Capítulo 6

Karen dirigia pelas ruas movimentadas da cidade, observando os arranha-céus imponentes e as pessoas apressadas nas calçadas. O trânsito estava mais intenso do que o habitual, mas ela aproveitou o tempo no carro para refletir sobre o seu dia. Ao chegar na empresa, um edifício moderno com fachada de vidro reluzente, ela estacionou na vaga reservada e entrou no prédio com passos decididos.

Com um sorriso cordial, Karen cumprimentou a recepcionista e seguiu para o elevador. Ao chegar ao seu andar, foi recebida por sua assistente, Clara, que já a aguardava com uma pilha de documentos.

— Bom dia, Karen. Aqui estão os relatórios que você pediu. — disse Clara, entregando os papéis com eficiência.

— Obrigada, Clara. Vou analisá-los agora mesmo. — respondeu Karen, entrando em sua sala.

A sala de Karen era espaçosa e bem iluminada, com uma grande janela que oferecia uma vista panorâmica da cidade, onde os raios de sol refletiam nos prédios ao longe.

— Clara, você sabe se o Felipe já chegou? — perguntou Karen, enquanto organizava os documentos em sua mesa, seus olhos atentos aos papéis.

— Sim, ele está no andar de baixo — respondeu Clara prontamente, com um sorriso discreto.

— Ótimo, obrigada — disse Karen, com um leve aceno de cabeça, sentindo um alívio momentâneo.

Minutos depois, Felipe entrou na sala de Karen, ansioso para saber quais seriam os próximos passos do acordo. Ele bateu levemente na porta, hesitante.

— Senhorita Karen, posso entrar? — perguntou o rapaz, tentando esconder a ansiedade em sua voz.

— Claro, entre Felipe. Eu estava mesmo querendo falar com você — respondeu Karen, gesticulando para que ele se aproximasse.

Felipe entrou, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros.

— Sim, sobre o que queria falar? — perguntou ele, tentando manter a calma.

— Preciso que você vá jantar hoje à noite comigo. Será um jantar em família. Minha mãe queria muito que eu lhe convidasse, então... eu concordei

— disse Karen, com um tom firme. — Acredito que essa é uma ótima estratégia para o nosso acordo.

Felipe ficou surpreso e um pouco desconfortável.

— Ah... Claro. Mas é que... eu tenho aula hoje à noite — explicou o rapaz, coçando a nuca nervosamente. — Não poderia deixar para amanhã?

Karen franziu a testa, sua expressão se tornando mais séria.

— Sinto muito. Porém, isso é um acordo, e você aceitou! — disse ela, aproximando-se de Felipe, sua voz firme e decidida. — Se você não quiser continuar com esse acordo, me avise pois irei procurar outra pessoa.

Felipe sentiu um frio na espinha e rapidamente respondeu:

— Não! Não. Eu... eu quero. Na verdade, preciso desse dinheiro.

Ele começou a explicar para Karen, tentando controlar a ansiedade.

— Certo... — murmurou Karen, cruzando os braços lentamente e mantendo os olhos fixos em Felipe, avaliando cada movimento dele.

— Eu quero continuar com esse acordo. E não se preocupe, eu irei nesse jantar. Faltarei à aula hoje — disse ele, tentando manter a calma, embora seu coração estivesse acelerado.

Karen o observou por mais alguns segundos, pegou um copo d'água que estava em cima da sua elegante mesa, tomou um gole lentamente e disse:

— Agora você pode ir. Só era isso que eu queria lhe falar — ela abriu a porta para que ele pudesse sair. — Aliás, quase havia esquecido. A Flor Bela fez isso para você.

Karen entregou um lindo desenho para Felipe, que sorriu surpreso.

— Ah!... Ela é uma criança tão doce. Adorei. Irei agradecer a ela mais tarde. Obrigado por me entregar.

Karen assentiu, enquanto o rapaz se retirava da sala, ainda processando tudo o que havia acontecido.

Ele caminhou pela grande empresa, seus pensamentos a mil, e quando já estava longe da sala de Karen, murmurou para si mesmo:

— Não acredito... Ela poderia entender o meu lado... Faltar na faculdade hoje vai ser um grande problema — murmurou ele, passando a mão pelos cabelos. — Bem... Pelo menos ganhei um presente da pequena Flor.

Enquanto ele falava sozinho, uma funcionária vinha em direção a ele. Ela o observou por alguns segundos antes de se aproximar.

— Falando sozinho, Felipe? Preciso dos relatórios ainda hoje, e você está aí, com os pensamentos longe — afirmou a funcionária, com um tom de leve reprovação. — O curso de marketing está te deixando desorientado, rapaz. E... por acaso estava falando da chefe?

Felipe se sobressaltou, tentando disfarçar.

— Ah... Não, eu não estava falando da nossa chefe. Então... Estou indo agora, preciso terminar os relatórios — ele deu um sorriso sem graça, indo em direção ao elevador.

— Felipe!... — gritou ela. — Eu irei com você. Preciso organizar algumas coisas para a senhorita Karen, no andar de baixo.

Quando eles estavam dentro do elevador, ela apertou o botão e disse:

— Então... Há quanto tempo você e a chefe estão fingindo um relacionamento falso? — perguntou ela, em um tom provocador.

Felipe sentiu o rosto esquentar e tentou manter a compostura.

— Não sei do que você está falando, Rebeca — afirmou o rapaz, mantendo-se sério perante a situação.

Rebeca sorriu, divertida.

— Felipe, eu sei que você e a chefe estão fingindo um relacionamento falso — retrucou ela, colocando o rapaz contra a parede com suas palavras.

Felipe suspirou, derrotado.

— Tá... Então... Você vai contar?

— Claro que não, Felipe — sorriu ela. — Mas você não acha que isso está atrapalhando os seus estudos? Percebi que você também não entrou para a sala. Então cheguei à conclusão que você não foi para a faculdade ontem. O curso de marketing digital é muito complexo. Tome cuidado para não reprovar, porém acho difícil, você é muito inteligente no que faz.

Felipe assentiu, sentindo-se um pouco mais aliviado.

— Claro... É que eu preciso desse dinheiro. E... Tive que faltar ontem.

Rebeca colocou a mão no ombro dele, em um gesto de apoio.

— Tudo bem, Felipe. Olha, não sei se você sabe, mas estou na mesma sala que você na faculdade. Se precisar de ajuda, pode contar comigo. Aliás, no trabalho que teremos hoje, os alunos podem escolher uma dupla, então... Eu vou escolher você como dupla e farei o trabalho, certo? — explicou ela. — Assim você não ficará atrasado nas matérias.

Felipe sorriu, agradecido.

— Obrigado, Rebeca. Eu realmente aprecio isso.

— Mas eu quero que me prometa que não irá continuar com isso

— Sinto muito, Rebeca! — Murmurou ele — Eu irei continuar... — Afirmou, com um tom sério que não deixava dúvidas.

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