Capítulo 10°

Enquanto isso, Nina chegava ao condomínio luxuoso de Cinthia, sua amiga da faculdade.

Cinthia ficou muito feliz com a sua chegada. Ainda era cedo, os pais da moça tomavam café da manhã.

Nina entrou sem graça. Dava para perceber que os pais da amiga lhe olhavam desconfiados.

— Vem Nina, vem!— Cinthia dizia puxando Nina pela mão.

As duas subiram as escadas sob o olhar curioso dos pais de Cinthia.

— Amiga, não quero incomodar!— Nina disse segurando as mãos de Cinthia quando sentavam à beira da cama.

Cinthia suspirou e respondeu:

— Desculpe pelos meus pais. Não me importo com o que falam do seu pai Nina! Você é minha amiga!

Nina sorriu sem jeito e aceitou o abraço caloroso da amiga.

Cinthia se afastou emocionada e tentou levantar o astral de Nina.

— Não gosto de ver a minha amiga poderosa assim! O que vamos fazer hoje, hein?— ela disse animada.

Nina ficou séria e começou a falar com expressão angelical. Essa era a sua especialidade.

— Por que me acha poderosa, Cinthia? Por causa do que falam do meu pai?

Nina suspirou, percebendo que deixou Cinthia sem graça e continuou:

— Eu nunca soube dessas coisas lá em casa. Somos uma família como qualquer outra!

Cinthia mordeu os lábios meio sem graça e disse:

— É que, aquele repórter Valentim…

Nina a interrompeu:

— Eu o amo!— ela disse de súbito assustando a amiga.

As duas ficaram se olhando por um tempo, depois explodiram sorrindo e se abraçaram.

Cinthia estava radiante, falava pelos cotovelos:

— Meu Deus! Parece filme! Você é apaixonada pelo inimigo do seu pai! Incrível Nina! Estou amando essa história!

Nina olhou a amiga falando, andando pelo quarto e se contagiou. Levantou-se e segurou as duas mãos da moça fazendo-a parar para ouvi-la.

— Eu quero conquistá-lo! Me ajuda!

Cinthia ficou estática por uns longos segundos depois abraçou Nina dizendo:

— Eu vou te ajudar amiga, venha comigo.

Nina fechou os olhos e sorriu. Apesar do seu jeito peralta e perigoso, parecia ali alguém que Cinthia não conhecia. Uma jovem apaixonada e assustada com a possibilidade de não poder viver aquele amor proibido.

Cinthia se afastou curiosa.

— O que está aprontando?— ela quis saber.

Nina se animou e expôs o seu plano:

— Preciso me aproximar dele sem que ele saiba quem eu sou, ou seja, de quem eu sou filha.

Cinthia sorriu e saiu em direção ao seu closet falando:

— Vou me trocar e vamos armar tudo de forma que ele não descubra, deixa comigo!

Nina sentou-se novamente à beira da cama e pôs-se a esperar de pernas cruzadas, balançando nervosamente. Cinthia parecia demorar muito.

Finalmente a amiga chegou e já estava pronta. As duas saíram a sussurrar, animadas a fazer planos.

Desceram as escadas sorridentes e viram que os pais de Cinthia estavam na sala as encarando.

— Para onde vai a essa hora?— o homem indagou seco.

Cinthia franziu a testa, pois o pai nunca se importou com as suas saídas, ainda mais sendo de dia.

Ela percebeu que a mãe estava tensa apertando as mãos.

— Vou sair com a minha amiga!— Cinthia disse nervosa.

O homem engoliu em seco, sem tirar os olhos de Nina.

As duas saíram pela porta da frente e foram em direção ao carro de Nina.

— Eu vou com o meu carro Nina! Vai que você sai com o seu príncipe.

Nina sorriu e disse:

— Ele trabalha amiga. É um homem sério e não vou cruzar com ele numa balada.

Cinthia deu de ombros e entrou no carro.

O carro de Nina estacionou num lugar seguro e as duas saíram na direção da emissora.

— Por onde vamos começar?— Cinthia indagava tentando acompanhar os passos largos de Nina.

— Primeiro preciso descobrir onde ele almoça!— Nina disse andando em passos firmes na direção de um restaurante ali próximo.

— Mas o programa dele é só a tarde Nina!— Cinthia argumentou ofegante.

Nina parou de andar, virando-se para responder a amiga:

— Se ele mora sozinho, primeiro passa aqui perto, almoça e vai para o camarim se aprontar.

Cinthia piscou algumas vezes, surpresa com a destreza da amiga.

— Depois você pergunta porque te acho poderosa!— ela disse assustada.

Nina sorriu e virou-se, voltando a caminhar no mesmo sentido de antes.

— Mas é cedo para ele almoçar, não acha?— Cinthia voltou a falar ofegante, enquanto caminhava atrás de Nina.

— Só vou tirar informações!— Nina respondeu impaciente.

Cinthia parou na porta do estabelecimento e ficou observando Nina conversar com um funcionário que estava na porta. Esperou ela voltar para falar:

— Pelo sorriso, descobriu algo interessante!

Nina continuou andando sorrindo.

— Ele almoça aqui! — ela disse satisfeita.

Cinthia andava atrás, ofegante.

— Vamos para onde agora?— ela quis saber.

— Esperar dar o horário!— Nina disse séria olhando para frente, indiferente à ansiedade da amiga.

As duas atravessaram a rua e visitaram algumas lojas de roupas e perfumaria.

Voltaram ao carro para guardar as compras.

— Você não comprou nada amiga. Está mesmo focada!— Cinthia disse colocando as sacolas no banco traseiro.

Nina estava séria, enquanto caminhava, parecia estar saindo numa das suas missões, às escondidas do pai para descobrir os seus movimentos e muitas vezes para salvá-lo explodindo galpões.

Cinthia estava assustada.

— Você está tão séria amiga, parece pronta para matar!— Cinthia disse tentando descontrair, mas a voz saiu trêmula.

Nina olhou para trás e deu um sorriso frio, depois continuou caminhando na direção do restaurante.

— Como fez para descobrir que Valentim almoça aqui?— Cinthia indagou sentando-se à mesa.

— Perguntei se o pessoal da emissora almoça aqui!— Nina respondeu arrumando o guardanapo no colo.

Os olhos de Cinthia brilharam e ela comentou admirada:

— Você é poderosa mesmo, como o seu pai!

Nina ergueu os olhos para olhar a amiga com expressão de espanto, como se achasse que foi descoberta.

Cinthia sorriu envergonhada e começou a se justificar tropeçando nas palavras:

— Me perdoe, não foi isso que quis dizer! Bem, eu sei que você é diferente do seu pai.

Nina ergueu as sobrancelhas e sorriu sem jeito, depois suspirou olhando em volta, como se quisesse se certificar de que não estava sendo ouvida além da amiga.

— Acredita mesmo que o meu pai seja um mafioso?— ela quis saber.

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