AndréSexta-feira.Agora são sete horas da manhã. Quanto mais cedo eu chegar em Miami, melhor.Lavo o rosto várias vezes tentando despertar e tirar essa sensação de areia nos olhos. Enquanto enxugo meu rosto, começo a pensar em maneiras de sobreviver a esse dia: vou tomar uma bebida no avião e tentar dormir até chegar lá. Talvez isso retire meu cansaço.Visto uma camisa cinza e depois de um tom mais escuro. Coloco a gravata preta como se estivesse colocando uma algema.Calço os sapatos pensando no que Helen me disse. Esta noite estive pensativo. Helen está certa. Preciso me cercar de pessoas competentes, tirar essa carga de meus ombros.O que um dia era um refúgio para a minha mente de repente se tornou um peso.Sim, depois que eu chegar dessa viagem ligarei para ela. Preciso de seus serviços. Preciso dividir meu trabalho com alguém.Eu encontro Natasha sozinha na cozinha. Ela está arrumando a mesa. Ela está linda hoje dentro desse vestido florido. Ele é simples, mas que a deixa muito
AndréDepois de uma exaustiva reunião estou no hotel.Saí do escritório às 18 horas. Depois de uma longa ducha, me sirvo de um copo de uísque. Agora estou de bermuda bebericando o líquido marrom, olhando para a rua movimentada lá embaixo.Miami é a visão do paraíso. Ainda mais nesta estação do ano: o verão.As mulheres andam de shorts, minissaias, mini blusas.Na praia então nem se fala. É um belo desfile de biquínis. As mais ousadas fazem até topless.Ao contrário de outros tempos, que eu sairia à procura de diversão, estou na suíte do hotel só pensando em voltar para casa.Ultimamente pensar em Natasha tem sido meu passatempo preferido. A garota maravilhosa, linda e de bom coração não sai da minha cabeça.Solto o ar.Infelizmente vou demorar mais do que eu pretendia aqui. Ficou muitas pendências para eu resolver. Não sei o que me deu na cabeça achando que tudo se resolveria fácil. Na minha vida nada é fácil.Pego o celular com a resolução de mandar uma mensagem de Whatsapp para Nata
Seu perfume é maravilhoso e me afeta tanto.Meu coração, o pobre dele, martela no peito de forma ainda mais vigorosa.—Vem, eu te ajudo a ir para o quarto —digo desviando meus olhos de seu magnífico rosto e o fazendo caminhar até lá.Ele não resiste e caminhamos abraçados até sua cama. Só sossego quando o vejo se deitar nela em segurança.Como se meu tamanho pudesse carregar um homem grande como esse...Quando estou para me afastar para retirar seus sapatos, André segura meu antebraço e eu volto minha atenção para ele.—Não vá. Conte-me sobre seus dias. Como está sendo trabalhar aqui? Tem gostado?Suas palavras saem meio atordoadas. Seu olhar é pesado no meu. Mas sei que mesmo cansado ele é muito perigoso.Deus! Se ele fosse ruim, chato, arrogante seria mais fácil superar meus sentimentos. Mas André não é assim. Ele me trata tão bem.—Você precisa descansar André.—Juro que não farei nada. Quero apenas a sua doce companhia.Como ele consegue ver o doce em mim?Eu tenho o tratado tão f
Mesmo dia três horas da tarde.Lola já saiu há mais de uma hora e nada de André se levantar. Vou até o quarto dele e abro a porta bem devagar. Não o encontro na cama.Aflita, avanço pelo seu quarto e me deparo com André saindo distraidamente do banheiro enxugando seus cabelos. Ele está nu.Não tenho forças para dizer uma palavra. Fico estática sem conseguir me mover.Imediatamente entendo por que ele faz tanto sucesso com as mulheres. A beleza dele é gritante. Ergo meus olhos, o retirando de seu corpo escultural e dou com os olhos dele me observando com um sorriso jocoso.—Gostou? —ele pergunta com um meio-sorriso.Fico vermelha com sua pergunta e me viro imediatamente e, mesmo de costas para ele, fecho meus olhos apertado.—Perdoe-me. Não deveria ter entrado no seu quarto assim.—Tudo bem. Acontece. Pode ser virar agora. Já me cobri.Abro meus olhos e relutantemente me viro para ele. André colocou a tolha que usava para secar os cabelos na cintura.Embora ele esteja ainda abatido, es
