_________________________________________________RICK Dois dias e ela insistia em me visitar durante a noite, com seus olhos marcados pela máscara e sorriso de canto pervertido. Meus sonhos insistiam em captar as selvagerias mais imorais possíveis. Levantei da cama encharcado de suor e peguei meu celular discando um número desconhecido. — Quem morreu? — Jack falou com uma voz rouca e sonolenta. — Eu irei se não sair agora. Preciso de diversão, estou enlouquecendo. — Falei indo até a minha varanda e visualizando o mar a minha frente. — É 02h00min da manhã, Rick. Pelo amor. — Jack resmungou. — Vamos, hoje é domingo. — Falei em tom dramático. — Exato. E amanhã nós dois trabalhamos cedo. Eu não sou filho de um bilionário. — Ele falou revoltado. Pude visualizá-lo revirando os olhos e aquilo me fez rir. — Tem alguém em sua cama agora, não tem? — Perguntei em tom provocativo. — Vai á merda, Rick. — Ele falou, mentalizei um sorriso descontraído. — Não sou eu. — Falei fazendo um biquin
_ _______________________________________________JILEAN Pela primeira vez o set estava calmo o suficiente, minhas cenas estavam mais naturais porque eu estava sozinha... Sim. O Rick estava atrasado há uma hora, e isso era ótimo porque eu podia ter paz. Estava ensaiando as cenas solitárias da minha personagem quando ele entrou, desgrenhado e com um óculo escuro no rosto. Parecia nem sequer ter dormido. — Bom dia. — Me cumprimentou. Sua voz rouca e baixa. — Bom dia. — Falei não encarando o seu rosto. Principalmente porque ele estava completamente sexy bagunçado daquele jeito e aquilo havia me lembrado de minhas mãos em seu peitoral nu numa sala completamente vermelha e sua expressão de prazer com meu toque. Estremeci. Eu precisava lembrar que aquela era a Nyx e não eu, e que aquele Rick á minha frente era o homem mais babaca que eu já havia conhecido em toda a minha vida. — Então, o que vamos ensaiar hoje? — Ele perguntou tirando os óculos e me encarando. — A cena em que nos conhe
_______________________________________________JILEAN — Eu espero que sim. — O encarei. Ele era tão diferente do Rick. — Como alguém como você pode ser amigo de alguém como ele? — Perguntei fazendo o Rick me encarar com uma sobrancelha arqueada. — Como é? — Rick bufou. — Ah é que este Rick é diferente do Rick meu amigo. — Jack piscou. — E eu não sou uma mulher. — Ele riu. — Eu estou aqui. — Rick falou com uma careta. — Sério, ele tem um bom coração, bem no fundo. Se você cava bem, bem, bem, bem, bem... — Jack disse. — Eei... — Rick o interrompeu segurando o riso. — Bem no fundo. — O moreno finalizou me fazendo gargalhar. — Entendi. — Falei quando consegui parar. — Como vocês se conheceram? — Somos amigos desde sempre. — Jack falou agora como se conseguisse visualizar os primeiros momentos de amizade com seu melhor amigo. — Somos um trio. — Ele começou. — Essa não... — Rick suspirou bebendo um pouco de seu frappuccino que a essa altura veio acompanhado de outro garçom. — Eu,
_______________________________________________JILEAN —...Eu acho que o erro está nesta parte. — Rick falou apontando para uma parte roteiro escrito enquanto estávamos sentados um ao lado do outro no banco da BK com nossos combos. — Sim. — Concordei comendo uma batata. — Eu também acho, acredito que se você me abraçasse por trás e encarasse a câmera pegaria mais o rosto de sofrimento dos dois. — Eu também acho. É um momento decisivo, precisa captar a emoção que ambos estão sentindo. Não dá pra ficar girando a câmera num momento como esse. — Eu acho que essa parte do giro poderia ser quando você me j**a na mesa. — Falei agora mostrando-o no roteiro. — É mais emocionante. — É. — Ele me encarou e engoliu em seco. Nós dois nos entreolhamos por um momento, eu desviei o olhar. Ele pigarreou. — Podemos passar essa idéia para o diretor! — Ele falou agora voltando a encarar o roteiro. — Claro. — Falei bebendo meu milk-shake. Já estávamos no fim da semana combinada e de fato havia se to
