Alyssa
A primeira coisa que Mila e eu vemos entrando no lar da Garden Hall é um poster velho de um artista francês pendurado. Uma figura estranha ostentando bigode e pêlos no peito. — Aposto dez dólares que podemos adivinhar quem colocou isso — murmuro para Mila. Atravessamos o lounge bege que cheira a incenso e bolo de carne. Mais uma vez, questiono por que este lugar nos custa um fígado e um rim todos os meses. Nenhuma quantidade de loção lavanda pode mascarar a realidade deprimente – este lar para idoso é algo que mal podemos pagar, graças ao péssimo planejamento de aposentadoria da minha mãe e meu status de falência – é um milagre eu tê-la mantido aqui por tanto tempo, tirando dinheiro de onde não tenho. Trabalhando mais que meu corpo consegue. Ouço sua voz estrondosa antes de avistá-la. Ela parece bem hoje, considerando seus vários problemas de saúde. Diabetes é um deles, que nos custa caro todos os meses. Nunca imaginei que algo que a mantém viva pudesse custar tão caro quanto insulina. Ela está bem no meio de um grupo de senhoras empunhando pincéis, como se ela fosse a abelha rainha aqui. Ela é pele e osso, como um passarinho magricela. Minhas entranhas se reviram de culpa toda vez que visito este lugar. Culpa por ela estar presa neste lugar aos sessenta e seis anos, em vez de estar em casa conosco. Culpa por não poder ganhar o suficiente para cuidar dela sozinha e não poder contratar um cuidador em tempo integral. Culpa por eu guardar ressentimento por ela ter planejado despejar isso em mim. Por ela não ter cuidado do seu futuro e ter gastado tudo em uma vida inteira de ostentação. — Eu vivia de acordo com aquela época — ela gosta de me dizer, como se isso de alguma forma a isentasse de qualquer responsabilidade. Agora o estrago está feito, nós estamos falidas e não temos dinheiro para comprar o básico. Mamãe deveria estar bebendo mimosas na praia, flertando com algum senhor bonitão. Não pintando bigodes com Lya, que sempre esquece seu maldito nome. Eu esboço um sorriso, bancando a filha obediente, e empurro meus pensamentos feios para o fundo. — Minhas garotas fabulosas estão aqui! — Mamãe fala no volume máximo, chamando a atenção de todos. Ela se vira para sua amiga pintora. — Leve isso, Liza, querida, abra espaço para minhas meninas! Ela está mandando, não pedindo, enquanto empurra a cadeira de rodas de Liza para o lado com um barulho que faz meus dentes rangerem. Eu me encolho quando uma das cuidadoras olha para o outro lado da sala. Agarrando a mão de Mila, vamos direto para mamãe antes que ela cause uma cena ainda maior. — Sério, precisa agredir as pessoas? — Eu forço leveza em meu tom. Ela acena alegremente. — Oh, por favor, ela não se importa! Certo, Liza? Dou um tapinha consolador em Liza, mas ela apenas sorri. — Sou mais durona do que pareço, garota. Mamãe sorri, triunfante por seu direito de matar moradores de casas de repouso sem consequências. Engulo minhas emoções e colo um sorriso no rosto enquanto trocamos beijos. Meu olhar pousa nas pinturas amadoras – fileira após fileira de homens seminus. — Desde quando a aula de arte é uma exposição de homens nus? — Eu sorrio. Conhecendo as regras anti-diversão do lar de idosas, estou chocado que eles tenham deixado isso acontecer, ainda mais porque mamãe não tem pudor em desenhar homens nus. — Eu disse a eles que não vou mais desenhar lírios ou rosas, ou vou me revoltar! Quantas malditas flores uma mulher pode pintar? Ela aponta um dedo acusador para as flores. — Eu dei um ultimato: apenas mande James para ser modelo. O pobre James, o enfermeiro. Um dia, vou encontrar mamãe gritando em protesto e liderando uma campanha de Idosos exigindo orgias. — Conte-me tudo — ela murmura quando tudo passa. — Mila, como foi sua apresentação? Mila