Áxteron, Reino
—Petra, você não precisa dar-se ao trabalho. Eu já sei tomar banho sozinho.- Leif tenta desconcertar Petra.—Não será nenhum incomodo, eu apenas lhe ajudarei a limpar o sangue que está nas suas costas. Agora entra de uma vez nessa água!Leif sorri discretamente, retira suas roupas enquanto Petra está buscando panos limpos para que o seque, ao vê-lo imerso no banho termal, admira a imagem daquele jovem despido deixado-a com calor. Petra tenta mostrar naturalidade ao esfregar as costas do marido. Ele parece relaxar e gostar muito de sentir mãos delicadas tocando seu corpo,logo sente um forte desejo de j**a-la dentro d’água,mas não faz. Leif fecha os olhos e tenta não reagir aproveitando cada segundo do doce toque da sua esposa. Mil e umas coisas passam por sua mente. Petra realmente seria virgem? Ele não podia sequer imaginar possuir seu corpo de modo forçado. Ela teria que desejar, pedir se fosse necessário. Petra deslizava seus dedos envoltos numa fibra natural no corpo do belo marido, ele era perfeito se não fosse o temperamento rude. Ela não entendia, mas o desejava. Não queria que o banho terminasse, mas Irsa fez questão de interromper evitando que eles caíssem em tentação. Seus planos iniciais eram outros, mas mudaram.Leif não deveria se apaixonar por Petra, apenas levar vantagem sobre sua inocência e poderes para vencer inimigos. Mas algo já estava acontecendo alí e ela percebia. Se eles se unissem por amor, Leif semearia um herdeiro. Caso não estivesse interessado em manter o casamento, ele não consumaria da forma devida . Irsa havia mudado de idéia,Petra teria que desaparecer. Ela daria um jeito de colocá-la para fora dos portões para sucumbir com as sombras noturnas. Um plano sórdido estava por vir. Irsa queria de algum modo ser a única herdeira do trono, rica e poderosa, não iria sucumbir a velhice, teria todos os poderes restaurados tornando-se jovem ao comer o coração da jovem Rainha num ritual ao Deus Tyr. Leif não imaginava, mas estaria sendo preparado para perder sua esposa em breve. —Desculpa jovem Rei, mas precisava avisá-lo que Lorde Kelpbür estará no banquete. Ele chegou juntamente com seu conselheiro.—Mas eu não me lembro de tê-lo convidado?!—Meu Rei, ele é cunhado do senhor Ruspert , se ele vem com sua esposa, certamente o traria.—Se me permite Leif, acho que deveria recebê-lo. Assim poderá observar-los mais de perto; se nega sua presença, atrairá uma desavença desnecessária– Petra dá sua opinião.—Você pode ter razão. Ainda não é hora de mostrar desconfiança. Não tenho motivos para tanto.- Leif concorda coma esposa. —Irsa, convide-o formalmente para que entenda que não deve chegar sem ser convidado.—Farei isso,com licença.—Você deverá estar mais bonita que todas as mulheres nesse jantar.—Mas o interesse dos seus convidados não estará na minha presença.—Não questione minhas determinações Petra. Esteja apresentável e calada de preferência. Gostava mais quando não me dirigia a palavra. – Petra sente seu corpo ressentir pelas duras palavras. Ela sai por um estante da sua presença.—Mulheres! -Ele solta uma gargalhada, -elas acham que podem sair dizendo o que pensa. Algumas horas depois...—Herbert, você foi rápido na limpeza desse estábulo.—Jovem soberana, não havia muito o que fazer a não ser retirar palha velha e algumas armas em desuso. Posso providenciar bancos para que possam sentar e uma grande mesa.—Faça isso, precisarei exatamente de uma mesa e lugares para acomodar as mulheres e anciãos.—Se me permite, soberana. Devo dizer-lhe que sua iniciativa é muito boa em organizar tarefas para muitas das donzelas e mulheres que vivem na ociosidade.— Não são todas Herbert, mas aquelas que venho notando ao longo desses anos, certamente terão seu tempo melhor utilizado.