Do outro lado da cidade, Fernando acabava de estacionar o seu carro em frente ao apartamento de Alberto.
Ao terminar a manobra e estacionar na vaga, se virou pra ele. -Tem certeza que vai ficar aqui hoje? Não quer mesmo ir pra casa? Alberto concordou com a cabeça. -Pensa bem no que conversamos, não é um ruim plano, a Clara é a pessoa certa para nos ajudar. Mas tudo bem, você é o capitão desse navio a decisão é sua. Alberto se virou pra abrir a porta do carro, ele não disse uma só palavra durante o trajeto todo, e isso fez com que Fernando ficasse preocupado. No que ele estava pensando? Era difícil decifrar a mente confusa e atordoada do amigo. Mas apesar de tudo ele só queria ajudar. Ele saiu do carro e entrou para a portaria do apartamento. Não se despediu e nem olhou para Fernando. Mas ele precisava de um tempo, e Fernando entedia. Era tudo muito repentinho e extranho. Mas conforme o andar da carruagem eles não tinham muitas alternativas para resolver essa situação. Ao observar que Alberto tinha entrado, ligou o carro e arrancou. … Ao entrar em seu enorme apartamento da cobertura, deixou seu paletó e as chaves do seu carro em cima de uma mesinha e caminhou lentamente até a adega e serviu-se um copo de whisky. O silêncio e a adega de bebidas eram suas únicas companhias naquele enorme espaço. E veio o flashback da sua conversa com Fernando e Marcelo no restaurante OpenNigth. *Flashback* -Olha francamente, Alberto, o Tomaz soube atacar.-Marcelo deu uma golada- Usou um estagiário. Pelo amor de Deus. -Pois é, mas será que não tem como provar a fraude do contrato? - Indagou Fernando que fez uma pausa, olhou para Alberto e depois para Marcelo e continuou.- porque se não for isso, a nossa companhia vai ter que reincidir o contrato e pagar 12 milhões para os Cortesi, e você sabe melhor que ninguém, que não temos todo esse dinheiro de uma vez, ainda estamos nos recuperando da divisão do patrimônio deixado pelo senhor Ernesto. Marcelo, que já sabia de toda história, respondeu pela milésima vez. -Tem provas, câmeras de segurança ou testemunhas ? Caso contrário como vamos provar isso em juízo meus caros? Alegar suspeitas não é suficiente para se ganhar uma causa na justiça. -E no seu entender temos que ficar de braços cruzados? Esperando a falência? - Fernando olhava para Marcelo com uma expressão de impaciência. -Estou tentando encontrar uma solução, para ajudar e você ainda reclama? - Marcelo replicou. -Ah meu caro, não estou vendo você fazer esforço nenhum, para com isso. Tenta se esforçar mais, até porque da mina de onde tiramos o dinheiro para te pagar, será a mesma que irá falir e fechar e você vai perder a sua mamata. Marcelo resolveu não retrucar, percebeu que Fernando bebia e estava nervoso com a situação, então não ligou, de fato , para as provocações do amigo. Entendia a resolva. -E se eu fizesse uma offshore em um paraíso fiscal? A justiça iria deduzir que eu estou tentando esconder alguma coisa para não pagar esse valor para a companhia dos Cortesi? - Alberto interrompeu a discussão dos dois, com essa pergunta. -É - Marcelo respondeu sem entender direito onde ele queria chegar com isso. -E se eu arrumasse um terceiro de confiança, transferisse a verba para a offshore dessa terceira pessoa e me casasse com essa pessoa? Ao ouvir isso Marcelo olhou incrédulo para Alberto. -Não me olhe assim, pois essa é ideia dele aí. - Alberto fez um sinal apontando para Fernando. E Marcelo mudou seu olhar de Alberto para Fernando. -Francamente, só podia ser você. -Tem alguma ideia melhor? - Fernando deu uma resposta ríspida o cortando. -Tudi bem, tudo bem meus caros, me expliquem qual é o plano. *Fim do Flashback* Sentou-se no sofá e deu mais um gole. "Um casamento" essa palavra não saia da sua cabeça. ... NO DIA SEGUINTE Já eram oito e quarenta e cinco da manhã, Alberto acordou com o reflexo do sol em seu rosto vindo da janela, adormecera no sofá da sala, e ao pegar o seu telefone, notou o horário e várias chamadas perdidas. -Caramba!!! No mesmo instante deu pulo do sofá e pôs se de pé, correu em direção ao seu quarto para tomar um banho e se arrumar. Ele estava com uma dor imensa de cabeça. -Que ressaca m*****a. Acho que exagerei no Whisky. Ele tinha uma reunião importante marcada para às nove e meia. Em 15 minutos ele saia com o carro da garagem de seu apartamento. …. Fernando estava muito preocupado. Alberto não atendia as suas ligações. -Anda.. cara onde você está? - perguntava para si mesmo com o telefone nas orelhas tentando ligar mais uma vez para Alberto. -O senhor conseguiu localizar o sr.Alberto? - Clara perguntou chegando por trás de