Gioconda cobriu a boca com uma das mãos porque a outra estava segurando o peito.
— Mamma, mas que ideia estapafúrdia é essa! Minha bambina ainda é muito criança mamma!— ela dizia assustada.Giulia franziu a testa e espalhou as mãos na mesa, cheia de farinha e pôs-se a abrir a massa resmungando: — Está louca Gioconda, louca, hein! Pois se a tua bambina já tem vinte e dois anos! E tu que questa idade já era madre há mui tempo, hein!As duas começaram a falar e misturar os idiomas, nervosas até que a discussão trouxe Salvatore para a cozinha. — Mas o que está acontecendo, hein! Loucas, estão loucas! Parem com isto, per favore!— ele falava alterado e gesticulando muito.Gioconda abraçou o marido falando com voz chorosa: — É Nina, amore! Mamma acha que Nina tem que casar! Absurdo isso!Salvatore olhou sério para a sogra e afastou a esposa assustado. — Sério isso mamma! A minha bambina está pronta para casar?— ele falava andando na direção da sogra que manuseava a massa descarregando nela a sua aflição e falando com voz alterada: — Si Salvatore, si! A tua bambina tem que casar, pois a ragazza cresceu sem que ninguém percebesse, han?Salvatore segurou o queixo pensativo e depois saiu em silêncio.Gioconda acompanhou o marido com o olhar, depois virou-se para a mãe e põe-se à falar sem parar: — Viu mamma, viu o que fez? Pois Salvatore vai casar a minha bambina com um desses homens perigosos, ô Dio mio!Giulia começou a cortar a massa em várias partes, enquanto falava reprovando a filha: — Homens como ele, filha! Como ele! Pois se tu não casaste sabendo quem ele era, han! Eu tentei abrir os teus olhos, adiantou?Gioconda rebateu imediatamente chorando: — Mai io tinha só dezoito anos, mamma! E eu me arrependo tanto mamma, tanto! E eu perdi o mio papá por causa dele! Por causa daquela chacina, mamma!As duas se abraçaram e choraram com a mesma dor.Nem mesmo depois de vinte anos elas deixaram de sentir a dor das perdas que foram obrigadas a guardar no peito. Mesmo quando Gioconda contou para Salvatore que estava grávida, ele ainda esperou a filha completar dois anos e só então decidiu sair da Itália antes que toda a sua família se dissipasse.Salvatore voltava para a sala quando viu Nina descendo as escadas, pronta para ir à faculdade.Ele olhou para a filha como se só agora tivesse percebido que ela cresceu. — Filha mia!— ele exclamou indo encontrá-la ao pé da escada.Nina sentiu o abraço caloroso do pai e ficou paralisada sem compreender o que acontecia. — Papá, o que passa? Por que estás assim papá?— ela indagava sentindo-se comprimida nos braços fortes de Salvatore — Ma io non tinha percebido que a mia bambina cresceu, han!Nina sabia que quando Salvatore começava a misturar os idiomas é porque estava nervoso.Ela se afastou e olhou nos olhos dele tentando compreender. — Que passa papá?— ela insistiu.Salvatore sacudiu a cabeça e se afastou sorrindo, ansioso, nervoso e feliz ao mesmo tempo.Nina acompanhava o pai com o olhar, enquanto percebia que ele escolhia as palavras para falar, como se acabasse de chegar ao Brasil e não soubesse falar a língua mãe daquele lugar. Era sempre assim, quando os seus pais ou a sua avó ficavam muito nervosos, só conseguiam falar em italiano e isso sempre a deixava tensa. — figlia mia, tuo padre ti sposerà con un brav'uomo!Nina ficou boquiaberta por um instante depois gritou: — Não!Salvatore desmanchou o sorriso instantaneamente.Nina começou a andar em círculo em volta do pai falando sem parar: — Não vai me casar com quem quer que seja! Não quero papá, não quero! Eu fujo de casa, mas não caso, não caso!Salvatore segurou a filha pelos braços sorrindo e falando nervoso: — Figlia mia, si! Ti sposerò con un bell'uomo! — Não papá!