_________________________________________________RICK
Eu estava bebericando meu vinho enquanto encarava o ambiente vermelho a minha volta quando a luz se apagou. Meu coração acelerou como nunca e eu estreitei os olhos para o palco onde uma luz mínima iluminava o ambiente. Então ela surgiu, numa pose de lady completamente sexy. Seu corpo numa meia lua proposital, uma de suas pernas parada mais a frente exaltando toda a curva de seu quadril, sua cabeça pendida para trás como se estivesse numa posição de infinito prazer. Quando a musica começou a tocar, sua mão iniciou uma jornada dolorosamente lenta da sua coxa até o seu pescoço, enquanto sua cintura se movia quase que imperceptivelmente para frente e para trás. E então, como uma hipnose sexual, meus olhos não desgrudaram mais de seu corpo formado apenas por sua silhueta. Cada detalhe, movimento, tudo... Minha respiração estava lenta e entrecortada, meu corpo era como um produtor das mais perigosas drogas, era como se eu estivesse em uma interna e constante explosão de êxtase. Cada sentido estava mais aguçado, meus pelos eriçados enquanto meus olhos estreitos se deliciavam com aquela visão erótica a minha frente!
______________________________________________JILEAN
Toda a minha alma mergulhava em cada passo dado, em cada movimento calculado. Para mim, dançar era como atuar, porque eu podia estar no controle. Eu estava no controle do meu corpo e do corpo do outro. Era dançando que eu enfeitiçava e colocava o mundo aos meus pés! Eu não podia ver o rosto do desconhecido, mas um sorriso de canto surgia em meus lábios ao saber com completa certeza que ele estava hipnotizado pela imagem erótica que meu corpo produzia. Eu era boa nisso. Uma das coisas mais satisfatórias em ser stripper era ver a expressão dominada dos homens para quem eu dançava, raramente dançava para mulheres. Geralmente com mulheres era melhor e mais prazeroso... Mas quando se tratava de homens, era sempre mais satisfatório porque as suas expressões denunciavam que eu estava no controle e até que eu saísse da sala, nada mudaria isso! Mesmo quando suas mãos estavam passeando pelo meu corpo, eu sabia que era uma vontade incitada por mim. Levei muito tempo quebrando as barreiras, levara muito tempo para deixar de ser doloroso.
Me preparando para a última parte do espetáculo eu me virei completamente para o sofá escuro a minha frente e segui até a ponta do T, ficando de quatro eu rodei a cabeça deixando que meu cabelo agora ficasse completamente sobre meu rosto suado. E encarando a escuridão pelo canto dos olhos, joguei meu corpo para trás ficando ajoelhada e rebolando passei a tocar em partes propositalmente sexuais do meu corpo. Com um sorriso pervertido nos lábios eu me levantei e comecei a tirar lenta e sensualmente os sapatos, quando a ponta dos meus pés tocou o solo gelado do palco, me pus a tirar a meia calça. Em exatos cinco segundos as luzes se acenderiam revelando o meu corpo inteiro com apenas o cropped e a calcinha, revelando também o rosto fascinado do desconhecido.
Eu me rebolei lentamente, girando para que ele pudesse ver o meu corpo todo apenas pela luz mínima da sala.
Passei a mão pelos cabelos e fiquei de lado enquanto massageava meus seios.
Respirei fundo me preparando para os passos finais.
Virei-me de frente descendo do palco
As luzes vermelhas se acenderam.
Minha respiração falhou e eu precisei esconder minha surpresa com toda a maestria de uma atriz ao ver Rick parado á minha frente. Seus olhos brilhavam, os três primeiros botões de sua camisa estavam abertos como se ele implorasse por mais ar ou estivesse derretendo de calor. Ele estava jogado no sofá, seus olhos presos em mim. O show não podia parar e seu olhar conseqüentemente implorava para que não parasse. Seus olhos se prenderam aos meus e de lá eu não ousei sair. Antes que eu pudesse evitar, minhas pernas estavam seguindo até ele num desfile sensual como no movimento ensaiado, mas com algo diferente, era como se ele estivesse me chamando!
Quando cheguei a sua frente ele levantou a cabeça lentamente para encarar todo o meu corpo, dos meus pés a minha cabeça, por onde seus olhos passavam parecia queimar e quando seus olhos voltaram aos meus, eu estava em chamas. Completamente excitada e precisava fazer um esforço descomunal para não transparecer o quanto estava ofegando. Primeiro uma perna de um lado do seu corpo e depois a outra do outro lado e todo espaço entre nós estava preenchido. Eu estava sentada em seu colo e podia sentir sua excitação me queimando com o toque por cima das nossas roupas finas. Passei minhas mãos pela parte descoberta do seu peito e saindo completamente do que foi ensaiado, meus dedos iniciaram a tarefa de abrir cada botão fechado de sua camisa. Seus olhos seguiram minhas mãos quando toquei toda a extensão do seu peitoral agora nu. Ele ofegou descendo o olhar quando cheguei até seu umbigo e suas mãos automaticamente passaram para minha coxa. Seu toque embora suave demonstrara uma nata de desejo ardente, ele as apertou e eu o encarei mostrando que ele podia. Dando o aval de quem estava no controle. Suas mãos seguiram para a minha cintura e eu me vi querendo arquear o corpo com aquele toque. Uma voz sussurrou os segundos em minha cabeça.
