—Chega! Acho que já foi o suficiente. A garota entendeu que errou —digo num tom grave, louco para avançar no pescoço desse idio.ta.
Quem ele pensa que é para tratá-la assim?
Os olhos do homem se chocam com os meus. Ele se encolhe quando me reconhece. O leão raivoso agora parece um gato assustando olhando para mim.
—Senhor Nicolo. Não queria chamar a atenção. Mas essa garota me tirou do sério. Veja!
Ele se afasta um pouco e mostra o molhado do seu paletó.
Desvio meus olhos do baba.ca e encaro Natasha que me olha assustada. Sinto um impacto no estômago quando me deparo com os lindos olhos verdes aflitos para mim.
Sim, eles são os mais lindos que já vi. Constato novamente.
O choque é tão forte de vê-la tão frágil que sinto dificuldade em desviar meus olhos dos dela e encarar o vovô novamente.
—Mande a conta para a Nicolo. E vamos dar esse assunto por encerrado. Como viu, ela não trabalhará mais para os Primazzi, foi despedida.
—Sim, senhor Nicolo. E obrigado. Essa garota está realmente no serviço errado —ele diz.
Assinto para ele e um sentimento começa a crescer dentro de mim.
—Está. Com certeza irei convencê-la disso.
Ele faz uma reverência e se afasta e meus olhos deslizam pela garota. Serei duro com ela, mesmo ante sua fragilidade, seu constrangimento.
Movido por um instinto de prote.ção mais do que outra coisa coloco em prática meu plano obscuro e a encaro como se ela tivesse cometido uma infração muito grave:
—Como viu, pagarei o estrago que fez. Mas isso será cobrado —digo, e de repente me sinto bem com a sensação de tê-la nas minhas mãos.
Sua língua toca seus lábios secos e ela se mexe inquieta sentindo o perigo iminente das minhas palavras. Meu coração dispara com a visão dos seus lábios úmidos agora. Com dificuldade desvio meu olhar dessa tentação e endurecendo meu olhar encaro seus lindos olhos.
—Como eu expliquei ao cavalheiro. Eu não tenho dinheiro. Eu ganho muito pouco, mal dá para pagar minhas contas. E agora desempregada....
Sua voz rouca e suave infla meu membro que pulsa em resposta.
Sim meu anjo, eu sei disso. Não te condeno mas tenho um plano para concluir.
Mantenho meu rosto sério.
—Podemos resolver facilmente isso.
—Como? —ela sussurra.
—Não há dúvidas alguma que não tem aptidão para servir. Deveria mudar de emprego. Por que não começa isso trabalhando para mim?
—Eu? Trabalhar para o senhor?
—Sim. Eu preciso de uma empregada.
—Uma empregada?
—Exatamente. A vantagem é que dormirá no emprego e assim eliminará seus custos fixos como água, luz, aluguel. E poderá usar parte de seu salário para quitar sua dívida comigo —digo enigmático, embora a ideia de tê-la cuidando das minhas coisas me incendeiem por dentro.
—Dívida?
—Sim, como ouviu, eu pagarei todo o estrago que fez.
—E quanto seria essa dívida?
A estudo por um momento com o semblante sério, como se pensasse em sua pergunta. Então procuro com o olhar aquele bastard.o. Examino seu terno barato, então a encaro mantendo meu semblante impassível minto na cara dura:
—Um Armani é bem caro. Uns quatro mil dólares.
Ela ergue as sobrancelhas perfeitas demonstrando surpresa. Deu dó de ler seu desespero e sua boquinha linda se abrindo com sua respiração agitada.
—Tudo isso?
—Se não for mais —digo mantendo minha expressão dura.
Duas lágrimas descem pelo seu rosto reforçando ainda mais sua aparência frágil e seu total desamparo.
Ela as limpa rapidamente e arrebita seu narizinho para mim.
—Eu levarei muito tempo para liquidar essa dívida.
Imediatamente sinto uma pontada no coração, mas a vontade de protegê-la, de não perdê-la de vista é maior que o sentimento de estar sendo agora um idi.ota cru.el.
—Não se preocupe com isso. Eu lhe pagarei muito bem. Em poucos meses terá liquidado sua dívida.
Isso até que eu encontre outro motivo para ela ficar no emprego, caso deseje sair.
Ela respira fundo.
—Está certo senhor Nicolo. Eu trabalharei para o senhor. Obrigada por esta oportunidade de trabalho. Como viu, estou desempregada.
Eu sorrio encantado com sua cativante doçura.
—Isso demonstra claramente que estava na profissão errada. Por isso tomou a acertada decisão de trabalhar para mim.
Seu rosto tinge de vermelho.
