_________________________________________________RICK
— Não tinha um lugar melhor? — Falei ao ouvido de Jack quando ultrapassamos a porta da For You.
— É uma das melhores casas de strip da cidade, cara! — Jack respondeu.
— Imagine as outras... — Resmunguei. — Então meu amigo Dylan, está ansioso para a sua noite num bordel? — Falei passando o braço ao redor do pescoço do meu outro melhor amigo.
— Eu não consigo acreditar que vocês estão fazendo isso comigo! — Dylan falou com uma carranca de chateação no rosto.
— Não ligamos para a sua opinião, não hoje! — Jack falou batendo no ombro dele.
— Ah tire essa carranca, você nunca mais verá outras mulheres gostosas na vida. Isso se for um santo né. — Falei o encarando. — Precisa aproveitar a noite já que só te veremos agora no dia do seu casamento
— Você é um demônio, sabia? — Ele falou em tom dramático.
— Se demônios forem tão sinceros quanto eu. — Falei com um sorriso malicioso no rosto.
Adentramos o local, e para a minha indignação, era até muito charmoso! Todo o ambiente era nutrido por luzes intensas, o local era dividido por salas, cada sala continha sofás de couro preto espaçosos para os clientes se acomodarem com suas atrações Vips. Após as salas vips vinha o bar central, um enorme espaço com mesas e cadeiras e á frente um palco em T com barras apropriadas para pole dance. Visualizei todo o local com certa desconfiança, não gosto muito de ir á lugares que não conheço, principalmente casas de strip, prezo pela descrição... Mesmo que minha reputação já seja escancarada e me preceda.
O Dylan se casaria em um mês, mas por conta de uma viagem de negócios em que ele só retornaria no dia do seu casamento, não seria possível fazer uma despedida adequada.
— Olá, alugamos a sala 12. — Falei com uma das recepcionistas.
— Me acompanhem, por favor. — A morena nos abriu um sorriso sexy e nos guiou até a nossa sala.
Eu e meus amigos nos acomodamos no sofá preto e esperamos pela nossa apresentação paga enquanto um garçom nos trazia bebidas e mais bebidas. Pelo preço, eu realmente esperava que valesse a pena.
Estávamos distraídos conversando quando a fumaça nublou todo o ambiente, abaixei meu copo de Uísque voltando minha atenção para o palco assim como os meus dois amigos sentados ao meu lado, então uma musica sensual começou a tocar e eu pensei: Que comece o Show... Mal sabia eu. Ela entrou. Como uma dama da noite, com seus longos cabelos negros até a cintura e vestidinho de noiva, a noiva mais sexy que eu já vi em toda a minha vida. Mas acredito que essa tenha sido a intenção! Quando ela chegou até a frente do palco e colocou as mãos na barra, meus olhos não migraram mais para lugar nenhum além dela. A stripper parecia ser feita para aquela barra e aquela barra exclusivamente para ela, cada passo de dança me causava uma sensação inebriante. Não era sexy. Era sensual, erótico, nada pornô. Eu me vi torcendo para que a música nunca mais acabasse para que eu ficasse ali a encarando eternamente. Os movimentos de seu corpo eram capazes de me causar uma explosão a cada segundo, eu estava em êxtase pela primeira vez sem nem ao menos ter tocado nela. Quando a primeira musica acabou ela desceu do palco, um silêncio se instalou por toda a sala me fazendo perceber que meus amigos estavam tão tensos e hipnotizados quanto eu. O som de seu salto fino tomou todo o ambiente.
TOC.
TOC.
TOC.
Ela se aproximou ficando a nossa frente, então uma de suas mãos graciosamente foi até a cintura.
— Quem é o noivo? — Ela disse em um tom baixo. Sua voz perpetrou meu estomago me causando inicialmente um choque e logo após formigamento por todo o meu corpo. Era tão rouca quanto sexy.
