– Grávida? Rebecca você tem certeza? – Dava pulos enquanto vestia a calça. O celular coitado, firme em meu ouvido.– Tenho. - Ela voltou a chorar. – Fiz o exame de sangue, mas só tive coragem de abrir ontem pela noite.– Porque só ontem à noite?– Porque o maldito filho da puta terminou comigo. - E mais uma vez ela começou a chorar. – E agora, vou criar meu sozinha?– Se acalma. Já contou para o Roberto?– Não consigo, Tatiana você tem que me ajudar. - Merda, eu nunca digo não tão fácil.– Estou indo para a faculdade, hoje tem entrega de mais uma pesquisa, conversamos melhor lá, tá bom?– Tá bom, eu estou saindo também. - Ela fez uma pausa. – Tati, você é mais que amiga, é minha irmã de coração.Desliguei o celular e saí de casa atordoada, sem saber o que fazer. Meu maior medo era da reação do William e da mãe, e mais ainda do Roberto.Assim que cheguei na faculdade, peguei meu celular, e mandei uma mensagem;“Marcelo, aconteceu uma coisa muito séria. Preciso conversar com você. Eu te
– Grávida? - Marcelo arregalou os olhos.– Fala baixo, podem achar que sou eu.- Senti meu rosto esquentar. – Sim, e está com medo, porque o Roberto não está mais junto dela.– Hã?– Ele acabou com ela, do nada, só chegou e acabou. Disse que não dava mais certo e pronto. - Cada palavra me fazia ter vontade de matar o Roberto.– Eu vou matar o Roberto. Juro, eu vou acabar com ele. - Marcelo verbalizou meu desejo.– Vamos dar um tempo, aí falamos com ele pra sei lá, talvez ele volte atrás. -Completei. Não estava afim de voltar algemada para casa.– Tenho que voltar ao trabalho. -Marcelo olhou o relógio. – Prometi que te levaria comigo,- Ele sorriu pra mim, e eu senti meu coração sofredor bater mais rápido.– Não sei. – Desviei o olhar.– Sério ruiva? Depois da nossa noite...– Marcelo. – Engoli em seco. – Falando assim até parece que fui que te ataquei.– Não faria nada, se caso me atacasse, aliás, faria sim. Sendo seu subordinado.– Chega de falar papagaiada, eu vou. Só hoje, e que seja
– Você acha que vai dar tudo certo?- Eu estava parada na frente da minha casa, mas minha mente estava longe.– O que?- Marcelo parecia distante também. – Ah, vamos ver. Tati, eu vou ter que fazer uma viagem para Campos do Jordão. Tem uma pousada para vistoriar. Sei que não vai, por causa da faculdade...- Quando ele percebeu minha cara de assustada, fechou os olhos, e continuou. – Vai ser rápido. Juro.– Quantos dias? - Eu sentia a dúvida nublar minha mente.– Só volto na sexta à noite, ou sábado. - Ele pegou minha em minha mão. – Por favor, só quero que você confie em mim.– Não sou sargentona.- Claro que eu era.– Estamos correndo contra o tempo, porque pretendemos sair em viagem. – Ele sorriu de lado.- Hã?– Você vai saber.Me despedi do Marcelo, e fiquei vendo o carro dele se distanciar.Assim que entrei fui surpreendida pela dúvida. Será que ele vai a trabalho mesmo? Ou será que não é tudo outra brincadeira.– Deixa disso Tatiana, pensa positivo.- Eu repetia essa frase a toda hora
Três dias depois eu já tinha arrumado todas as minhas coisas, guardado as que eu iria usar.Estava folheando um dark romance quando meu celular bipou. De cara vi quem era, senti a vontade pungente de jogar o celular na parede. Me contive.Sei que não quer mais saber de mim. Mas preciso falar com você. É sobre a Rebecca. Te espero amanhã às 13:00hrs, no shopping. William.*******- Como sempre, pontual. -William tinha chegado mais cedo que eu. - Por favor, senta.- Muito obrigada. -Eu tentei ser bem seca com ele. - O que está acontecendo?- Sempre direta ao ponto.- Ele riu da minha atitude, eu, continuei seria. - Tá legal. Primeiramente, eu queria me desculpar com você, sobre aquele dia.- Sério? Você deveria rever suas atitudes.No mundo de hoje, racismo é crime sabia?- Mantive minha postura, mas minha vontade era voar no pescoço dele.- Eu mudei, nesse tempo que ficamos afastados. Eu até pedi desculpas pro Jacobe.-Tinha algo superficial na voz dele.- Mas não quero falar sobre isso ag
