O Atentado

Áxteron

Petra voltava do rio onde acabara de lavar suas roupas; essa era uma condição humilhante para a jovem rainha. No caminho de volta a fortaleza, encontra uma jovem que dizia ter sido designada pelo rei para a ser sua ajudante. Petra não questionou às ordens do esposo e seguiu para a casa grande ; a jovem que lhe acompanhava em silêncio vindo logo atrás, retira da cintura de sua saia uma afiada adaga  desferindo vários golpes nas costas da Petra que cai ao chão gritando.

Mesmo ferida, tentou reagir mas os golpes a enfraqueceram por está perdendo sangue. O Rei que treinava com um dos seus guerreiros ouve os gritos e corre ao seu encontro. A mulher sai dalí apressadamente até se esbarrar no Capitão Urias, por estar suja de sangue é logo detida sendo enviada a prisão.

 Petra está desfalecendo; ela luta para não morrer. Antes de desmaiar nos braços de Leif, o olha profundamente desejando que tudo não passara de um pesadelo. Ela é levada em seus braços para seu leito.  Ele exige que busquem um médico urgente para tratá-la; a deixa sob os cuidados de duas criadas de confiança Helda e Alda  voltando para sua casa real. Leif sente uma profunda agonia diante daquela situação. Ele não entende porque se preocupa tanto com o bem estar da filha do seu maior inimigo.

Dois Dias Depois...

— Irsa, como ela está? -Leif pergunta a sacerdotisa.

—Nada bem, continua inconsciente. Tem tido febre. As criadas dizem que delira como se conversasse com alguém, isso não é bom!

—Mas que incompetência desse médico! Nada pode fazer para evitar que morra?

—Mas por que se preocupa?! Deixe que volte para os braços de Odim. O casamento só se realizou para calar a boca do povo que questionava a solteirice do Rei. Mas agora já está casado. Pode ficar viúvo. Assim, não terá problemas com  o infeliz do seu pai Àsborjn .

—Não me casei para ficar viúvo. Sequer consumei esse maldito casamento. Venho  preparando-a para ser uma Rainha de verdade, para estar ao meu lado.- Irsa percebe algo diferente no tom da sua voz.- Há quatro anos  ela tem cumprido as determinações sem reclamar. Como posso deixá-la morrer? Afinal, de que lado você está?

—Claro que de seu lado meu rei.  Só não me expliquei bem!

—Não quero mais tocar neste assunto! Trate de fazer o impossível para que ela não morra. Agora saia, vou dormir.- Ele fala em tom ríspido.

Naquela noite,o Rei teve um sonho incomum. Se via numa grande batalha sangrenta, seu rival e sogro Ásbjorn, impunha uma espada que tinha seu brasão. Ele gritava que queria sua cabeça. O Rei então, partia pra cima do seu inimigo que mais se assemelhava a um ser das trevas. Tinhas olhos cor de brasa e bramia fortemente. Eles lutaram sob um rio de sangue, mas logo uma forte luz envolveu ambas as partes fazendo -os cair dos cavalos. Alguém vinha caminhando em direção aos Reis com vestes luminosas como a relva do dia. Ao caminhar, sua roupa absorvia todo o sangue e a morte que havia ali deixando-o limpo. Tanto o Rei jovem, quanto o Rei velho se espantaram ao ver que  era uma mulher que se aproximava. – Leif acorda suado, agitado ao lembrar que era o rosto envolto a luz parecia ao da Petra.  Imediatamente manda chamar a sacerdotisa Irsa para que interprete seu sonho.

— Rei Leif,filho de Áxteron, aconteceu algo com vossa rainha?

— Não foi com ela, e sim, comigo. Tive um sonho, ou melhor, pesadelo. Quero que o interprete o mais rápido possível. Creio que algo de ruim possa está por vir.  Vou-lhe contar com detalhes. – Leif  fala do seu sonho para Irsa não ocultando nada .

