DylanVou até a mesa da segurança, com a mandíbula cerrada, e encontro segurança com os pés para cima, rindo com a boca cheia de pizza, indiferente quando me aproximo. Idiota inútil. Não admira que alguém tenha saído valsando com meu Porsche.Bato as mãos na mesa. — Ei.Ele pula tão alto que seu copo gigante de refrigerante sai voando e encharca as calças. — S-sr. Evans! — ele gagueja, com a boca suja de pizza.. — Senhor, eu não vi você... — Claramente — eu o interrompo. — Talvez se você mantivesse os olhos nos monitoresem vez da TV, você teria visto quem saiu daqui com meu Porsche. Seu rosto perde a cor. — S-seu Porsche? — Ele verifica a câmera de segurança, e vê a minha vaga vazia. — Oh Deus. — Parece que ele está prestes a vomitar ou mijar. Talvez ambos.Eu me inclino para perto, minha voz baixa.— Você responderá por isso mais tarde.Ele tropeça, encharcado de refrigerante, e por uma fração de segundo parece que vai protestar. Mas então ele vê a expressão em meus olhos e pensa
DylanAntigamente, os longos banhos eram minha escolha para lavar as merdas do dia. Mas isso foi antes de eu receber o tipo de notícia que faz você repensar tudo. Saúde é riqueza? Sim, aprendi isso recentemente e forma mais dolorosa. Aperto a mandíbula enquanto a água escaldante bate nas minhas costas, deixando minha pele com um tom de vermelho que grita por misericórdia. Eu aqueço mais.A música pulsa no som surround, o baixo pulsante vibrando os azulejos como uma batida de coração. As palavras daquele maldito médico continuam repetindo na minha cabeça, não importa o quão alto eu aumente o volume.— Cada caso é único — disse ele. — Não podemos prever como isso irá progredir. Tudo o que podemos fazer é tentar administrar.Geralmente sou excepcional em manter minhas emoções sob controle. Como quando uma cobra que trabalha conosco há anos me apunhala pelas costas – sim, fico chateado, mas depois sigo em frente. Não adianta ficar pensando nisso. O mesmo vale para a imprensa ruim – aceit
DylanNosso sedã serpenteia pelo trânsito caótico da Califórnia, parando em frente ao nosso clube luxuoso. Aquele é meu empreendimento favorito e carrega nosso nome estampado em dourado na frente.Cada vez que coloco os olhos nele, sinto um orgulho profundo e feroz em meu peito. É um maldito monumento no horizonte, um tributo gigante ao império que construímos do zero.Lembro-me da primeira vez que o vi imortalizado em algum estande de arte na calçada – me custou dez dólares, mas dei cem de gorjeta ao artista. Ainda tenho emoldurado no meu banheiro privativo.Somos recebidos por um circo da mídia: repórteres e equipes de filmagem isolados atrás de barricadas, celebridades e políticos se vangloriando de seus quinze minutos de fama antes de irem ao open bar.Saio do carro e é um caos. Microfones enfiados na minha cara, repórteres gritando uns com os outros como um bando de hienas. Um idiota tenta escorregar por baixo da corda e quase acaba comendo a calçada.— Senhor Evans, você termino
DylanFaz uma hora que sou oficialmente solteiro, e agora eu preciso competir pela atenção do pai de Marcely, o governador. Essa relação era importante para mim, porque ele teria orgulho de me lançar como seu sucessor em dois anos, mas agora meu casamento por conveniência foi pelo ralo e eu teria que arrumar um jeito de lidar com a fúria do meu pai.Esse cargo político não me interessa, mas meu pai daria a vida por isso. Eu estou filiado ao partido desde que saí do colegial. Estou usando o meu charme no piloto automático agora - rindo de piadas terríveis, acariciando egos a torto e a direito. O álcool está fazendo a sua parte, relaxando todo mundo.Esta noite, porém, a máscara parece sufocante. Esses eventos costumavam ser fáceis. Agora a conversa fiada banal irrita, minhas habilidades sociais me corroendo a cada dia.Se os médicos estiverem certos, pode chegar um momento em que eu não consiga mais jogar esse jogo.Pego outro uísque, tendo perdido a conta em algum lugar entre o discur
