Natasha Becker
O apartamento de André Sorrentino Nicolo é uma cobertura localizado no melhor lugar de Nova York, em frente ao Central Park.
Ele é todo envidraçado.
O elevador particular me leva até seu andar. O último.
As portas se abrem dentro de um belíssimo hall com uma porta só. Imponente, alta e larga.
Respiro fundo antes de tocar a campainha. Não demora muito a porta se abre e o próprio André me recebe.
Sinto-me deslocada. Nunca o tinha visto tão casual.
Um sorriso se espalha em seu rosto ao me ver.
Deus! Como ele é lindo. Penso ao me deparar com seu peitoral revelado pela camiseta branca justa e suas pernas poderosas, pela bermuda azul-marinho curta.
Sandálias de couro nos pés o deixam com uma aparência bem italiana.
Deus! Só então percebo que o medi dos pés à cabeça. Com o rosto vermelho foco seu rosto. O azulado em suas faces me diz que ele tem uma barba forte e estar por fazer.
Os cabelos castanho-escuros, espessos estão molhados pelo banho, as pontas se enrolam em torno de seu pescoço.
Estou parada olhando para ele, insegura. Apertando com força a alça da minha mala. Ela é tudo que tenho. Todos meus pertences se resumem a esta mala.
André se inclina e a retira a bagagem da minha mão. Imediatamente sinto seu cheiro bom com seu movimento. Meu coração dispara, como sempre.
Ele se ergue, seus olhos sorridentes procuram os meus.
—Entre Natasha.
Eu lhe dou um sorriso fraco e avanço para dentro de seu apartamento enquanto escuto a porta se fechar atrás de mim. Minhas pernas estão moles, não sei se posso confiar nelas.
—Está com fome?
Deus! Ele é tão humano. Sempre faz com que eu me sinta bem. Como agora, ele está me tratando como se eu fosse da casa e não apenas uma empregada.
Eu me viro para ele por causa de sua pergunta, sem olhar muito ao meu redor. Mas o pouco que consegui observar, posso dizer que o lugar é amplo, moderno e bem iluminado. Os móveis caros acenam muita riqueza.
Principalmente o vaso. Parece bem caro.
—E então, está com fome? Você não me respondeu?
Meu estômago ronca. Eu comi apenas uma maçã antes de sair da minha, “agora”, antiga casa.
Aceno com a cabeça confirmando.
—Um pouco.
Ele coloca a minha mala no chão e pega a minha mão. Eu estremeço, de prazer e de medo ao mesmo tempo.
—Vem, vamos até a cozinha comer alguma coisa. Assim, eu já aproveito e te apresento a Lola.
O italiano musculoso de mais de um metro e noventa me conduz pelo magnífico apartamento. Conforme sou levada por ele passo por vários ambientes. Sala de estar, sala de jantar e cozinha.
O lugar fora decorado com um grande bom gosto, tudo muito clean, seus móveis, tapetes puxados para o branco, preto e cinza.
Bem masculino!
Mas ainda acho que falta cores vivas neste lugar, como um quadro colorido, tapetes alegres. A única cor que reparei foi daquele vaso grande lá na sala. Ele é branco com detalhes em azul.
Lindíssimo.
André
Lola está preparando panquecas. Ela sabe que eu adoro comê-las com mel.
—Lola.
Ela se vira para mim ao ouvir meu chamado. Seus olhos então focam a linda garotinha de calça jeans surrada, camiseta branca e rabo de cavalo. Seus olhos demonstram toda sua surpresa pela tenra idade dela. Então ela foca minha mão ainda segurando a dela.
Eu a solto. Sentindo-me como um lobo pervertido. Também, não é para menos. Os olhos de Lola me condenam agora amplificando isso.
—Essa é Natasha Becker. Ela te ajudará com a casa.
—Prazer em te conhecer Lola.
Lola busca meu olhar. Seus olhos não são nada bons para mim. Eu sei o que ela está pensando. Ela acredita que eu contratei a garota para seduzi-la.
Eu já trouxe muitas mulheres para cá. Lola sempre detestou isso.
Não faço mais isso. Elas acabavam me procurando novamente. Importunando-me. Hoje as levo para um motel caro que conheço.
Eu a ignoro e encaro a linda Natasha que olha tudo ao redor e digo para Lola olhando para minha princesa:
—Faça mais panquecas. Eu e a senhorita Becker comeremos aqui mesmo na cozinha.
Eu não sei bem ainda por que trouxe essa linda garotinha. Na hora fora o sentimento de proteção, mas não posso colocar minha mão no fogo apostando que ficará só nisso.
Natasha busca meu olhar e me dá um sorriso doce.
Dio Santo! Definitivamente não ficará só na proteção. Essa garota tira meu fôlego.
Eu empurro minhas mãos para dentro dos bolso para esconder meu membro que ficou duro como uma rocha.
Desvio meus olhos com dificuldade da doce Natasha e procuro Lola com o olhar. Ela continua me encarando com o olhar atravessado. A ignoro e puxo a cadeira da grande mesa que fica bem no centro para a bonequinha se sentar.