mergulha na história de sua apresentação na faculdade. Tento ficar atenta, mas é difícil. Metade da minha atenção está voltada para uma das cuidadoras à espreita como um abutre esperando para atacar. Afundo na cadeira, com a garganta apertada. Enquanto isso, Mila dá uma barra de chocolate para mamãe debaixo da mesa, que decido ignorar. Mas não posso deixar de lançar um aviso quando Mila termina. — É melhor você comer refeições de verdade também. Não apenas lanches. Ela dá de ombros. — Aqui eles só servem algo bom como macarrão com queijo uma vez na semana. — É melhor que seja maravilhoso pelo que pagamos a este lugar — murmuro, mais para mim mesmo. Seu sorriso vacila e eu me dou um tapa mentalmente. Bom trabalho. — Eu já disse, há um lugar muito mais barato em Utah — diz ela. — Eu adoraria morar em Utah. Peço paciência enquanto as discussões familiares circulam. — Aquele lugar parecia terrível. Não vamos mudar você para Utah — digo categoricamente. — Não está certo você gastar todo o seu dinheiro neste lugar. — Sua carranca muda para um sorriso deslumbrante enquanto a enfermeiro sexy James se aproxima para tirar os materiais de arte. Ela cutuca Liza. — Nossa Aly deveria gastar seu dinheiro namorando homens bonitos. Certo, James? Meu rosto esquenta quando James olha, quase derrubando a lixeira. — Mãe! — Eu sibilo com os dentes cerrados. Ele sorri incerto antes de se afastar. Quero me enfiar no chão. É como lidar com uma mãe adolescente. No segundo em que ele está fora do alcance da voz, eu a encaro com raiva. — Você tem que olhar descaradamente para a equipe? Mamãe dá de ombros. — Ah, relaxe! Um pouco de flerte inofensivo nunca fez mal a ninguém. — Você poderia pelo menos salivar para caras da sua faixa etária? Ela solta uma risada que se transforma em um chiado. — Você viu as relíquias aqui? Você não quer homens velhos e flácidos só porque é mais velha. Na minha idade você já teve aventuras suficientes para saber o que é bom. Confie em mim, eu sei. Reviro os olhos. — Poupe-me dos detalhes. — Ela solta um suspiro grande e dramático. — Eu deveria pelo menos dar a James o seu número. Ele tem trinta anos, parece um modelo de revista e é enfermeiro. O que mais você quer? — Absolutamente não. Nada de encontros, por favor. — Alguém tem que assumir o comando, já que você não o fará — ela retruca. — Eu namoro — respondo fracamente. Mila bufa. — Me poupe. Eu solto um suspiro. — Tudo bem, não ultimamente. Mas entre o caos no trabalho não tenho tempo para conhecer ninguém. Não é como se eu tivesse desistido de transar. Eu simplesmente não tenho tempo a menos que seja algo sério. Mila e mamãe agem como se minha vida amorosa inexistente fosse uma falha pessoal. Sério, o que elas esperam: que eu saia com caras aleatórios do Tinder e minha pontuação de crédito se corrija magicamente? As contas serão pagas magicamente pela fada dos encontros? Aquela vozinha irritante na minha cabeça me lembra do meu antigo namorado. Sempre reclamando por estar muito ocupada, trabalhar até tarde ou sair com a mamãe. Dizia que não tinha tempo suficiente para ele. De qualquer forma, estávamos caminhando para um desastre, mas uma vozinha dentro de mim quer gritar: — Talvez eu tivesse mais espaço para o amor se não estivesse enterrada nas contas da casa de repouso. Neste momento, a minha vida consiste em conseguir estabilidade. Até que as ervas daninhas sufocantes da dívida se soltem, estou basicamente em um relacionamento disfuncional com minha própria ansiedade. Não posso me dar ao luxo de reclamar ou desmaiar sob o peso de tudo isso. Porque quem mais vai resolver isso para mim? O rosto da mamãe desmorona quando ela aperta minha mão. — Eu só quero que você viva sua melhor vida, querida! Quero dizer, olhe para este lugar. Estou cercada