Luca chegou a estremecer quando viu Nina se aproximando com olhar desafiador, mas Salvatore não se alterou, pois não conhecia o lado negro da filha. — Com quem pretende me casar papá?— ela disse andando em volta do pai, pisando firme com o seu salto. — Com um homem belíssimo há?— Salvatore respondeu inocente. Nina parou diante do pai e cruzou os braços dizendo: — Mas eu não quero me casar com nenhum dos seus amigos mafiosos, papá!Salvatore se assustou com a ousadia da filha e fechou o semblante.Luca ficou apavorado e disse se inclinando para o patrão: — Don Salvatore, olha o coração por favor!Nina olhou para Luca e agradeceu por ele não falar em italiano. Ela sabia que quando um italiano residente fora de seu país estava nervoso, só conseguia falar sua língua e aquilo a deixava nervosa. Salvatore segurava no braço da poltrona, se controlando para não partir para cima da filha. Ela lhe tirava do sério com aquela afronta.Ela encarou o pai e depois se retirou com o semblante fe
Nina achou por bem se retirar daquele lugar e apenas sorriu para Valentim ao passar por sua mesa. Susan ficou boquiaberta com a ousadia daquela estranha. Valentim seguiu com o olhar os passos elegantes de Nina e quando virou-se para Susan, encontrou o ar de indignação estampado no rosto da moça. — Chega, isso pra mim foi demais!— ela disse se levantando. Valentim a fez sentar segurando o seu braço, mas os olhos estavam lá fora, presos a magia que vinha da moça mais doce que pensou existir. Susan sentou-se olhando na direção dos olhos de Valentim e viu Nina lhe sorrindo, enquanto entrava no seu carro. — Ela deve ser muito rica! Viu o carro dela? Não é para o seu bico, meu caro! — Susan comentou logo que Nina se foi.Valentim não respondeu, limitou-se a comer o croissant à sua frente.Valentim ficou pensativo o tempo todo e Susan ficou decepcionada porque esperou tanto poder ficar a sós com ele, fora da emissora e vem uma deusa daquela e rouba a cena.Ela suspirou e também começou
Enquanto isso, Nina chegava ao condomínio luxuoso de Cinthia, sua amiga da faculdade.Cinthia ficou muito feliz com a sua chegada. Ainda era cedo, os pais da moça tomavam café da manhã.Nina entrou sem graça. Dava para perceber que os pais da amiga lhe olhavam desconfiados. — Vem Nina, vem!— Cinthia dizia puxando Nina pela mão. As duas subiram as escadas sob o olhar curioso dos pais de Cinthia. — Amiga, não quero incomodar!— Nina disse segurando as mãos de Cinthia quando sentavam à beira da cama.Cinthia suspirou e respondeu: — Desculpe pelos meus pais. Não me importo com o que falam do seu pai Nina! Você é minha amiga!Nina sorriu sem jeito e aceitou o abraço caloroso da amiga.Cinthia se afastou emocionada e tentou levantar o astral de Nina. — Não gosto de ver a minha amiga poderosa assim! O que vamos fazer hoje, hein?— ela disse animada.Nina ficou séria e começou a falar com expressão angelical. Essa era a sua especialidade. — Por que me acha poderosa, Cinthia? Por causa do
Cinthia ajeitou o cabelo por trás da orelha e respondeu olhando para os lados, sem encarar a amiga: — É o seu amado quem diz! Se você o ama mesmo assim, sabe que ele não está errado. Nina apertou os olhos enfurecida, mas teve que escutar a amiga continuar, agora lhe encarando: — Muitas pessoas falam, Nina. Eu escuto isso há muito tempo! Eu sou sua amiga. Não falo desse assunto para não lhe magoar e porque sei que você não tem nada haver com essa situação em que o seu pai vive.Nina suspirou olhando em volta antes de falar: — Papá é um homem trabalhador até onde eu sei.Cinthia sorriu e meneou a cabeça, mas antes que Nina dissesse algo, um belo homem entrou naquele lugar.As duas ficaram o olhando admiradas com a sua elegância. — Meu Deus, ele é lindo mesmo Nina!— Cinthia disse levando a mão ao peito.Nina não disse nada, limitou-se a olhar para o seu amado suspirando. Valentim logo foi recebido gentilmente pelo garçom que parecia já conhecê-lo há tempos.Ele virou o rosto enquan