—Sim, senhora. Vou agora mesmo buscar o que me pediu. Com licença!—Petra, posso entrar?- Vanilla está na porta do celeiro.—Sim, seja bem vinda! Faz um tempo que não lhe vejo Vanilla, por onde andava?—Eu estava mergulhada nos estudos das runas, mas isso é segredo.—Que bom saber que se interessa em aprender. Dizem que devemos ser incultas, mas nunca levei isso a sério.—Ainda bem que seu marido não se opõe Petra.—Nem poderia, eu já cheguei ao reino sabendo mais do que ele imagina. Minha mãe me ensinou tudo desde a infância.—Que bom ter tido uma mãe tão zelosa. Deve sentir sua falta.—Ela sempre foi minha fortaleza. Mas a sinto comigo. Não tenho tristezas.—Eu estou me aprimorando para ver se impressiono uma pessoa.—Se é quem estou pensando... não precisa se esforçar tanto. Ele não é esse tipo de homem exigente e poderá te ensinar aos poucos.—Mas você não sabe de quem estou falando?!—Eu suponho, Vanilla. Só pode haver nesse reino um homem capaz de mexer com seu coração.—Como você advinha as coisas Petra? Mas deve adivinhar também que ele não sente nada por mim.—Tudo ao seu tempo. Eu conheço meu amigo Rendi. Ele teme ser rejeitado por qualquer mulher devido sua aparência.—Eu não me importo com isso. Para mim ele é o mais bonito de todos. Tirando o grande rei Leif que sem dúvida é belo, com todo respeito.—Não se preocupe. Não tenho ciúmes dele. Mas sobre o Rendi, acho que devia se aproximar mais. Ele não poderá adivinhar seus sentimentos.—Não sei como fazer para me aproximar dele.—Eu te ajudo. Vou mesmo precisar de aliados nessa jornada com a organização de tarefas no reino. O Rendi tem melhorado satisfatoriamente. Sua pele está cicatrizando e já não afastará ninguém. Ele estará mais próximo. Vê se não foge.—Muito grata Petra. Sua amizade é muito sincera, nunca se comportou como uma rainha tirana. Pode contar comigo.—Eu agradeço Vanilla. Nos vemos depois, agora preciso ajudar organizar a mesa do banquete.—A Irsa não vai gostar nada disso!—Ela precisa entender que eu assumi definitivamente meu posto de soberana. Vai ter que acostumar com as mudanças.Irsa—Jovem soberana, por onde andou? Precisa fazer suas tranças. Estão lhe esperando no seus aposentos.—Irsa, não preciso que trancem meus cabelos. Faço isso desde pequena. Sobre essa mesa, acho que está faltando espaço para que os convidados se vejam. Há coisas desnecessárias demais.—Mas, sempre foi servido os banquetes dessa maneira. O falecido Rei nunca reclamou.—O falecido Rei não está mais aqui. Eu sou a nova soberana e quero minha mesa de outra maneira. Retire a metade dessas plantas, aqui não há herbívoros.—Sim senhora. Como preferir.—Avise que as carnes devem chegar quentes a mesa, não empilhe tanta comida fria e sebosa para os convidados. Vou para meu quarto descansar.—Mas...—Mas o quê,Irsa?—Nada senhora, só pensei alto.—Se Leif me procurar diga que estou no quarto.Irsa amaldiçoou todas gerações da Jovem Petra. Ela não suportava receber ordens. Passou boa parte da sua vida se dedicando ao Rei e seu filho, não gostava de ser contrariada. Petra não parecia tão indefesa como antes, isso poderia atrapalhar seus planos. Teria que dar um fim definitivo.Áxteron , Reino Leif estava na grande sala aguardando a entrada dos convidados. Petra entra triunfal num belo vestido verde musgo marcado na cintura e com rendas nas mangas e no decote generoso. Seu cabelo estava trançado envolvido numa bela rede de pérolas que sua mãe confeccionou. Leif não conseguiu desviar o olhar da doce esposa.Ela se coloca ao seu lado em silêncio,os primeiros convidados a chegarem foram Lord Rusbert com sua esposa e sogro. Logo em seguida Lord kelpbür, um homem com aspecto endurecido porém de boa aparência.—Sejam bem vindos Lord Rusbert e Lord Kelpbür, vamos para a sala de jantar.—Sua esposa é veramente bela REI Leif,- Kelpbür encara Petra com olhos famintos. —Nota-se que não pertence a estas regiões,veja que pele perfeita!— Obrigada Lord kelpbür por apreciar a beleza da minha esposa,mas não sabia que conhecia de pele tão bem assim?!- Todos riem menos Petra que se conserva calada.—A soberana rainha não fala?-Kelpbür instiga Petra a dizer algo.—Lord kelpbür
