-Como vou fazer pra me livrar desse problema?- A pergunta de Alberto vagou no ar e ecoou por aquela enorme sala de escritório.
-É meu caro, dessa vez, você vai ter que pensar rápido. - Fernando respondeu depois de alguns minutos. -Eu tenho que encontrar uma solução urgentemente, e regularizar tudo, caso contrário, esse contrato vai me prejudicar. Alberto estava enfrentando um grande dilema, ou cumpria esse comtrato ou pagava uma multa milionária, e na pior das hipóteses ele teria que liquidar a sua empresa. Mas essa última, não era nem cogitada, não era uma opção. Ele jamais se desfaria da sua amada empresa. -Eu tenho certeza que Tomaz está por trás disso tudo. - fez uma pausa e sentou na cadeira e continuou.- Tudo isso , só porque eu e nenhum dos sócios cedemos aos seus caprichos. -É, mas agora ele conseguiu te encurralar. - Fernando se levantou e caminhou até a outra parede do escritório, para pegar uma bebida. - E pior, como é que iríamos imaginar que ele teria coragem de colocar um infiltrado aqui, para ter acesso e violar nossas informações confidenciais? -Realmente, fomos muito inocentes. Aquele desgraçado foi muito ardiloso. - Alberto estava com raiva da sua própria ingenuidade. -É como a gente pode ter dado esse vacilo? Era óbvio que ele jamais ficaria de braços cruzados. Ele não aceita perder. - Fez uma pausa e encarou Alberto e complementou - e você também não. -Perder para aquele estupido? Jamais. - Alberto se levantou da cadeira, pegou o seu paletó e já se preparava para sair. - Eu não vou permitir que aquele imbecil consiga o que quer. Fernando, notou que a voz de Alberto tinha um tom de ameaça. -É parece que você também está disposto a tudo.- murmurou tão baixo que Alberto não ouviu. - Eu vou pensar em alguma solução. - terminou de dizer ao vê-lo cruzar para fora da sala e fechar a porta. Na recepção Clara atendia as ligações e anotava os recados. -Obrigada por me cobrir. - Samanta se aproximou. -Bom já que você já voltou, eu irei voltar para o meu posto. - ela fez uma pausa, olhou para um lado e para o outro, baixou a voz e resmungou . - Meu chefe está atacado hoje, e eu não quero dar motivos para ele descontar toda a fúria dele em cima de mim. -Sério amiga? Me conta, o que anda acontecendo, ultimamente eu tenho ouvido boatos e além disso notei o clima pesado aqui na empresa.- Samanta se aproximou ainda mais de Clara esperando que ela começasse a contar. -Pois é Samanta acontec.... As portas do elevador abriram. -Vocês não tem serviço não? -Alberto chegou por trás, pegando as duas de surpresa. - Isso é hora de ficar aqui fofocando? Ele disse isso em um tom de voz tão grosseiro que Clara e Samanta ficaram mudas e sem reação. Clara ficou vermelha igual um tomate. -É você, o que está fazendo aqui? Lá em cima o serviço está acumulando e você aqui fofocando. E antes que uma delas pudesse responder ou se desculpar, ele saiu andando, com o seu paletó no braço, para fora do edifício. -Meu Deus, Clarinha o que foi isso? - Samanta começou. -Viu, eu não disse que ele tava uma fera hoje?- Clara falou já apressando o passo para o elevador. Eu vou lá, antes que eu leve outro esporro. Depois , fora daqui eu te conto. -Isso, isso... corre lá amiga, obrigada por ficar aqui pra mim. Depois nós falamos. Enquanto o telefone da recepção tocou e Samanta foi atender, Clara já estava dentro do elevador apertando o botão do 6⁰ andar. Assim que chegou ao seu posto de trabalho. Fernando já saiu do escritório do presidente. -Ah você já voltou, preciso que você me faça um favor, leve essas pastas para o RH e ..... - fez uma pausa e perguntou - Aconteceu alguma coisa? Clara tentou disfarçar -Nao nad.. não aconteceu nada não,Sr. Fernando. Fernando a encarou desconfiado, ele sabia que ela estava mentindo. -Não verdade aconteceu sim, foi o Sr. Alberto, ele brigou com a gente lá na recepção, e eu só estava cobrindo a minha colega porque ela foi ao banheiro e ... -Clara, está tudo bem, eu entendo, esse é o jeito dele, você sabe que ele sempre foi assim. - Fernando a interrompeu educadamente fazendo um gesto com as mãos. -Sim eu sei sr. Fernando, mas antes ele nos repreendia por motivos sérios, agora por qualquer mínimo erro ele já fica ríspido e alterado. As vezes eu acho que ele ainda vai bater em alguém. Fernando não pode conter a gargalhada. -É eu sei. Eu também acho que algum dia ele vai partir para cima de alguém.- ele brincou e pausou ao observar a fisionomia curiosa de Clara .