Dylan levantou uma das mãos timidamente. Ela foi até ele o puxando pela gravata. Bendita gravata. Eu que nunca quis casar, desejei estar noivo aquela noite. Ela o guiou até a cadeira no meio da sala e magicamente uma nova musica começou a tocar. Ela voltou a dançar só que dessa vez como uma apresentação intima ao meu amigo que se não fosse pela luz vermelha sobre nossos rostos, o veríamos roxo como um pimentão passado. Internamente – aposto eu – ele estava se julgando por não conseguir tirar os olhos dela sendo que casaria no mês seguinte. Homens. Quando eu achei que não podia piorar, piorou miseravelmente! Ela iniciou seu jogo de sedução covarde, tirando primeiro as luvas. Uma e depois a outra caiu ao chão como uma peça de roupa. Inferno. Então se virou enquanto rebolava ao perfeito ritmo da musica e começou a mexer as mãos como se seu plano desde o inicio fosse nos enfeitiçar. Se fosse, ela estava conseguindo. Novamente a dama da noite se virou agora com a árdua tarefa de desamarrar o seu espartilho o mais lentamente possível. E nesta parte eu já estava contendo todos os meus instintos de ir até aquela mulher e desamarrar aquela roupa por ela de uma forma bem mais pratica e rápida! Quando seu espartilho foi ao chão, um sutiã preto de couro acentuando seus seios modelados em perfeita sincronia com o resto de seu corpo surgiu. Sutiã, calcinha preta também de couro e meia calças. Ela só vestia apenas isso e era como se estivesse nua.
Ela rodeou a cadeira do Dylan, o virando para nós e então foi até a mesa de centro que nos separava dele. Subindo na mesma recomeçou o show fazendo meu coração quase parar. No meio da musica ela desceu da mesa e foi até o Jack, rebolando em seu colo e deixando seu corpo disponível ao toque dele. Mas ela parecia intocável, essa era a palavra perfeita para traduzi-la, intocável. Saindo do colo de Jack ela se aproximou de mim, seu corpo curvou-se sobre o meu, deixando nossos rostos á poucos centímetros e eu pude vislumbrar um sorriso de canto enquanto seus dedos subiam sobre meus braços e passavam para o meu pescoço, me arrepiando por completo. Antes que ela voltasse ao seu lugar encarei seu corpo dos pés a cabeça numa olhada lenta, eu queria guardar cada pedacinho. O que mais me chamou atenção foi a tatuagem que somente aquela aproximação me permitiu notar, um pouco abaixo de seu sutiã, em sua costela, uma lua cheia jazia. E antes que eu pudesse me controlar, meus dedos a tocaram causando uma corrente elétrica por todo meu corpo. Ela que manteve seus olhos sempre um ponto distante por toda a apresentação, me encarou. Castanhos claros, isso nem mesmo a luz poderia omitir. Sua respiração ofegou com meu toque enquanto seus olhos ainda estavam presos aos meus. De forma dolorosamente lenta ela baixou os olhos visualizando todo o meu corpo e voltando a me encarar, e então se afastou quebrando a tensão sexual que nosso encontro visual havia criado entre nós. A mulher voltou a Dylan, colocando um dos pés apoiado na cadeira, no meio de suas pernas, e começou a tirar a meia calça. Novamente, uma e depois a outra. Eu jurava que sairia daquela sala diretamente para o hospital com um ataque cardíaco se ela continuasse. Quando não restava nada além de calcinha e sutiã, ela voltou ao palco. A barra se tornou novamente uma parte perfeita dela, e em alguns momentos – não sei se pela bebida – as duas pareciam se tornarem uma só. Como um último golpe fatal, ainda de costas ela desabotoou o sutiã e o deixou cair ao chão! Todo o meu corpo pulsava por aquela visão perfeita de seu corpo nu, eu estava implorando internamente para que ela virasse, mas isso não aconteceu. Antes que a sala inundasse em fumaça novamente, pude ver o contorno de sua tatuagem quando seu corpo se virou para nos olhar uma última vez numa meia lua que nos mostrava apenas o que ela queria que víssemos e nada do que queríamos ver. Quando a fumaça se dissipou, ela não estava mais lá.