Reino de Ásbjorn—Senhor, há uma mulher caída na entrada dos portões, parece fraca. Que faremos?—Mate-a!—Mas senhor, não quer saber ao menos o que ela veio fazer aqui? Está sem cavalo. Deve ter caminhado por luas, há de haver um motivo.—Se não fosse meu conselheiro Urias, o mataria agora mesmo.- Ásbjorn tem fúria no olhar.— abra os portões, se ela for uma inimiga matará a todos nós.—Está fraca senhor, não mataria uma mosca. Vou averiguar e depois aa mando partir.—Faça isso. Mas não me amole mais com isso.Ásbjorn tinha uma sombra que o aconselhava coisas horríveis. O espírito da floresta enviado por sua amada Elim o observava de longe, mas não intervia diretamente nas suas decisões. Urias era fiel ao seu Rei, sem ele o Reino já teria sucumbido de vês. O povo está com fome, o cultivo de legumes e frutas caiu muito. Não há sementes, o sol quase não brilha mais na região como se uma nuvem densa escura se mantivesse alí o tempo todo. Ásbjorn não é mais o mesmo se descuidando da higi
Àsborj,Reino—Urias, prepare o calabouço para essa mentirosa passar uns dias em companhia dos ratos até que eu decida o que fazer com ela.—Meu Senhor, não me jogue no calabouço! Sua filha vinha fazendo isto no reino de Áxteron, não suporto mais, prefiro que me mate de uma vez! Frida joga sua última cartada e vai aos prantos. Ela sabia que ao cair no calabouço dificilmente o Rei lhe daria uma segunda chance.—Pois então diga a verdade!—Senhor, não fui enviada por nenhum deles. Mas confesso que vinha em sua direção para me vingar. Sua filha e o Rei tramam contra ti. Eles falaram sobre um ataque.—Agora que começou, pare de se lastimar mulher. Se merecer, farei de você minha serva. É o máximo que tenho a lhe dar; será isso, ou a sentença.—Por Tyr senhor, não me mate!—Por Tyr? Não me venha com seus deuses. Eles em nada me ajudaram. Tirou de mim o que mais amava.— Sua filha senhor?- Ásbjorn para e pensa antes de responder.—Não faz mais sentido o que foi, pois já não está comigo. Ag
Casa real de Ásbjorn. Alguns dias depois... —Senhor meu Rei. Os meus serviços tem sido de seu agrado?- Marjorie lança sua magia através do olhar. —O que há com você mulher, está diferente? Ásbjorn vê semelhança no falar da Marjorie, seu tom de voz parece muito com da falecida Elim, sua esposa. Isso se deu pelas conjurações que a Marjorie vem feito as noites para que o Deus das sombras a transforme naquilo que o Rei mais deseja. A cada dia ela se parecerá mais com a Elfa. —A que se refere meu Rei? Se estou a lhe incomodar, vou retirar-me. —Não!! Fique aí onde está.- Ásbjorn se aproxima dela... —Senhor, está me assustando! —Pareço um monstro? Não tenha medo. Só estou lhe observando...algo há você que... —Quê??-Marjorie questiona —Nada. Devo está influenciado pela cor do seu cabelo e da sua pele. Me faz lembrar alguém que perdi. —Alguém a quem odiava? Se for, posso mudar meu cabelo de cor senhor. Há tinturas de ervas que faz isso muito bem. —Não precisa mudar nada. Está bem as