- Estou só brincando…..Eh, Sabe Clara , é que ele está enfrentando alguns problemas com a empresa no momento e isso tem tirado a paz dele. Por isso não ligue para o modo que ele fala com vocês. -Sr. Fernando, saiba que se precisar de qualquer coisa em que eu possa ajudar , pode contar com o meu trabalho e o meu esforço. Fernando sorriu e disse: -Obrigado pelo seu apoio e preocupação Clara. Então agora, eu vou pra minha sala trabalhar antes que a fera chegue, por favor passe no RH e peça para tirar cópias duplicadas dessas pastas e revisá-las e assim que você voltar , passe na minha sala e deixe os papeis comigo.-Ele aproximou falando baixo.- Outra coisa, não desgruda desses papeis por nada. -Sim sr.Fernando, eu já volto. Fernando acompanhou o caminhar daquela bela moça até o elevador, ele gostava muito de Clara e apreciava a dedicação e o trabalho dela, mais que isso ele confiava plenamente nela. Eles levavam seis anos e meio trabalhando juntos. Clara começou a trabalhar para Companhia Aranttes & Sotto como estagiária desde a época do ensino médio até a faculdade, sendo contratada como secretária e posteriormente promovida a assistente pessoal dele. Ela amava o trabalho, e sempre fez de tudo para demonstrar, sempre aproveitou as oportunidades e nunca decepcionou. Chegando em sua sala, veio à sua mente, a conversa com Clara, e suas determinadas palavras. *"Sr. Fernando, saiba que se precisar de qualquer coisa em que eu possa ajudar , pode contar com o meu trabalho e o meu esforço." E consigo mesmo raciocinou. -Clara... Acho que você pode ajudar sim. - Sentou em sua cadeira e começou a bolar um plano, no qual envolveria Clara. .... *Esta é a minha primeira história. Comente o que está achando. O seu comentário é muito importante e necessário e me ajudará muito a melhorar e evoluir como autora e escritora para continuar escrevendo mais histórias como essas.*Durante a tarde tudo ocorreu bem, Clara realizou todas as tarefas acumuladas e ainda adiantou alguns trabalhos para o dia seguinte. Já estava quase dando a sua hora de sair e quando já aprontava a bolsa ela escuta passos “-Será que é ele ?”- pensou ela , e ao se virar para sair , se esbarra em alguém. “-Sim é ele.”- Clara queria sair antes que ele chegasse , pois estava com medo de justamente topar de frente com o Sr. Alberto. -Você já está saindo? - Alberto perguntou Ela respondeu diretamente. -Sim Senhor, como o senhor ficou o dia todo fora em reunião, pensei que não voltaria para a empresa mais.- disse ela arrumando a sua mesa e pegando a bolsa e colocando no ombro. sem olhar para ele e continuou- Olha deixei todas as pastas , e as cópias revisadas na mesa do senhor. Tenha uma boa noite e até amanhã. Com licença , por favor. Ao ver que Clara parecia tensa e querendo ir embora o mais rápido possível, evitando contato visual , Alberto não se moveu do lugar e não deu passag
-Oi meu amor você já chegou? Dona Bárbara saia da cozinha ao avistar Clara trocando as sandálias pelos chinelos na porta de casa. -Sim mamãe. - Clara se aproximou abraçou-a e beijou-a -É como foi o dia de trabalho? -Completamente cansativo. - disse Clara se desmoronando em cima do sofá - Estou exausta. -Tanto trabalho? Você realmente parece estar cansada. - Bárbara se aproximou observando as olheiras levemente expostas por debaixo da maquiagem de Clara. -Cansada é pouco mamãe, me sinto completamente exausta. Pois além de muito trabalho, também estou tendo que lidar com a pressão do meu chefe. -Porque? Realmente vendo de perto percebo que você está com olheiras. Está tudo bem? Você está bem? Me conte meu amor? Você tem comido bem? Bebido bastante água e .... -Mamãe, eu estou bem, não se preocupe, eu só estou cansada mesmo, é muito trabalho , fico muitas horas sentada de frente para uma tela de computador, é só isso. Dona Bárbara se afastou e foi até a cozinha, e em po
Ela atendeu. E no outro lado da linha era a operadora de telefone oferecendo planos e serviços. Ela nem terminou de ouvir. Disse um “obrigada não tenho interesse" e desligou.“Povo chato.”Assim que terminou ela deitou na cama e mandou áudio para Samanta.“Já estou disponível pra falar.”. Na mesma hora, Clara recebeu uma chamada de vídeo.Ela atendeu.-Nossa, mas você é muito ansiosa viu. - e riu.-Clara, eu trabalho tanto, não tenho distração nenhuma, isso é o meu passatempo preferido. Sem contar que você está me enrolando, já marcamos várias vezes de sair e você deu pra trás, então o único jeito de conversar com você e te ligando. Clara realmente, era muito caseira , não gostava de sair de casa, era de casa para o serviço e do serviço para casa. Diferente de Sabrina, que amava sair e fazer compras, era conversada e tinha facilidades para se relacionar. -Mas conta , e aí o que deu lá em cima? Menina o que foi aquilo? Aquele homão tão belo e tão nervoso.- Enquanto Samanta falav
