DylanNosso sedã serpenteia pelo trânsito caótico da Califórnia, parando em frente ao nosso clube luxuoso. Aquele é meu empreendimento favorito e carrega nosso nome estampado em dourado na frente.Cada vez que coloco os olhos nele, sinto um orgulho profundo e feroz em meu peito. É um maldito monumento no horizonte, um tributo gigante ao império que construímos do zero.Lembro-me da primeira vez que o vi imortalizado em algum estande de arte na calçada – me custou dez dólares, mas dei cem de gorjeta ao artista. Ainda tenho emoldurado no meu banheiro privativo.Somos recebidos por um circo da mídia: repórteres e equipes de filmagem isolados atrás de barricadas, celebridades e políticos se vangloriando de seus quinze minutos de fama antes de irem ao open bar.Saio do carro e é um caos. Microfones enfiados na minha cara, repórteres gritando uns com os outros como um bando de hienas. Um idiota tenta escorregar por baixo da corda e quase acaba comendo a calçada.— Senhor Evans, você termino
DylanFaz uma hora que sou oficialmente solteiro, e agora eu preciso competir pela atenção do pai de Marcely, o governador. Essa relação era importante para mim, porque ele teria orgulho de me lançar como seu sucessor em dois anos, mas agora meu casamento por conveniência foi pelo ralo e eu teria que arrumar um jeito de lidar com a fúria do meu pai.Esse cargo político não me interessa, mas meu pai daria a vida por isso. Eu estou filiado ao partido desde que saí do colegial. Estou usando o meu charme no piloto automático agora - rindo de piadas terríveis, acariciando egos a torto e a direito. O álcool está fazendo a sua parte, relaxando todo mundo.Esta noite, porém, a máscara parece sufocante. Esses eventos costumavam ser fáceis. Agora a conversa fiada banal irrita, minhas habilidades sociais me corroendo a cada dia.Se os médicos estiverem certos, pode chegar um momento em que eu não consiga mais jogar esse jogo.Pego outro uísque, tendo perdido a conta em algum lugar entre o discur
Dylan Eu corro antes que Madison possa vomitar mais do seu charme. O cara é um excelente exemplo de quem compra tudo com dinheiro mas nunca a beleza. Mas a filha dele, ela sim, tirou a sorte grande no departamento de beleza.Kristy Madison olha para uma escultura de gelo do outro lado da sala, parecendo preferir mergulhar de cabeça nela do que socializar. Não posso dizer que a culpo.Ainda bem que a filhinha do papai puxou a mãe. Uma ex-anjel da Victoria's Secret. Lembro-me de babar nos seus pôsteres de biquíni quando era um adolescente louco por hormônios, pensando que um dia me casaria com ela.Quando finalmente a conheci, aos vinte anos, voltei a ser um adolescente babão.Ela é o epítome da beleza. Ainda não consigo entender como ela acabou com Madison. Aposto que ela tem algum amante atraente as escondidas.Mas aqui está sua filha, Kristy, parecendo exatamente o anjo que sua mãe era. Ela é tudo o que minha pequena ladra não é: delicada, elegante, grandes olhos de corça exalando
AlyssaA primeira coisa que Mila e eu vemos entrando no lar da Garden Hall é um poster velho de um artista francês pendurado. Uma figura estranha ostentando bigode e pêlos no peito. — Aposto dez dólares que podemos adivinhar quem colocou isso — murmuro para Mila. Atravessamos o lounge bege que cheira a incenso e bolo de carne. Mais uma vez, questiono por que este lugar nos custa um fígado e um rim todos os meses.Nenhuma quantidade de loção lavanda pode mascarar a realidade deprimente – este lar para idoso é algo que mal podemos pagar, graças ao péssimo planejamento de aposentadoria da minha mãe e meu status de falência – é um milagre eu tê-la mantido aqui por tanto tempo, tirando dinheiro de onde não tenho. Trabalhando mais que meu corpo consegue.Ouço sua voz estrondosa antes de avistá-la. Ela parece bem hoje, considerando seus vários problemas de saúde. Diabetes é um deles, que nos custa caro todos os meses. Nunca imaginei que algo que a mantém viva pudesse custar tão caro quanto
