André Sorrentino NicoloEncosto-me à parede e observo a cena que se desenrola à minha frente. Sorrio com a imagem da linda garçonete circulando pela casa carregando uma bandeja de bebidas. Eu tenho a observado há bastante tempo nas festas bancadas pelo meu pai. Meu mentor nos negócios, hoje aposentado, Enrico Sorrentino Nicolo.Ela é a coisinha mais linda que já coloquei os olhos.A garota é uma graça. Sua pele parece de porcelana, os olhos verdes têm tons alaranjados.Os cabelos castanho-escuros naturais estão sempre erguidos num coque alto. Eles incitam minha curiosidade em querer saber o comprimento deles e dão asas à minha imaginação.Frequentemente sou assolado pela imagem dela deitada, os cabelos soltos esparramados sobre o travesseiro, gritando meu nome em satisfação enquanto eu libero todo o meu gozo dentro dela.Solto o ar enquanto a observo oferecer os drinks.Seu jeito tímido em se portar, de se mover entre as pessoas mexe comigo.Linda, mas muito jovem. Dezenove anos. Nata
Uma questão sempre me assola. Até quando vou me manter assim, firme, nadando contra a maré, sem me envolver?As festas de meu pai são um porre. Tenho participado de todas elas para vê-la. O que me move é o anseio de saber como Natasha está, os relatórios que tenho tido não parecem ser o suficiente. Sempre preciso vê-la com meus próprios olhos. Ver pessoalmente se ela está realmente bem.Um alerta soa na minha cabeça e me desperta para uma coisa. Preciso dar um tempo sem vê-la. Estou me envolvendo demais. Meus pensamentos não são nada bons para ela. Sou uma cobra criada, muito vivido e muito amargo também.Ela pode te curar...Uma voz sopra no meu ouvido.Balanço minha cabeça em negativa.Não! Depois de tudo que vivi não sei se alguma coisa boa sobrou dentro de mim.Levei tanto tempo para me casar e me decidir por uma pessoa e quando finalmente achei que encontrei a mulher certa, tomei na cara para não dizer em outro lugar.Ninguém se casa sem amor e eu amava Rebecca com todas as forças
AndréFaz seis longos meses que não compareço a uma festa de meu pai. Mas hoje eu não pude negar o seu convite. É aniversário de minha mamma. Ela completa sessenta e cinco anos.Tudo isso para evitar de encontrar a mulher que persegue meus pensamentos.Natasha, a linda garotinha de pele de porcelana e nariz arrebitado. Lábios carnudos e sedutores que nasceram para serem beijados.Tão logo entro na sala, caminho até minha mamma e lhe estendo o meu presente. Uma caixa de veludo preta. Dentro dela há um anel com suas iniciais cravejada de brilhantes. DSN, Donatella Sorrentino Nicolo.Seus olhos brilham para a joia. Ela me encara com um sorriso.—Figlio. Ma che bello.—Sabia que ia gostar.Um fotógrafo se aproxima de nós.—Posso tirar uma foto?—Deve —digo e envolvo minha mama com os braços. Com um sorriso no rosto esperamos o flash.Quando ele se afasta minha mãe me olha pensativa.—Faz tempo que não participa mais das nossas festas. O que houve?Fungo. Só eu sei o que me impede.—Estou
—Chega! Acho que já foi o suficiente. A garota entendeu que errou —digo num tom grave, louco para avançar no pescoço desse idio.ta.Quem ele pensa que é para tratá-la assim?Os olhos do homem se chocam com os meus. Ele se encolhe quando me reconhece. O leão raivoso agora parece um gato assustando olhando para mim.—Senhor Nicolo. Não queria chamar a atenção. Mas essa garota me tirou do sério. Veja!Ele se afasta um pouco e mostra o molhado do seu paletó.Desvio meus olhos do baba.ca e encaro Natasha que me olha assustada. Sinto um impacto no estômago quando me deparo com os lindos olhos verdes aflitos para mim.Sim, eles são os mais lindos que já vi. Constato novamente.O choque é tão forte de vê-la tão frágil que sinto dificuldade em desviar meus olhos dos dela e encarar o vovô novamente.—Mande a conta para a Nicolo. E vamos dar esse assunto por encerrado. Como viu, ela não trabalhará mais para os Primazzi, foi despedida.—Sim, senhor Nicolo. E obrigado. Essa garota está realmente n
