Capítulo 4

A mãe de Karen olhou para o rapaz e depois para a filha, com uma expressão de surpresa estampada no rosto. Ela perguntou novamente, tentando processar a informação:

— Noivo? Tão depressa? — indagou dona Cíntia, com as sobrancelhas arqueadas. — Pensei que você estava solteira esse tempo todo.

Dona Cíntia, mãe de Karen, estava visivelmente impressionada com a notícia inesperada da filha. Ela não conseguia acreditar no que acabara de ouvir e precisava de um momento para assimilar a novidade.

— Sim, mãe. Este é o Felipe, meu noivo — afirmou Karen com um sorriso tímido, mas confiante. — Decidi esperar um pouco antes de apresentá-lo para a senhora.

Cíntia, ainda um pouco atônita, forçou um sorriso e estendeu a mão para cumprimentar o rapaz.

— Muito prazer em conhecê-lo, meu jovem — disse ela, apertando a mão dele com um sorriso acolhedor, embora ainda um pouco hesitante.

— O prazer é todo meu, senhora — respondeu Felipe, assentindo respeitosamente.

A tensão no ar era palpável, mas aos poucos, a expressão de dona Cíntia suavizou. Ela olhou para a filha com um misto de orgulho e preocupação, tentando aceitar a nova realidade.

— Bem, Felipe, espero que você cuide bem da minha filha — disse ela, finalmente relaxando um pouco. — Ela é tudo para mim.

Felipe sorriu, sentindo-se mais à vontade.

— Pode deixar, dona Cíntia. Prometo que farei o meu melhor para fazê-la feliz.

— Mas... Quantos anos você tem? — perguntou dona Cíntia, curiosa.

— Bem... Eu tenho...

— Ele tem 22 anos, mãe! — Karen interrompeu. Karen se sentiu um pouco confusa em revelar a verdadeira idade de Felipe, pois ela já se achava uma mulher velha para Felipe, por isso, decidiu aumentar um pouco a idade dele.

— Oh!... Ele parece mais jovem...

Karen sorriu tentando disfarçar, enquanto Felipe se mantinha tranquilo.

Karen e Felipe se sentaram no sofá da sala, enquanto Cíntia foi até a cozinha preparar um chá para todos. O ambiente estava um pouco tenso, mas Karen sabia que sua mãe precisava de um tempo para se acostumar com a ideia.

— Se continuar agindo assim, a sua mãe irá acabar descobrindo — disse ele, com um olhar profundo e um tom sério, mas acalmador.

— O que você disse? — Perguntou Karen, surpresa com as palavras de Felipe.

— Disse que você não pode agir assim, tente se acalmar. — ele pegou na mão dela, transmitindo confiança.

— Você tem razão... Porém, você tem 20 anos, e mesmo sendo um relacionamento falso, fico um pouco constrangida.

— E qual o problema? — Perguntou o rapaz — A senhorita acha isso um problema?

— Eu... — murmurou ela, antes de ser interrompida pela mãe.

A conversa foi interrompida quando a mãe de Karen entrou na sala. Cíntia se sentou no sofá e olhou para os dois que estavam no outro sofá.

— Então, Felipe, me conte um pouco sobre você... me conte um pouco sobre a sua vida. — disse dona Cíntia.

— Bem... Sou filho único. Meu pai nos abandonou quando minha mãe perdeu os movimentos das pernas. Desde então, dedico grande parte do meu tempo a cuidar dela. Ela é tudo para mim. — Explicou Felipe, com um olhar de determinação e carinho.

— Interesante, continue... — pediu Cíntia.

— Eu também trabalho em uma empresa, e quase todo o meu salário vai para o tratamento e os medicamentos da minha mãe. Além disso, estudo, então... O dia parece sempre curto demais para mim. — Continuou ele, suspirando levemente.

— Sim, é muita responsabilidade para alguém da sua idade. — Disse Cíntia, visivelmente impressionada com a maturidade de Felipe.

— Bem... Eu acredito que não se trata de idade, apenas de vidas diferentes. — Afirmou Felipe, com um sorriso sereno.

— Hum!... Você tem razão. — Concordou Cíntia, refletindo sobre as palavras dele.

Felipe se levantou lentamente e disse:

— Preciso ir agora, Karen. Tenho que cuidar da minha mãe e fazer alguns trabalhos. — Explicou ele, enquanto olhava para Karen e, ao mesmo tempo, verificava as horas no relógio.

Karen se levantou e deu um abraço apertado em Felipe, certificando-se de que Cíntia presenciasse a cena.

Antes de Felipe ir embora, Flor Bela apareceu correndo e o abraçou com força. Apesar de terem se conhecido há pouco tempo, Felipe sentia uma conexão muito forte com a pequena flor.

— Eu prometo voltar, pequena flor. — Disse ele, com um sorriso carinhoso, acariciando os cabelos de Flor Bela.

Karen se levantou do sofá e acompanhou Felipe até a saída.

Ela pediu para Flor Bela ficar com a avó enquanto ela acompanhava Felipe até a saída. Ao chegarem lá, ela se virou para ele com um sorriso agradecido.

— Felipe, eu só queria te agradecer. O noivado falso está dando certo. — disse Karem, com um brilho de alívio nos olhos.

Felipe sorriu, satisfeito.

— Fico feliz em saber que estou fazendo meu

trabalho direito. — respondeu ele, com um tom alegre.

Karem riu, sentindo-se mais leve. Felipe então se aproximou e a abraçou, deixando seu perfume suave no corpo dela. Karem sentiu o coração acelerar um pouco e ficou levemente tímida com a proximidade.

— Até mais, Karem. — disse Felipe, soltando-a suavemente.

— te vejo amanhã, Felipe — respondeu ela, ainda sentindo o calor do abraço.

Enquanto Felipe se afastava, Karem ficou por um momento parada, absorvendo a sensação do abraço e o perfume que ele deixou. Ela sabia que aquele noivado falso estava ajudando mais do que ela imaginava.

Foi então que ela balançou a cabeça e surrurou para si mesma:

— Não, isso é bobagem. O que estou pensando...

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