Luca chegou a estremecer quando viu Nina se aproximando com olhar desafiador, mas Salvatore não se alterou, pois não conhecia o lado negro da filha.
— Com quem pretende me casar papá?— ela disse andando em volta do pai, pisando firme com o seu salto. — Com um homem belíssimo há?— Salvatore respondeu inocente.Nina parou diante do pai e cruzou os braços dizendo: — Mas eu não quero me casar com nenhum dos seus amigos mafiosos, papá!Salvatore se assustou com a ousadia da filha e fechou o semblante.Luca ficou apavorado e disse se inclinando para o patrão: — Don Salvatore, olha o coração por favor!Nina olhou para Luca e agradeceu por ele não falar em italiano. Ela sabia que quando um italiano residente fora de seu país estava nervoso, só conseguia falar sua língua e aquilo a deixava nervosa.Salvatore segurava no braço da poltrona, se controlando para não partir para cima da filha. Ela lhe tirava do sério com aquela afronta.Ela encarou o pai e depois se retirou com o semblante fechado.Salvatore conseguiu tomar o fôlego e começou a falar: — Viu Luca? Nem parece a minha bambina! Preciso lhe casar logo! Passou do tempo! Minha sogra tem razão!Luca baixou a cabeça. Ele estava preocupado com o futuro de Nina, pois ele sabia de coisas que Salvatore não podia nem sonhar.Ele deu um passo para trás e Salvatore se levantou falando sem parar: — Me deixe só Luca! Preciso pensar. Preciso escolher um pretendente pulso firme para essa menina!Luca ergueu os olhos assustados para o patrão e ficou boquiaberto. Ele sabia que Nina não se deixaria dominar por mafioso nenhum. Se pudesse confessar a quem ela se renderia, perderia a língua.Luca saiu cabisbaixo apertando os lábios preocupado.A noite, quando Nina saia no seu carro para a faculdade, ele parou diante do grande portão de ferro da mansão e a fez baixar o vidro do carro para lhe ouvir falar: — Não pode enfrentar o seu pai Nina! Ele vai te casar de qualquer jeito, você o conhece bem.Nina riu irônica antes de responder: — Sim Luca, eu o conheço bem, ele é que não me conhece bem!Luca se afastou e Nina deu partida no seu carro deixando o homem desolado.Ao invés de dirigir sentido a faculdade, Nina foi na direção da emissora de televisão onde Valentim trabalhava.Ficou com o carro parado, esperando ele sair. Viu quando o carro dele saiu seguido de outro.Ela foi atrás curiosa. Pretendia descobrir onde ele morava.Viu quando ele estacionou o carro na frente de um café e entregou a chave do carro a um manobrista. Logo em seguida uma moça fez o mesmo e os dois entraram juntos.Nina ficou arrasada. — É o meu Valentim!— disse em meio às lágrimas. Não gostava de se sentir frágil, mas aquele homem lhe deixava assim. Ele parecia exercer um certo poder sobre ela.Nina ficou um tempo espiando, mas os dois conversavam animadamente e pareciam não ter mesmo pressa para sair dali.Nina começou a ficar impaciente e ouviu o som de buzinas atrás do seu veículo. Um manobrista se aproximou e ela preferiu sair do carro e entregar-lhe a chave.Ela se viu na frente da porta de vidro, paralisada, sem saber como iria entrar ali e chamar a atenção de Valentim.Na verdade, nem precisou. Ele saiu apressado do café, pois havia esquecido o celular no carro.Quando ele surgiu na sua frente, esperando que lhe desse passagem, ela sorriu sem graça. O coração batia tão forte que pensou que todos podiam ouví-lo.Valentim ficou parado na frente de Nina, mesmo depois que ela se afastou para que ele passasse.Ele sorriu simpático e ela se derreteu. " Meu Deus, ele era mais bonito pessoalmente que na televisão!"— Nina pensou segurando o peito. Valentim parecia um típico italiano. Moreno alto, cabelos negros, olhos misteriosos também escuros e tinha a boca mais perfeita que Nina já vira. Ela estava encantada.Ele piscou algumas vezes, pois também ficou surpreso com a sua elegância. Nina parecia uma executiva, ao mesmo tempo, tão doce e meiga.Valentim enxergava a moça com os olhos. Bem vestida, os cabelos bem claros, chegando ao tom de loiro e os olhos castanhos bem claros, ela parecia muito doce.Valentim fez um cálculo rápido e deduziu que ela pertencesse a uma família muito rica, a julgar pelas jóias delicadas que usava e seus gestos finos. Sim, ela devia morar próximo dali e claro, ali só haviam mansões, o próprio Salvatore morava naquele bairro, ele bem sabia.Valentim não comentou muito sobre o ocorrido no seu programa de TV. Vontade não lhe faltou para acusar Salvatore, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi discreto, apenas disse que sofreu uma tentativa de assalto, como noticiou o jornal que Salvatore leu.Valentim piscou