Semanas depois....AndréFechamos a reforma da New York City Hall, localizada no Civic Center em Manhattan. Construída em 1803 é considerada a sede municipal mais antiga dos Estados Unidos. Abriga o gabinete do prefeito e o plenário do Conselho Municipal.A assinatura do contrato não demorou, contudo foi seguida por um banquete oferecido pelo prefeito Bill de Blasio.Fui ao médico na terça-feira e já tenho um diagnóstico do meu problema: estafa.Isso me levou a contratar Helen. O médico me convenceu que se eu não diminuísse o meu ritmo de trabalho mais tarde eu entraria em colapso, poderia ter até um enfarto.Temos viajado juntos. Eu a tenho apresentado ao pessoal das minhas empresas que ela prestará consultoriaHoje mesmo ela participou comigo dessa reunião e agora está ao meu lado nesse jantar.Algumas horas depois eu me despeço do prefeito e da equipe que me acompanha. A sensação que tenho é de sensação de missão cumprida. Todos estão satisfeitos com o acordo, mas isso não eleva me
Deus! Ele notou minhas lágrimas?Eu as limpo imediatamente do rosto.—Por que está chorando? —ele diz e se aproxima e para centímetros de mim—Lola te fez alguma coisa?Seus olhos perspicazes correm meu rosto e meu coração agitado dispara.—Não! Claro que não!—Ela te disse algo?—Não.André me agarra pelo braço me fazendo estremecer com sua atitude, então começa a me arrastar pelo corredor.Abre a porta do seu lindo, moderno e amplo escritório. É a primeira vez que entro nele. Só Lola faz a limpeza. Segundo ela, André não gosta de nada fora do lugar.Ele fecha a porta e se aproxima de mim. Meu olfato captura seu cheiro e isso mexe com todos os meus sentidos.—Conte-me o que aconteceu.Eu nego.—É besteira. Por favor. Não perca seu tempo precioso comigo. Você irá se atrasar.—Que se dane meu trabalho —ele diz irado — Vamos! Se abra comigo? Por que estava chorando lá na sala? O que Lola te disse para te deixar tão transtornada a ponto de chorar?Seus olhos correm pelo meu rosto esperand
André Sorrentino NicoloEncosto-me à parede e observo a cena que se desenrola à minha frente. Sorrio com a imagem da linda garçonete circulando pela casa carregando uma bandeja de bebidas. Eu tenho a observado há bastante tempo nas festas bancadas pelo meu pai. Meu mentor nos negócios, hoje aposentado, Enrico Sorrentino Nicolo.Ela é a coisinha mais linda que já coloquei os olhos.A garota é uma graça. Sua pele parece de porcelana, os olhos verdes têm tons alaranjados.Os cabelos castanho-escuros naturais estão sempre erguidos num coque alto. Eles incitam minha curiosidade em querer saber o comprimento deles e dão asas à minha imaginação.Frequentemente sou assolado pela imagem dela deitada, os cabelos soltos esparramados sobre o travesseiro, gritando meu nome em satisfação enquanto eu libero todo o meu gozo dentro dela.Solto o ar enquanto a observo oferecer os drinks.Seu jeito tímido em se portar, de se mover entre as pessoas mexe comigo.Linda, mas muito jovem. Dezenove anos. Nata
Uma questão sempre me assola. Até quando vou me manter assim, firme, nadando contra a maré, sem me envolver?As festas de meu pai são um porre. Tenho participado de todas elas para vê-la. O que me move é o anseio de saber como Natasha está, os relatórios que tenho tido não parecem ser o suficiente. Sempre preciso vê-la com meus próprios olhos. Ver pessoalmente se ela está realmente bem.Um alerta soa na minha cabeça e me desperta para uma coisa. Preciso dar um tempo sem vê-la. Estou me envolvendo demais. Meus pensamentos não são nada bons para ela. Sou uma cobra criada, muito vivido e muito amargo também.Ela pode te curar...Uma voz sopra no meu ouvido.Balanço minha cabeça em negativa.Não! Depois de tudo que vivi não sei se alguma coisa boa sobrou dentro de mim.Levei tanto tempo para me casar e me decidir por uma pessoa e quando finalmente achei que encontrei a mulher certa, tomei na cara para não dizer em outro lugar.Ninguém se casa sem amor e eu amava Rebecca com todas as forças