5: Seus dedos tocaram minha tatuagem.
4: Minhas mãos cobriram as suas.
3: O guiei até o nó do meu cropped.
2: Ele me encarou com os lábios entreabertos e a respiração acelerada.
1: Com apenas uma puxada meu cropped se desfez em sua mão.
A luz se apagou novamente mostrando ser o final do meu show. Mas antes que eu pudesse levantar, em meio à escuridão, eu senti seu hálito quente a centímetros do meu rosto. Suas mãos seguraram firme a minha cintura, dessa vez quem estava hipnotizada era eu! Em uma pegada firme, suas mãos começaram a subir lentamente, chegando aos meus seios e aquilo com toda certeza fez minha cabeça pender para frente desejando ardentemente mais daquele toque, senti sua testa encostar-se à minha enquanto ele massageava bicos eriçados. Eu podia sentir seus lábios a uma atitude dos meus e eu queria, eu queria desesperadamente tanto quanto queria suas mãos onde elas estavam agora. Suspirei. E antes que eu cometesse alguma loucura, uma perna após a outra, desci do seu colo e segui o caminho já memorizado para fora da sala 12.
________________________________________________RICK Quando as luzes voltaram a se acender, eu estava com a camisa aberta, peitoral amostra e pronto para ter um ataque de tanto prazer. Eu estava tão excitado que chegava a doer e eu nunca havia experimentado o que acabara de acontecer com mulher nenhuma, eu poderia gozar facilmente sem estar dentro dela. Somente por vê-la dançar! Ter tocado o seu corpo me deixou dolorido de tesão. Eu queria desesperadamente terminar o que havíamos começado. Minhas mãos ansiavam por tocar todas as outras partes de seu corpo, minha boca queria saboreá-la por completo, eu me vi imaginando as maiores vulgaridades quando uma gargalhada irrompeu minha garganta. Passei as mãos pelo cabelo... Se meu pai visitasse meus pensamentos agora, ai sim, ele teria motivo para me chamar de vulgar, imoral e todos os outros adjetivos mais. Abotoei minha camisa novamente e saí da sala 12 me despedindo da recepcionista. Eu precisava chegar em casa o mais rápido possível par
_________________________________________________RICK Dois dias e ela insistia em me visitar durante a noite, com seus olhos marcados pela máscara e sorriso de canto pervertido. Meus sonhos insistiam em captar as selvagerias mais imorais possíveis. Levantei da cama encharcado de suor e peguei meu celular discando um número desconhecido. — Quem morreu? — Jack falou com uma voz rouca e sonolenta. — Eu irei se não sair agora. Preciso de diversão, estou enlouquecendo. — Falei indo até a minha varanda e visualizando o mar a minha frente. — É 02h00min da manhã, Rick. Pelo amor. — Jack resmungou. — Vamos, hoje é domingo. — Falei em tom dramático. — Exato. E amanhã nós dois trabalhamos cedo. Eu não sou filho de um bilionário. — Ele falou revoltado. Pude visualizá-lo revirando os olhos e aquilo me fez rir. — Tem alguém em sua cama agora, não tem? — Perguntei em tom provocativo. — Vai á merda, Rick. — Ele falou, mentalizei um sorriso descontraído. — Não sou eu. — Falei fazendo um biquin
_ _______________________________________________JILEAN Pela primeira vez o set estava calmo o suficiente, minhas cenas estavam mais naturais porque eu estava sozinha... Sim. O Rick estava atrasado há uma hora, e isso era ótimo porque eu podia ter paz. Estava ensaiando as cenas solitárias da minha personagem quando ele entrou, desgrenhado e com um óculo escuro no rosto. Parecia nem sequer ter dormido. — Bom dia. — Me cumprimentou. Sua voz rouca e baixa. — Bom dia. — Falei não encarando o seu rosto. Principalmente porque ele estava completamente sexy bagunçado daquele jeito e aquilo havia me lembrado de minhas mãos em seu peitoral nu numa sala completamente vermelha e sua expressão de prazer com meu toque. Estremeci. Eu precisava lembrar que aquela era a Nyx e não eu, e que aquele Rick á minha frente era o homem mais babaca que eu já havia conhecido em toda a minha vida. — Então, o que vamos ensaiar hoje? — Ele perguntou tirando os óculos e me encarando. — A cena em que nos conhe
