Nina chorou o seu pranto trancada no seu quarto, enquanto Valentim foi para o seu apartamento onde encontrou o ombro amigo da mãe. Francesca estava desolada com a descoberta do filho. Amava a neta e temia que Nina fosse embora do país com a pequenina. No dia seguinte, Jane acordou cedo para preparar o desjejum com Rita e pôs-se a desabafar: — Octávio falou para eu passar a dormir no seu quarto, como sua amante, claro! — E está se queixando de que? Vai ser madame, ao menos na cama!— Rita ironizou. Jane estava inquieta e ignorava as brincadeiras da colega. — Ele disse que não vai me tocar para não machucar o bebê! Rita desatou a rir. Octávio desceu um tempo depois e franziu a testa ao ver Jane lhe servindo. Ele fechou o semblante e apontou uma cadeira do seu lado enquanto dizia: — Sente-se aqui do meu lado, Jane! Deixei claro que você não é mais empregada desta casa! Jane ficou sem jeito e obedeceu. — Rita, arrume outra
Algum tempo se passou e Gabriel era a alegria da casa de Octávio que vivia mais presente e recusava alguns negócios escusos. Aparentemente, ele se afastava gradativamente dos caminhos tortos. — Parece que Octávio está tentando deixar a vida do crime! — Luizão comentava na mesa de jantar. — A mim parece um milagre! — Susan disse não muito convencida. Sophia suspirou pensativa. — Ele está mudando pelo seu filho, tentando diminuir as dores do seu passado. — Calma mãe! Vai chegar a sua hora! — Luizão disse carinhoso, tocando as mãos de Sophia. Susan levantou-se e foi pegar o filho Frederico dos braços da babá, deixando mãe e filho mais à vontade. — Ele nunca vai me perdoar, não é Luiz Henrique?— Sophia disse tristonha. Luizão olhou penalizado para a mãe e falou com voz embargada: — Estarei sempre aqui mãe! Eu sei que não lhe basto. Tem um vazio no seu coração que pertence ao meu irmão. Sophia baixou a cabeça e desabafou: — Eu perdi a i
Jane obedeceu e passou pela copa correndo. Rita riu achando graça. — Sei não, viu! Eu bem que avisei! Jane voltou um tempo depois, ajeitando o vestido e Octávio a olhou de rabo de olho. — O que lhe falta? Não a faço feliz?— ele quis saber. Jane se ajeitou na cadeira e não respondeu. Octávio respirou fundo e soltou os talheres calmamente antes de falar: — Sei que não pode se aborrecer, pois a Rita já me falou que o seu leite pode secar! Rita olhou na direção da cozinha ao ouvir o nome da colega. Rita tem sido um anjo. Devia a ela os paparicos de Octávio. — Eu faço o que quiser, é só pedir! — Octávio insistiu. Jane começou a comer em silêncio. Na verdade, nem sabia porque estava tão insatisfeita. Sempre soube que Octávio nunca se casaria com ela. Sempre pensou em ficar do seu lado evitando que ele se casasse com outra, mas no dia em que ele trouxe Nina, há um tempo atrás, lhe deixou insegura. E se ele quisesse criar o seu filho com outra m
Valentim chegou em casa e caiu num pranto, deixando a mãe preocupada. — Meu filho! Aconteceu alguma coisa? Meu Deus, que desespero é esse? — Ela vai embora, mãe! Ela vai me deixar pra sempre!— Valentim dizia entre soluços. Francesca também ficou em pânico com a possibilidade de ficar longe da neta. — Não Valentin! Nina prometeu que não separaria Valentina de você! Valentim secou as lágrimas desajeitadamente e declarou sua decisão: — Vou pedi-la em casamento, mãe! Se ela prometer deixar essa vida de bandida eu passo uma borracha no passado! Francesca deu um sorriso largo. — Isso é esplêndido meu filho! Sei que está fazendo isso pela sua filha, mas eu… Valentim interrompeu a mãe falando desesperadamente: — Eu a amo, mãe! Eu a quero, é isso! Ela abriu mão da nossa filha! Vou fazer isso por amor! Francesca estava chocada. — Eu sempre soube, meu filho! — Acha que existe a possibilidade de Nina me recusar?— Valentim indagou insegu