— Nina gritou livrando-se das mãos do pai. Depois virou-se e continuou a falar com voz cansada e chorosa: — Não vou me casar com homem nenhum! Não pode me obrigar!Salvatore franziu a testa sem entender. Sempre achou que quando chegasse aquele momento seria fácil. — Não quero homem nenhum— Nina disse olhando para a televisão que ainda passava o noticiário e Valentim Dourado, repórter investigativo, aparecia dividindo a tela com outra imagem numa delegacia.Seu coração suspirou e seus lábios quase lhe traíram num sorriso. Os seus olhos brilharam e ela elevou a mão ao peito.Salvatore olhou para o aparelho e foi desligá-lo irritado. — Esse infeliz não para de falar!— ele desabafou.Nina piscou quando a imagem do jovem elegante sumiu.Salvatore voltou da pequena sala conjugada a sala se estar, ainda insistindo no assunto que deixou a filha transtornada: — Se a tua nonna disse que tu precisa casar, Giannina, é per que tu precisa, capisce?Nina virou-se para responder e deu de cara com duas italianas agitadas vindo da cozinha, então suspirou olhando para o teto e deu a volta novamente no corpo para se retirar às pressas dali. — Giannina! Giannina!Nina ignorou os gritos da sua avó e apressou o passo. Entrou no seu carro conversível vermelho e partiu. Abriu o vidro e deixou o vento soprar os seus cabelos longos e castanhos bem claros. Os olhos cheios de lágrimas e a revolta lhe impulsionaram a parar num posto de combustível e entrar numa loja de conveniência.Ali também tinha uma televisão ligada no mesmo canal de notícias e ele estava lá.Valentim Dourado, o homem por quem o seu coração batia mais forte. Não era de hoje que o admirava.Valentim era alto moreno bronzeado, tipicamente italiano. Nina sorriu segurando o copo de refrigerante na mão e meneou a cabeça pensativa: " italiano, não pode ser!"Olhou fixamente para rapaz falante e seu coração disparou com um pensamento: " papá nunca me deixaria casar com ele!"Nina olhou para algumas pessoas que assistiam Valentim com admiração e sorriu. — Ele é incrível!— disse sem querer.Um rapaz olhou rapidamente para ela e respondeu: — Ele é fantástico! Vai ajudar a polícia a desvendar essa máfia italiana nojenta que se infiltrou no nosso país!Nina ficou boquiaberta, estática por um instante e começou a ouvir vários comentários de outras pessoas ali presentes, então se levantou e se dirigiu lentamente para o caixa, pagou a conta rapidamente e saiu ainda ouvindo os burburinhos.Ela andava depressa, mas parecia não parar de ouvir aquelas pessoas atacando instintivamente o seu pai: o poderoso Don Salvatore.Nina chegou à faculdade finalmente. Sentou-se no seu lugar de costume e assistiu às aulas, quieta e absorta em seus pensamentos.Meneava a cabeça por vezes se lembrando do pai avisando que lhe arranjaria um bom casamento, como se ela não fosse capaz de escolher com quem gostaria de passar o resto da sua vida.Suspirou triste ao ver os colegas saindo da sala para o intervalo, todos agitados e famintos, muitos deles voltavam de um dia cansativo de trabalho. — Nina, vamos comer alguma coisa?— Era Cinthia sua única companheira.Os olhos da amiga brilhavam e o sorriso fácil lhe contagiou e Nina saiu puxada pela mão.Parecia ouvir a nonna falar: "cuidado com amigos, não pode deixá-los saber da nossa vida!"Cinthia era alegre e bonita. Os cabelos negros e longos. Vestia-se muito bem e era muito educada. Nina sabia que se tratava de uma moça rica como ela e que não lhe deixava aborrecida querendo lhe bajular como as outras.As duas sentaram-se numa cantina e Cinthia foi direta: — Fala Nina! O que está te deixando assim, aflita!Nina baixou a cabeça e ficou pensativa por alguns instantes, não sabia até que ponto podia confiar na amiga. — Está apaixonada pelo cara errado?