AlyssaOlho para meu saldo bancário em meu notebook, rezando para que uma fada madrinha tenha jogado uma porrada de dinheiro lá. Não tive essa sorte. O meu saldo é o que você esperaria que tivesse em um cofrinho de uma criança de dois anos. Entre este apartamento pequeno, a casa de repouso da mamãe e os demais gastos, mal consigo pagar um refrigerante.Faço contas mentais rápidas, sentindo aquele pavor familiar no estômago. Ainda faltam quatro dias para o dia do pagamento e, sejamos realistas, o dinheiro não irá aparecer magicamente.Mila vasculha a geladeira, cantarolando desafinadamente. Nosso apartamento é tão pequeno que a cozinha fica a cerca de três passos do sofá. Eu poderia jogar uma moeda no sofá e provavelmente derrubar uma panela.Se ela invadir continuar a vasculha a geladeira, eu vou explodir.Tudo me irrita ultimamente.Tentamos transformar este apartamento apertado em uma casa, mas ele continua sendo uma porcaria. O papel de parede está descascando, o chão faz um barulh
Alyssa Entro no BMW chamativo de Ethan, com as mãos molhadas de suor. O lugar tem cheiro de cinzeiro – se há algo que eu desprezo mais do que Ethan, são cigarros. Por razões óbvias, sem falar que cheira a lixo marinado em urina.Ele gira em minha direção, flexionando os músculos. Ele é o tipo de cara que elogia seus bíceps no espelho. Apenas um desfile ininterrupto de masculinidade tóxica e arrotos de proteína em pó.— Olha quem decidiu dar o ar da graça — diz ele com um sorriso malicioso, espalhando-se agressivamente.— Oi — murmuro, apenas encontrando seu olhar fugazmente. Mais um pouco e talvez eu tenha que arrancar os olhos com uma colher.— Você simplesmente não consegue ficar longe de mim, não é? — Ethan ronrona, sua mão subindo pela minha coxa. Eu a afasto, com a pele arrepiada.— As pessoas vão falar. Pare com essa merda — murmuro, olhando para frente. — Você sabe por que estou aqui.Ele faz uma careta. — Isso não é maneira de tratar um velho amigo, Ford.Amigo. Certo. Quand
AlyssaOs olhos de Ethan me examinam de cima a baixo como se ele estivesse tentando descobrir quanto poderia conseguir por mim no mercado negro.Eu reflexivamente cruzo os braços, a pele arrepiada, enquanto ele sorri, balançando o dinheiro. Eu não estou à venda. — Se você acha que vou dormir com você, desista. Isso nunca mais vai acontecer.— Ainda com esse belo nariz empinado, mas aqui está você implorando por minha ajuda. — Ele se inclina, cheirando a cigarro. — Vamos deixar uma coisa clara. Não estou interessado em você. Você não é boa suficiente para mim.Filho da puta.— Qual é o favor, então? — Só um pequeno trabalho. Apenas uma noite de entretenimento. — Meu queixo cai. — Prostituição? Vá se foder.Não acredito que uma vez transei com esse cara voluntariamente, mas de acordo com aquele teste que fiz na internet, tenho uma queda por idiotas com cabelo bonito.Sua sobrancelha se levanta e aquele sorriso arrogante puxa sua boca.— Vá com calma. Ainda não chegamos lá. Só preciso
AlyssaO ar neste bar de hotel sofisticado está tão cheio de dinheiro e ego que sinto o cheiro de perfume caro em todo lugar. É o cheiro do poder e das oportunidades. Oportunidades que eu nunca terei.Um mundo longe da minha realidade de contas não pagas, telhados com goteiras, um banheiro que transborda e vizinhos de cima que pensam que meu teto é um trampolim.Nem me lembro da última vez que estive num lugar como este só por diversão.São sempre bate-papos relacionados ao trabalho.Mas esta noite é diferente. Esta noite, tenho a grande honra de me sentir totalmente fora da minha realidade no meio da multidão de ricaços, ao mesmo tempo que me torno uma cúmplice involuntária do roubo de um carro.Eu mexo no meu canudo, buscando desesperadamente a coragem que não vem. Minhas pernas descruzam e recruzam enquanto eu examino o local. Nesse ritmo, o barman provavelmente está pensando que estou tendo uma convulsão.Meu olhar pousa em um cara com colete de veludo. Claramente em um encontro,