Natasha BeckerO apartamento de André Sorrentino Nicolo é uma cobertura localizado no melhor lugar de Nova York, em frente ao Central Park.Ele é todo envidraçado.O elevador particular me leva até seu andar. O último.As portas se abrem dentro de um belíssimo hall com uma porta só. Imponente, alta e larga.Respiro fundo antes de tocar a campainha. Não demora muito a porta se abre e o próprio André me recebe.Sinto-me deslocada. Nunca o tinha visto tão casual.Um sorriso se espalha em seu rosto ao me ver.Deus! Como ele é lindo. Penso ao me deparar com seu peitoral revelado pela camiseta branca justa e suas pernas poderosas, pela bermuda azul-marinho curta.Sandálias de couro nos pés o deixam com uma aparência bem italiana.Deus! Só então percebo que o medi dos pés à cabeça. Com o rosto vermelho foco seu rosto. O azulado em suas faces me diz que ele tem uma barba forte e estar por fazer.Os cabelos castanho-escuros, espessos estão molhados pelo banho, as pontas se enrolam em torno de
—Entendo. Espero que ela entenda também. Ela não parece gostar muito de mim —ela diz e vejo uma pequena ruguinha se formando de preocupação.Que anjinho....É uma tortura olhar esses lábios e não poder beijá-los.—É só o começo. Depois você verá, ela será como uma mãe para você como sempre foi para mim.Ela assente mais recomposta.—As panquecas —Lola diz e joga praticamente o prato na mesa. Ele faz um baque seco na madeira maciça.Meu olhar busca o de Lola com uma reprimenda. Ela mantém seu semblante duro. O olhar obstinado implacável, cheio de teimosia firme no meu.—Estarei no meu quarto caso precise de mim.Assinto para ela e a vejo se afastar com o andar duro.—Acho melhor eu...não trabalhar aqui. —Natasha diz se levantando.Eu sinto um calafrio na espinha com suas falas. Seu olhar é emotivo no meu.Dio mio. Ela deve já ter sofrido muito nesta vida e Lola ainda faz isso?Vou acabar com a raça daquela gordinha petulante.—Eu falarei com ela. Não se preocupe. Sente-se por favor.—N
— Eu que o diga! — ela diz, mas então me olha em silêncio por um tempo. Seus olhos carregam algo que não quero decifrar. Depois de soltar o ar devagar, se levanta do sofá e se senta mais perto de mim. Sua expressão está carregada de dor.— Quero que você se interesse por uma moça e se case novamente. Mas sei que aqui não é o caso... — Seus olhos me estudam com cautela. — Você está apenas encantado pela jovialidade dela e, mais para frente, ela pode se tornar desinteressante. Saia com mulheres do seu nível, maduras. Vocês falarão a mesma língua e elas sabem se defender. Essa garota me parece bem inocente.É isso que Lola e ninguém mais entende. Eu me cansei de todas elas. São sempre as mesmas... Superficiais, fúteis, tão obcecadas em se dar bem na vida.Pensando bem, conheço uma garota interessante. O nome dela é Helen. Inteligente, segura, independente. Mas não me atrai nem um pouco. É como se eu visse um homem na minha frente.— Não quero ninguém. A vida que levo está muito boa, obri
NatashaO lindo André sai do meu quarto.Quando ele fecha a porta, solto um longo suspiro e me deixo cair na cama. Meu coração ainda bate acelerado, como se precisasse processar tudo que aconteceu. Fecho os olhos e, por um instante, comparo a minha realidade de agora com a minha vida de antes.Eu morava num lugar horrível. Duvidoso.Vivia ouvindo bêbados brigando ou resmungando na rua. Prostitutas iam e vinham do meu prédio como se fosse um ponto fixo. Homens e mulheres se drogavam pelos cantos, jogados, esquecidos.Agora estou aqui. Em um ambiente limpo, sem precisar me preocupar com contas, sem precisar racionar comida, sem temer a noite. E, acima de tudo, sendo alvo da preocupação de um homem lindo, intenso... perigoso.A vida foi cruel comigo. Uma estrada cheia de espinhos que precisei cruzar sozinha. Meu pai nos abandonou antes mesmo de eu nascer, deixando minha mãe para enfrentar tudo sem apoio. Ela trabalhou incansavelmente como faxineira em dois empregos, mas sua saúde frágil