por pessoas quase mortas aqui. Eu contenho comentários ásperos. Seu humor negro é apenas sua maneira de lidar com seus problemas de saúde. Da mesma forma que ela lidou com a situação quando os negócios do papai despencaram. E ainda mais depois que ele faleceu, alguns anos depois. Vejo a gerente fazendo rondas. Ela aponta um dedo para mim e meu estômago embrulha. — Volto em um segundo — digo à mamãe, tentando parecer casual. Ela solta minha mão, tentando parecer durona. Vou até a gerente, meus tênis rangendo no chão como um filme de terror ruim. Ela está apenas fazendo seu trabalho, claro, mas ela tem um jeito de me irritar: o constante pigarro, aquelas sobrancelhas críticas, que parecem estar sentindo um gosto amargo. Ela mergulha direto, sem preparação. — Sem rodeios. Você sabe por que eu liguei para você. Eu engulo em seco. Sim, estou dolorosamente consciente. Pagamos antecipadamente a cada seis meses, mas com o aumento insano de preços e minha renda estagnada, desta vez não conseguir pagar. — Só preciso de alguns dias — digo uniformemente, reprimindo o desespero. — Você receberá o valor total até sexta-feira. Juro. — Amanhã. Meio-dia em ponto. — Ela cospe cada palavra agressivamente. — Sem exceções, senhorita Ford. Tenho certeza que minha alma murchou, mas luto para manter minha expressão neutra. — Entendi. Amanhã. Adeus, alimentação; Gostei do nosso tempo juntos. — E não se esqueça dos juros por atraso — ela acrescenta, quase alegremente. Meu olho se contrai. Imagino aquela mulher trabalhando como agiota. Não me chocaria se ela tivesse um taco de beisebol escondido debaixo da mesa. — Alguma chance de você dispensar os juros só desta vez? Estou sempre dentro do prazo com os pagamentos. A resposta dela é mais fria que o Ártico. — Pagamento integral mais juros, até amanhã, ou sua mãe precisará encontrar outro estabelecimento até o final do mês. Dou um passo para trás e me forço a respirar. De jeito nenhum eu conseguirei todo esse dinheiro em vinte e quatro horas. Mas forço confiança em meu tom. — Eu vou pagar. Não há necessidade de ameaçar despejo. Seus olhos se estreitam. — Amanhã. — Sim, eu ouvi você da primeira vez — eu respondo. Voltando para mamãe e Mila, abro o sorriso mais feliz que consigo, sufocando o pânico. Preciso corrigir isso de alguma forma. Mas por enquanto, vou canalizar minha atriz interior e fingir que tudo está bem. Mamãe me dá aquele olhar, aquele que vê através de mim. — Tudo bem, querida? Parte de mim quer rir histericamente. Quando foi a última vez que algo esteve simplesmente bem? Dou um tapinha em seu braço de forma tranquilizadora. — Apenas uma porcaria de administração chata. — Estávamos conversando sobre planos para a Páscoa — diz Mila, e eu a abençoo silenciosamente pela mudança de assunto. — Talvez pudéssemos levar mamãe para passar o dia? Alugar um carro e ir ao parque se o tempo permitir? — Parece perfeito! — Eu interrompo, com um nó no estômago. Isso presumindo que nossos ovos de Páscoa não venham com a surpresa oculta de um aviso de despejo. Olho meu relógio: não tenho muito tempo para consertar esta catástrofe iminente. — Tenho algumas coisas para resolver, mas passaremos por aqui na quarta-feira, certo? Terminamos com abraços e Mila e eu escapamos. Chegando às ruas, respiro fundo, esperando por uma solução milagrosa. Vai ficar tudo bem, digo a mim mesmo. Tem que ficar.AlyssaOlho para meu saldo bancário em meu notebook, rezando para que uma fada madrinha tenha jogado uma porrada de dinheiro lá. Não tive essa sorte. O meu saldo é o que você esperaria que tivesse em um cofrinho de uma criança de dois anos. Entre este apartamento pequeno, a casa de repouso da mamãe e os demais gastos, mal consigo pagar um refrigerante.Faço contas mentais rápidas, sentindo aquele