_________________________________________________RICK — Oi mãe. — Atendi ainda sonolento. — O que está fazendo, meu bem? — Ela perguntou do outro lado da linha. — Eu estava dormindo. — Falei me sentando na cama e me espreguiçando com a mão livre. Encarei a desconhecida adormecida ao meu lado. — Quero tomar café com você. Está em casa? — Ela disse. — Hum. Não. — Respondi encarando o ambiente a minha volta. Eu nem sabia onde eu estava. Como sempre. — Pode me encontrar na Starbucks do centro? — Ela falou. — Onde você está? — É uma boa pergunta. — Resmunguei. — Posso sim, mamãe. — Não me vá dizer que está na cama de uma desconhecida qualquer. — Ela bufou. — É domingo de manhã, mamãe. Lembra-se das lições católicas. Já foi a missa hoje? — Revirei os olhos agradecendo por não estar a sua frente. Levantei-me. — Você não toma jeito mesmo. — Ela suspirou. — Te espero na Starbucks, as 10h00min. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela desligou. Já eram 9h00min e eu nem sequer s
_______________________________________________RICK — CORTA! —O diretor gritou! — PERFEITO. PERFEITO! — Ele disse entusiasmado! Havia uma semana que tínhamos iniciado as gravações, desde então não precisávamos mais sair juntos pela manhã. Não havia mais um clima pesado durante as cenas e muito menos tensão. Tudo havia se tornado, de certa forma, mais leve entre a gente. E eu não sei dizer quando foi que isso aconteceu. Só que aconteceu... No intervalo fui até atrás do set junto com o Ron para beber nosso Uísque costumeiro. — Você não a levou para cama, né? — Ron me perguntou. —É claro que não. — O encarei com uma careta. — Estranho! — Ele disse agora com uma expressão confusa no rosto. — O quê? — Arqueei uma das sobrancelhas. — A química. Você nem sequer a levou para cama. Mas a forma como olha pra ela... — Ele fez um chiado com a boca. — O que você está querendo dizer com...? — Repeti o som que ele fizera. — Que sinto algo no ar. — Ron falou balançando a cabeça com um sorriso
_______________________________________________RICK — CORTA! —O diretor gritou! — PERFEITO. PERFEITO! — Ele disse entusiasmado! Havia uma semana que tínhamos iniciado as gravações, desde então não precisávamos mais sair juntos pela manhã. Não havia mais um clima pesado durante as cenas e muito menos tensão. Tudo havia se tornado, de certa forma, mais leve entre a gente. E eu não sei dizer quando foi que isso aconteceu. Só que aconteceu... No intervalo fui até atrás do set junto com o Ron para beber nosso Uísque costumeiro. — Você não a levou para cama, né? — Ron me perguntou. —É claro que não. — O encarei com uma careta. — Estranho! — Ele disse agora com uma expressão confusa no rosto. — O quê? — Arqueei uma das sobrancelhas. — A química. Você nem sequer a levou para cama. Mas a forma como olha pra ela... — Ele fez um chiado com a boca. — O que você está querendo dizer com...? — Repeti o som que ele fizera. — Que sinto algo no ar. — Ron falou balançando a cabeça com um sorriso
_________________________________________________RICK — Não... — Falei respirando fundo. — Desculpe interromper, pessoal. — Jilean apareceu ao meu lado. — Eu queria só te lembrar que se demorarmos mais, vamos nos atrasar. — Ela encarou a Jessica de cima abaixo quase me fazendo rir. — Eu me chamo Jilean. É que marcamos de visitar um orfanato na hora do almoço. Até compramos brinquedos, precisam ver. Foram semanas para conseguir agendar uma visita e eu não quero perder, querido. — Ela disse passando o braço ao redor do meu. — Orfanato? Que gesto bonito. — Jessica falou. Como alguém conseguia sorrir por tanto tempo sem sentir dor? Ela realmente não havia mudado nada. — Ah sim. — Jilean tomou a palavra. — O Rick tem dessas. A ideia foi dele. Estamos a semanas tentando tirar um tempinho para fazer isso, trazer um dia de alegria para crianças órfãs. — Ela falou com um ar dramático e apaixonado colocando a mão sobre o coração. — Ah filho, fico feliz de saber que está fazendo algo