—Sim, meu senhor; realmente é um sonho de morte em massa, mas há purificação nele que não sei sua a origem e por onde virá. Farei o que me pede. Invocarei  a divindade Hella, para que me mostre através das Runas sobre este sonho de morte e vida.

—Faça isso. Agora pode ir!

Leif não mais conseguiu dormir por causa desse pesadelo. O que mais  intrigava era a presença marcante da sua esposa no sonho. Ela tinha nas suas vestes todo o sangue que havia sido derramado, evitando assim, que ambos se matassem.

 

[...]

 

Estava nos primeiros raios do dia, Leif sai para ver como andava o movimento do seu povo. Eles já estavam trabalhando a pleno vapor. Seu pai teria orgulho de ver como ele avançava. Só faltaria tomar a Inglaterra para que seu poder entrasse para a história sobrepujando um Rei que não se detinha facilmente. Mesmo buscando aliar-se a igreja, não seria suficiente; teria mesmo que ser na força bruta.

Irsa sai do templo vindo em sua direção.

—Meu Senhor, não trago boas notícias ! Vamos conversar em um local mais apropriado.

—Por “Tyr”,diga de uma vez  Irsa!!

—Consultei as Runas... a fumaça dos incensos e ossos do grande guerreiro: O Deus Hermod, mensageiro dos Deuses; manda dizer-lhe que recue na batalha contra a Inglaterra, pois alguém maior que meu senhor se levantará.

—O QUÊ!? NÃO EXISTE NINGUÉM MAIOR QUE O FILHO DE ÁXTERON!

—Vai contrariar os Deuses?

—Quero saber da moça e do pai dela, o que faziam neste sonho então?!

—Eles não responderam sobre ela,talvez tenha sido uma conjuncão sem importância. Atente-se apenas no que lhe interessa.

—Está bem. Mas como ela está hoje, já a viu?

—Na mesma, não desperta. Acho que será questão de horas para sucumbir às terras de Odim.

—Vou até lá, preciso vê-la!

—Calma, não se apresse. Ela ainda se recupera. Precisa está atento ao sonho e estudar estratégias para vencer as batalhas que antecedam a Inglaterra. Sabe que precisa enfraquecer seus aliados até chegar a eles .

—Tem razão Irsa, você tem sido uma boa conselheira. Não sei o que seria de mim sem você.

Rei Leif desiste de visitar sua esposa. Retorna para sua sala real para estudar estratégias.-Irsa se alegra com seu poder de persuasão.

 

Alguns Dias Depois...

 

—Senhor, trago notícias da jovem Petra. Eu mesma conferi com meus próprios olhos. Está fora de perigo e totalmente cicatrizado os ferimentos.

—Mas isso é impressionante! Como poderia haver cicatrização tão rápida. Isso é magia?

—Disse bem. Magia, e das poderosas!  Isso poderá lhe trazer bons resultados se souber atraí-la para seu lado.

—De que tipo de poderes está se referindo, e como posso atraí-la?

—Meu jovem Rei. A Elfa Elim era muito poderosa. Mas preferiu perder sua imortalidade por amor; isso  é sinal de abdicação, e só por um amor verdadeiro seria capaz de tamanho desprendimento. Sua mãe sendo uma Elfa legítima,sua filha Petra é uma mestiça e detém os mesmos poderes que vão aumentando a medida dos anos e de suas ações. Não vê que está viva mesmo diante da tamanha violência sofrida?

— É uma autorregeneração, Petra é uma espécie de pacificadora Irsa, diga-me!!

—Sim, é possível. Poderá vencer batalhas ao seu lado. Seus homens serão protegidos por seus poderes reabilitado-se logo em seguida.

—Mas como poderei saber se isso é verdade? Ela sequer aceita viver ao meu lado, e eu não a quero.- Leif parece mentir, Irsa está lhe testando.

—Existe um modo de fazê-la segui-lo por onde for obtendo seus favores .

—Mas então me diga!- O rei está impaciente.

—O rei precisa conquista-la, fazendo que se apaixone pelo senhor! Só a força do amor poderá faze-la cair aos seus pés. Depois que conseguir seus intentos, livre Livre-se dela!