Jane abriu a porta do quarto ao lado e Octávio estava na sacada, pensativo de costas. — Preciso falar com você Octávio! — ela anunciou aflita. Octávio virou-se calmamente e ainda tinha o olhar perdido. — Venha Jane! — Eu não estou mais suportando essa situação— ela se queixou obedecendo. Jane já estava muito perto e Octávio apenas a fez sentar no seu colo, puxando-a sem delicadeza. — Eu..— ela tentou falar. — Quer o meu amor, não é?— Ele falava sedutor. — Eu…— foi apenas o que ela conseguiu falar antes de ser beijada. As mãos de Octávio deslizam rapidamente para debaixo do vestido usando o decote como porta. Jane suspirou impaciente, buscando forças para resistir, mas depois de tantos meses sem ser tocada, era impossível resistir às investidas do homem amado. Octávio levantou de repente e tomou Jane nos braços, carregando até a cama o seu corpo sedento. Jane pronunciava o nome de Octávio na esperança de iniciar um diálogo, mas
Jane e Octávio estavam cada vez mais unidos. Ele não dizia que a amava, mas a tratava com carinho, respeito e claro, mantinham o fogo na cama. — Menina, como você está bonita!— Rita tinha as mãos no rosto e transbordava de satisfação ao ver a amiga bem vestida e maquiada. — Octávio vai me levar para jantar amiga! Ele está tão diferente! Estou tão feliz!— Jane desabafava exibindo um vestido longo com pedras brilhantes. — Meu Deus! Até jóias caras você está usando! — Rita observou surpresa. Jane tocou com delicadeza o colar riquíssimo que valorizava o seu traje luxuoso. — Menina! Você merece tudo isso!— Rita estava extasiada enquanto descobria cada detalhe no vestuário da amiga. Jane olhou para o alto da escada e disse animada: — Gabriel está com a babá, mas preciso que dê uma olhadinha nele, por favor! Eu nunca saí nesse horário. Nunca o deixei para sair sozinha com Octavio! — Amiga, você nunca saiu sozinha com o patrão! — Rita lembrou. Jane fico
Alguns dias passaram e as coisas pareciam tranquilas. Nina foi junto com Valentim levar Luca, Gioconda, Giulia e Francesca ao aeroporto. — Não se preocupe com a sua mãe, Valentim! Ela vai ficar conosco o tempo que quiser na nossa casa! Luca havia comprado uma mansão na sua cidade na Itália e Francesca ainda não sabia onde iria ficar. Tinha só a família do marido viva e espalhada pelo país. Valentim dizia sempre que a mãe logo estaria de volta, pois sua família havia se dissipado, há muitos anos atrás, então depois que matasse a saudade da sua terra ela retornaria. Ele ansiava por isso. Até não quis alugar o seu apartamento. — Eu te espero, mãe! Duvido que consiga viver longe de mim!— ele brincou. — Deixa eu tentar, Valentim! Pelo amor de Deus, deixa eu tentar! — Francesca disse nervosa e chorosa. Giulia olhou para Valentina e se emocionou. — Como que faz para viver longe de uma fofura dessa, han! Valentina se jogou nos braços da bisa
Luizão dirigiu desesperado levando consigo Jane, Gabriel e a babá do menino. Chegaram ao hospital e encontraram Sophia abatida acalentada por sua enfermeira. Os olhos de Sophia pousaram sobre Gabriel e se emocionaram. — Esse é o meu neto, não é Luiz Henrique? Se parece com o meu menino! Luizão também se emocionou e Jane pegou o filho dos braços de Tília e o levou para perto da sogra. Sophia olhou para Jane agradecida e estendeu os braços para tocar o neto. O menino se espreguiçou causando um burburinho. — Ele é lindo, não é?— Sophia falava olhando para todos. — É sim mãe — Luizão concordou espalhando as lágrimas teimosas que escorriam pelo seu rosto. Jane acariciou os cabelos finos de Sophia e disse carinhosa: — Minha sogra, não se preocupe, eu prometo trazer o seu filho de volta! — Você promete? Promete trazer o meu menino de volta?— Quem falava era o coração de mãe desesperado de Sophia. Jane ficou um tempo falando sobre Octávio e Sophia foi se animando. Ouvir alguém