Um mês havia se passado e Marcelo resolveu fazer igual o relâmpago Marquinhos, mais rápido que o Katchau, sumiu. Me sentia usada, chateada, e muito, muito irritada.— Ele foi lá em casa, conversou com minha mãe. Estamos namorando sério.- Rebecca fez uma baita de uma cara de besta.— E ainda me deu uma aliança de prata. Olha!? - Era enorme e tinha o nome dele gravado por fora. Eu não usaria, mas dei uma risadinha amarela, era minha amiga, se ela estava feliz, eu também estava.— Poxa Re, estou feliz por vocês, o Roberto é muito legal, sei que vai fazer você feliz. - Dei umas batidinhas na mão dela.— Mas e vocês dois? O Roberto me falou que o Marcelo e você estão se entendendo também.— Hã? Nós, nós estamos bem,- MENTIRA.— O Marcelo é muito ocupado, mas nos falamos sempre.- Falei olhando para o pátio, fingindo estar prestando atenção em outras coisas. — Quer dizer, as vezes ele some mas está tudo bem. Eu também estudo muito.Mentira pura. Queria dar uns tapas naquela cara safada dele.—
Só que o Sábado chegou e com ele o nada.Nada do Marcelo e a sua carona de pau. Nem ligou, nem mandou mensagem, nem sinal de vida. A começar por semana passada. O dia que fomos na casa dos pais dele, fiquei com cara de BOSTA olhando para o nada, e repetindo para mim mesma que nunca mais me sujeitaria a passar por isso.Comecei o dia de TPM. Comecei meu dia nervosa, com o rosto oleoso, o cabelo embaraçado, cólica e vontade de matar um. Pois é, meu sábado foi assim.Sentei na cama, olhei no celular, nove horas em ponto. Levantei e fui direto para o banheiro tomar uma ducha. Depois coloquei a pior roupa que eu tinha, peguei minha caneca, um pacote de bolachas e fui direto para a sala assistir minha TV. Nem tive tempo de firmar a bunda no sofá e já tinha alguém me ligando. Ao olhar no visor vi o nome da minha amiga.— Tati?— Oi Re.— Nossa, pela voz você está um trapo.— TPM.- Na verdade não era só isso, mas eu ia deixar para soltar os cachorros em outra pessoa.— Vamos fazer a festinh
Já faziam seis meses que eu havia tomado a decisão da minha vida. Me mudei, deixei tudo para trás, principalmente uma pessoa.Meu pai quase morreu quando soube a noticia, minha mãe disse que se tivesse comigo na hora iria me virar do avesso.Mas, com o tempo tudo foi se ajeitando. Marcus me ligou depois de uma semana, querendo saber a verdade, eu contei, mas deixei alguns pontos de fora, afinal Marcelo era filho dele.— Semana que vem tem prova,- Rebecca estava mexendo no celular e falando ao mesmo tempo. — E vai ser a formatura do Roberto.— Nem me fala dessas provas, passei os últimos quatro meses estudando, tenho que tirar notas altas, acho que já passei da hora de trabalhar. - Pensando bem, queria mesmo fugir.— Tati você vai né? - Rebecca parou na minha frente, me fazendo parar também. — O Roberto gosta muito de você, e além do mais, ele só tem a gente. A mãe ainda não voltou, pelas conversas ela está de namorado novo.— Re, você mais do que ninguém sabe o que pode acontecer lá.-
— Quero uma tese de no mínimo trinta folhas, com o tema "FISIOTERAPIA E O CORPO HUMANO", – O professor Joseph, vermelho como se alguém estivesse acabado de dar um chupão nele, disse. — Vai valer para a nota de fechamento desse semestre, juntos dos outros trabalhos.Minha amiga nada disse, juntou as coisas e saiu da sala no fim da aula. Eu sabia que Rebecca estava por um fio, e isso que nem havíamos começado o estágio.— Droga, Tati eu não sei se consigo, esta ficando cada vez pior. – Rebecca me encarou, meio tensa.— Claro que consegue, faremos juntas, uma ajudando a outra.— Se for assim tá bom. – Ela parou na calçada - Preciso te contar uma coisa. Hoje a noite eu ligo pra você. — Então conta logo. O quê está acontecendo?— O Roberto chegou, – Ela olhou adiante, para um Roberto todo sorridente. — Hoje, eu te ligo.As coisas estavam muito estranhas entre aqueles dois, eu podia sentir uma certa tristeza na voz da Rebecca.Mas como só pensar não resolvia nada, virei as costas e fui an
Estava curtindo bastante o beijo, mas me lembrei que não era uma talarica e o afastei gentilmente.— Aceito seu pedido de desculpas, mas você tem namorada e eu não sou da laia dela.Ele ainda tentou me beijar de novo, dessa vez mantive a mão no peito musculoso.— Eu sabia que você iria reagir assim. – Ele sorriu de lado. — Não achei certo o quê ela fez com você. Esse assunto era da nossa família e só. Então depois que você partiu pedi ao Jacobe para te levar em casa e tive uma conversa bem franca com ela. Pera começar a aliança foi uma iniciativa dela, e hoje, vi que estava sendo um prêmio para a Milla. Então acabei, o que já não existia entre nós.— Marcelo..Marcelo, safado como era me pegou pela cintura , a boca levemente vermelha logo estava se movendo sobre a minha. Agradeci mentalmente por ter tomado um banho antes de me deitar. — Diz que não me quer e eu vou embora agora. – A voz dele saiu impressionantemente rouca. — Porque se eu entrar....— Foda-se.Me atirei em cima dele.