útil. —
_______________________________________________RICK — Qual o nome da esposa do Dylan? — Ela perguntou. — Bella. — Respondi focado na estrada. — E há quanto tempo eles se conhecem? — Se ajustou no banco do carona. — Cinco anos. — Respondi me lembrando do inicio do relacionamento dos dois. — Nem tanto tempo assim. — Ela resmungou. — Nem tanto tempo para um casamento? — Eu a encarei por alguns segundos e voltei a prestar atenção na estrada. — É. — Ela assentiu. — Nunca é tanto tempo para um casamento. — Falei sorrindo. — Mas para eles dois, é como se fossem um casal há uma eternidade. Eu cresci com o Dylan, mas não me lembro do Dylan sem Bell e da Bell sem Dylan. — Dei de ombros. — Eles se completam, se encaixam, como se fossem um só. E acho que é o único relacionamento que vejo a verdadeira felicidade. Sem expectativas, sem opressão, só felicidade, pura, simples e sincera. — Então já são casados de alma... — Ela falou. — É tipo isso. São lindos juntos. — Falei sorrindo ao me
______________________________________________JILEAN — Como você conseguiu? — Ele me perguntou em tom baixo. — Famílias julgam. Desconhecidos escutam. — Pisquei pra ele. — Ela só precisava de alguém que não a julgasse por estar ansiosa. É um dia decisivo na vida dela. — É. — Jack assentiu. — Eu definitivamente amo você. — Ahh Jack, meu ego é algo irreversível. Uma vez inflado, nunca mais poderá voltar atrás. — Eu brinquei. Ele riu. — Preciso ver algo. — Ele disse me dando um beijo na bochecha e seguindo em frente, me deixando ao lado do Rick. Rick entrelaçou seu braço ao meu. — Você é uma caixinha de surpresas. — Ele falou encarando o corredor à frente com um sorriso de canto. — Você não tem idéia. — Eu disse me lembrando da Nyx. — Te recompensarei por tudo isso. — Ele disse me encarando por alguns segundos. — Minhas exigências são incrivelmente altas. — Brinquei com um sorriso de canto. — Eu gosto de desafios. — Ele sorriu. — Já é um bom começo. — Eu retribuí seu olhar e
_________________________________________________RICK Eu sorri. Foquei minha atenção aos seus dedos. A sensação do seu toque. E então me lembrei de uma voz sussurrando ao meu ouvido na sala 12. Era a mesma voz. A sensação do toque o mesmo. Eu a encarei analisando suas feições e ela sorriu pra mim. Os mesmos olhos castanhos claros... Os noivos apareceram me tirando de meus devaneios. — Olá a todos. — Dylan nos cumprimentou. — Eu preciso dizer... — Bell falou ficando entre eu a Jilean. — Que ela é a melhor escolha que você fez em sua vida. — É... — Eu suspirei e sorri. Não adiantaria esclarecer naquela altura do campeonato, principalmente na mesa com os meus pais. E eu estava começando a acreditar nisso. — Vem, vamos dançar. — Ela falou pegando nossas mãos ainda entrelaçadas e nos salvando daquele martírio. Nos levantamos e fomos para a pista de dança e então o Jack apareceu animado e tornou tudo o mais divertido possível outra vez. Eu simplesmente me esqueci do episodio com meus
______________________________________________JILEAN Novamente seu corpo estava sobre o meu, suas mãos me tocando desesperadamente, sua boca sobre o meu pescoço experimentando meu gosto e me deixando louca por não ter os seus lábios nos meus. Ele me encarou, nossos rostos a segundos de uma única atitude. — Quem é você? — Ele sussurrou me fazendo engolir em seco. Encarei seu rosto coberto pela luz vermelha da sala, ele estava sem camisa, suado, sua respiração ofegante. Eu não estava muito diferente, já havia se tornado rotina estar seminua e em chamas com meu corpo colado ao dele. Eu queria falar, por um momento eu pensei em abrir o jogo e avisar que a Nyx que ele tanto desejava passava quase todo o dia com ele, que estava ao seu lado e que era quem ele menos esperava. Como eu explicaria todo o desejo incitado pela sala 12? Mas eu queria que ele soubesse, porque eu não sabia aonde esse jogo terminaria, na verdade, eu sabia muito bem que só terminaria quando nós dois tivéssemos passad