-Oi meu amor você já chegou?
Dona Bárbara saia da cozinha ao avistar Clara trocando as sandálias na porta de casa. -Sim mamãe. - Clara se aproximou abraçou-a e beijou-a -É como foi o dia de trabalho? -Completamente cansativo. - disse Clara se desmoronando em cima do sofá - Estou exausta. -Tanto trabalho? -Trabalho e pressão do meu chefe. -Porque? Está tudo bem? Dona Bárbara disse trazendo uns biscoitinhos de polvilho que ela tinha acabado de preparar. -Bem.. mamãe.. eu acho que as coisas não vão bem com a empresa. - Clara se levantou e sentou no sofá - Huuum esses biscoitinhos estão com uma cara boa. - Clara rapidamente se levantou e foi lavar as mãos. Em um minuto ela já tinha voltado e sentado no mesmo lugar do sofá. Enquanto dona Bárbara voltava da cozinha com duas garrafas, uma de café e outra de chá, Clara já mordia o primeiro biscoitinho. -Hummm…. Mamãe, está maravilhoso , como sempre. Coloca chá para mim, preciso ficar bem calminha e sem estresse -Então minha filha, quer dizer é por isso que você anda muito apressada, estressada e com dores de cabeça ultimamente? -É sim mamãe. - E deu uma golada no chá - As vezes eu penso em procurar outro emprego. Ultimamente ando muito esgotada e para piorar levando esporro e grosseria do meu chefe…. Ah, ultimamente ele anda tão nervoso, sabe , quem tem sorte é a Valéria, assistente dele, que está de férias, e eu estou cobrindo ela. -Então é por isso minha filha, que você anda tão desgastada assim, você está fazendo muitas funções e trabalhando por dois?.- Dona Bárbara parecia indignada. -É, eu sei mamãe, por isso que quando ela voltar, quem vai tirar férias sou eu. - Clara disse isso em um tom zombeteiro. -Minha filha converse com o seu chefe. -Conversar o quê? -Sobre esses tipos de tratamentos. Ele não pode ficar te tratando desse jeito, ele tem é que agradecer por ter uma funcionária capaz e dedicada como você. -Ah mamãe, é tão complicado. Mas deixa isso pra lá, chega de falar de trabalho. - Clara já se levantava para subir para seu quarto - E o papai? -Ainda não chegou. -E a Sabrina? Saiu com o namorado? -Ela foi fazer umas compras, mas já está voltando. - Dona Bárbara já estava retirando a bandeja de biscoitinhos e levando para a cozinha para limpar a mesinha da sala. -Então eu vou subir e tomar um banho, estou cansada vou cochilar um pouquinho. -Sim filha até daqui a pouco , a janta já vai está pronta. Assim que Clara subiu, a porta se abriu e Sabrina e seu pai Sr. Arthur chegaram. …. Clara entrou no quarto, trancou a porta e começou a ajeitar a roupa para tomar banho e enquanto fazia isso pegou o celular da bolsa e viu um monte de mensagens de Samanta. “Oi? Já saiu?”- “Já foi?”- “Cadê você”- “Aí amiga meu espírito fofoqueiro já está surtando aqui.” - “conta, conta, conta.” Clara só deu um leve sorriso de canto de boca. Samanta era muito engraçada, tinha um espírito alegre, gostava de fazer brincadeira e cochichar. Era uma boa colega e amiga. Clara mandou um áudio. “-Cheguei em casa agora, vou tomar um banho e assim que terminar te ligo”. Ao entrar no chuveiro, ficou lá, em suas conversas mentais, pensando em um monte de coisas que ela deveria ter dito para o chefe grosseiro, mas perdeu a oportunidade porque não tinha coragem de fazer pessoalmente. “Um homem bonito, mas muito mal educado.” Ela realmente achava o seu patrão muito bonito. Mas sempre ficou calada a respeito disso, nem para Samanta ela tinha coragem de contar. Clara sempre foi tímida. Mas gostava é de fofocar com as suas colegas e cochichavam sobre a vida dos chefes, quem eles ficavam, para onde eles iam, para onde viajavam etc… “Realmente eles tem uma vida de outro mundo, é um outro patamar.” “Mas são ridículos, grosseiros e mesquinhos, só pensam em dinheiro.” E novamente vieram as conversas mentais. E a raiva. Assim que se secou e colocou a roupa, o celular tocou, era uma chamada normal. Mas o número não era de Samanta. Quem seria?Ela atendeu. E no outro lado da linha era a operadora de telefone oferecendo planos e serviços. Ela nem terminou de ouvir. Disse um “obrigada não tenho interesse" e desligou.