algumas vezes e se afastou sem graça, tinha receio de estar constrangendo a moça com sua admiração extrema.Nina suspirou e seguiu Valentim com o olhar enquanto ele seguia para o seu carro.Ela ficou parada na frente do café até que ele voltou.Valentim lhe sorriu assim que voltou com o celular na mão e percebeu que ela ainda estava no mesmo lugar.Ele entrou e Nina seguiu atrás.Ela cruzou o olhar com o de Susan e ficou sem graça. Um garçom veio recebê-la e a acompanhou até uma mesa de canto.Valentim olhava para ela de vez em quando, como se não pudesse perdê-la de vista nunca mais.Susan olhou para os dois e disse sem graça: — Valentim, eu estou aqui!Ele piscou algumas vezes e sorriu, desviando o olhar de Nina. — Está deslumbrado pela patricinha?— Susan disse irônica.Valentim não disse nada e um garçom se aproximou deles trazendo dois cafés.Susan olhou para Nina que tentava em vão disfarçar o seu deslumbramento pelo amor da sua vida." Meu Deus, ele é tão lindo!"— ela pensava, enquanto saboreava o seu café.Valentim também estava confuso, ali com a colega que ele imaginava que se interessava por ele e ao mesmo tempo, não conseguia tirar os olhos da mulher mais atraente que os seus olhos já viram. Ela parecia lhe atrair como se fosse um canto de sereia, era mais forte do que ele.Nina achou por bem se retirar daquele lugar e apenas sorriu para Valentim ao passar por sua mesa. Susan ficou boquiaberta com a ousadia daquela estranha. Valentim seguiu com o olhar os passos elegantes de Nina e quando virou-se para Susan, encontrou o ar de indignação estampado no rosto da moça. — Chega, isso pra mim foi demais!— ela disse se levantando. Valentim a fez sentar segurando o seu braço, mas os olhos estavam lá fora, presos a magia que vinha da moça mais doce que pensou existir. Susan sentou-se olhando na direção dos olhos de Valentim e viu Nina lhe sorrindo, enquanto entrava no seu carro. — Ela deve ser muito rica! Viu o carro dela? Não é para o seu bico, meu caro! — Susan comentou logo que Nina se foi.Valentim não respondeu, limitou-se a comer o croissant à sua frente.Valentim ficou pensativo o tempo todo e Susan ficou decepcionada porque esperou tanto poder ficar a sós com ele, fora da emissora e vem uma deusa daquela e rouba a cena.Ela suspirou e também começou
Enquanto isso, Nina chegava ao condomínio luxuoso de Cinthia, sua amiga da faculdade.Cinthia ficou muito feliz com a sua chegada. Ainda era cedo, os pais da moça tomavam café da manhã.Nina entrou sem graça. Dava para perceber que os pais da amiga lhe olhavam desconfiados. — Vem Nina, vem!— Cinthia dizia puxando Nina pela mão. As duas subiram as escadas sob o olhar curioso dos pais de Cinthia. — Amiga, não quero incomodar!— Nina disse segurando as mãos de Cinthia quando sentavam à beira da cama.Cinthia suspirou e respondeu: — Desculpe pelos meus pais. Não me importo com o que falam do seu pai Nina! Você é minha amiga!Nina sorriu sem jeito e aceitou o abraço caloroso da amiga.Cinthia se afastou emocionada e tentou levantar o astral de Nina. — Não gosto de ver a minha amiga poderosa assim! O que vamos fazer hoje, hein?— ela disse animada.Nina ficou séria e começou a falar com expressão angelical. Essa era a sua especialidade. — Por que me acha poderosa, Cinthia? Por causa do
Cinthia ajeitou o cabelo por trás da orelha e respondeu olhando para os lados, sem encarar a amiga: — É o seu amado quem diz! Se você o ama mesmo assim, sabe que ele não está errado. Nina apertou os olhos enfurecida, mas teve que escutar a amiga continuar, agora lhe encarando: — Muitas pessoas falam, Nina. Eu escuto isso há muito tempo! Eu sou sua amiga. Não falo desse assunto para não lhe magoar e porque sei que você não tem nada haver com essa situação em que o seu pai vive.Nina suspirou olhando em volta antes de falar: — Papá é um homem trabalhador até onde eu sei.Cinthia sorriu e meneou a cabeça, mas antes que Nina dissesse algo, um belo homem entrou naquele lugar.As duas ficaram o olhando admiradas com a sua elegância. — Meu Deus, ele é lindo mesmo Nina!— Cinthia disse levando a mão ao peito.Nina não disse nada, limitou-se a olhar para o seu amado suspirando. Valentim logo foi recebido gentilmente pelo garçom que parecia já conhecê-lo há tempos.Ele virou o rosto enquan
