______________________________________________________RICK
— Alicia, querida. Que tal começarmos a ensaiar as cenas dos beijos? Você sabe, pelo bem da química... — Falei encarando a loira de olhos azuis á minha frente.
— A gente pode ensaiar isso mais tarde... — Alicia falou piscando para mim.
— Vocês ainda estão no set. — Jack apareceu em meu campo de visão me tirando dos meus devaneios imorais.
— E o que você está fazendo aqui? — Encarei um dos meus melhores amigos vestido num terninho sofisticado á minha frente.
— Vim te buscar porque sei que se eu não fizesse, você iria parar na cama de uma das suas colegas de trabalho. — Ele falou assoviando ao final.
— Não seria uma má idéia, não acha? — Falei com uma piscadela e um sorriso maligno, pensando que dessa vez poderia ter sido na da Alicia que nos deixou a sós logo que o Jack chegou, os dois se odeiam. Em outra vida, eu diria ser amor.
— Ah Rick, você não muda? — Ele me encarou arqueando uma das sobrancelhas.
— Para quê? Me sinto tão bem assim. — Falei afrouxando o nó da gravata. A m*****a gravata que eu tinha que usar por estar no set em que interpreto um CEO malvadão, só gosto particularmente das partes em que sou o malvadão, porque ai sou eu mesmo.
— Você já está livre? — Ele perguntou revirando os olhos. — Não podemos nos atrasar, precisamos passar para pegar o Dylan às 22h30min.
— Eu nunca vi despedida de solteiro tão cedo. Tinha que ser as 00h00min. Porque é neste horário que as coisas começam a ficarem mais divertidas. — Falei resmungando.
— Nem todo mundo é pervertido como você, na verdade, acho que ninguém é tão pervertido quanto você. — Ele riu.
— Calunias, meu caro amigo, calunias. — Falei com um sorriso de canto.
Seguimos para o meu camarim móvel.
— E então, como vai o filme? — Jack perguntou se jogando no pequeno sofá enquanto eu retirava o terno.
— Estamos no começo então não dá para dizer muita coisa. Tudo que eu sei é que sou um malvado CEO que se apaixona pela secretária, um clichê como vários outros. — Falei suspirando. — Mas eu não posso recusar. Primeiro porque não quero voltar a trabalhar com meu pai e esse papel é uma guinada importante para a minha carreira. Você sabe, ou eu consigo, ou terei que voltar para a empresa, foi o acordo. A única parte boa é que vou poder beijar a Alicia incontáveis vezes. — Sorri maliciosamente.
— Você não presta. — Meu amigo gargalhou. — Não acho que trabalhar com seu pai seja tão torturador assim, até porque você é filho de um milionário e foi graças a suas miseras quatro horas de trabalho como CEO na empresa dele que você conseguiu esse papel.
— Não, eu ganhei o papel graças a uma das universidades mais renomadas do país, aonde estudei pra cacete para merecer ser ator, ter experiência na área do meu personagem é um detalhe. E ser CEO é uma tortura, além de totalmente contrário ao que quero pra mim. E outra, suportar o meu pai já é demais, até mesmo por apenas quatro horas. — Reclamei.
— Você não acha que é dramático demais para um playboy, querido Rick? — Jack perguntou.
— Não, não acho. — Debochei entrando no meu banheiro improvisado. Onde uma pequena porta de madeira tapa metade da visão do meu corpo nu. Joguei a calça e cueca por cima da porta e liguei o chuveiro.
_______________________________________________JILEAN
— Vamos Agnes! — Falei pegando minha bolsa e procurando por minhas chaves no balcão da cozinha.
— Já vou, estou indo. Vou pegar a Edith. — A menina disse correndo até o quarto e pegando sua boneca.
— Estou atrasada, querida. — Gritei já chegando até a porta.
— Estou aqui. — A menina apareceu á minha frente.
Saímos do apartamento a passos rápidos. O maldito elevador estava quebrado novamente, descemos as escadas ás pressas até o andar debaixo e Agnes esperou pacientemente enquanto eu batia no 402.
— Oi. Desculpe, ela estava pegando a Edith. — Falei exasperada.
— Oi meu bem. — Uma senhora apareceu na porta. — Fiz cupcake para você. — Falou se direcionando a menina.
— Oi titia. — Agnes falou abraçando a senhora.
— Muito obrigada mesmo Van, prometo que vou te compensar na semana que vem. — Falei beijando sua testa e agora me abaixando para abraçar a Agnes. — Por favor, seja uma garotinha obediente e divertida até eu chegar, ok?
— Pode deixar. — A menina falou com um largo sorriso enquanto irrompia sala adentro do apartamento.
— Se cuida, juízo! — Van falou me encarando com um olhar compreensivo.
— Pode deixar. — Sorri respirando fundo. — Prometo que chego o mais rápido que eu puder.
— Tudo bem. — Ela assentiu e com uma piscadela e um sorriso amoroso, fechou a porta me deixando sozinha e apressada num corredor vazio às 22h00min.
Andei rapidamente pela via não muito movimentada até chegar ao metrô, eu tinha que estar na For You antes das 23h00min. Se o metrô não atrasasse, eu conseguiria.