— Cinthia arriscou curiosa.Nina suspirou e respondeu: — Ele é o cara certo!Cinthia ergueu as sobrancelhas deixando Nina sem graça. — Qualquer mulher o amaria, é isso!— ela disse se ajeitando na cadeira.Cinthia sorriu antes de falar: — Falando assim até parece que ele é um desses galãs de televisão! — E é…— Nina disse suspirando olhando para o nada.Cintia ficou preocupada e começou a falar: — Nina! Ei, calma! Você está me assustando! Você não é assim! Esse cara te deixa frágil!Nina voltou a realidade e esboçou um sorriso malicioso, então disse, apoiando as mãos na mesa: — Ninguém me deixa frágil! Eu o faria render-se aos meus pés!Cinthia ficou boquiaberta por um instante, depois quis saber: — E porque não o deixa logo aos seus pés, garota, do jeito que estou vendo, ele vai te domar!Nina fechou o semblante e disse num fio de voz: — Ele não sabe que eu existo!Cinthia piscou algumas vezes e sorriu. — E o que está esperando para surpreendê-lo?— ela quis saber.Nina passou a mão pelos cabelos confusa, sem saber explicar aquela sua insana paixão. — Digamos que ele seja algo inatingível para mim, é isso!— ela disse, evitando o olhar da amiga. — Inatingível para a poderosa Giannina? Duvido!— Cinthia brincou.Nina olhou para o relógio de parede e se levantou subitamente. — Vamos voltar para a sala Cinthia!— ela disse ofegante.A amiga saiu atrás ainda falando zombeteira: — Então o negócio é sério! A minha amiga poderosa está caidinha por um homem misterioso, lindo e possivelmente casado.Nina parou, virou-se assustada para a amiga e disse: — Casado! Meu Deus, não sei se ele é solteiro!Cinthia desatou a rir cobrindo a boca com uma mão e saiu empurrando Nina para a sala enquanto dizia: — Vamos logo! Estou lhe assustando! Ele é só um jovem bonito, inteligente e astuto!Nina parou novamente virando-se para a amiga. Estava cada vez mais assustada com a destreza de Cinthia. — Como sabe de todas essas coisas?— ela indagou nervosa.Cinthia riu antes de responder: — Que ele é bonito e inteligente? — Sim, e astuto!— Nina completou.Cinthia abraçou a amiga, brincalhona e depois se afastou dizendo: — Amiga, não seria qualquer um que conquistaria esse coração forte e indomável que você tem, esse homem deve ser muito especial. — E perigoso — Nina disse pensativa.Cinthia se sacudiu falando, enquanto empurrava a amiga novamente: — Por que você o ama? Ora Nina, os homens são perigosos, mas nós mulheres somos muito mais.Nina se deixou levar e apenas assentiu com a cabeça.As duas se despediram ao final da aula e Nina saiu com o seu carro vagando um pouco pela cidade.Nina chegou em casa tarde e para sua surpresa, todos dormiam com exceção dos muitos seguranças da mansão. Ela subiu as escadas tranquilamente e respirou aliviada. A última conversa com o pai não tinha sido fácil. Abriu a porta do seu quarto e estranhou a luz acesa. — Nonna!— exclamou. Giulia levantou-se da cama e foi abraçar a neta. — Abraça a tua nonna e vai ficar mais calma, hein?— ela disse carinhosa.Nina quase chorou naquele abraço. Precisava tanto que alguém soubesse o quanto estava se sentindo infeliz com o ultimato do seu pai.Giulia se afastou afagando os cabelos da neta e disse emocionada: — Ma io acho que tu precisa casar Nina! Má io acho que tu tem que casar com um noivo igual a tua mamma, capisce?Nina assentiu com a cabeça e sentou-se à beira da cama trazendo a sua avó com ela. — Nonna, eu amo um homem que non é mafioso! Mas non é nem um poco nonna!Giulia sabia que a neta não gostava de falar a língua italiana e quando começava a misturar os idiomas é porque estav
