus me ligou depois de uma semana, querendo saber a verdade, eu contei, mas deixei alguns pontos de fora, afinal Marcelo era filho dele.— Semana que vem tem prova,- Rebecca estava mexendo no celular e falando ao mesmo tempo. — E vai ser a formatura do Roberto.— Nem me fala dessas provas, passei os últimos quatro meses estudando, tenho que tirar notas altas, acho que já passei da hora de trabalhar. - Pensando bem, queria mesmo fugir.— Tati você vai né? - Rebecca parou na minha frente, me fazendo parar também. — O Roberto gosta muito de você, e além do mais, ele só tem a gente. A mãe ainda não voltou, pelas conversas ela está de namorado novo.— Re, você mais do que ninguém sabe o que pode acontecer lá.-
— Quero uma tese de no mínimo trinta folhas, com o tema "FISIOTERAPIA E O CORPO HUMANO", – O professor Joseph, vermelho como se alguém estivesse acabado de dar um chupão nele, disse. — Vai valer para a nota de fechamento desse semestre, juntos dos outros trabalhos.Minha amiga nada disse, juntou as coisas e saiu da sala no fim da aula. Eu sabia que Rebecca estava por um fio, e isso que nem havíamos começado o estágio.— Droga, Tati eu não sei se consigo, esta ficando cada vez pior. – Rebecca me encarou, meio tensa.— Claro que consegue, faremos juntas, uma ajudando a outra.— Se for assim tá bom. – Ela parou na calçada - Preciso te contar uma coisa. Hoje a noite eu ligo pra você. — Então conta logo. O quê está acontecendo?— O Roberto chegou, – Ela olhou adiante, para um Roberto todo sorridente. — Hoje, eu te ligo.As coisas estavam muito estranhas entre aqueles dois, eu podia sentir uma certa tristeza na voz da Rebecca.Mas como só pensar não resolvia nada, virei as costas e fui an
Estava curtindo bastante o beijo, mas me lembrei que não era uma talarica e o afastei gentilmente.— Aceito seu pedido de desculpas, mas você tem namorada e eu não sou da laia dela.Ele ainda tentou me beijar de novo, dessa vez mantive a mão no peito musculoso.— Eu sabia que você iria reagir assim. – Ele sorriu de lado. — Não achei certo o quê ela fez com você. Esse assunto era da nossa família e só. Então depois que você partiu pedi ao Jacobe para te levar em casa e tive uma conversa bem franca com ela. Pera começar a aliança foi uma iniciativa dela, e hoje, vi que estava sendo um prêmio para a Milla. Então acabei, o que já não existia entre nós.— Marcelo..Marcelo, safado como era me pegou pela cintura , a boca levemente vermelha logo estava se movendo sobre a minha. Agradeci mentalmente por ter tomado um banho antes de me deitar. — Diz que não me quer e eu vou embora agora. – A voz dele saiu impressionantemente rouca. — Porque se eu entrar....— Foda-se.Me atirei em cima dele.
– Grávida? Rebecca você tem certeza? – Dava pulos enquanto vestia a calça. O celular coitado, firme em meu ouvido.– Tenho. - Ela voltou a chorar. – Fiz o exame de sangue, mas só tive coragem de abrir ontem pela noite.– Porque só ontem à noite?– Porque o maldito filho da puta terminou comigo. - E mais uma vez ela começou a chorar. – E agora, vou criar meu sozinha?– Se acalma. Já contou para o Roberto?– Não consigo, Tatiana você tem que me ajudar. - Merda, eu nunca digo não tão fácil.– Estou indo para a faculdade, hoje tem entrega de mais uma pesquisa, conversamos melhor lá, tá bom?– Tá bom, eu estou saindo também. - Ela fez uma pausa. – Tati, você é mais que amiga, é minha irmã de coração.Desliguei o celular e saí de casa atordoada, sem saber o que fazer. Meu maior medo era da reação do William e da mãe, e mais ainda do Roberto.Assim que cheguei na faculdade, peguei meu celular, e mandei uma mensagem;“Marcelo, aconteceu uma coisa muito séria. Preciso conversar com você. Eu te
– Grávida? - Marcelo arregalou os olhos.– Fala baixo, podem achar que sou eu.- Senti meu rosto esquentar. – Sim, e está com medo, porque o Roberto não está mais junto dela.– Hã?– Ele acabou com ela, do nada, só chegou e acabou. Disse que não dava mais certo e pronto. - Cada palavra me fazia ter vontade de matar o Roberto.– Eu vou matar o Roberto. Juro, eu vou acabar com ele. - Marcelo verbalizou meu desejo.– Vamos dar um tempo, aí falamos com ele pra sei lá, talvez ele volte atrás. -Completei. Não estava afim de voltar algemada para casa.– Tenho que voltar ao trabalho. -Marcelo olhou o relógio. – Prometi que te levaria comigo,- Ele sorriu pra mim, e eu senti meu coração sofredor bater mais rápido.– Não sei. – Desviei o olhar.– Sério ruiva? Depois da nossa noite...– Marcelo. – Engoli em seco. – Falando assim até parece que fui que te ataquei.– Não faria nada, se caso me atacasse, aliás, faria sim. Sendo seu subordinado.– Chega de falar papagaiada, eu vou. Só hoje, e que seja
– Você acha que vai dar tudo certo?- Eu estava parada na frente da minha casa, mas minha mente estava longe.– O que?- Marcelo parecia distante também. – Ah, vamos ver. Tati, eu vou ter que fazer uma viagem para Campos do Jordão. Tem uma pousada para vistoriar. Sei que não vai, por causa da faculdade...- Quando ele percebeu minha cara de assustada, fechou os olhos, e continuou. – Vai ser rápido. Juro.– Quantos dias? - Eu sentia a dúvida nublar minha mente.– Só volto na sexta à noite, ou sábado. - Ele pegou minha em minha mão. – Por favor, só quero que você confie em mim.– Não sou sargentona.- Claro que eu era.– Estamos correndo contra o tempo, porque pretendemos sair em viagem. – Ele sorriu de lado.- Hã?– Você vai saber.Me despedi do Marcelo, e fiquei vendo o carro dele se distanciar.Assim que entrei fui surpreendida pela dúvida. Será que ele vai a trabalho mesmo? Ou será que não é tudo outra brincadeira.– Deixa disso Tatiana, pensa positivo.- Eu repetia essa frase a toda hora
Três dias depois eu já tinha arrumado todas as minhas coisas, guardado as que eu iria usar.Estava folheando um dark romance quando meu celular bipou. De cara vi quem era, senti a vontade pungente de jogar o celular na parede. Me contive.Sei que não quer mais saber de mim. Mas preciso falar com você. É sobre a Rebecca. Te espero amanhã às 13:00hrs, no shopping. William.*******- Como sempre, pontual. -William tinha chegado mais cedo que eu. - Por favor, senta.- Muito obrigada. -Eu tentei ser bem seca com ele. - O que está acontecendo?- Sempre direta ao ponto.- Ele riu da minha atitude, eu, continuei seria. - Tá legal. Primeiramente, eu queria me desculpar com você, sobre aquele dia.- Sério? Você deveria rever suas atitudes.No mundo de hoje, racismo é crime sabia?- Mantive minha postura, mas minha vontade era voar no pescoço dele.- Eu mudei, nesse tempo que ficamos afastados. Eu até pedi desculpas pro Jacobe.-Tinha algo superficial na voz dele.- Mas não quero falar sobre isso ag