LiliSete anos depois...— Quando sairmos daqui vamos para bem longe de todos. E vamos ser garçonetes. — Ela ri. — Vamos alugar uma casinha, pagar os nossos estudos e ficar muito ricas. Depois, vamos comprar uma casa na praia e quem sabe eu encontro um macho alfa para me casar?— Macho alfa? Meu Deus, Alice, o que você tem na cabeça?! — O som da sua risada se espalha no ar. Ela é bem contagiante e me faz rir também. Contudo, ela deita a sua cabeça no meu colo e fica séria em seguida. — Eu nunca vou te abandonar. Seremos amigas para sempre.— Como irmãs. — Completo.— Velhinhas e caquéticas. — Mais risadas.Eu conquistei tudo o que você queria, amiga. Me formei, comprei uma casa na praia e exatamente agora tem um macho alfa brincando com os nossos filhos na areia molhada. Jamais me esquecerei de você, Alice, tão pouco das suas loucuras, do som da sua risada, das suas travessuras.E falando em travessuras. Elas me levaram a ele.Eu sei que prometi vingança e arrancar aquele troço no me
A campainha começa a tocar no momento que eu chego no centro da minha sala de visitas. Largo a mochila de Alice em cima do sofá e vou atender a porta no mesmo instante, e para a minha surpresa encontro o Dante Travel em pé no corredor do hotel. Contudo, o homem me lança um olhar indecifrável que me inquieta.— Dante? — questiono, porém, ele faz um movimento inesperado aproximando-se e me puxa bruscamente para perto do seu corpo. Inevitavelmente ofego e me pergunto por que estou permitindo isso, mas não contrato, até porque os seus lábios tocam os meus famintos, devoradores, me tirando a capacidade de pensar, de falar qualquer coisa. No entanto, me pego segurando firme em seus ombros, apertando-os com força, sentindo cada músculo rígido por cima do terno caro e permito que a sua língua invada a minha boca, iniciando um duelo gostoso com a minha. É como uma dança sensual, possessiva e quente. Imediatamente o seu corpo começa a se movimentar com uma agilidade incrível e eu escuto a porta
Lili.Dezessete anos antes...Morar em um internato não é algo confortável principalmente para uma criança que conheceu de perto o calor dos seus familiares e você deve estar se perguntando como eu vim parar nesse lugar. Bom, o meu fim não foi diferente de muitas dessas garotas que vieram parar aqui. Para começar a minha história, eu perdi a minha mãe em um grave acidente de carro quando tinha apenas dois anos de idade e por um bom tempo éramos apenas o meu pai e eu vivendo em perfeita harmonia, no único lugar onde eu podia sentir o caloroso do amor dos meus pais. Até um certo dia ele conhecer a Júlia Clarck. Uma linda e provocante mulher, provida de uma elegância que deixava qualquer homem jogado aos seus pés. Contudo, infelizmente ela escolheu o meu pai para ser o seu marido. Donovan Ricci era bem jovem na época e além de muito rico, ele também era cobiçado pelas mulheres do estado de Massachusetts, porém, não demorou muito para eles se casassem e ela vir morar conosco. Então eu pens
LiliAlgumas horas...Passamos o dia fazendo as atividades do cotidiano do internato. Eu, concentrada e Alice em polvorosa movida por uma ansiedade que ela não consegue esconder. À noite como sempre após o jantar todas as meninas vão para os seus devidos dormitórios e nós dividimos o nosso quarto com mais duas garotas. É um cômodo bem amplo com suas enormes janelas de madeira e vidros transparentes, que nos dão as belas visões das montanhas atrás de uma imensa floresta. E falando em nossas colegas de quarto, não se preocupem, elas não são empecilho para as nossas escapulidas, a final elas são boas de cama, se é que me entendem. O plano é o seguinte; vamos aguardá-las adormecerem, trocaremos de roupa e voltaremos para as nossas camas prontas e arrumadas para sair, e aguardar a hora que as irmãs se recolham. Debaixo da cama de Alice tem uma mochila com as nossas fantasias e o básico para uma maquiagem. Por fim, quando tudo estiver no mais completo silêncio, sairemos por uma das entradas