—Sente-se.
Tão logo ela se senta, eu ocupo a cadeira de frente para ela para esconder minha ereção. Com o coração agitado no peito, a respiração fora do meu normal eu a encaro.
Uma pena que ela tenha vindo como os cabelos presos. Adoraria vê-los soltos.
—Você prefere panqueca doce ou salgada?
Ela sorri timidamente para mim.
—Gosto de todo tipo.
—Lola, nos faça os dois tipos de panqueca. Tanto a doce como a salgada.
Lola apenas assente, mas não diz nada.
—Ela é calada assim mesmo?
Lola fala pelos cotovelos. Está quieta assim por causa dos seus maus sentimentos sobre mim.
—Não, daqui a pouco ela se solta. Deve estar estranhando o fato de eu contratar alguém. Ela sempre fez tudo na casa.
—Você não falou para ela sobre mim? E se ela sempre fez tudo para você, por que me contratou?
Ela me olha insegura. Eu respiro fundo, nunca deixando os olhos dela.
—Lola está ficando velha. Precisa de uma força jovem para ajudá-la com as tarefas. Anda cansada —digo baixo para a gorducha não ouvir.
—Entendo. Espero que ela entenda também. Ela não parece gostar muito de mim —ela diz e vejo uma pequena ruguinha se formando de preocupação.Que anjinho....É uma tortura olhar esses lábios e não poder beijá-los.—É só o começo. Depois você verá, ela será como uma mãe para você como sempre foi para mim.Ela assente mais recomposta.—As panquecas —Lola diz e joga praticamente o prato na mesa. Ele faz um baque seco na madeira maciça.Meu olhar busca o de Lola com uma reprimenda. Ela mantém seu semblante duro. O olhar obstinado implacável, cheio de teimosia firme no meu.—Estarei no meu quarto caso precise de mim.Assinto para ela e a vejo se afastar com o andar duro.—Acho melhor eu...não trabalhar aqui. —Natasha diz se levantando.Eu sinto um calafrio na espinha com suas falas. Seu olhar é emotivo no meu.Dio mio. Ela deve já ter sofrido muito nesta vida e Lola ainda faz isso?Vou acabar com a raça daquela gordinha petulante.—Eu falarei com ela. Não se preocupe. Sente-se por favor.—N
— Eu que o diga! — ela diz, mas então me olha em silêncio por um tempo. Seus olhos carregam algo que não quero decifrar. Depois de soltar o ar devagar, se levanta do sofá e se senta mais perto de mim. Sua expressão está carregada de dor.— Quero que você se interesse por uma moça e se case novamente. Mas sei que aqui não é o caso... — Seus olhos me estudam com cautela. — Você está apenas encantado pela jovialidade dela e, mais para frente, ela pode se tornar desinteressante. Saia com mulheres do seu nível, maduras. Vocês falarão a mesma língua e elas sabem se defender. Essa garota me parece bem inocente.É isso que Lola e ninguém mais entende. Eu me cansei de todas elas. São sempre as mesmas... Superficiais, fúteis, tão obcecadas em se dar bem na vida.Pensando bem, conheço uma garota interessante. O nome dela é Helen. Inteligente, segura, independente. Mas não me atrai nem um pouco. É como se eu visse um homem na minha frente.— Não quero ninguém. A vida que levo está muito boa, obri
NatashaO lindo André sai do meu quarto.Quando ele fecha a porta, solto um longo suspiro e me deixo cair na cama. Meu coração ainda bate acelerado, como se precisasse processar tudo que aconteceu. Fecho os olhos e, por um instante, comparo a minha realidade de agora com a minha vida de antes.Eu morava num lugar horrível. Duvidoso.Vivia ouvindo bêbados brigando ou resmungando na rua. Prostitutas iam e vinham do meu prédio como se fosse um ponto fixo. Homens e mulheres se drogavam pelos cantos, jogados, esquecidos.Agora estou aqui. Em um ambiente limpo, sem precisar me preocupar com contas, sem precisar racionar comida, sem temer a noite. E, acima de tudo, sendo alvo da preocupação de um homem lindo, intenso... perigoso.A vida foi cruel comigo. Uma estrada cheia de espinhos que precisei cruzar sozinha. Meu pai nos abandonou antes mesmo de eu nascer, deixando minha mãe para enfrentar tudo sem apoio. Ela trabalhou incansavelmente como faxineira em dois empregos, mas sua saúde frágil