pavor familiar no estômago. Ainda faltam quatro dias para o dia do pagamento e, sejamos realistas, o dinheiro não irá aparecer magicamente.Mila vasculha a geladeira, cantarolando desafinadamente. Nosso apartamento é tão pequeno que a cozinha fica a cerca de três passos do sofá. Eu poderia jogar uma moeda no sofá e provavelmente derrubar uma panela.Se ela invadir continuar a vasculha a geladeira, eu vou explodir.Tudo me irrita ultimamente.Tentamos transformar este apartamento apertado em uma casa, mas ele continua sendo uma porcaria. O papel de parede está descascando, o chão faz um barulh
Alyssa Entro no BMW chamativo de Ethan, com as mãos molhadas de suor. O lugar tem cheiro de cinzeiro – se há algo que eu desprezo mais do que Ethan, são cigarros. Por razões óbvias, sem falar que cheira a lixo marinado em urina.Ele gira em minha direção, flexionando os músculos. Ele é o tipo de cara que elogia seus bíceps no espelho. Apenas um desfile ininterrupto de masculinidade tóxica e arrotos de proteína em pó.— Olha quem decidiu dar o ar da graça — diz ele com um sorriso malicioso, espalhando-se agressivamente.— Oi — murmuro, apenas encontrando seu olhar fugazmente. Mais um pouco e talvez eu tenha que arrancar os olhos com uma colher.— Você simplesmente não consegue ficar longe de mim, não é? — Ethan ronrona, sua mão subindo pela minha coxa. Eu a afasto, com a pele arrepiada.— As pessoas vão falar. Pare com essa merda — murmuro, olhando para frente. — Você sabe por que estou aqui.Ele faz uma careta. — Isso não é maneira de tratar um velho amigo, Ford.Amigo. Certo. Quand
AlyssaOs olhos de Ethan me examinam de cima a baixo como se ele estivesse tentando descobrir quanto poderia conseguir por mim no mercado negro.Eu reflexivamente cruzo os braços, a pele arrepiada, enquanto ele sorri, balançando o dinheiro. Eu não estou à venda. — Se você acha que vou dormir com você, desista. Isso nunca mais vai acontecer.— Ainda com esse belo nariz empinado, mas aqui está você implorando por minha ajuda. — Ele se inclina, cheirando a cigarro. — Vamos deixar uma coisa clara. Não estou interessado em você. Você não é boa suficiente para mim.Filho da puta.— Qual é o favor, então? — Só um pequeno trabalho. Apenas uma noite de entretenimento. — Meu queixo cai. — Prostituição? Vá se foder.Não acredito que uma vez transei com esse cara voluntariamente, mas de acordo com aquele teste que fiz na internet, tenho uma queda por idiotas com cabelo bonito.Sua sobrancelha se levanta e aquele sorriso arrogante puxa sua boca.— Vá com calma. Ainda não chegamos lá. Só preciso
AlyssaO ar neste bar de hotel sofisticado está tão cheio de dinheiro e ego que sinto o cheiro de perfume caro em todo lugar. É o cheiro do poder e das oportunidades. Oportunidades que eu nunca terei.Um mundo longe da minha realidade de contas não pagas, telhados com goteiras, um banheiro que transborda e vizinhos de cima que pensam que meu teto é um trampolim.Nem me lembro da última vez que estive num lugar como este só por diversão.São sempre bate-papos relacionados ao trabalho.Mas esta noite é diferente. Esta noite, tenho a grande honra de me sentir totalmente fora da minha realidade no meio da multidão de ricaços, ao mesmo tempo que me torno uma cúmplice involuntária do roubo de um carro.Eu mexo no meu canudo, buscando desesperadamente a coragem que não vem. Minhas pernas descruzam e recruzam enquanto eu examino o local. Nesse ritmo, o barman provavelmente está pensando que estou tendo uma convulsão.Meu olhar pousa em um cara com colete de veludo. Claramente em um encontro,