_______________________________________________JILEAN Quando entrei no camarim meu corpo estava explodindo de excitação. Não pela apresentação porque eu já estava acostumada, e em algumas noites a sensação não era boa. Mas naquela a sensação era surpreendente. Quando tirei a mascara e fechei os olhos, tudo que eu conseguia ver era aquele desconhecido tocando a minha tatuagem. Aquele toque suave sobre meu corpo me desencadeou uma corrente elétrica de emoções, ele foi capaz de me deixar excitada com um toque... Coloquei meu sobretudo encarando o relógio na parede acima do espelho, já eram 2h00min da madrugada e eu tinha que chegar em casa o mais rápido possível. Peguei minha bolsa e saí do camarim subindo o gorro do sobretudo que escondia meu rosto e recolocando a máscara. Procurei pela Mariah no salão e a notei na parte de dentro do bar. Segui até lá e senti vontade de recuar quando percebi que os três rapazes da sala 12 estavam sendo atendidos por ela. Provavelmente bêbados e á garg
_______________________________________________________________________________JILEAN Acordei num sobressalto com meu celular tocando, o peguei ainda sonolenta. — Alô... — Respondi suprimindo um bocejo. — Alô. Lucy Jilean? — Uma voz desconhecida falou do outro lado. — Sim. Quem gostaria? — Perguntei confusa. Fazia um século que ninguém me chamava por Lucy, até mesmo na chamada meus professores haviam acostumado a me chamar só de Jilean. — Aqui é da Central Works, você foi indicada pelo diretor do seu curso de artes para um papel em um dos nossos filmes. — A mulher falou me fazendo acordar imediatamente. — Gostaríamos de saber se você tem disponibilidade para uma audição de emergência agora pela manhã. — Claro, claro. — Falei. — O horário? — As 09h00min, tudo bem? — A mulher perguntou. — Sim. Estarei ai. Muito obrigada mesmo! — Falei tentando não transparecer os saltos que meu estômago estava dando por segundos. — Ok. Fico no aguardo. Passarei o endereço e um P*F contendo alg
_________________________________________________RICK Acordei num sobressalto com o celular tocando, quando abri os olhos eu nem ao menos sabia onde estava. Havia uma desconhecida nua ao meu lado. — Quarto de hotel. — Resmunguei voltando a fechar os olhos por um momento. Abri-os novamente com a incessante chamada do meu celular. — Alô... — Atendi. — Rick. Preciso que venha até o set. — Uma voz conhecida falou. — Para? — Perguntei ainda meio tomado de sono. — Só venha até aqui. O mais rápido que puder. — Ok. — Falei desligando o telefone em seguida. Tentei me lembrar de tudo que havia acontecido na noite anterior. Nada. A mulher ao meu lado abriu os olhos. — Você é? — Perguntei tentando soar o mais natural possível. — Sheila. — Ela respondeu sonolenta. — Bom dia, Sheila. Desculpe-me, mas preciso ir. — Falei me levantando. — Você não vai me ligar, não é? — Ela perguntou agora me encarando. — Você quer que eu minta ou que seja sincero? — Respondi enquanto colocava minhas calça
_______________________________________________RICK — Você precisa pegar leve com ela, Rick. — Ron falou me encarando enquanto bebíamos um pouco de Uísque atrás do set. — Não dá, como que substituíram a Alicia por isso? — Falei revoltado. — Não. Ela é incrivelmente boa. Você quem não quer enxergar. — Ron deu de ombros desviando o olhar. — Talvez seja porque a Alicia tenha dormido com você desde o primeiro dia e por isso tinha mais química. E pelo fato de que essa mulher nunca dormiria com você. — Eu é quem nunca dormiria com ela. Ela não faz o meu tipo nem de longe! — Falei rispidamente. — E a Alicia era milhões de vezes mais talentosa. Ela é um robô. Não tem emoção. — Falei bebendo mais um gole do meu Uísque. —Cara, isso vai dar em paixão. — Ele riu. — Olha bem pra mim, Ron. Eu sou o tipo de cara que se apaixona? — Arqueei uma das sobrancelhas. — Para mim, não era. Até a Jilean chegar e parar seu mundinho autoconfiante. — Ele ironizou. — Minha autoconfiança está em dia, obriga