—Obrigada novamente pela oportunidade.
Eu puxo minha carteira e retiro meu cartão.
—Ligue para o meu escritório. Sueli, minha secretária, passará meu endereço.
—Seu endereço? O senhor não mora aqui?
Noto que ela conhece pouco sobre mim. Isso mexe comigo com a sensação de prazer. Geralmente as mulheres sabem tudo da minha vida.
—Não. Moro sozinho.
Ela me olha insegura, parece querer recuar.
—Sozinho?
Corrijo:
—Modo de dizer. Lá você conhecerá Lola, a cozinheira.
Ela dá um sorriso de alívio.
—Ah, está certo.
Escondo minha alegria quando ela sorri em aceitação.
Natasha BeckerO apartamento de André Sorrentino Nicolo é uma cobertura localizado no melhor lugar de Nova York, em frente ao Central Park.Ele é todo envidraçado.O elevador particular me leva até seu andar. O último.As portas se abrem dentro de um belíssimo hall com uma porta só. Imponente, alta e larga.Respiro fundo antes de tocar a campainha. Não demora muito a porta se abre e o próprio André me recebe.Sinto-me deslocada. Nunca o tinha visto tão casual.Um sorriso se espalha em seu rosto ao me ver.Deus! Como ele é lindo. Penso ao me deparar com seu peitoral revelado pela camiseta branca justa e suas pernas poderosas, pela bermuda azul-marinho curta.Sandálias de couro nos pés o deixam com uma aparência bem italiana.Deus! Só então percebo que o medi dos pés à cabeça. Com o rosto vermelho foco seu rosto. O azulado em suas faces me diz que ele tem uma barba forte e estar por fazer.Os cabelos castanho-escuros, espessos estão molhados pelo banho, as pontas se enrolam em torno de
—Entendo. Espero que ela entenda também. Ela não parece gostar muito de mim —ela diz e vejo uma pequena ruguinha se formando de preocupação.Que anjinho....É uma tortura olhar esses lábios e não poder beijá-los.—É só o começo. Depois você verá, ela será como uma mãe para você como sempre foi para mim.Ela assente mais recomposta.—As panquecas —Lola diz e joga praticamente o prato na mesa. Ele faz um baque seco na madeira maciça.Meu olhar busca o de Lola com uma reprimenda. Ela mantém seu semblante duro. O olhar obstinado implacável, cheio de teimosia firme no meu.—Estarei no meu quarto caso precise de mim.Assinto para ela e a vejo se afastar com o andar duro.—Acho melhor eu...não trabalhar aqui. —Natasha diz se levantando.Eu sinto um calafrio na espinha com suas falas. Seu olhar é emotivo no meu.Dio mio. Ela deve já ter sofrido muito nesta vida e Lola ainda faz isso?Vou acabar com a raça daquela gordinha petulante.—Eu falarei com ela. Não se preocupe. Sente-se por favor.—N
— Eu que o diga! — ela diz, mas então me olha em silêncio por um tempo. Seus olhos carregam algo que não quero decifrar. Depois de soltar o ar devagar, se levanta do sofá e se senta mais perto de mim. Sua expressão está carregada de dor.— Quero que você se interesse por uma moça e se case novamente. Mas sei que aqui não é o caso... — Seus olhos me estudam com cautela. — Você está apenas encantado pela jovialidade dela e, mais para frente, ela pode se tornar desinteressante. Saia com mulheres do seu nível, maduras. Vocês falarão a mesma língua e elas sabem se defender. Essa garota me parece bem inocente.É isso que Lola e ninguém mais entende. Eu me cansei de todas elas. São sempre as mesmas... Superficiais, fúteis, tão obcecadas em se dar bem na vida.Pensando bem, conheço uma garota interessante. O nome dela é Helen. Inteligente, segura, independente. Mas não me atrai nem um pouco. É como se eu visse um homem na minha frente.— Não quero ninguém. A vida que levo está muito boa, obri
NatashaO lindo André sai do meu quarto.Quando ele fecha a porta, solto um longo suspiro e me deixo cair na cama. Meu coração ainda bate acelerado, como se precisasse processar tudo que aconteceu. Fecho os olhos e, por um instante, comparo a minha realidade de agora com a minha vida de antes.Eu morava num lugar horrível. Duvidoso.Vivia ouvindo bêbados brigando ou resmungando na rua. Prostitutas iam e vinham do meu prédio como se fosse um ponto fixo. Homens e mulheres se drogavam pelos cantos, jogados, esquecidos.Agora estou aqui. Em um ambiente limpo, sem precisar me preocupar com contas, sem precisar racionar comida, sem temer a noite. E, acima de tudo, sendo alvo da preocupação de um homem lindo, intenso... perigoso.A vida foi cruel comigo. Uma estrada cheia de espinhos que precisei cruzar sozinha. Meu pai nos abandonou antes mesmo de eu nascer, deixando minha mãe para enfrentar tudo sem apoio. Ela trabalhou incansavelmente como faxineira em dois empregos, mas sua saúde frágil