“Povo chato.”Assim que terminou ela deitou na cama e mandou áudio para Samanta.“Já estou disponível pra falar.”. Na mesma hora, Clara recebeu uma chamada de vídeo.Ela atendeu.-Nossa, mas você é muito ansiosa viu. - e riu.-Clara, eu trabalho tanto, não tenho distração nenhuma, isso é o meu passatempo preferido. Sem contar que você está me enrolando, já marcamos várias vezes de sair e você deu pra trás, então o único jeito de conversar com você e te ligando. Clara realmente, era muito caseira , não gostava de sair de casa, era de casa para o serviço e do serviço para casa. Diferente de Sabrina, que amava sair e fazer compras, era conversada e tinha facilidades para se relacionar. -Mas conta , e aí o que deu lá em cima? Menina o que foi aquilo? Aquele homão tão belo e tão nervoso.- Enquanto Samanta falav
Do outro lado da cidade, Fernando acabava de estacionar o seu carro em frente ao apartamento de Alberto. Ao terminar a manobra e estacionar na vaga, se virou pra ele. -Tem certeza que vai ficar aqui hoje? Não quer mesmo ir pra casa? Alberto concordou com a cabeça.-Pensa bem no que conversamos, não é um ruim plano, a Clara é a pessoa certa para nos ajudar. Você é o capitão desse navio a decisão é sua. Alberto se virou pra abrir a porta do carro, ele não disse uma só palavra durante o trajeto todo, e isso fez com que Fernando ficasse preocupado. No que ele estava pensando? Era difícil decifrar a mente confusa e atordoada de Alberto. Saiu do carro e entrou para a portaria do apartamento. Não se despediu e nem olhou para Fernando. Mas ele precisava de um tempo, e Fernando entedia. Ao observar que Alberto tinha entrado, ligou o carro e arrancou. … Ao entrar em seu enorme apartamento da cobertura, deixou seu paletó e as chaves do seu carro em cima de uma mesinha e cami
Em vários momentos seus olhares se cruzaram. Ela não pode evitar de se questionar. “O que será que ele tá pensando? Porque está me olhando desse jeito?” Mas rapidamente tratou de tirar esses tipos de pensamentos “Deve ser coisa da minha cabeça.” Clara pode observar mais de perto o quanto ele era bonito, mesmo ele estando com um semblante cansado, ainda assim ele era muito atraente e charmoso. “É, tão lindo, mas sou eu conheço essa fera aí nos piores dias”. -Então, vocês concordam que vai ser necessário mais mão de obra e mais máquinas para agilizar a finalização do projeto? - Alberto falava. -Sim , eu concordo, de todas as formas é um recurso que devemos investir, não adianta só mão de obra, os tratores e escavadeiras também são importantes para agilizar o trabalho. -Um dos acionistas falou. -Então tudo certo. A assistente Clara irá formular e avaliar o contrato e assim que ele estiver pronto, vamos assinar. - Alberto tomou uma xícara de café. - Então agora se vocês
Enquanto Fernando e Alberto arquitetavam o plano , uma leve batida na porta foi efetuada. -Sr.Fernando , o senhor está aí? E fizeram silêncio. -Claro, estou sim , entre , por favor. -Aqui, vim trazer as folhas do contrato para o senhor checar se está tudo certo, para os acionistas assinarem amanhã. Clara sentiu o ambiente estranho, mas disfarçou o seu constrangimento. Ela se aproximou da mesa de Fernando para entregar os papéis. -Deixa eu ver aqui , só um minuto.- Enquanto Fernando se distraia , avaliando os papeis, Alberto lançou um olhar sedutor para Clara. E ela percebeu, mas ficou calada e desviou o olhar. Alguns segundos depois. -Ótimo, ótimo Clara, tudo certo, pode copiar , e não se esqueça, guarde essas informações a sete chaves, por favor.- Fernando pausou ao olhar para Alberto e continuou. -Não queremos correr os risco de novamente ter os nossos documentos fraudados. Clara prontamente concordou com a cabeça. -Claro que sim, guardarei essa confidencial