∞
— Nyx? — Uma das recepcionistas me chamou entrando no camarim.
— Sim? — Respondi enquanto penteava minha peruca de longos cabelos negros lisos que caiam sobre minhas costas e chegavam até minha cintura.
— Está na hora, os rapazes já estão esperando. — A mulher advertiu.
— Vip? — Perguntei passando o batom vinho.
— Sala 12. — A recepcionista respondeu logo após fechando a porta e me deixando sozinha.
Peguei minha máscara na bolsa e fui até o enorme espelho. Encarei-me da cabeça aos pés, a roupa preparada foi uma personificação de um vestido de casamento sexy. Era um pequeno vestidinho só que na cor preta. Na parte do busto era composto por um espartilho que avolumava meus seios, da cintura para baixo era rodadinho deixando á mostra somente a poupa da minha bunda coberta por uma calcinha de couro preta, a meia calça também acentuava com todo o look dando um toque sensual, minhas mãos estavam guardadas por luvas que seguiam até o cotovelo. Coloquei minha mascara preta feita de couro que cobria apenas a parte dos meus olhos castanhos claros e calcei meu salto quinze de bico fino também na cor preta. Saí do camarim indo diretamente para o corredor que dava na parte de trás do palco da sala 12. Tudo que eu sabia é que era uma despedida de solteiro e por isso haviam contratado uma stripper para uma apresentação. Fui chamada de ultima hora já que hoje era um dos meus dias de folga, motivo: a contratada descobriu que estava grávida na manhã daquele dia e pediu demissão. Antes de entrar no palco, apertei o produtor de fumaça – botão que inala fumaça na sala para dar mais adrenalina a apresentação – chamando atenção dos rapazes á minha espera. Respirei fundo e ajeitei a postura. A Nyx estava pronta.
_________________________________________________RICK — Não tinha um lugar melhor? — Falei ao ouvido de Jack quando ultrapassamos a porta da For You. — É uma das melhores casas de strip da cidade, cara! — Jack respondeu. — Imagine as outras... — Resmunguei. — Então meu amigo Dylan, está ansioso para a sua noite num bordel? — Falei passando o braço ao redor do pescoço do meu outro melhor amigo. — Eu não consigo acreditar que vocês estão fazendo isso comigo! — Dylan falou com uma carranca de chateação no rosto. — Não ligamos para a sua opinião, não hoje! — Jack falou batendo no ombro dele. — Ah tire essa carranca, você nunca mais verá outras mulheres gostosas na vida. Isso se for um santo né. — Falei o encarando. — Precisa aproveitar a noite já que só te veremos agora no dia do seu casamento — Você é um demônio, sabia? — Ele falou em tom dramático. — Se demônios forem tão sinceros quanto eu. — Falei com um sorriso malicioso no rosto. Adentramos o local, e para a minha indignação
_______________________________________________JILEAN Quando entrei no camarim meu corpo estava explodindo de excitação. Não pela apresentação porque eu já estava acostumada, e em algumas noites a sensação não era boa. Mas naquela a sensação era surpreendente. Quando tirei a mascara e fechei os olhos, tudo que eu conseguia ver era aquele desconhecido tocando a minha tatuagem. Aquele toque suave sobre meu corpo me desencadeou uma corrente elétrica de emoções, ele foi capaz de me deixar excitada com um toque... Coloquei meu sobretudo encarando o relógio na parede acima do espelho, já eram 2h00min da madrugada e eu tinha que chegar em casa o mais rápido possível. Peguei minha bolsa e saí do camarim subindo o gorro do sobretudo que escondia meu rosto e recolocando a máscara. Procurei pela Mariah no salão e a notei na parte de dentro do bar. Segui até lá e senti vontade de recuar quando percebi que os três rapazes da sala 12 estavam sendo atendidos por ela. Provavelmente bêbados e á garg
_______________________________________________________________________________JILEAN Acordei num sobressalto com meu celular tocando, o peguei ainda sonolenta. — Alô... — Respondi suprimindo um bocejo. — Alô. Lucy Jilean? — Uma voz desconhecida falou do outro lado. — Sim. Quem gostaria? — Perguntei confusa. Fazia um século que ninguém me chamava por Lucy, até mesmo na chamada meus professores haviam acostumado a me chamar só de Jilean. — Aqui é da Central Works, você foi indicada pelo diretor do seu curso de artes para um papel em um dos nossos filmes. — A mulher falou me fazendo acordar imediatamente. — Gostaríamos de saber se você tem disponibilidade para uma audição de emergência agora pela manhã. — Claro, claro. — Falei. — O horário? — As 09h00min, tudo bem? — A mulher perguntou. — Sim. Estarei ai. Muito obrigada mesmo! — Falei tentando não transparecer os saltos que meu estômago estava dando por segundos. — Ok. Fico no aguardo. Passarei o endereço e um P*F contendo alg
_________________________________________________RICK Acordei num sobressalto com o celular tocando, quando abri os olhos eu nem ao menos