_______________________________________________RICK Eu pude senti-la se arrepiar. Esperei que ela se afastasse, mas não aconteceu. Acariciei um lado e depois o outro. Passando os dedos pela trilha aonde a calcinha marcava, ela permaneceu curvada como se me desse permissão para brincar um pouco mais. Eu me levantei, já não comandava mais o meu corpo e nem os pensamentos imorais que me rodeavam. Minhas mãos passaram para a sua costela, me coloquei atrás dela deixando que sentisse o quanto eu estava excitado, passei minhas mãos pelas suas costas e alcancei o seu busto... Arqueei meu corpo contra o dela e com uma das mãos alcancei seu pescoço, apertando-o de uma forma que não a machucasse. Senti sua respiração ofegante contra minha mão e então ela levantou o corpo e ao ritmo da musica começou a rebolar colada a mim. Meu hálito agora queimava seu pescoço e eu podia perceber que seus olhos estavam fechados. Não me dei ao luxo de fechar os meus porque queria vê-la o máximo que eu pudesse. Se
_________________________________________________RICK — Oi mãe. — Atendi ainda sonolento. — O que está fazendo, meu bem? — Ela perguntou do outro lado da linha. — Eu estava dormindo. — Falei me sentando na cama e me espreguiçando com a mão livre. Encarei a desconhecida adormecida ao meu lado. — Quero tomar café com você. Está em casa? — Ela disse. — Hum. Não. — Respondi encarando o ambiente a minha volta. Eu nem sabia onde eu estava. Como sempre. — Pode me encontrar na Starbucks do centro? — Ela falou. — Onde você está? — É uma boa pergunta. — Resmunguei. — Posso sim, mamãe. — Não me vá dizer que está na cama de uma desconhecida qualquer. — Ela bufou. — É domingo de manhã, mamãe. Lembra-se das lições católicas. Já foi a missa hoje? — Revirei os olhos agradecendo por não estar a sua frente. Levantei-me. — Você não toma jeito mesmo. — Ela suspirou. — Te espero na Starbucks, as 10h00min. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela desligou. Já eram 9h00min e eu nem sequer s
_______________________________________________RICK — CORTA! —O diretor gritou! — PERFEITO. PERFEITO! — Ele disse entusiasmado! Havia uma semana que tínhamos iniciado as gravações, desde então não precisávamos mais sair juntos pela manhã. Não havia mais um clima pesado durante as cenas e muito menos tensão. Tudo havia se tornado, de certa forma, mais leve entre a gente. E eu não sei dizer quando foi que isso aconteceu. Só que aconteceu... No intervalo fui até atrás do set junto com o Ron para beber nosso Uísque costumeiro. — Você não a levou para cama, né? — Ron me perguntou. —É claro que não. — O encarei com uma careta. — Estranho! — Ele disse agora com uma expressão confusa no rosto. — O quê? — Arqueei uma das sobrancelhas. — A química. Você nem sequer a levou para cama. Mas a forma como olha pra ela... — Ele fez um chiado com a boca. — O que você está querendo dizer com...? — Repeti o som que ele fizera. — Que sinto algo no ar. — Ron falou balançando a cabeça com um sorriso
_______________________________________________RICK — CORTA! —O diretor gritou! — PERFEITO. PERFEITO! — Ele disse entusiasmado! Havia uma semana que tínhamos iniciado as gravações, desde então não precisávamos mais sair juntos pela manhã. Não havia mais um clima pesado durante as cenas e muito menos tensão. Tudo havia se tornado, de certa forma, mais leve entre a gente. E eu não sei dizer quando foi que isso aconteceu. Só que aconteceu... No intervalo fui até atrás do set junto com o Ron para beber nosso Uísque costumeiro. — Você não a levou para cama, né? — Ron me perguntou. —É claro que não. — O encarei com uma careta. — Estranho! — Ele disse agora com uma expressão confusa no rosto. — O quê? — Arqueei uma das sobrancelhas. — A química. Você nem sequer a levou para cama. Mas a forma como olha pra ela... — Ele fez um chiado com a boca. — O que você está querendo dizer com...? — Repeti o som que ele fizera. — Que sinto algo no ar. — Ron falou balançando a cabeça com um sorriso