Fernando. -Anda não Clara.. e os acionistas já chegaram? -Ja estão todos na sala de reunião nos esperando. - Clara pausou e observou que Fernando aparentava um certo nervosismo. -O senhor quer que eu tente ligar pelo meu celular ? - Clara se ofereceu para ajudar. Fernando quase hesitou, mas pensou bem e deu o número particular dele para Clara discar. Assim que chamou Alberto atendeu quase que instantaneamente. “Não é possível" pensou ele. -Alô!? Senhor Alberto, estamos todos já prontos, esperando o senhor para a reunião… Na mesma hora as portas do elevador se abriram e Alberto saiu apressado com telefone na orelha. -Já cheguei. -Bom dia senhor Alberto, estávamos preocupados tentando localizar o senhor.- Clara cumprimentou educadamente. -E aí , como você está? Você nunca se atrasou. - Fernando questionou. -É eu dormi mais que a cama, digo mais que o sofá. - Brincou, mas Fernando não entendeu muito bem. -O quê? Como assim? - Fernando o seguiu com Clara, entrando na sala de reuniões. -Depois da reunião eu te conto. Vem entremos. E todos entraram e a reunião pôde começar. Durante toda a reunião, Clara que estava presente assessorando , notou disfarçadamente que Alberto a observava , Fernando também a olhava, mas Alberto a encarava mais. Em vários momentos seus olhares se cruzaram. Isso já estava causando nela um desconforto que nem ela mesma soube o que era, ao menos naquele momento.Em vários momentos seus olhares se cruzaram. Ela não pode evitar de se questionar. “O que será que ele tá pensando? Porque está me olhando desse jeito?” Mas rapidamente tratou de tirar esses tipos de pensamentos da sua mente. “Deve ser coisa da minha cabeça.” Clara pode observar mais de perto o quanto ele era bonito, mesmo ele estando com um semblante cansado, ainda assim ele era muito atraente e charmoso. “É, tão lindo, mas sou eu conheço essa fera aí nos piores dias”. -Então, vocês concordam que vai ser necessário mais mão de obra e mais máquinas para agilizar a finalização do projeto? - Alberto falava. -Sim , eu concordo, de todas as formas é um recurso que devemos investir, não adianta só mão de obra, os tratores e escavadeiras também são importantes para agilizar o trabalho. -Um dos acionistas falou. -Então tudo certo. A assistente Clara irá formular e avaliar o contrato e assim que ele estiver pronto, vamos assinar. - Alberto tomou uma xícara de café. - Então ag
Enquanto Fernando e Alberto arquitetavam o plano , uma leve batida na porta foi efetuada. -Sr.Fernando , o senhor está aí? E fizeram silêncio. -Claro, estou sim , entre , por favor. -Aqui, vim trazer as folhas do contrato para o senhor checar se está tudo certo, para os acionistas assinarem amanhã. Clara sentiu o ambiente estranho, mas disfarçou o seu constrangimento. Ela se aproximou da mesa de Fernando para entregar os papéis. -Deixa eu ver aqui , só um minuto.- Enquanto Fernando se distraia , avaliando os papeis, Alberto lançou um olhar sedutor para Clara. A olhando de cima embaixo. E ela percebeu, mas ficou calada e desviou o olhar. "Que abusado!" Alguns segundos depois. -Ótimo, ótimo Clara, tudo certo, pode copiar , e não se esqueça, guarde essas informações a sete chaves, por favor.- Fernando pausou ao olhar para Alberto e continuou. -Não queremos correr os risco de novamente ter os nossos documentos fraudados. Clara prontamente concordou com a cabeça. -Cla
No Shopping -Ai Clara, eu nem acredito que você topou sair, você estava me devendo esse passeio há muito tempo. -Ah também não é assim. É que eu adiantei muito trabalho para ficar mais sossegada. -Será? Eu acho que você trabalha demais, você precisa folgar. Pare de pensar em trabalho, trabalho, trabalho. Você precisa de férias. -Isso eu concordo com você, preciso de férias. E a minha mãe também falou a mesma coisa. -Você concorda comigo? Jura, pois eu só não concordo com os segredinhos que você anda guardando.- Samanta mudou repentinamente de assunto. -Do que está falando? - Clara tentou se fazer de boba. -Para Clara, você sabe que pode contar comigo, eu nunca espalharia ou contaria um segredo pessoal seu. -Jura?- Clara semicerrou os olhos olhando para Samanta de forma desconfiada Ela sabia que Samanta adorava uma fofoquinha. -Claro que sim, eu até fico triste, você parece que não confia em mim.- a voz de Samanta soava triste e decepcionada. -Não é isso Sami, é q