_________________________________________________RICK Eu estava bebericando meu vinho enquanto encarava o ambiente vermelho a minha volta quando a luz se apagou. Meu coração acelerou como nunca e eu estreitei os olhos para o palco onde uma luz mínima iluminava o ambiente. Então ela surgiu, numa pose de lady completamente sexy. Seu corpo numa meia lua proposital, uma de suas pernas parada mais a frente exaltando toda a curva de seu quadril, sua cabeça pendida para trás como se estivesse numa posição de infinito prazer. Quando a musica começou a tocar, sua mão iniciou uma jornada dolorosamente lenta da sua coxa até o seu pescoço, enquanto sua cintura se movia quase que imperceptivelmente para frente e para trás. E então, como uma hipnose sexual, meus olhos não desgrudaram mais de seu corpo formado apenas por sua silhueta. Cada detalhe, movimento, tudo... Minha respiração estava lenta e entrecortada, meu corpo era como um produtor das mais perigosas drogas, era como se eu estivesse em um
________________________________________________RICK Quando as luzes voltaram a se acender, eu estava com a camisa aberta, peitoral amostra e pronto para ter um ataque de tanto prazer. Eu estava tão excitado que chegava a doer e eu nunca havia experimentado o que acabara de acontecer com mulher nenhuma, eu poderia gozar facilmente sem estar dentro dela. Somente por vê-la dançar! Ter tocado o seu corpo me deixou dolorido de tesão. Eu queria desesperadamente terminar o que havíamos começado. Minhas mãos ansiavam por tocar todas as outras partes de seu corpo, minha boca queria saboreá-la por completo, eu me vi imaginando as maiores vulgaridades quando uma gargalhada irrompeu minha garganta. Passei as mãos pelo cabelo... Se meu pai visitasse meus pensamentos agora, ai sim, ele teria motivo para me chamar de vulgar, imoral e todos os outros adjetivos mais. Abotoei minha camisa novamente e saí da sala 12 me despedindo da recepcionista. Eu precisava chegar em casa o mais rápido possível par
_________________________________________________RICK Dois dias e ela insistia em me visitar durante a noite, com seus olhos marcados pela máscara e sorriso de canto pervertido. Meus sonhos insistiam em captar as selvagerias mais imorais possíveis. Levantei da cama encharcado de suor e peguei meu celular discando um número desconhecido. — Quem morreu? — Jack falou com uma voz rouca e sonolenta. — Eu irei se não sair agora. Preciso de diversão, estou enlouquecendo. — Falei indo até a minha varanda e visualizando o mar a minha frente. — É 02h00min da manhã, Rick. Pelo amor. — Jack resmungou. — Vamos, hoje é domingo. — Falei em tom dramático. — Exato. E amanhã nós dois trabalhamos cedo. Eu não sou filho de um bilionário. — Ele falou revoltado. Pude visualizá-lo revirando os olhos e aquilo me fez rir. — Tem alguém em sua cama agora, não tem? — Perguntei em tom provocativo. — Vai á merda, Rick. — Ele falou, mentalizei um sorriso descontraído. — Não sou eu. — Falei fazendo um biquin
_ _______________________________________________JILEAN Pela primeira vez o set estava calmo o suficiente, minhas cenas estavam mais naturais porque eu estava sozinha... Sim. O Rick estava atrasado há uma hora, e isso era ótimo porque eu podia ter paz. Estava ensaiando as cenas solitárias da minha personagem quando ele entrou, desgrenhado e com um óculo escuro no rosto. Parecia nem sequer ter dormido. — Bom dia. — Me cumprimentou. Sua voz rouca e baixa. — Bom dia. — Falei não encarando o seu rosto. Principalmente porque ele estava completamente sexy bagunçado daquele jeito e aquilo havia me lembrado de minhas mãos em seu peitoral nu numa sala completamente vermelha e sua expressão de prazer com meu toque. Estremeci. Eu precisava lembrar que aquela era a Nyx e não eu, e que aquele Rick á minha frente era o homem mais babaca que eu já havia conhecido em toda a minha vida. — Então, o que vamos ensaiar hoje? — Ele perguntou tirando os óculos e me encarando. — A cena em que nos conhe