Valentim abotoou a camisa, depois a passou por dentro da calça e se olhou no espelho. Estava nervoso e impaciente. Nina estava desolada. Acabou de se vestir, sem tirar os olhos do chão. — Vamos, eu vou te deixar em casa!— Valentim falava como se Nina fosse uma adolescente. Ela passou por ele irritada falando: — Não quero sua carona! Não quero mais lhe ver!Valentim a segurou pelos braços com força a fazendo voltar-se para ele.Os olhos de Nina estavam cheios de ódio, mas não resistiu, quando foi beijada com força e o seu corpo lhe traiu no mesmo instante em que Valentim abaixou a alça de seu vestido e deslizou os lábios quentes pelo seu pescoço, em seguida as suas mãos já tocavam os seus seios com tanta intimidade, como se ela já lhe pertencesse há muito tempo, o que era de fato. Nina tinha um sorriso no rosto, vendo que Valentim não resistia ao seu corpo sedento. A sua boca quase gritou as paredes o quanto o desejava. As pernas fraquejaram denunciando o seu desejo. Estava pronta
Nina deixou-se cair no leito e se esforçou para não chorar.Decidiu ser forte com Valentim, como na sua vida. Ele seria dela de qualquer jeito, mesmo que fosse a força. Nina se olhou no espelho e não gostou do que viu. Estava abatida, os olhos inchados, não se reconhecia. Deitou-se e dormiu. Giulia foi acordá-la para ir à faculdade, mas ela não quis se levantar. Giulia sentou-se à beira da cama e disse apreensiva: — Espero que tu perdoe a tua nonna por ter-te colocado nesta situação, viu Nina! Má io non conseguiria viver com tuo ódio!Nina se virou para falar a avó se esforçando para sorrir: — Não se preocupe, eu não vou casar mesmo!Giulia ergueu as sobrancelhas incrédula dizendo: — Ma io non estou acreditando nisso, han! Non vai enfrentar tuo padre pelo amor de Dio!Nina virou-se novamente de costas para a avó e fechou os olhos. — Deixe-me dormir nonna! Só quero ficar sozinha. Giulia levantou meneando a cabeça angustiada. — Ma io já estou me arrependo, han!— ela disse indo n
Nina passou o dia como uma garota obediente, escolheu um vestido novo e mandou chamar uma equipe para lhe arrumar o cabelo e as unhas.À noite, ela estava maravilhosa quando desceu as escadas e avistou um homem de terno ao lado de seu pai.O homem podia ser pelo menos vinte anos mais velho que Nina. Ele tinha boa aparência e fumava um charuto, o que lhe desagradou imediatamente. Mesmo assim, Nina sorriu, ele poderia ser um príncipe, mas ela já havia escolhido o homem com quem se casaria. Salvatore estava encantado com o seu futuro genro, pois o homem era muito influente e só tinha a somar. — Filha, este é George Galdino, um rapaz muito especial! Eu faria muito gosto em dar a sua mão para ele— Salvatore disse empolgado. Nina sorriu, fingindo estar de acordo, mas estava atenta aos detalhes. Aquele homem não devia falar italiano, por isso o seu pai estava a falar bem o português para agradá-lo. Ela desceu as escadas e estendeu a mão para o seu pretendente. — Encantado!— George diss
Depois de se livrar do primeiro candidato mafioso a marido, Nina seguiu com o seu plano.Logo cedo, quando ainda estava escuro, saiu com Luca pelo portão secreto e entraram no furgão preto.Luca dirigia nervoso por uma estrada de barro nos arredores da cidade. — Está com medinho, Luca?— Nina brincou.Luca remexeu os ombros e respondeu sem tirar os olhos da estrada: — Ma io non estou com medo, io só penso em tuo padre!Nina suspirou e riu enquanto olhava a paisagem, alheia a preocupação do homem. — Pelo que vejo, o lugar deve ser perfeito! Longe de tudo e de todos!— ela disse satisfeita. Luca estacionou o carro em frente a um casebre, que parecia perdido no meio do mato, Nina imaginou que o lugar estivesse em péssimo estado e desceu do carro apressada se queixando: — Luca, não pense que vou trazer o meu Valentim para um lugar desse, sem nenhum conforto! O Homem riu e deu a volta no carro indo abrir a casa.Quando a porta se abriu, parecia que estavam em outro lugar.A casa por d