Reino De Áxteron—Irsa, aonde foi minha mulher? Não a vejo em lugar algum!—A Jovem Rainha saiu com seu amigo Rendi para uma corrida de cavalos. —Mas com o Rendi? Não à autorizei sair dos portões sem minha permissão!—Ela mandou avisá-lo meu Rei que estaria em treinamento. —Vou atrás dela. Quem pensa que é para me desobedecer!—Não vê que é isso justamente que ela quer? Deixá-lo embaixo dos seis pés.—Tolices! Nenhuma mulher neste mundo fará isso comigo. Antes a mataria.—Ir atrás dela significa o quê, meu Rei ?!—Talvez tenha razão. Mas... não foi você mesma que disse para deixá-la apaixonada por mim, o que mudou?—Sim,eu disse! Mas os papéis parecem que se inverteram meu Rei. Um homem apaixonado fica vulnerável. Eu não confiaria nela.—Eu apaixonado?? Está louca irsa! Vou cuidar do meu cavalo. Ele sim me compreende.Leif vai para o stabulo conversar com seu cavalo Husper. Ele ama seu animal mais que qualquer coisa, foi um presente do seu pai. Leif está perdido em seus p
Àxteron, Reino —Petra, o que faz na cama tão cedo?—Não tenho nada para fazer, melhor que durma,assim não penso na vida que levo.—Está infeliz?—Feliz é que não estou. Mas consigo sobreviver.—Me idéia tanto assim Petra? —Nem tudo gira em torno da vossa alteza. Eu gostaria de está num outro lugar.—Sente falta do seu reino? Não mais pertence a ele!—Aquele reino sempre me pertencerá. Alí repousa de minha mãe Elim, alí eu também repousarei um dia.—Nunca permitiria que sua cerimônia fosse em Ásbjorn.—Não seja ridículo!! Caso venha partir antes de você, é para lá que meu corpo será levado. Minhas cinzas jogadas no desfiladeiro.—Você me chamou de Patético?? Leif puxa sua adaga afiada e se joga sobre o corpo da esposa na cama empunhando no pescoço. Petra nada diz, ela fica imóvel respirando ofegante. Leif tem um brilho diferente no olhar. Ela percebe que seus reais sentimentos não são se ódio, mas fica a dúvida sobre essa estranha reação.—Vai me matar, Leif?—Repita o que disse mai
Era madrugada nos arredores da cidade de Áxteron. Guerreiros estavam prontos para por o plano de incendiar o acampamento inimigo. Petra já havia posto as crianças e anciãos em segurança. Algumas guerreiras estavam com ela, pela primeira vez a Jovem Rainha não se sentia excluída. Ela era majestosa no seu uniforme de guerreira ostentando seu arco e flechas. Petra era uma das melhores nessa categoria. Rei Alef aguardava próximo ao acampamento inimigo com outros guerreiros e Winnie estava a frente do combate. Ao se aproximarem do acampamento, notaram um silêncio, significava que estavam dormindo como Petra havia imaginado. Havia pouca iluminação devido a pequenas fogueiras que ainda insistiam em queimar. Eles observaram que havia vestígios de bebidas e restos de comida, sinal que estavam fartos e sonolentos. Não havia sequer alguém de prontidão. Seriam mesmo inimigos ou um exílio em massa acampando em terras estranhas?! Isso só saberiam se atacassem. Leif dá a ordem que tocasse fogo na pa
Nessa mesma noite Petra teve um sonho que a deixou profundamente angustiada. Ela sonhou que seu marido havia sido morto em um conflito de guerra, ela via nitidamente de um lado, uma bandeira com o brasão do reino de seu pai, do outro, a da igreja cristã. Petra grita durante a madrugada, está molhada de suor e sentada na cama agarrada aos lençóis. Leif , que dormia no quarto ao lado, levanta-se para socorre-la.—Petra, Petra...que houve, Quem esteve aqui?-ele impunha uma espada para o alto.—Abaixa essa espada Leif, não há ninguém. Foi um pesadelo, um triste pesadelo de morte. -ela cai em prantos.—Calma, não fique assim. Posso me sentar ao seu lado?-ela assente.—Pelo visto deve ter sido algo muito ruim. Não quer dividir comigo?Ela o abraça aliviada por ver que está bem ali em segurança. Num ímpeto de sentir esse carinho, Leif retribui ao abraço da esposa. —Calma Petra, foi só um sonho. Não era pra menos, você teve um dia difícil . – ela se afasta e o olha com carinho.—Voc