Capítulo 2

Karen chegou cedo ao trabalho, como de costume. A empresa estava em plena atividade, com os funcionários se movimentando de um lado para o outro, ocupados com suas tarefas. O edifício era imponente, um dos maiores e mais modernos da cidade, com uma fachada de vidro que refletia o céu azul. No interior, o ambiente era sofisticado, com pisos de mármore e uma decoração minimalista que exalava profissionalismo.

Ao sair do elevador no primeiro andar, Karen foi imediatamente cumprimentada pelos funcionários.

— Bom dia, senhorita Karen! — disse uma das funcionárias, segurando uma bandeja de café com xícaras fumegantes. O trabalho na empresa era longo e exaustivo, e o café era uma necessidade constante para manter todos energizados.

— Bom dia! — respondeu Karen com um sorriso, enquanto caminhava em direção ao seu escritório. Ela observava os outros funcionários, todos vestidos de maneira impecável. Karen, em particular, destacava-se com sua blusa branca elegante, uma saia justa que acentuava sua figura e saltos altos que ecoavam pelo corredor, refletindo sua autoridade e confiança.

Ao entrar em sua sala, Karen sentiu o ar condicionado refrescante que mantinha o ambiente sempre confortável. Sua sala era um exemplo de modernidade e organização. As paredes eram decoradas com obras de arte contemporâneas, e uma grande janela permitia a entrada de luz natural, iluminando a estante de livros e a mesa de trabalho, onde estavam dispostos seus materiais importantes.

Karen sentou-se em sua cadeira de couro, pegou a xícara de café e tomou um gole enquanto ligava o computador. Estava concentrada em suas tarefas quando ouviu uma batida na porta.

— Senhorita Karen, precisa de algo? Talvez um café? — perguntou sua secretária, uma jovem sempre prestativa e sorridente.

— Ah, sim... — respondeu Karen, levantando-se da cadeira e fechando o computador. — Preciso que chame o funcionário novo para mim. Aquele que chegou ontem.

— Ah... O Felipe? — perguntou a secretária.

— Isso mesmo. Chame-o para mim, por favor.

— Certo, chefe. Irei chamá-lo agora mesmo. — disse a secretária, saindo e fechando a porta atrás de si.

Minutos depois, Felipe entrou na sala. Ele era um jovem de 20 anos, com cabelos claros e olhos verdes. Estudante universitário, Felipe dividia seu tempo entre o trabalho e os estudos, cuidando de sua mãe cadeirante que não podia trabalhar. Ele fazia de tudo para garantir o bem-estar dela, inclusive arcando com os tratamentos necessários.

— Mandou me chamar, senhora? — perguntou Felipe, fechando a porta atrás de si.

Karen assentiu e indicou que ele se sentasse.

— Felipe, não é? — perguntou ela, enquanto seus olhos avaliavam o jovem de cima a baixo.

— Sim, sou eu. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Felipe, um pouco nervoso.

— Quero lhe fazer algumas perguntas e gostaria que você respondesse com sinceridade. Certo?

— Claro, sem problema.

— Você é casado ou tem namorada?

Felipe ficou surpreso com a pergunta, mas respondeu honestamente.

— Ah... Eu não tenho. Na verdade, não tenho tempo. Assim que saio do trabalho, vou para casa cuidar da minha mãe e, em seguida, pego o ônibus para a faculdade.

— Ótimo! — disse Karen, com um sorriso enigmático.

— Não estou entendendo. Cometi algum erro na empresa? — perguntou Felipe, visivelmente mais nervoso.

— Não é nada disso. — afirmou Karen, com um tom tranquilizador. — Quero fazer um acordo com você.

Felipe franziu a testa, intrigado.

— Acordo? — repetiu ele, tentando entender o que Karen queria dizer.

— Sim, Felipe. Um acordo. — disse ela, virando-se para ele. — Eu sei que você tem uma vida difícil, cuidando da sua mãe e estudando ao mesmo tempo. Isso não é fácil para ninguém, especialmente para alguém tão jovem.

Felipe assentiu, sem saber ao certo onde aquela conversa iria parar.

— Sim, senhorita. É um desafio. — disse ele.

— Eu posso ajudá-lo. Estou disposta a pagar uma boa quantia de dinheiro para você... em troca de um favor.

Felipe franziu a testa, intrigado.

— Que tipo de favor? — perguntou ele, tentando entender a situação.

Karen respirou fundo, como se estivesse se preparando para uma grande revelação.

— Quero que você finja ser meu noivo — disse ela, com uma expressão séria.

Felipe ficou boquiaberto, claramente surpreso.

— Seu noivo?! Por quê?

Karen suspirou, parecendo um pouco constrangida.

— Minha mãe é... muito insistente. Ela quer que eu me case e tenha filhos o mais rápido possível. Mas eu não estou pronta para isso. E não aguento mais ouvir suas reclamações incessantes. — Karen começou a explicar, sua voz carregada de frustração.

Felipe coçou a cabeça, ainda tentando processar a proposta.

— Então... você quer que eu finja ser seu noivo para acalmar sua mãe?

Karen assentiu, seus olhos implorando por compreensão.

— Exatamente. E, em troca, eu pagarei 10 mil reais por mês, enquanto durar o acordo.

Felipe arregalou os olhos, impressionado com a oferta.

— 10 mil reais?! Isso é uma fortuna para mim!

Karen sorriu, um sorriso que misturava alívio e esperança.

— Sim, é. E você poderá usar esse dinheiro para cuidar da sua mãe e pagar seus estudos.

Felipe ficou em silêncio por um momento, ponderando sobre a proposta tentadora.

— E o que eu preciso fazer? — perguntou ele, finalmente.

— Você precisará me acompanhar em eventos sociais, fingir ser meu noivo na frente da minha mãe e das outras pessoas. E, claro, manter o acordo em segredo absoluto.

Felipe hesitou, mas a oferta era irresistível.

— Ah... eu aceito!

Karen sorriu amplamente, satisfeita.

— Ótimo! — exclamou ela. — Então, vamos começar nosso acordo.

Ela abriu uma gaveta e pegou uma pequena caixinha de veludo. Fechando a gaveta, ela voltou o olhar para Felipe, seus olhos brilhando de expectativa.

— Pegue isso — disse ela, estendendo a caixinha para ele.

Felipe levantou-se da cadeira, curioso.

— O que é isso? — perguntou ele, pegando a caixinha com cuidado.

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