Passei pelo portão tão cega de raiva que nem notei uma senhora me chamando. - Moça.-Ela passou na minha frente.- Já fechamosl- É mesmo? -Fuzilei com os olhos, a infeliz. - Sai da minha frente.- Não. - Ela cruzou os braços. - Não vou sair. Era uma senhora de mais ou menos cinquenta anos, mais alta que eu,bem magra,e tinha cara de mal.- Se a Senhora não sair,eu te empurro.- Coloquei a mão na frente dela.Quando eu percebi que ela não ia sair mesmo, pedi perdão a Deus, tomei impulso e dei um empurrão nela. A mulher caiu de costas pro chão. - Eu vou chamar a polícia! -Ela tentou se levantar. - Não precisa.- Ela me olhou, assustada.- Já chamei.Entrei de uma vez, fazendo umas meninas se assustarem comigo.A balconista se levantou rapidamente:- Moça, precisa de alguma coisa?-Eu sabia muito bem o que era.- Preciso falar com a Rebecca.-Bati a mão no balcão. - Ela vai ser medicada agora, não pode ser atendida.-Ela olhou na direção da última sala do consultório.Nem esperei resposta,
O dia mal começou, e eu Pulei da cama, coloquei a minha roupa favorita para cavalgar. Camisa longa de pano grosso, e uma calça especial, que eu ganhei quando comecei a cavalgar bem. Era preta, e os joelhos eram revestidos de couro,assim como a parte entre as pernas, e minhas botas de couro marrom, mais gasta que minha paciência.Pelo jeito ninguém tinha acordado ainda, a casa estava em silêncio total. Tomei o café do dia anterior da garrafa, comi um pedaço de pão que achei dando sopa e me preparei para sair.Desde que havia chegado, eu não fui ver meu cavalo, sei que ele sentiu minha falta, assim como eu dele.Saí pela porta dos fundos e fui correndo pro estábulo.Assim que entrei, meu cavalo levantou a cabeçona com a boca cheia e olhou para a porta.Nós dois temos uma amizade sincera. Acho que foi pelo fato do que aconteceu com a gente no passado. O bichinho batia as patas no chão e tentava a todo custo passar pela portinhola.- Você está fedendo. - Encostei a cabeça no dorso dele. -
O nosso retorno foi programado para um mês atrás, mas como eu pai é um belo de um chorão, ele conseguiu convencer o Marcelo e o pais dele e ficarem até depois das festas, ou seja, passamos o natal como uma família. E agora o ano novo.Ganhei da minha mãe um vestido branco rodadinho, e da minha linda sogra uma sandália prata.Todo esse visual caiu muito bem no meu corpo, e o branco impecável do vestido contrastou com a cor do meu cabelo.Meu irmão me chamou de mãe de santo, e os dois mais novos riram, mesmo sem saber o que isso significa.-Tati, você está parecendo um anjo.-Minha mãe estava sentada na cama.Não sei porque, mas senti um aperto enorme no coração vendo minha mãe ali, até pareceu que seria uma das últimas vezes que eu a veria.-Ah mãe. - Dei um abraço nela.-Vale uma foto. - Minha mãe tirou o celular do bolso da calça. Tiramos várias fotos, e depois disso ela deu a louca e começou a tirar várias fotos. De tudo, e todos.Desci as escadas e corri para o meu pai, e ela tiro
-Marcelo, pelo amor de Deus,vamos embora.-Tentei com todas as minhas forças puxar ele de volta.-Olha, se você estiver com medo,pode ir embora.- Ele manteve o braço esticado ao lado do corpo, e as mãos fechadas em punhos.-Vão brigar na frente da minha casa? -William desceu da moto,-Porque estou cansado, e daqui a pouco vou sair de novo. -Porque você fez isso?-Marcelo se soltou do meu aperto. -Eu vou quebrar a sua cara.-Olha cara, não se meta em coisas de família. -William abriu o portão, mas nem deu tempo de passar.Aconteceu muito rápido, eu estava na frente do meu namorado, mas fui empurrada pra trás, ele praticamente se jogou nas costas do William, e os dois começaram a se esmurrar. Eu gritava em vão, tentava separar, mas nem me sentiram.O Marcelo acabou acertando um soco no nariz do William, mas levou outro no estômago, e ambos se largaram.-Você quebrou o meu nariz - William estava tentando estancar o sangue.-Olha Tatiana vou te falar uma coisa.-Ele apontou o dedo cheio de sa