Nina fez o caminho de volta e Luca já a esperava do lado de fora.Luca disse impaciente: — Nina, o seu pai chegou já faz um tempo! Porque demorou tanto!Nina arrancou as luvas pretas e tirou o capacete dizendo: — Papá corre risco Luca! Amanhã precisamos protegê-lo!Luca ficou nervoso e começou a misturar os idiomas: — Non credo! O non mi aguento ma isso, han?Nina sacudiu a cabeça friamente e empurrou a porta de ferro que dava para dentro da casa.Esperou Luca guardar a sua moto, que para todo efeito era dele e depois saiu de trás dos arbustos com cuidado, recebendo cobertura do homem que fazia ronda normalmente todas as noites.Nina escalou a parede externa que dava para uma extremidade do corredor de quartos, depois empurrou a janela e entrou. Em seguida desamarrou a corda e a deixou cair aos pés de Luca.O homem desapareceu na escuridão do jardim lá embaixo. Nina se virou e caminhou até o seu quarto na ponta dos pés. Quando entrou, foi direto ao closet. Afastou umas roupas do arm
Salvatore tinha um brilho no olhar que assustou a filha. — Papá, não está pensando…Salvatore a interrompeu: — Não estou pensando em nada Nina! Me deixe, han!Giulia correu para ajudar o genro a se levantar. — Melhor ir descansar no seu quarto Salvatore! Precisa pensar na sua saúde em primeiro lugar.— ela falava olhando para a neta, enquanto amparava o genro.Nina cruzou os braços, pensativa, enquanto Giulia e Salvatore subiam as escadas. Ela nem percebeu quando a avó voltou e assustou-se ao ouvi-la falar: — Nina, o que passa, hein? Tu parece estar com a cabeça nas nuvens!Diante do silêncio da neta, ela se aproximou e percebeu que a neta estava cabisbaixa e pensativa, começou a falar andando em círculo ao redor dela: — Ma o que passa Nina! Tuo ficou deste jeito desde que tuo padre ficou irritado com esse maledito deste Valentim, ma tuo pode pensar que me engana má tuo no me enganar, capisce?Nina suspirou e voltou a ficar de costas para a avó. — Nonna, ele vai matar o Valenti
Francesca falava cheia de ódio:— Ma eu sei de tuto! A mia irmã se apaixonou pelo motorista mafioso. Aquele Salvatore maledeto! Má eu disse para ela non querer ele, hein? O mio irmão já havia falado com ele e ele jurou que non ia deixá-la. Ma ele já era casado, aquele rato!Valentim fechou o punho com ódio e esmurrou a parede. — Maldito Salvatore! Ele e toda a sua família!A mãe de Valentin, nasceu na Itália e veio para o Brasil por causa do seu marido que também era italiano mas depois de uma viagem de férias, se apaixonou pelo Rio de Janeiro. Valentim nasceu aqui no Brasil e sabia pouco sobre máfia até que houve a chacina com a família da mãe. Francesa, estava viúva nesse tempo, seu marido faleceu de uma pneumonia e ela ficou cuidando sozinha da quitanda, da onde vinha o seu sustento e do filho pequeno, e depois desse episódio, decidiu viver no anonimato. Evitava falar a sua língua de origem e pediu ao filho para usar um sobrenome fantasia. Dourado é o sobrenome que ela criou e para
