Mil Razões Para Te Amar
Mil Razões Para Te Amar
Por: Karolyne Moreira
CAPÍTULO 1

-Como vou fazer pra me livrar desse problema?- A pergunta de Alberto vagou no ar e ecoou por aquela enorme sala de escritório.

-É meu caro, dessa vez, você vai ter que pensar rápido. - Fernando respondeu depois de alguns minutos.

-Eu tenho que encontrar uma solução urgentemente, e regularizar tudo, caso contrário, esse contrato vai me prejudicar.

Alberto estava enfrentando um grande dilema, ou cumpria esse comtrato ou pagava uma multa milionária, e na pior das hipóteses ele teria que liquidar a sua empresa. Mas essa última, não era nem cogitada, não era uma opção. Ele jamais se desfaria da sua amada empresa.

-Eu tenho certeza que Tomaz está por trás disso tudo. - fez uma pausa e sentou na cadeira e continuou.- Tudo isso , só porque eu e nenhum dos sócios cedemos aos seus caprichos.

-É, mas agora ele conseguiu te encurralar. - Fernando se levantou e caminhou até a outra parede do escritório, para pegar uma bebida. - E pior, como é que iríamos imaginar que ele teria coragem de colocar um infiltrado aqui, para ter acesso e violar nossas informações confidenciais?

-Realmente, fomos muito inocentes. Aquele desgraçado foi muito ardiloso. - Alberto estava com raiva da sua própria ingenuidade.

-É como a gente pode ter dado esse vacilo? Era óbvio que ele jamais ficaria de braços cruzados. Ele não aceita perder. - Fez uma pausa e encarou Alberto e complementou - e você também não.

-Perder para aquele estupido? Jamais. - Alberto se levantou da cadeira, pegou o seu paletó e já se preparava para sair. - Eu não vou permitir que aquele imbecil consiga o que quer.

Fernando, notou que a voz de Alberto tinha um tom de ameaça.

-É parece que você também está disposto a tudo.- murmurou tão baixo que Alberto não ouviu. - Eu vou pensar em alguma solução. - terminou de dizer ao vê-lo cruzar para fora da sala e fechar a porta.

Na recepção Clara atendia as ligações e anotava os recados.

-Obrigada por me cobrir. - Samanta se aproximou.

-Bom já que você já voltou, eu irei voltar para o meu posto. - ela fez uma pausa, olhou para um lado e para o outro, baixou a voz e resmungou . - Meu chefe está atacado hoje, e eu não quero dar motivos para ele descontar toda a fúria dele em cima de mim.

-Sério amiga? Me conta, o que anda acontecendo, ultimamente eu tenho ouvido boatos e além disso notei o clima pesado aqui na empresa.- Samanta se aproximou ainda mais de Clara esperando que ela começasse a contar.

-Pois é Samanta acontec....

As portas do elevador abriram.

-Vocês não tem serviço não? -Alberto chegou por trás, pegando as duas de surpresa. - Isso é hora de ficar aqui fofocando?

Ele disse isso em um tom de voz tão grosseiro que Clara e Samanta ficaram mudas e sem reação. Clara ficou vermelha igual um tomate.

-É você, o que está fazendo aqui? Lá em cima o serviço está acumulando e você aqui fofocando.

E antes que uma delas pudesse responder ou se desculpar, ele saiu andando, com o seu paletó no braço, para fora do edifício.

-Meu Deus, Clarinha o que foi isso? - Samanta começou.

-Viu, eu não disse que ele tava uma fera hoje?- Clara falou já apressando o passo para o elevador. Eu vou lá, antes que eu leve outro esporro. Depois , fora daqui eu te conto.

-Isso, isso... corre lá amiga, obrigada por ficar aqui pra mim. Depois nós falamos.

Enquanto o telefone da recepção tocou e Samanta foi atender, Clara já estava dentro do elevador apertando o botão do 6⁰ andar.

Assim que chegou ao seu posto de trabalho. Fernando já saiu do escritório do presidente.

-Ah você já voltou, preciso que você me faça um favor, leve essas pastas para o RH e ..... - fez uma pausa e perguntou - Aconteceu alguma coisa?

Clara tentou disfarçar

-Nao nad.. não aconteceu nada não,Sr. Fernando.

Fernando a encarou desconfiado, ele sabia que ela estava mentindo.

-Não verdade aconteceu sim, foi o Sr. Alberto, ele brigou com a gente lá na recepção, e eu só estava cobrindo a minha colega porque ela foi ao banheiro e ...

-Clara, está tudo bem, eu entendo, esse é o jeito dele, você sabe que ele sempre foi assim. - Fernando a interrompeu educadamente fazendo um gesto com as mãos.

-Sim eu sei sr. Fernando, mas antes ele nos repreendia por motivos sérios, agora por qualquer mínimo erro ele já fica ríspido e alterado. As vezes eu acho que ele ainda vai bater em alguém.

Fernando não pode conter a gargalhada.

-É eu sei. Eu também acho que algum dia ele vai partir para cima de alguém.- ele brincou e pausou ao observar a fisionomia curiosa de Clara .- Estou só brincando…..Eh, Sabe Clara , é que ele está enfrentando alguns problemas com a empresa no momento e isso tem tirado a paz dele. Por isso não ligue para o modo que ele fala com vocês.

-Sr. Fernando, saiba que se precisar de qualquer coisa em que eu possa ajudar , pode contar com o meu trabalho e o meu esforço.

Fernando sorriu e disse:

-Obrigado pelo seu apoio e preocupação Clara. Então agora, eu vou pra minha sala trabalhar antes que a fera chegue, por favor passe no RH e peça para tirar cópias duplicadas dessas pastas e revisá-las e assim que você voltar , passe na minha sala e deixe os papeis comigo.-Ele aproximou falando baixo.- Outra coisa, não desgruda desses papeis por nada.

-Sim sr.Fernando, eu já volto.

Fernando acompanhou o caminhar daquela bela moça até o elevador, ele gostava muito de Clara e apreciava a dedicação e o trabalho dela, mais que isso ele confiava plenamente nela. Eles levavam seis anos e meio trabalhando juntos. Clara começou a trabalhar para Companhia Aranttes & Sotto como estagiária desde a época do ensino médio até a faculdade, sendo contratada como secretária e posteriormente promovida a assistente pessoal dele. Ela amava o trabalho, e sempre fez de tudo para demonstrar, sempre aproveitou as oportunidades e nunca decepcionou. Chegando em sua sala, veio à sua mente, a conversa com Clara, e suas determinadas palavras.

*"Sr. Fernando, saiba que se precisar de qualquer coisa em que eu possa ajudar , pode contar com o meu trabalho e o meu esforço."

E consigo mesmo raciocinou.

-Clara... Acho que você pode ajudar sim. - Sentou em sua cadeira e começou a bolar um plano, no qual envolveria Clara.

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