Quarto de hóspedes?

—Entendo. Espero que ela entenda também. Ela não parece gostar muito de mim —ela diz e vejo uma pequena ruguinha se formando de preocupação.

Que anjinho....

É uma tortura olhar esses lábios e não poder beijá-los.

—É só o começo. Depois você verá, ela será como uma mãe para você como sempre foi para mim.

Ela assente mais recomposta.

—As panquecas —Lola diz e j**a praticamente o prato na mesa. Ele faz um baque seco na madeira maciça.

Meu olhar busca o de Lola com uma reprimenda. Ela mantém seu semblante duro. O olhar obstinado implacável, cheio de teimosia firme no meu.

—Estarei no meu quarto caso precise de mim.

Assinto para ela e a vejo se afastar com o andar duro.

—Acho melhor eu...não trabalhar aqui. —Natasha diz se levantando.

Eu sinto um calafrio na espinha com suas falas. Seu olhar é emotivo no meu.

Dio mio. Ela deve já ter sofrido muito nesta vida e Lola ainda faz isso?

Vou acabar com a raça daquela gordinha petulante.

—Eu falarei com ela. Não se preocupe. Sente-se por favor.

—Não sei....

—Eu estou dizendo que ficará tudo bem. Agora vamos comer essas deliciosas panquecas antes que esfriem.

Ela assente para mim e se senta. Parece insegura.

—Tudo bem.

Dou uma mordida na salgada que ela recheou com queijo cottage.

Dio mio! Puro sal.

Lola está de brincadeira!

Quando Natasha está para morder, eu a retiro de sua mão.

—Não, não coma. Lola errou no sal.

Natasha dá um sorriso amargo.

—Errou mesmo ou fez de propósito?

—Errou —minto — de vez em quando acontece.

Vou matar Lola!

Ela foi minha babá e por isso se acha no direito de se meter na minha vida.

—Vamos comer a doce. Quer mel ou Nutela?

—Nutela —ela diz com um sorriso lindo.

Comemos num clima diferente que planejei. O olhar de Natasha evitou os meus, seu semblante é triste e pensativo.

—Vem, eu vou te levar para o seu quarto. Ficará no de hospede.

—Não tem quarto de empregada?

—Tenho para guardar tralhas. Não se preocupe. Ninguém se hospeda aqui.

—E Lola? Onde ela fica?

—Ela não dorme aqui.

—Não?

—Não, recentemente se casou. E ela tem um quartinho caso queira descansar.

—Entendo.

—Vem, vamos. Vamos conhecer seu quarto.

Seu olhar procura o meu incerto e isso aquece meu sangue enquanto um arrepio frio me atravessa.

Eu a quero, aqui comigo. É o melhor lugar para ela!

Sua língua sai e ela lambe os lábios pensativa, só depois de um tempo que ela assente para mim.

Dio Santo! Não faça isso criança, não subestime e nem provoque o lobo que há dentro de mim....

—Você desceu muito baixo mesmo, André. Virou papa anjo agora?

—Fala baixo, Lola. Não é nada disso que está pensando.

Os olhos dela brilham nos meus.

—Como não? Eu vi seu jeito com a garota. Você a trata como uma princesa e não como uma empregada.

Eu mantenho meu semblante frio, impassível.

—Sinto afeto por ela. Natasha é órfã, não tem ninguém e está desempregada.

—E você resolveu bancar o bom samaritano? Você acha realmente que acredito nisso? Eu vi o jeito que olha para ela. Como você a come com os olhos. Não adianta vestir essa capa de cordeiro pois conheço o lobo que você é!

—Não farei nada com ela. —Nada que ela não queira.... Penso secretamente— E que culpa tenho se ela é uma jovem encantadora? Eu quis tratá-la bem por causa de toda a injustiça que ela tem sofrido no mundo. Não vê que ela é uma garotinha triste?

—Nossa! Comovente —ela diz com descrédito

—É verdade. Quero ajudá-la —digo com a mandíbula travada o olhar duro para Lola, então me lembro da comida —E que cazzo de panqueca foi aquela? A doce estava sem tempero algum e a outra muito salgada.

—Se não está satisfeito com a minha comida, peça para Natasha cozinhar para você.

—Lola, por favor. Dê uma chance para a garota. Ela já teve muitas amarguras na vida.

—Você acha que estou assim porque ela vai trabalhar aqui? Não! Estou assim porque sei o que pretende com ela.

Eu fungo.

—Lola, respeito muito você e sempre respeitei sua opinião, mas está errada. Eu não quero o mal dela.

Não mesmo!

Na verdade ainda não sei muito bem o que quero....

Há dois sentimentos que brigam dentro de mim. Desejo de ajudar Natasha, protegê-la do mundo e de todos. E o desejo carnal pela linda garota que cada dia que passa tem desabrochado, a tornando mais mulher.

Molto bela!

—Você não me engana André. Você é implacável nos negócios, nunca vi você ter dó de ninguém quando você é o beneficiado. Sei que se tornou assim também na sua vida pessoal. Eu cansei de receber suas garotas com o coração partido. Saiba que eu garantirei que não toque em Natasha. Não pense que a tratará como suas putas e essas pobres coitadas. Não vai não! Eu não vou deixar. Abrirei os olhos dela quanto a você.

—Ótimo! —digo, embora contrariado —Bem, então se o problema é comigo, por favor, trate bem a garota. Ela já sofreu muito na vida e não tem culpa de nada.

—O mesmo digo a você!

Eu respiro fundo.

—Farei isso —olho o relógio de pulso—hoje irei almoçar com meus pais. Posso ir sem preocupações? Você será gentil com a ela?

—Sim, pode deixar. Seremos amigas, muito amigas. Serei sua conselheira.

Estou ferrado com Lola.

—Tudo bem—digo de um jeito orgulhoso.

—E onde ela está?

—Está em dos quartos de hóspedes —digo com cara de paisagem.

Lola me fuzila com o olhar.

—Quarto de hóspedes?

—Que mal há nisso. Não trago ninguém aqui. Estes quartos só criam pó.

 

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