Valentim entrou no seu apartamento e suspirou aliviado. Sentia-se tenso, sem conseguir digerir tudo o que havia lhe acontecido nos últimos minutos. Vinham muitas perguntas na sua mente :" Quem o estava seguindo? E porque? E o que aconteceu com aquele carro preto que o seguia? ,"Ele nem parou para tentar entender tudo o que se passava, queria se livrar da perseguição. Era nítido que queriam apagá-lo. " Querem calar a minha voz! Com certeza é coisa de Don Salvatore! Não vai conseguir nunca! "— eram pensamentos que vinham enquanto Valentim batia na mesa de vidro com a força das mãos. — Não vai me calar maldito!— ele gritou.Suspirou nervoso e continuou com voz cansada: — Valentim Paganini não se calará! Salvatore estava deitado ao lado da esposa. Gioconda estava preocupada: — Está sem sono amore?— ela quis saber.Salvatore suspirou olhando para o teto e disse: — Eu era apenas um motorista, não era um mafioso, querida! Gioconda se virou abraçando o marido e disse encostanda a cabe
Luca chegou a estremecer quando viu Nina se aproximando com olhar desafiador, mas Salvatore não se alterou, pois não conhecia o lado negro da filha. — Com quem pretende me casar papá?— ela disse andando em volta do pai, pisando firme com o seu salto. — Com um homem belíssimo há?— Salvatore respondeu inocente. Nina parou diante do pai e cruzou os braços dizendo: — Mas eu não quero me casar com nenhum dos seus amigos mafiosos, papá!Salvatore se assustou com a ousadia da filha e fechou o semblante.Luca ficou apavorado e disse se inclinando para o patrão: — Don Salvatore, olha o coração por favor!Nina olhou para Luca e agradeceu por ele não falar em italiano. Ela sabia que quando um italiano residente fora de seu país estava nervoso, só conseguia falar sua língua e aquilo a deixava nervosa. Salvatore segurava no braço da poltrona, se controlando para não partir para cima da filha. Ela lhe tirava do sério com aquela afronta.Ela encarou o pai e depois se retirou com o semblante fe
Nina achou por bem se retirar daquele lugar e apenas sorriu para Valentim ao passar por sua mesa. Susan ficou boquiaberta com a ousadia daquela estranha. Valentim seguiu com o olhar os passos elegantes de Nina e quando virou-se para Susan, encontrou o ar de indignação estampado no rosto da moça. — Chega, isso pra mim foi demais!— ela disse se levantando. Valentim a fez sentar segurando o seu braço, mas os olhos estavam lá fora, presos a magia que vinha da moça mais doce que pensou existir. Susan sentou-se olhando na direção dos olhos de Valentim e viu Nina lhe sorrindo, enquanto entrava no seu carro. — Ela deve ser muito rica! Viu o carro dela? Não é para o seu bico, meu caro! — Susan comentou logo que Nina se foi.Valentim não respondeu, limitou-se a comer o croissant à sua frente.Valentim ficou pensativo o tempo todo e Susan ficou decepcionada porque esperou tanto poder ficar a sós com ele, fora da emissora e vem uma deusa daquela e rouba a cena.Ela suspirou e também começou
Enquanto isso, Nina chegava ao condomínio luxuoso de Cinthia, sua amiga da faculdade.Cinthia ficou muito feliz com a sua chegada. Ainda era cedo, os pais da moça tomavam café da manhã.Nina entrou sem graça. Dava para perceber que os pais da amiga lhe olhavam desconfiados. — Vem Nina, vem!— Cinthia dizia puxando Nina pela mão. As duas subiram as escadas sob o olhar curioso dos pais de Cinthia. — Amiga, não quero incomodar!— Nina disse segurando as mãos de Cinthia quando sentavam à beira da cama.Cinthia suspirou e respondeu: — Desculpe pelos meus pais. Não me importo com o que falam do seu pai Nina! Você é minha amiga!Nina sorriu sem jeito e aceitou o abraço caloroso da amiga.Cinthia se afastou emocionada e tentou levantar o astral de Nina. — Não gosto de ver a minha amiga poderosa assim! O que vamos fazer hoje, hein?— ela disse animada.Nina ficou séria e começou a falar com expressão angelical. Essa era a sua especialidade. — Por que me acha poderosa, Cinthia? Por causa do