– Grávida? Rebecca você tem certeza? – Dava pulos enquanto vestia a calça. O celular coitado, firme em meu ouvido.– Tenho. - Ela voltou a chorar. – Fiz o exame de sangue, mas só tive coragem de abrir ontem pela noite.– Porque só ontem à noite?– Porque o maldito filho da puta terminou comigo. - E mais uma vez ela começou a chorar. – E agora, vou criar meu sozinha?– Se acalma. Já contou para o Roberto?– Não consigo, Tatiana você tem que me ajudar. - Merda, eu nunca digo não tão fácil.– Estou indo para a faculdade, hoje tem entrega de mais uma pesquisa, conversamos melhor lá, tá bom?– Tá bom, eu estou saindo também. - Ela fez uma pausa. – Tati, você é mais que amiga, é minha irmã de coração.Desliguei o celular e saí de casa atordoada, sem saber o que fazer. Meu maior medo era da reação do William e da mãe, e mais ainda do Roberto.Assim que cheguei na faculdade, peguei meu celular, e mandei uma mensagem;“Marcelo, aconteceu uma coisa muito séria. Preciso conversar com você. Eu te
– Grávida? - Marcelo arregalou os olhos.– Fala baixo, podem achar que sou eu.- Senti meu rosto esquentar. – Sim, e está com medo, porque o Roberto não está mais junto dela.– Hã?– Ele acabou com ela, do nada, só chegou e acabou. Disse que não dava mais certo e pronto. - Cada palavra me fazia ter vontade de matar o Roberto.– Eu vou matar o Roberto. Juro, eu vou acabar com ele. - Marcelo verbalizou meu desejo.– Vamos dar um tempo, aí falamos com ele pra sei lá, talvez ele volte atrás. -Completei. Não estava afim de voltar algemada para casa.– Tenho que voltar ao trabalho. -Marcelo olhou o relógio. – Prometi que te levaria comigo,- Ele sorriu pra mim, e eu senti meu coração sofredor bater mais rápido.– Não sei. – Desviei o olhar.– Sério ruiva? Depois da nossa noite...– Marcelo. – Engoli em seco. – Falando assim até parece que fui que te ataquei.– Não faria nada, se caso me atacasse, aliás, faria sim. Sendo seu subordinado.– Chega de falar papagaiada, eu vou. Só hoje, e que seja
– Você acha que vai dar tudo certo?- Eu estava parada na frente da minha casa, mas minha mente estava longe.– O que?- Marcelo parecia distante também. – Ah, vamos ver. Tati, eu vou ter que fazer uma viagem para Campos do Jordão. Tem uma pousada para vistoriar. Sei que não vai, por causa da faculdade...- Quando ele percebeu minha cara de assustada, fechou os olhos, e continuou. – Vai ser rápido. Juro.– Quantos dias? - Eu sentia a dúvida nublar minha mente.– Só volto na sexta à noite, ou sábado. - Ele pegou minha em minha mão. – Por favor, só quero que você confie em mim.– Não sou sargentona.- Claro que eu era.– Estamos correndo contra o tempo, porque pretendemos sair em viagem. – Ele sorriu de lado.- Hã?– Você vai saber.Me despedi do Marcelo, e fiquei vendo o carro dele se distanciar.Assim que entrei fui surpreendida pela dúvida. Será que ele vai a trabalho mesmo? Ou será que não é tudo outra brincadeira.– Deixa disso Tatiana, pensa positivo.- Eu repetia essa frase a toda hora