sabia onde estava. Havia uma desconhecida nua ao meu lado. — Quarto de hotel. — Resmunguei voltando a fechar os olhos por um momento. Abri-os novamente com a incessante chamada do meu celular. — Alô... — Atendi. — Rick. Preciso que venha até o set. — Uma voz conhecida falou. — Para? — Perguntei ainda meio tomado de sono. — Só venha até aqui. O mais rápido que puder. — Ok. — Falei desligando o telefone em seguida. Tentei me lembrar de tudo que havia acontecido na noite anterior. Nada. A mulher ao meu lado abriu os olhos. — Você é? — Perguntei tentando soar o mais natural possível. — Sheila. — Ela respondeu sonolenta. — Bom dia, Sheila. Desculpe-me, mas preciso ir. — Falei me levantando. — Você não vai me ligar, não é? — Ela perguntou agora me encarando. — Você quer que eu minta ou que seja sincero? — Respondi enquanto colocava minhas calça
_______________________________________________RICK — Você precisa pegar leve com ela, Rick. — Ron falou me encarando enquanto bebíamos um pouco de Uísque atrás do set. — Não dá, como que substituíram a Alicia por isso? — Falei revoltado. — Não. Ela é incrivelmente boa. Você quem não quer enxergar. — Ron deu de ombros desviando o olhar. — Talvez seja porque a Alicia tenha dormido com você desde o primeiro dia e por isso tinha mais química. E pelo fato de que essa mulher nunca dormiria com você. — Eu é quem nunca dormiria com ela. Ela não faz o meu tipo nem de longe! — Falei rispidamente. — E a Alicia era milhões de vezes mais talentosa. Ela é um robô. Não tem emoção. — Falei bebendo mais um gole do meu Uísque. —Cara, isso vai dar em paixão. — Ele riu. — Olha bem pra mim, Ron. Eu sou o tipo de cara que se apaixona? — Arqueei uma das sobrancelhas. — Para mim, não era. Até a Jilean chegar e parar seu mundinho autoconfiante. — Ele ironizou. — Minha autoconfiança está em dia, obriga
_________________________________________________RICK Eu estava bebericando meu vinho enquanto encarava o ambiente vermelho a minha volta quando a luz se apagou. Meu coração acelerou como nunca e eu estreitei os olhos para o palco onde uma luz mínima iluminava o ambiente. Então ela surgiu, numa pose de lady completamente sexy. Seu corpo numa meia lua proposital, uma de suas pernas parada mais a frente exaltando toda a curva de seu quadril, sua cabeça pendida para trás como se estivesse numa posição de infinito prazer. Quando a musica começou a tocar, sua mão iniciou uma jornada dolorosamente lenta da sua coxa até o seu pescoço, enquanto sua cintura se movia quase que imperceptivelmente para frente e para trás. E então, como uma hipnose sexual, meus olhos não desgrudaram mais de seu corpo formado apenas por sua silhueta. Cada detalhe, movimento, tudo... Minha respiração estava lenta e entrecortada, meu corpo era como um produtor das mais perigosas drogas, era como se eu estivesse em um
________________________________________________RICK Quando as luzes voltaram a se acender, eu estava com a camisa aberta, peitoral amostra e pronto para ter um ataque de tanto prazer. Eu estava tão excitado que chegava a doer e eu nunca havia experimentado o que acabara de acontecer com mulher nenhuma, eu poderia gozar facilmente sem estar dentro dela. Somente por vê-la dançar! Ter tocado o seu corpo me deixou dolorido de tesão. Eu queria desesperadamente terminar o que havíamos começado. Minhas mãos ansiavam por tocar todas as outras partes de seu corpo, minha boca queria saboreá-la por completo, eu me vi imaginando as maiores vulgaridades quando uma gargalhada irrompeu minha garganta. Passei as mãos pelo cabelo... Se meu pai visitasse meus pensamentos agora, ai sim, ele teria motivo para me chamar de vulgar, imoral e todos os outros adjetivos mais. Abotoei minha camisa novamente e saí da sala 12 me despedindo da recepcionista. Eu precisava chegar em casa o mais rápido possível par
_________________________________________________RICK Dois dias e ela insistia em me visitar durante a noite, com seus olhos marcados pela máscara e sorriso de canto pervertido. Meus sonhos insistiam em captar as selvagerias mais imorais possíveis. Levantei da cama encharcado de suor e peguei meu celular discando um número desconhecido. — Quem morreu? — Jack falou com uma voz rouca e sonolenta. — Eu irei se não sair agora. Preciso de diversão, estou enlouquecendo. — Falei indo até a minha varanda e visualizando o mar a minha frente. — É 02h00min da manhã, Rick. Pelo amor. — Jack resmungou. — Vamos, hoje é domingo. — Falei em tom dramático. — Exato. E amanhã nós dois trabalhamos cedo. Eu não sou filho de um bilionário. — Ele falou revoltado. Pude visualizá-lo revirando os olhos e aquilo me fez rir. — Tem alguém em sua cama agora, não tem? — Perguntei em tom provocativo. — Vai á merda, Rick. — Ele falou, mentalizei um sorriso descontraído. — Não sou eu. — Falei fazendo um biquin