Dylan Eu corro antes que Madison possa vomitar mais do seu charme. O cara é um excelente exemplo de quem compra tudo com dinheiro mas nunca a beleza. Mas a filha dele, ela sim, tirou a sorte grande no departamento de beleza.Kristy Madison olha para uma escultura de gelo do outro lado da sala, parecendo preferir mergulhar de cabeça nela do que socializar. Não posso dizer que a culpo.Ainda bem que a filhinha do papai puxou a mãe. Uma ex-anjel da Victoria's Secret. Lembro-me de babar nos seus pôsteres de biquíni quando era um adolescente louco por hormônios, pensando que um dia me casaria com ela.Quando finalmente a conheci, aos vinte anos, voltei a ser um adolescente babão.Ela é o epítome da beleza. Ainda não consigo entender como ela acabou com Madison. Aposto que ela tem algum amante atraente as escondidas.Mas aqui está sua filha, Kristy, parecendo exatamente o anjo que sua mãe era. Ela é tudo o que minha pequena ladra não é: delicada, elegante, grandes olhos de corça exalando
AlyssaA primeira coisa que Mila e eu vemos entrando no lar da Garden Hall é um poster velho de um artista francês pendurado. Uma figura estranha ostentando bigode e pêlos no peito. — Aposto dez dólares que podemos adivinhar quem colocou isso — murmuro para Mila. Atravessamos o lounge bege que cheira a incenso e bolo de carne. Mais uma vez, questiono por que este lugar nos custa um fígado e um rim todos os meses.Nenhuma quantidade de loção lavanda pode mascarar a realidade deprimente – este lar para idoso é algo que mal podemos pagar, graças ao péssimo planejamento de aposentadoria da minha mãe e meu status de falência – é um milagre eu tê-la mantido aqui por tanto tempo, tirando dinheiro de onde não tenho. Trabalhando mais que meu corpo consegue.Ouço sua voz estrondosa antes de avistá-la. Ela parece bem hoje, considerando seus vários problemas de saúde. Diabetes é um deles, que nos custa caro todos os meses. Nunca imaginei que algo que a mantém viva pudesse custar tão caro quanto
AlyssaOlho para meu saldo bancário em meu notebook, rezando para que uma fada madrinha tenha jogado uma porrada de dinheiro lá. Não tive essa sorte. O meu saldo é o que você esperaria que tivesse em um cofrinho de uma criança de dois anos. Entre este apartamento pequeno, a casa de repouso da mamãe e os demais gastos, mal consigo pagar um refrigerante.Faço contas mentais rápidas, sentindo aquele pavor familiar no estômago. Ainda faltam quatro dias para o dia do pagamento e, sejamos realistas, o dinheiro não irá aparecer magicamente.Mila vasculha a geladeira, cantarolando desafinadamente. Nosso apartamento é tão pequeno que a cozinha fica a cerca de três passos do sofá. Eu poderia jogar uma moeda no sofá e provavelmente derrubar uma panela.Se ela invadir continuar a vasculha a geladeira, eu vou explodir.Tudo me irrita ultimamente.Tentamos transformar este apartamento apertado em uma casa, mas ele continua sendo uma porcaria. O papel de parede está descascando, o chão faz um barulh
Alyssa Entro no BMW chamativo de Ethan, com as mãos molhadas de suor. O lugar tem cheiro de cinzeiro – se há algo que eu desprezo mais do que Ethan, são cigarros. Por razões óbvias, sem falar que cheira a lixo marinado em urina.Ele gira em minha direção, flexionando os músculos. Ele é o tipo de cara que elogia seus bíceps no espelho. Apenas um desfile ininterrupto de masculinidade tóxica e arrotos de proteína em pó.— Olha quem decidiu dar o ar da graça — diz ele com um sorriso malicioso, espalhando-se agressivamente.— Oi — murmuro, apenas encontrando seu olhar fugazmente. Mais um pouco e talvez eu tenha que arrancar os olhos com uma colher.— Você simplesmente não consegue ficar longe de mim, não é? — Ethan ronrona, sua mão subindo pela minha coxa. Eu a afasto, com a pele arrepiada.— As pessoas vão falar. Pare com essa merda — murmuro, olhando para frente. — Você sabe por que estou aqui.Ele faz uma careta. — Isso não é maneira de tratar um velho amigo, Ford.Amigo. Certo. Quand