Fico decepcionada com suas palavras, seus conselhos, embora esperasse que ela me dissesse isso. Lola parece uma pessoa sensata, ela não falaria isso sem ter algum embasamento.—Tudo bem.—Então atentará para o meu conselho?Aceno com a cabeça para ela.—Sim. Mas não entendo o porquê de tudo isso. O senhor Nicolo sempre me respeitou e nunca tentou nada comigo.—Ele está ganhando sua confiança. Ele começará te fazendo se sentir especial, mas não se engane com ele. Se ceder ele ficará com você até enjoar e só. É triste o que vou te dizer, mas André se tornou um homem frio, cínico, duro e egoísta. Nos negócios e na vida sentimental. Ele é implacável, chega a ser cru.el.Eu tento não parecer muito chocada, mas do jeito que ela me contou sobre ele, sinto um espasmo de angústia.—O que exatamente o senhor Nicolo faz?—Ele é um investidor anjo minha cara, mas que de anjo não tem nada. Só se for o caído. Só os desavisados aceitam suas condições. O tubarão dos negócios tem engolido os peixes qu
—É para isso que te trouxe aqui, bambina(criança) —digo com um sorriso torto, jogando todo o meu charme e observo com prazer como ela engole em seco enquanto olha para mim. —Que hora costuma jantar?—Umas seis e meia, sete horas. —ela diz num sussurro, a voz fraca.Sorrio para ela:—Nos encontramos na cozinha sete horas. Vou descansar agora. Sinta-se à vontade. Caso deseje fazer um café à tarde, tem pães e bolacha na dispensa. Frios na geladeira.—Obrigada senhor Nicolo.—André —digo calmamente.—Melhor senhor Nicolo — ela diz, as esferas verdes brilham com desafio para mim.Levo tudo isso com uma leveza que não estou sentindo, assinto sem nada dizer. Eu me afasto em direção ao meu quarto, a raiva explodindo dentro de mim.Lola conseguiu arrebentar com tudo!Maledetta!Depois de retirar minhas roupas. Tomo um banho demorado. Visto roupas confortáveis e deito-me na cama pensativo.Depois de tantas coisas que vivi, construí um muro em torno de mim e me isolei por completo. Achei mais fá
Quando ele vem trazendo os dois copos para a mesa, desvio o meu olhar de seu corpo escultural e procuro seus olhos.—Obrigada. —digo depois que ele coloca os copos na mesa.—Não tem de que, meu anjo.Ele continua cheio de intimidades...Esse homem é impossível!Assinto e desvio meus olhos para longe dele enquanto ele se senta à minha frente. Tomo a iniciativa de pegar a espátula e cortar a torta.Ergo meus olhos para André à espera do seu prato. Com um sorriso de canto de lábios ele o estende para mim.Tudo está sempre muito esquisito. Não será fácil conviver com ele. Será uma batalha sem fim. Uma luta com aquilo que desejo e a razão me dizendo que não posso ter.Com cuidado, tentando ignorar seu jeito malditamente sexy, coloco o pedaço em seu prato e foco o meu lutando para ser imune ao seu magnetismo.Difícil conseguir essa façanha. Para não dizer impossível. Esse homem é absurdamente lindo e cheira muito bem. Complicado tê-lo sentado à minha frente, observando todos os meus movimen
Dio!Algo maior que a atração se acende dentro de mim, algo que eu pensava estar morto e isso me faz perder as rédeas. Das minhas profundezas sai um gemido comovido pela intensidade dos meus sentimentos e eu aprofundo o beijo enquanto a trago ainda mais para mim.Dio. Sinto que ela é a luz que pode afastar minhas trevas, o oxigênio puro para os meus pulmões cansados de respirar tanta podridão.Como um beijo pode ser tão magnífico?Nem com Rebecca, a mulher que amei tanto eu me senti assim....Agora nossos corpos estão bem colados, tanto que ela pode sentir minha dureza em sua barriga. Meu membro duro como uma rocha, reage a ela, latejando, babando.Inclino-a mais para mim, meus lábios querendo mais, numa fome incontrolável, como se não fosse o suficiente o que tenho dela.Então, o inesperado acontece quando seus lábios se desviam dos meus e seu rosto se abaixa.Ela está me evitando?Agora ela está dura. Seu rosto enfiado na minha camiseta.Então acontece o pior. Suas mãos começam a me
André avança na minha direção e para bem perto. Tão perto que sinto o calor do seu corpo. Meu coração, o pobre coitado, dispara como se estivesse fugindo de um predador. Seguro a respiração.—Eu me viro — diz ele, um sorriso preguiçoso e perigosamente sexy brincando em seus lábios. Apoia os quadris na pia, cruza as pernas e me observa enquanto toma um gole de suco.Um arrepio sobe pela minha espinha. Tento manter a compostura, mas minha voz sai mais áspera do que eu pretendia:—Então só me preocuparei com o almoço?A culpa me atinge de imediato. Ele tem sido gentil comigo, e eu, uma grossa. Uma tristeza discreta aperta meu peito.André ergue uma sobrancelha, como se ponderasse minha atitude, mas não se abala. Em vez disso, sorri de novo, um sorriso fácil, charmoso.—Sim. Faremos o almoço juntos.Balanço a cabeça em negação, o rosto fechado. Melhor assim. Não ceda, Natasha. Não se culpe.—Ontem pesquisei na internet como se faz um belo molho à bolonhesa. Eu dou conta.—Faremos juntos.