-Então quer dizer que Diego fraudou os documentos do projeto MiranteMar , colocando cláusulas abusivas para beneficiar somente os Cortesi? - Samanta não podia acreditar. - 12 milhões!?!? - sussurrou boquiabierta. -Exato, é por isso que o Sr. Alberto estava transtornado daquele jeito. -E com razão.- Samanta pode entender.- Mas isso não dá o direito dele nós tratar como andava nos tratando. -É eu concordo com você. Não foi nossa culpa. -E aqui, ele te maltratou hoje?- Samanta sabia mudar de assunto repentinamente. -Não, muito pelo contrário, foi bem cordial e … -Clara fez uma pausa. -observador como você viu lá dentro do elevador. -Certo…Mas em relação a tudo isso o que de verdade você acha? -Realmente eu não sei o que pensar Sami. Acredito que ele tem algum plano em mente e quer a minha ajuda. -E você ajudaria? -E não é o que tenho feito ultimamente? -É verdade, eu não sei como você está aguentando desempenhar tantas funções, ele deveria aumentar o seu salário, iss
O impulso de Alberto falou mais alto, quando ele viu, ele já tinha acertado um soco bem no nariz de Tomaz. -Ordinário, ladrão, eu vou te matar. - Alberto se preparava para dar mais um soco , mas foi impedido por Fernando. -Alberto se controla. -Você vai me pagar pelo o que está fazendo com a minha empresa… me solta .. deixa eu ensinar esse crápula uma lição… me solta Fernando. Tomaz a ver todo o descontrole de Alberto começou a gargalhar compulsivamente. -Isso é só o começo irmãozinho. -Canalha.. não me chame de irmão. Você não é nada meu … você é um bastardo…. - Alberto berrava enquanto Fernando tentava arrastar ele para fora do bar. -Vamos depressa, vamos sair daqui. - Fernando com muito custo empurrava Alberto em direção ao carro no estacionamento. Tomaz apenas observava com um sorriso malicioso. -Você vai me pagar por esse soco Alberto Aranttes. … Já no apartamento de Alberto. -Cara você podia ter se controlado.- Fernando repreendia Alberto. -Mas você viu,
E depois de desabafar tudo com Fernando, o assunto voltou para o nome de Clara. -É uma atrevida isso sim. -Eu te disse, ela é minha assistente e leva muitos anos comigo, eu sei o quanto ela é determinada e destemida. -E agora? Não sei o que eu faço. -Você??? - Fernando está realmente incrédulo.- você não sabe o que fazer? Mas até ontem no bar você disse que ela era só uma mulher comum e que só com o estalar dos seus dedos você…. -Esta bem, esta bem, eu vacilei mesmo, não devia ter falado aquelas coisas sobre ela.- Alberto interrompeu. -E então? Você irá almoçar com ela? -Ela aceitou. -Aceitou??- Fernando achava que Alberto estava mentindo. Isso era um bom sinal. Apesar de tudo as intenções de Alberto era primeiramente se aproximar dela, depois ele via como falaria sobre o casamento para ela. Só de pensar na palavra “casamento” Alberto já queria andar para trás e desistir. Mas nas circunstâncias que ele se encontrava ele não poderia fazer isso. … Enquanto i
Ah Pronto! Por alguma razão ele não sabia onde enfiar a cara. "Caramba, dizer isso para ela foi realmente muito difícil." "Não sei como tive coragem." Sentiu envergonhado por vê como ela o encarava. Mas agora ele não podia voltar atrás. Já tinha falado o que precisava. Sem contar que havia muitas coisas em jogo, então sentimentos de orgulho e ego ferido estavam fora de cogitação, e isto porque ele ao menos tinha que tentar. Já Clara realmente pensou. “Eu sabia!” Suas suspeitas se confirmaram. Mas o que ela não contava era com o tipo de ajuda que ele iria pedir. "- e preciso que… que… você seja minha esposa." Ela quase pediu para que ele repetisse, mas ela entendeu muito bem. -O senhor está louco?- Perguntou ela quebrando o gelo. -Enlouqueceu é? -Não, estou em meu perfeito juízo. - Alberto tomou coragem. - Se você aceitar eu irei te recompensar com uma quantia razoável, isso não será nenhum problema para mim. Agora o que eu preciso é que você pense bem se está disposta
Clara saiu desesperada, esqueceu completamente do desentendimento com o seu chefe e de sua repentina demissão. Ela só conseguia pensar em sua mãe e em seu pai desesperado.-Clarinha o que aconteceu? Eu vi você pass.. -Samanta a chamou assim que a viu correndo.-Agora não Sami, tenho que ir urgentemente para o hospital, minha mãe passou muito mal e meu pai está desesperado. - Clara a interrompeu abruptamente.-O quê?! Meu Deus. Mas você não pode dirigir nesse estado, eu vou com você. - Samanta se dispôs.-Não melhor não, você pode se complicar e outra que eu nem trabalho mais aqui. - disse rapidamente saindo.-O quê ? Como que é isso?-Olha depois eu te explico, eu tenho que ir.- Clara correu deixando Samanta para trás. ….. -Você explicou a situação para ela? Fernando caminhava apressadamente ao lado de Alberto em direção a sala de Clara.Ao chegar notaram a sala vazia.-Ela não está aqui.-Sr. Alberto, Sr Fernando, a srt. Clara acabou de descer no elevador. Eu a vi.Antonieta, u