_______________________________________________JILEAN — Eu espero que sim. — O encarei. Ele era tão diferente do Rick. — Como alguém como você pode ser amigo de alguém como ele? — Perguntei fazendo o Rick me encarar com uma sobrancelha arqueada. — Como é? — Rick bufou. — Ah é que este Rick é diferente do Rick meu amigo. — Jack piscou. — E eu não sou uma mulher. — Ele riu. — Eu estou aqui. — Rick falou com uma careta. — Sério, ele tem um bom coração, bem no fundo. Se você cava bem, bem, bem, bem, bem... — Jack disse. — Eei... — Rick o interrompeu segurando o riso. — Bem no fundo. — O moreno finalizou me fazendo gargalhar. — Entendi. — Falei quando consegui parar. — Como vocês se conheceram? — Somos amigos desde sempre. — Jack falou agora como se conseguisse visualizar os primeiros momentos de amizade com seu melhor amigo. — Somos um trio. — Ele começou. — Essa não... — Rick suspirou bebendo um pouco de seu frappuccino que a essa altura veio acompanhado de outro garçom. — Eu,
_______________________________________________JILEAN —...Eu acho que o erro está nesta parte. — Rick falou apontando para uma parte roteiro escrito enquanto estávamos sentados um ao lado do outro no banco da BK com nossos combos. — Sim. — Concordei comendo uma batata. — Eu também acho, acredito que se você me abraçasse por trás e encarasse a câmera pegaria mais o rosto de sofrimento dos dois. — Eu também acho. É um momento decisivo, precisa captar a emoção que ambos estão sentindo. Não dá pra ficar girando a câmera num momento como esse. — Eu acho que essa parte do giro poderia ser quando você me j**a na mesa. — Falei agora mostrando-o no roteiro. — É mais emocionante. — É. — Ele me encarou e engoliu em seco. Nós dois nos entreolhamos por um momento, eu desviei o olhar. Ele pigarreou. — Podemos passar essa idéia para o diretor! — Ele falou agora voltando a encarar o roteiro. — Claro. — Falei bebendo meu milk-shake. Já estávamos no fim da semana combinada e de fato havia se to
_______________________________________________RICK Eu pude senti-la se arrepiar. Esperei que ela se afastasse, mas não aconteceu. Acariciei um lado e depois o outro. Passando os dedos pela trilha aonde a calcinha marcava, ela permaneceu curvada como se me desse permissão para brincar um pouco mais. Eu me levantei, já não comandava mais o meu corpo e nem os pensamentos imorais que me rodeavam. Minhas mãos passaram para a sua costela, me coloquei atrás dela deixando que sentisse o quanto eu estava excitado, passei minhas mãos pelas suas costas e alcancei o seu busto... Arqueei meu corpo contra o dela e com uma das mãos alcancei seu pescoço, apertando-o de uma forma que não a machucasse. Senti sua respiração ofegante contra minha mão e então ela levantou o corpo e ao ritmo da musica começou a rebolar colada a mim. Meu hálito agora queimava seu pescoço e eu podia perceber que seus olhos estavam fechados. Não me dei ao luxo de fechar os meus porque queria vê-la o máximo que eu pudesse. Se
_________________________________________________RICK — Oi mãe. — Atendi ainda sonolento. — O que está fazendo, meu bem? — Ela perguntou do outro lado da linha. — Eu estava dormindo. — Falei me sentando na cama e me espreguiçando com a mão livre. Encarei a desconhecida adormecida ao meu lado. — Quero tomar café com você. Está em casa? — Ela disse. — Hum. Não. — Respondi encarando o ambiente a minha volta. Eu nem sabia onde eu estava. Como sempre. — Pode me encontrar na Starbucks do centro? — Ela falou. — Onde você está? — É uma boa pergunta. — Resmunguei. — Posso sim, mamãe. — Não me vá dizer que está na cama de uma desconhecida qualquer. — Ela bufou. — É domingo de manhã, mamãe. Lembra-se das lições católicas. Já foi a missa hoje? — Revirei os olhos agradecendo por não estar a sua frente. Levantei-me. — Você não toma jeito mesmo. — Ela suspirou. — Te espero na Starbucks, as 10h00min. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela desligou. Já eram 9h00min e eu nem sequer s
_______________________________________________RICK — CORTA! —O diretor gritou! — PERFEITO. PERFEITO! — Ele disse entusiasmado! Havia uma semana que tínhamos iniciado as gravações, desde então não precisávamos mais sair juntos pela manhã. Não havia mais um clima pesado durante as cenas e muito menos tensão. Tudo havia se tornado, de certa forma, mais leve entre a gente. E eu não sei dizer quando foi que isso aconteceu. Só que aconteceu... No intervalo fui até atrás do set junto com o Ron para beber nosso Uísque costumeiro. — Você não a levou para cama, né? — Ron me perguntou. —É claro que não. — O encarei com uma careta. — Estranho! — Ele disse agora com uma expressão confusa no rosto. — O quê? — Arqueei uma das sobrancelhas. — A química. Você nem sequer a levou para cama. Mas a forma como olha pra ela... — Ele fez um chiado com a boca. — O que você está querendo dizer com...? — Repeti o som que ele fizera. — Que sinto algo no ar. — Ron falou balançando a cabeça com um sorriso