Fico decepcionada com suas palavras, seus conselhos, embora esperasse que ela me dissesse isso. Lola parece uma pessoa sensata, ela não falaria isso sem ter algum embasamento.—Tudo bem.—Então atentará para o meu conselho?Aceno com a cabeça para ela.—Sim. Mas não entendo o porquê de tudo isso. O senhor Nicolo sempre me respeitou e nunca tentou nada comigo.—Ele está ganhando sua confiança. Ele começará te fazendo se sentir especial, mas não se engane com ele. Se ceder ele ficará com você até enjoar e só. É triste o que vou te dizer, mas André se tornou um homem frio, cínico, duro e egoísta. Nos negócios e na vida sentimental. Ele é implacável, chega a ser cru.el.Eu tento não parecer muito chocada, mas do jeito que ela me contou sobre ele, sinto um espasmo de angústia.—O que exatamente o senhor Nicolo faz?—Ele é um investidor anjo minha cara, mas que de anjo não tem nada. Só se for o caído. Só os desavisados aceitam suas condições. O tubarão dos negócios tem engolido os peixes qu
—É para isso que te trouxe aqui, bambina(criança) —digo com um sorriso torto, jogando todo o meu charme e observo com prazer como ela engole em seco enquanto olha para mim. —Que hora costuma jantar?—Umas seis e meia, sete horas. —ela diz num sussurro, a voz fraca.Sorrio para ela:—Nos encontramos na cozinha sete horas. Vou descansar agora. Sinta-se à vontade. Caso deseje fazer um café à tarde, tem pães e bolacha na dispensa. Frios na geladeira.—Obrigada senhor Nicolo.—André —digo calmamente.—Melhor senhor Nicolo — ela diz, as esferas verdes brilham com desafio para mim.Levo tudo isso com uma leveza que não estou sentindo, assinto sem nada dizer. Eu me afasto em direção ao meu quarto, a raiva explodindo dentro de mim.Lola conseguiu arrebentar com tudo!Maledetta!Depois de retirar minhas roupas. Tomo um banho demorado. Visto roupas confortáveis e deito-me na cama pensativo.Depois de tantas coisas que vivi, construí um muro em torno de mim e me isolei por completo. Achei mais fá
Quando ele vem trazendo os dois copos para a mesa, desvio o meu olhar de seu corpo escultural e procuro seus olhos.—Obrigada. —digo depois que ele coloca os copos na mesa.—Não tem de que, meu anjo.Ele continua cheio de intimidades...Esse homem é impossível!Assinto e desvio meus olhos para longe dele enquanto ele se senta à minha frente. Tomo a iniciativa de pegar a espátula e cortar a torta.Ergo meus olhos para André à espera do seu prato. Com um sorriso de canto de lábios ele o estende para mim.Tudo está sempre muito esquisito. Não será fácil conviver com ele. Será uma batalha sem fim. Uma luta com aquilo que desejo e a razão me dizendo que não posso ter.Com cuidado, tentando ignorar seu jeito malditamente sexy, coloco o pedaço em seu prato e foco o meu lutando para ser imune ao seu magnetismo.Difícil conseguir essa façanha. Para não dizer impossível. Esse homem é absurdamente lindo e cheira muito bem. Complicado tê-lo sentado à minha frente, observando todos os meus movimen
Dio!Algo maior que a atração se acende dentro de mim, algo que eu pensava estar morto e isso me faz perder as rédeas. Das minhas profundezas sai um gemido comovido pela intensidade dos meus sentimentos e eu aprofundo o beijo enquanto a trago ainda mais para mim.Dio. Sinto que ela é a luz que pode afastar minhas trevas, o oxigênio puro para os meus pulmões cansados de respirar tanta podridão.Como um beijo pode ser tão magnífico?Nem com Rebecca, a mulher que amei tanto eu me senti assim....Agora nossos corpos estão bem colados, tanto que ela pode sentir minha dureza em sua barriga. Meu membro duro como uma rocha, reage a ela, latejando, babando.Inclino-a mais para mim, meus lábios querendo mais, numa fome incontrolável, como se não fosse o suficiente o que tenho dela.Então, o inesperado acontece quando seus lábios se desviam dos meus e seu rosto se abaixa.Ela está me evitando?Agora ela está dura. Seu rosto enfiado na minha camiseta.Então acontece o pior. Suas mãos começam a me