— E se não der certo? estamos casados há quatro anos e sequer conversamos sozinhos.

—Isso aconteceu porque o senhor não a quis por perto. Mas isso pode mudar!

O Rei tinha uma dura realidade pela frente:  Conquistar o coração de alguém tão doce e bondosa sem mostrar que era por ganância para obter mais poder. Mas por outro lado, experimentava sentimentos ainda desconhecidos ao pensar nela. Tinha desejo de está perto, tocar-lhe  os cabelos e sentir seu perfume de flores . Mas sabia que isso seria uma dura tarefa.

[...]

Durante a semana,o Rei se preocupou com suas estratégias de guerra, reuniu-se com alguns aliados traçando planos de ataques ao arredores até poder chegar ao alvo que seria, a Inglaterra. Derrotar o grande rei que alí encontrava, teria que ser na força. Ouvira falar que era um homem inteligente que até havia implantado a leitura para que seus homens tivessem acesso.

 Rei Leif foi  um dos poucos jovens que teve  privilégio de aprender a ler, graças a sua conselheira e sacerdotisa Irsa . Ele sabia desenhar cartas cartográficas, ler mapas e escrever mensagens. Seu pai,o grande Axteron morto em batalha pelo pai da Petra o instruiu bem. O ódio que Leif nutria pelo sogro era descomunal. Ele ainda não havia se vingado como desejara. Deixá-lo na ruina ainda era pouco . Seu golpe final seria tomar o coração de sua filha e lhe entregar numa caixa  assim que obtivesse seus favores.

As semanas foram muito agitadas, mas não impedia do Rei receber seus amigos. O melhor deles e confiável era o Randi. Eles se conheciam desde a infância, apesar da saúde fraca , eles sempre saíam para cassar. Randi morava numa vila de nobres aos arredores da cidade fortaleza do Rei. Ele não tinha namorada. Talvez por sua rara doença não ter cura; vivia próximo da Petra, gostava dela e era um dos poucos a quem o Rei permitia que se aproximasse sem saber dos seus sentimentos.

—Como está Petra, não me deixaram vê-la? – questiona Randi.

—Está se recuperando. Logo poderá visitá-la.

—Amigo, o conheço desde a infância. O que há com você? Não pode tratar uma mulher dessa maneira. Seu pai o repreenderia.

—O pai dela, matou o meu pai. Quer mais motivos?

—A mãe dela foi morta por seu guerreiro e mesmo assim ela lhe tem respeito.

—Sei que é uma das poucas mulheres que se aproxima de você por sua doença, e que tem profunda amizade por ela Rendi, mas isso não a livra do  pecado dos seus pais.

—Tem razão ao afirmar que ela não se incomoda com minhas  chagas. Na verdade, quando estava próximo da Petra, as chagas não me ardiam e até cicatrizavam mais rapidamente. Não entendia bem. Mas acredito que a sua piedade, parecia me tratar?

Leif se deu conta do que sacerdotisa havia-lhe dito sobre poderes mágicos de regeneração. Ele  aproveitaria que Randi a visitara mais vezes, assim poderia ver se confirmava as suspeitas da Irsa.

—Meu amigo, deixarei que a veja amanhã. Se a presença da rainha lhe concede um pouco de alívio para sua doença, então que venha quando quiser.

—Fico-lhe grato meu amigo... mas, você já a viu treinando?

—Ainda não! Um rei nem sempre pode se dar ao prazer dessas apresentações fúteis.

 —Perdoe-me a audácia, mas de fútil não tem nada!  Não entendo como uma jovem  aparentemente frágil, impõe uma espada com tanta habilidade? E sem contar o alvo, que acerta até com três flechas. Ela é uma verdadeira guerreira. É para isso que a treina Leif?

—Não meu amigo, na verdade é para sua defesa, das outras mulheres, crianças e anciãos. Enquanto eu estiver fora, ela cuidará do Reino.

—Então você terá uma guerreira como nunca visto antes.

—Certamente a terei.

[...]

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