Alyssa Dou uma olhada pelo bar. Lá está Ethan, parecendo perspicaz e indiferente, como se fosse apenas um cara normal esperando por um encontro. Se ao menos a realidade não fosse tão dolorosamente ridícula.Lanço um olhar furioso para ele.Meu telefone acende: Pare de brincar. É ele.Uma risada maníaca e nervosa sai de mim, fazendo vovô pervertido deslizar para longe rapidamente.Muito bem, Ethan, você acabou de conquistar o título do Cara Mais Idiota da América.Eu me viro e lá está Ethan, andando arrogantemente pelo bar. Ele esbarra em um cara com força suficiente para quase fazê-lo voar, mas nem sequer para ou olha para trás. A reclamação do cara morre em seus lábios entreabertos no segundo que ele percebe quem bateu nele.Evans está indo direto para uma loira deslumbrante no outro extremo do bar. Todas as mulheres aqui estão focadas nele. Ele distribui sorrisos para as mais bonitas, os namorados delas que se danem.Ele passa um braço em volta da loira e se aproxima, dizendo algo
AlyssaPor um segundo, apenas nos olhamos no espelho, ele pairando sobre a pia, eu, como um animal recuado, mal conseguindo respirar.— Talvez seja melhor fechar essa boca antes que alguém apareça — ele resmunga. Meu coração dispara enquanto eu luto para pegar meu telefone quebrado, minhas mãos trêmulas. Quanto ele ouviu?— Desculpe por aquela pequena explosão — eu digo, tentando parecer casual enquanto vou até a pia ao lado dele. Abro a torneira apenas para ouvir o ruído de fundo. — Quanto você ouviu?Por favor, não diga nada disso. POR FAVOR NÃO DIGA NADA DISSO...— Eu não estava ouvindo o drama do seu namorado — ele murmura, todo rude e desdenhoso.Uau, ok, idiota. Mas graças a Deus.— Mesmo assim, desculpe se perturbei sua paz — murmuro.— Para uma boca tão pequena, você xinga como um marinheiro — ele repreende com uma carranca de desaprovação. Seus lábios se curvam em desgosto. — Pare com essas vulgaridades. Este é um estabelecimento elegante, não um maldito estaleiro.Eu me irri
Dylan— Que porra você pensa que está fazendo?— Pegando o que eu quero — ela respira, esmagando seus lábios macios nos meus mais uma vez.Por um momento, considero prender aquele lábio inferior carnudo entre os dentes.A diabinha de um metro e meio e boca suja com olhos hipnóticos está me escalando como se fosse seu próprio Everest, lutando para se agarrar. Tenho que dar um crédito a ela por ser ousada, apesar da nossa diferença de tamanho.Antes que eu registre isso completamente, minhas mãos estão tateando seu vestido frágil, o desejo se sobrepondo a todos os pensamentos coerentes. Ela poderia muito bem estar nua, e eu só preciso de uma boa foda para abafar a voz monótona do Dr. Rosso rangendo sem parar em meu crânio. Falando sem parar sobre seu chamado “prognóstico”.Esta noite, ela é exatamente o que eu preciso – sem amarras, pura e crua porra. Parece que todas as mulheres no meu bar estão circulando como um tubarão faminto, com os olhos fixos no prêmio: a proposta de casamento d
AlyssaMeu coração pula do meu peito com a adrenalina. Eu mal me reconheço. Sou fraude em saltos de grife falsos. Uma estranha na minha própria pele.É incrível como apenas algumas horas de loucura podem virar o seu mundo inteiro de cabeça para baixo.Esta manhã, se você tivesse me perguntado sobre meus grandes planos para a noite, eu teria dito com segurança que estava destinada a uma noite glamorosa esparramada no sofá, pronta para mais um dia monótono com minha irmã mais nova, Mila. Vestida com meus moletons mais tragicamente furados e minha pior roupa íntima.Estaríamos enfiando batatas fritas na boca, enquanto fingimos que temos uma vida incrível de milionárias.Mas em vez disso, aqui estou eu.Presa contra a parede do banheiro de um clube chique por um playboy milionário. Meu coração martelando enquanto eu atravesso a linha entre o pânico absoluto e a excitação distorcida.É o tipo de decisão questionável que você toma quando não está pensando direito.Seu antebraço musculoso pr