Lili Olhando as ruas noturnas movimentadas e cheias de crianças fantasiadas espalhadas por todos os lados me fascina de alguma forma. Algumas estão sozinhas, outras acompanhadas de um adulto e tem até algumas que andam em dupla. Cada uma carregando as suas deliciosas cestinhas cheias de guloseimas. Apesar de termos crescido a alegria de Alice em relação ao Halloween ainda é a mesma. Às vezes me pergunto se ela realmente cresceu ou se apenas perdeu no tempo? A noite está tão linda! Penso fitando o extenso céu escuro povoado de minúsculas estrelas sob as nossas cabeças e para completar a sua elegância, tem uma lua gorda e amarelada iluminando a sua escuridão. Estamos caminhando pelas calçadas despreocupadamente, encantadas com todo esse movimento e fascinadas com os enfeites típicos da festa na frente das casas. Algumas abóboras gigantes com uma cara horrenda nos jardins, teias de aranha penduradas nos galhos das árvores, uma bruxa assustadora em posição de ataque, mostrando as largas u
Lili— Lilian, acorda! — A voz de Alice me desperta baixinho na sala de aula. Sinto a cabeça pesar e os olhos queimam com a luz do dia que invade a ampla sala. Droga, estou super cansada! Observo a professora Lisy Gregory sair da sua cadeira acolchoada e pegar alguns envelopes pardos em seus braços. Ela caminha para o centro da sala, no entanto, ela me avalia com seu ar de superioridade.— Meninas, teremos uma prova surpresa hoje e quando acabarem encerraremos a nossa aula — avisa enquanto passa de cadeira em cadeira com passos lentos e decisivos, deixando em cada mesa um envelope lacrado. Incomodada, eu me ajeito em minha cadeira e levo as mãos aos meus olhos, esfregando-os para despertar melhor. Não posso me dar ao luxo de perder pontuação nessa prova, essa escola é muito rigorosa com os nossos boletins e se tiramos uma nota vermelha isso implica a presença do nosso tutor, no meu caso, Julie minha madrasta. Não a tenho visto desde que me jogou nesse lugar e não pretendo vê-la tão ced
Lili— Foram quatro copos ao todo — diz com uma naturalidade espantosa.— Alice, pelo amor de Deus! — esbravejo. Ela olha ao nosso redor e eu faço o mesmo. Algumas meninas passeiam pelo jardim conversando amenidades, outras estão aproveitando o tempo livre para ler um livro. Coisa que eu e Alice costumamos fazer se não fosse esse impasse. Ela me pede para falar baixo e eu bufo audivelmente. — Ok, acabou? — pergunto ainda irritada, mas para o meu desespero ela faz um não com a cabeça.— Então, eu e o Dante dançamos uma ou duas músicas lentas. Ain, bem coladinhos! Lili, ele me dizia coisas delicadas no ouvido e nós... nós nos beijamos... e foi o melhor beijo da minha vida! Um beijo doce e delicado, quente e envolvente tudo ao mesmo tempo, e foi tão lindo! Eu me senti igualzinha aquelas mocinhas de livro de romances, sabe? Deu para sentir aquele calor no corpo, o coração acelerado no peito, a conhecida falta de ar e aquela pegada forte das suas mãos na minha pele febril. E quando percebi
LiliUm mês e meio depois ...— Como está se sentindo? — pergunto baixinho quando me aproximo da cama estreita da enfermaria do internato. Essa é a terceira vez que Alice passa mal e eu não sei exatamente o porquê. Só sei que me dói vê-la nesse estado. Seu corpo amolecido, sua respiração alterada, os olhos fundos e a pele pálida. Suspiro frustrada quando vejo um soro no seu braço direito.— Está passando. — Ela diz quase sem forças. À noite passada ela não conseguiu comer direito e durante a madrugada pôs a vomitar por pelo menos umas três vezes seguidas. O resultado é exatamente esse bem aqui na minha frente. Fiquei muito aflita pôs não me permitiram acompanhá-la de perto e só agora, quase cinco horas depois me deixaram vê-la. Seguro a sua mão na minha. Ela está tão gelada e isso me preocupa ainda mais.— O que o médico disse? — Procuro saber assim que a enfermeira se afasta para o outro lado da sala.— Fizeram alguns exames, mas ainda não me falaram sobre os resultados. — Ela faz sil