Do outro lado da cidade, Fernando acabava de estacionar o seu carro em frente ao apartamento de Alberto. Ao terminar a manobra e estacionar na vaga, se virou pra ele. -Tem certeza que vai ficar aqui hoje? Não quer mesmo ir pra casa? Alberto concordou com a cabeça. -Pensa bem no que conversamos, não é um ruim plano, a Clara é a pessoa certa para nos ajudar. Mas tudo bem, você é o capitão desse navio a decisão é sua. Alberto se virou pra abrir a porta do carro, ele não disse uma só palavra durante o trajeto todo, e isso fez com que Fernando ficasse preocupado. No que ele estava pensando? Era difícil decifrar a mente confusa e atordoada do amigo. Mas apesar de tudo ele só queria ajudar. Ele saiu do carro e entrou para a portaria do apartamento. Não se despediu e nem olhou para Fernando. Mas ele precisava de um tempo, e Fernando entedia. Era tudo muito repentinho e extranho. Mas conforme o andar da carruagem eles não tinham muitas alternativas para resolver essa situação. A
Em vários momentos seus olhares se cruzaram. Ela não pode evitar de se questionar. “O que será que ele tá pensando? Porque está me olhando desse jeito?” Mas rapidamente tratou de tirar esses tipos de pensamentos da sua mente. “Deve ser coisa da minha cabeça.” Clara pode observar mais de perto o quanto ele era bonito, mesmo ele estando com um semblante cansado, ainda assim ele era muito atraente e charmoso. “É, tão lindo, mas sou eu conheço essa fera aí nos piores dias”. -Então, vocês concordam que vai ser necessário mais mão de obra e mais máquinas para agilizar a finalização do projeto? - Alberto falava. -Sim , eu concordo, de todas as formas é um recurso que devemos investir, não adianta só mão de obra, os tratores e escavadeiras também são importantes para agilizar o trabalho. -Um dos acionistas falou. -Então tudo certo. A assistente Clara irá formular e avaliar o contrato e assim que ele estiver pronto, vamos assinar. - Alberto tomou uma xícara de café. - Então ag
Enquanto Fernando e Alberto arquitetavam o plano , uma leve batida na porta foi efetuada. -Sr.Fernando , o senhor está aí? E fizeram silêncio. -Claro, estou sim , entre , por favor. -Aqui, vim trazer as folhas do contrato para o senhor checar se está tudo certo, para os acionistas assinarem amanhã. Clara sentiu o ambiente estranho, mas disfarçou o seu constrangimento. Ela se aproximou da mesa de Fernando para entregar os papéis. -Deixa eu ver aqui , só um minuto.- Enquanto Fernando se distraia , avaliando os papeis, Alberto lançou um olhar sedutor para Clara. A olhando de cima embaixo. E ela percebeu, mas ficou calada e desviou o olhar. "Que abusado!" Alguns segundos depois. -Ótimo, ótimo Clara, tudo certo, pode copiar , e não se esqueça, guarde essas informações a sete chaves, por favor.- Fernando pausou ao olhar para Alberto e continuou. -Não queremos correr os risco de novamente ter os nossos documentos fraudados. Clara prontamente concordou com a cabeça. -Cla
No Shopping -Ai Clara, eu nem acredito que você topou sair, você estava me devendo esse passeio há muito tempo. -Ah também não é assim. É que eu adiantei muito trabalho para ficar mais sossegada. -Será? Eu acho que você trabalha demais, você precisa folgar. Pare de pensar em trabalho, trabalho, trabalho. Você precisa de férias. -Isso eu concordo com você, preciso de férias. E a minha mãe também falou a mesma coisa. -Você concorda comigo? Jura, pois eu só não concordo com os segredinhos que você anda guardando.- Samanta mudou repentinamente de assunto. -Do que está falando? - Clara tentou se fazer de boba. -Para Clara, você sabe que pode contar comigo, eu nunca espalharia ou contaria um segredo pessoal seu. -Jura?- Clara semicerrou os olhos olhando para Samanta de forma desconfiada Ela sabia que Samanta adorava uma fofoquinha. -Claro que sim, eu até fico triste, você parece que não confia em mim.- a voz de Samanta soava triste e decepcionada. -Não é isso Sami, é q
-Então quer dizer que Diego fraudou os documentos do projeto MiranteMar , colocando cláusulas abusivas para beneficiar somente os Cortesi? - Samanta não podia acreditar. - 12 milhões!?!? - sussurrou boquiabierta. -Exato, é por isso que o Sr. Alberto estava transtornado daquele jeito. -E com razão.- Samanta pode entender.- Mas isso não dá o direito dele nós tratar como andava nos tratando. -É eu concordo com você. Não foi nossa culpa. -E aqui, ele te maltratou hoje?- Samanta sabia mudar de assunto repentinamente. -Não, muito pelo contrário, foi bem cordial e … -Clara fez uma pausa. -observador como você viu lá dentro do elevador. -Certo…Mas em relação a tudo isso o que de verdade você acha? -Realmente eu não sei o que pensar Sami. Acredito que ele tem algum plano em mente e quer a minha ajuda. -E você ajudaria? -E não é o que tenho feito ultimamente? -É verdade, eu não sei como você está aguentando desempenhar tantas funções, ele deveria aumentar o seu salário, iss