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Oh Deus! André Sorrentino Nicolo está aqui.

André

Faz seis longos meses que não compareço a uma festa de meu pai. Mas hoje eu não pude negar o seu convite. É aniversário de minha mamma. Ela completa sessenta e cinco anos.

Tudo isso para evitar de encontrar a mulher que persegue meus pensamentos.

Natasha, a linda garotinha de pele de porcelana e nariz arrebitado. Lábios carnudos e sedutores que nasceram para serem beijados.

Tão logo entro na sala, caminho até minha mamma e lhe estendo o meu presente. Uma caixa de veludo preta. Dentro dela há um anel com suas iniciais cravejada de brilhantes. DSN, Donatella Sorrentino Nicolo.

Seus olhos brilham para a joia. Ela me encara com um sorriso.

—Figlio. Ma che bello.

—Sabia que ia gostar.

Um fotógrafo se aproxima de nós.

—Posso tirar uma foto?

—Deve —digo e envolvo minha mama com os braços. Com um sorriso no rosto esperamos o flash.

Quando ele se afasta minha mãe me olha pensativa.

—Faz tempo que não participa mais das nossas festas. O que houve?

Fungo. Só eu sei o que me impede.

—Estou atolado de trabalho. Ando muito cansado.

—Ah, isso você nem precisa dizer. Sua aparência é medonha. Que olheiras são essas?

Natasha

Eu o encaro paralisada.

Oh Deus! André Sorrentino Nicolo está aqui.

Sabia que ele viria, ele não deixaria de comemorar o aniversário de sua mãe. Ainda assim não me sinto preparada para vê-lo.

Ele é extremamente lindo. Devastador. Sua aparência está sempre impecável. Ele realmente é de tirar o fôlego.

Não há uma mulher neste salão que não vire o pescoço para vê-lo passar. Até as casadas. Todas de um jeito ou de outro querem lhe chamar atenção.

Eu o observo melhor.

Sim, há algo de errado com ele. Sua postura está diferente. Seus penetrantes olhos acinzentados que sempre procuram os meus e me deixam cativa neles, hoje não me olharam uma única vez.

Ele parece apenas a sombra do homem que conheço. Seus olhos estão focados no chão, ou em outra direção.

Tão vazios.

Distantes.

Quando fica de frente para mim, ao se posicionar para um fotógrafo reparo no seu abatimento.

Deve ser cansaço.

Sim, pode ser isso.

Esse homem é uma máquina de fazer dinheiro. Deve estar trabalhando muito.

Ainda assim estranho seu jeito. André sempre me observou com atenção, embora eu não entenda seu interesse, pois ele nunca me convidou para sair e sempre me tratou com muito respeito.

Não sei por que sofro.

Claro que ele não vai me convidar para sair.

Olha meu nível e olha o dele.

Solto um suspiro infeliz.

Sentindo-me nervosa, desvio meus olhos de sua máscula figura, tão intimidante e me viro em outra direção. Imediatamente sinto o baque do meu corpo num senhor robusto.

Como num pesadelo assisto todo o conteúdo do seu copo virar seu terno negro. Com uma exclamação abafada ele inclina seu corpo para frente quando o líquido começa escorrer e cair sobre seus sapatos.

—Mas que diabos! —ele grita.

Oh Deus! Justo agora que eu precisava de um momento de paz para me recompor depois de ver aquele deus italiano me acontece isso?

Agora o senhor careca e rechonchudo me olha furioso e começa a soltar o verbo chamando a atenção de todos. Inclusive de André Nicolo.

André

Uma garçonete está sendo humilhada por um senhor gordo por ter derramado a bebida em sua roupa. Tenho certeza de que o rosto do homem expressa uma fisionomia cruel, seus olhos devem estar enfurecidos sobre ela, pois sua língua está bem afiada e tudo indica que ele não deixará barato seu desastre.

Ele está na frente dela. Seu corpo grande não me deixa ver direito a garota.

Observo as costas largas e a careca. Identifico o sujeito. É Roger Gail, um advogado medíocre metido a rico. Não sei por que meu pai suporta esse tipo de gente ao redor dele. Um bando de chupins!

Seu jeito rude e o volume alto de sua voz começam a chamar atenção dos convidados.

Imediatamente busco Natasha com os olhos e não a encontro. Meu coração para uma batida e depois b**e freneticamente no meu peito.

Incomodado, saio do meu lugar e vou até eles.

A cena que vejo é meu lindo anjo olhando perdida para ele enquanto ele é rude com ela. Meu coração se aperta no peito quando me deparo com sua fraca defesa. Com seu total desamparo pelas palavras rudes desse bastardo.

—Você tem ideia de quanto custou este terno? Você tem ideia do dano que me causou? —ouço o dizer.

Enquanto Natasha respira fundo para se acalmar, noto no seu alvo pescoço como sua pulsação acelerada. Ela balança a cabeça afirmativamente para o homem.

—Sinto muito. Como eu já lhe expliquei, aconteceu, não fiz de propósito. Eu tropecei no tapete.

—Tapete? Que tapete?

Ela procura com os olhos o chão e constrangia encara esse merda com o rosto vermelho.

—Se quiser posso pagar o serviço de tinturaria.

—Tinturaria? —ele ri maldoso. —Não, minha jovem. Quero outro, novinho em folha.

O chefe de Natasha, o senhor Camilo se aproxima. Ele é o organizador das festas.

—Está despedida. Pegue suas coisas e saia agora daqui —rosna baixo para ela e se afasta.

Os lábios de Natasha tremem e se já não bastasse isso Roger Gail cresce em cima dela:

—Quero um terno novo.

 

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