Valentim abotoou a camisa, depois a passou por dentro da calça e se olhou no espelho. Estava nervoso e impaciente. Nina estava desolada. Acabou de se vestir, sem tirar os olhos do chão. — Vamos, eu vou te deixar em casa!— Valentim falava como se Nina fosse uma adolescente. Ela passou por ele irritada falando: — Não quero sua carona! Não quero mais lhe ver!Valentim a segurou pelos braços com força a fazendo voltar-se para ele.Os olhos de Nina estavam cheios de ódio, mas não resistiu, quando foi beijada com força e o seu corpo lhe traiu no mesmo instante em que Valentim abaixou a alça de seu vestido e deslizou os lábios quentes pelo seu pescoço, em seguida as suas mãos já tocavam os seus seios com tanta intimidade, como se ela já lhe pertencesse há muito tempo, o que era de fato. Nina tinha um sorriso no rosto, vendo que Valentim não resistia ao seu corpo sedento. A sua boca quase gritou as paredes o quanto o desejava. As pernas fraquejaram denunciando o seu desejo. Estava pronta
Nina deixou-se cair no leito e se esforçou para não chorar.Decidiu ser forte com Valentim, como na sua vida. Ele seria dela de qualquer jeito, mesmo que fosse a força. Nina se olhou no espelho e não gostou do que viu. Estava abatida, os olhos inchados, não se reconhecia. Deitou-se e dormiu. Giulia foi acordá-la para ir à faculdade, mas ela não quis se levantar. Giulia sentou-se à beira da cama e disse apreensiva: — Espero que tu perdoe a tua nonna por ter-te colocado nesta situação, viu Nina! Má io non conseguiria viver com tuo ódio!Nina se virou para falar a avó se esforçando para sorrir: — Não se preocupe, eu não vou casar mesmo!Giulia ergueu as sobrancelhas incrédula dizendo: — Ma io non estou acreditando nisso, han! Non vai enfrentar tuo padre pelo amor de Dio!Nina virou-se novamente de costas para a avó e fechou os olhos. — Deixe-me dormir nonna! Só quero ficar sozinha. Giulia levantou meneando a cabeça angustiada. — Ma io já estou me arrependo, han!— ela disse indo n
Nina passou o dia como uma garota obediente, escolheu um vestido novo e mandou chamar uma equipe para lhe arrumar o cabelo e as unhas.À noite, ela estava maravilhosa quando desceu as escadas e avistou um homem de terno ao lado de seu pai.O homem podia ser pelo menos vinte anos mais velho que Nina. Ele tinha boa aparência e fumava um charuto, o que lhe desagradou imediatamente. Mesmo assim, Nina sorriu, ele poderia ser um príncipe, mas ela já havia escolhido o homem com quem se casaria. Salvatore estava encantado com o seu futuro genro, pois o homem era muito influente e só tinha a somar. — Filha, este é George Galdino, um rapaz muito especial! Eu faria muito gosto em dar a sua mão para ele— Salvatore disse empolgado. Nina sorriu, fingindo estar de acordo, mas estava atenta aos detalhes. Aquele homem não devia falar italiano, por isso o seu pai estava a falar bem o português para agradá-lo. Ela desceu as escadas e estendeu a mão para o seu pretendente. — Encantado!— George diss
Depois de se livrar do primeiro candidato mafioso a marido, Nina seguiu com o seu plano.Logo cedo, quando ainda estava escuro, saiu com Luca pelo portão secreto e entraram no furgão preto.Luca dirigia nervoso por uma estrada de barro nos arredores da cidade. — Está com medinho, Luca?— Nina brincou.Luca remexeu os ombros e respondeu sem tirar os olhos da estrada: — Ma io non estou com medo, io só penso em tuo padre!Nina suspirou e riu enquanto olhava a paisagem, alheia a preocupação do homem. — Pelo que vejo, o lugar deve ser perfeito! Longe de tudo e de todos!— ela disse satisfeita. Luca estacionou o carro em frente a um casebre, que parecia perdido no meio do mato, Nina imaginou que o lugar estivesse em péssimo estado e desceu do carro apressada se queixando: — Luca, não pense que vou trazer o meu Valentim para um lugar desse, sem nenhum conforto! O Homem riu e deu a volta no carro indo abrir a casa.Quando a porta se abriu, parecia que estavam em outro lugar.A casa por d
Nina sorriu e caminhou em passos lentos até chegar bem perto de Valentim para falar ao seu ouvido: — Gostou da surpresa?Valentim apertou os olhos e fez uma careta, expressando confusão. — Não gosta de mulher madura e poderosa? Então, eis-me aqui!— Nina disse passando o dedo indicador pelo queixo de Valentim num gesto sedutor.O rapaz engoliu em seco, depois examinou a sua sequestradora cuidadosamente e sorriu malicioso. — Assim está bem melhor! — ele disse.Nina mordeu os lábios e ficou de pé sobre a cama, deixando Valentim assustado, espremido entre as suas pernas. — Por que está fazendo isso comigo?— ele indagou olhando para cima, assim podia visualizar a minúscula lingerie preta de renda que Nina usava por baixo do vestido que subia pelo movimento das pernas dela. Nina olhou para baixo, concluindo que Valentim observava a sua intimidade descaradamente e sorriu vitoriosa. — Vai me resistir agora?— ela quis saber.Valentim tentou em vão avançar para frente, mas as cordas já