No Shopping -Ai Clara, eu nem acredito que você topou sair, você estava me devendo esse passeio há muito tempo. -Ah também não é assim. É que eu adiantei muito trabalho para ficar mais sossegada. -Será? Eu acho que você trabalha demais, você precisa folgar. Pare de pensar em trabalho, trabalho, trabalho. Você precisa de férias. -Isso eu concordo com você, preciso de férias. -Você concorda comigo? E eu só não concordo com os segredinhos que você guarda.- Samanta mudou repentinamente de assunto. -Do que está falando? - Clara tentou se fazer de boba. -Para Clara, você sabe que pode contar comigo, eu nunca espalharia ou contaria um segredo pessoal seu. -Jura?- Clara semicerrou os olhos olhando para Samanta de forma desconfiada Ela sabia que Samanta adorava uma fofoquinha. -Claro que sim, eu até fico triste, você parece que não confia em mim.- a voz de Samanta soava triste e decepcionada. -Não é isso Sami, é que de verdade não está acontecendo nada. - Clara notou que
-Então quer dizer que Diego fraudou os documentos do projeto MiranteMar , colocando cláusulas abusivas para beneficiar somente os Cortesi? - Samanta não podia acreditar. - 12 milhões!?!? - sussurrou boquiabierta. -Exato, é por isso que o Sr. Alberto estava transtornado daquele jeito. -E com razão.- Samanta pode entender.- Mas isso não dá o direito dele nós tratar como andava nos tratando. -É eu concordo com você. Não foi nossa culpa. -E aqui, ele te maltratou hoje?- Samanta sabia mudar de assunto repentinamente. -Não, muito pelo contrário, foi bem cordial e … -Clara fez uma pausa. -observador como você viu lá dentro do elevador. -Certo…Mas em relação a tudo isso o que de verdade você acha? -Realmente eu não sei o que pensar Sami. Acredito que ele tem algum plano em mente e quer a minha ajuda. -E você ajudaria? -E não é o que tenho feito ultimamente? -É verdade, eu não sei como você está aguentando desempenhar tantas funções, ele deveria aumentar o seu salário, is
O impulso de Alberto falou mais alto, quando ele viu, ele já tinha acertado um soco bem no nariz de Tomaz. -Ordinário, ladrão, eu vou te matar. - Alberto se preparava para dar mais um soco , mas foi impedido por Fernando. -Alberto se controla. -Você vai me pagar pelo o que está fazendo com a minha empresa… me solta .. deixa eu ensinar esse crápula uma lição… me solta Fernando. Tomaz a ver todo o descontrole de Alberto começou a gargalhar compulsivamente. -Isso é só o começo irmãozinho. -Canalha.. não me chame de irmão. Você não é nada meu … você é um bastardo…. - Alberto berrava enquanto Fernando tentava arrastar ele para fora do bar. -Vamos depressa, vamos sair daqui. - Fernando com muito custo empurrava Alberto em direção ao carro no estacionamento. Tomaz apenas observava com um sorriso malicioso. -Você vai me pagar por esse soco Alberto Aranttes. … Já no apartamento de Alberto. -Cara você podia ter se controlado.- Fernando repreendia Alberto. -Mas você viu,
E depois de desabafar tudo com Fernando, o assunto voltou para o nome de Clara. -É uma atrevida isso sim. -Eu te disse, ela é minha assistente e leva muitos anos comigo, eu sei o quanto ela é determinada e destemida. -E agora? Não sei o que eu faço. -Você??? - Fernando está realmente incrédulo.- você não sabe o que fazer? Mas até ontem no bar você disse que ela era só uma mulher comum e que só com o estalar dos seus dedos você…. -Esta bem, esta bem, eu vacilei mesmo, não devia ter falado aquelas coisas sobre ela.- Alberto interrompeu. -E então? Você irá almoçar com ela? -Ela aceitou. -Aceitou??- Fernando achava que Alberto estava mentindo. Isso era um bom sinal. Apesar de tudo as intenções de Alberto era primeiramente se aproximar dela, depois ele via como falaria sobre o casamento para ela. Só de pensar na palavra “casamento” Alberto já queria andar para trás e desistir. Mas nas circunstâncias que ele se encontrava ele não poderia fazer isso. … Enquanto